A posse do presidente Bolsonaro, ontem, suscitou um monte de editoriais focados no fato de que ele propôs, do parlatório, que ali começava o “fim do socialismo” no Brasil. Hoje, 02 de Janeiro, o Estadão já propõe em editorial que os discursos foram “rasteiros” e “eleitorais”. Com a devida vênia, os discursos foram até hoje os mais curtos que eu presenciei para essas ocasiões. Além do mais, as falas são comparadas especificamente com quais outras? A de Lula propondo o “fim da fome”, sem dizer como? Ou algum dos discursos ininteligíveis de Dilma Rousseff? Não gostei muito dos discursos por outras razões. Nenhuma das elencadas pelos veículos de comunicação. Desgostei porque não foi fundo na questão do desmanche do estado brasileiro (que, como eu, engorda, engorda e se torna cada vez menos eficiente). Não gostei também porque não exaltou devidamente o foco no livre mercado e na simplificação das leis tributárias e trabalhistas, cujo cipoal nos ameaça diariamente. Enfim, se alguma virtude houve, foi a da concisão. Falou ao seu público, falou pouco, e deixará o governo fundamentalmente aos técnicos. Se fizer isso terá conseguido uma ótima coisa – dar o tom geral e não atrapalhar.