Recebi ontem o diagnóstico de Covid-19. Ontem de noite mesmo fui a um posto drive-thru, e menos de 2h depois tinha na mão o diagnóstico de “reagente”. Os preparativos pra me segregar do meu povo foram rápidos e estou confinado ao meu escritório de trabalho, em casa, e ao meu quarto. Tudo bem, tudo tranquilo, só coriza e uma tosse seca. Essa tosse, aliás, tenho diversas vezes por ano. Só uma chateação alérgica.
Mas que quantidade de reflexões essa peste nos leva a fazer. Minha reação inicial é a de sempre – fazer piada comigo mesmo, tipo “encomendem o caixão”, “Deus já tá me chamando” e tudo o mais que um piadista de mau gosto consegue fazer, para o entretenimento de ninguém além de si mesmo.
Algumas reflexões devem ser feitas a despeito de a quem possam eventualmente ofender (flocos de neve que me perdoem) e sem qualquer viés ideológico ou político.
1 – O Vírus me Pegou, e não tenho medo dele
Mesmo que eu venha a morrer disso, que fique claro a todos que eu não vou pautar minha vida pelo medo disso. Se eu tivesse decidido viver acovardado, não teria feito nada do que consegui, pouco ou muito, nesta vida.
Se morrer ou não morrer, podem escrever – não pretendo modificar minhas palavras aqui – uma porque não conseguiria (morto) e outra porque não teria razão (vivo). Viver no medo, comandado por terceiros que decidem até o que você deve temer, não é coisa de macho (sem sexismo aqui, no sentido “latu” da palavra, de antigamente).
2 – O Vírus não afetará minha visão de que podem haver tratamentos diversos
Seja precoce ou não, continuo a crer que nossos médicos devem ter toda liberdade de prescrever o que sua prática determina como útil. Cercear o direito à opinião divergente, e ainda chamar de “terraplanista” quem tenta algo diferente do que o outro prescreve e “afirma” ser ciência, NÃO é ciência. É imposição, é ditadura.
Acredito tanto na possibilidade de que alguns tratamentos precoces deem muito certo como estou certo de que as vacinas de uma forma geral funcionam muito bem. Minha dúvida está na “Vachina”, ou Coronavac (se eu morrer antes, alguém que chegar no céu depois de mim me avise como acabou a novela). Tenho uma baita desconfiança de uma vacina que já está dando errado (estatisticamente) no Chile e Uruguai, e que não dá NENHUM tipo de efeito colateral. Além disso, se é produzido na China, é de duvidar, por razões mais do que sobejas, a quem tem um mínimo de desconfiômetro.
3 – A China é Epicentro, Culpada e Algoz
Minha opinião. Sujeita a todos os reparos e xingamentos possíveis, mas ainda assim minha opinião.
Entendo que a China como epicentro tenha que ser chamada à responsabilidade. Omitiu o fato e só o reconheceu depois de muito sumir com médico e reporter, ou seja, quando já não tinha como negar.
A China é culpada por ter-se negado a informar o quanto sabia sobre os detalhes do virus e entregar à comunidade internacional TUDO o que sabia, inclusive para propiciar uma vacina mais rápida possível. A China é culpada ainda por ter cooptado a OMS para falar o que ela queria, levando a um caminhão de decisões erradas e mudanças absurdas de rumo de políticas de saúde, que deixaram os países tontos, Brasil no meio (e com uma crise política pra ajudar a gerar críticas a cada passo do caminho). A China, por fim, é culpada por não informar claramente por que tem TRÊS óbitos por milhão de habitante, contra, por exemplo, quase 3 mil no Brasil. Será que são TÃO bons assim? Quem viu as raves em Wuhan pode ficar se perguntando se eles já tinham uma cura “na manga” ou se simplesmente mentem sobre suas estatísticas.
Por fim, a China é algoz, no sentido em que não apenas de ter tentado silenciar – e conseguido em boa medida – a opinião pública mundial, aliada a gigantes da tecnologia como o FaceBook, por exemplo. O FB se fez de capacho do PCCh, liderando (por tamanho absoluto) um movimento de censura a qualquer um que ousasse dizer coisas como “tratamento precoce pode ajudar”, ou ainda “isso veio da China”, e, pior que tudo, “a China tem uma obrigação financeira com o mundo todo”. A China não é uma nação confiável, moral ou comercialmente. A China quer vender ao mundo uma narrativa de uma “democracia” que é muito parecida com qualquer ditadura vagabunda com a qual tenhamos tido que conviver no passado ou presente (me refiro ao seu governo, não a seu povo, tradições e história, obviamente). A China é sim, algoz e deverá ser tratada como tal no concerto das nações – se é que ainda restam nações com liberdade e independência suficientes para isso.
4 – Mais Importante – Quem define minha vida e Futuro é Deus
Irrite a quem irritar, minha vida se define pela minha relação pessoal e profunda com meu Criador. Sou dEle e Ele é meu Senhor. Nada vai me separar dEle, como disse o Apóstolo Paulo:
Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Romanos 8:35 a 37
Mesmo que na hora da angústia eu às vezes tenha a tendência em achar que Deus “pisou na bola” comigo, posso afirmar que Ele continuará comigo, seja em cima da terra ou debaixo dela; ou melhor, além dela, no lugar que Ele disse que iria preparar para nós, Sua Igreja.
Me pego volta e meia me mandando respirar fundo e desacelerar. O fato é que minha agenda não ajuda nem um pouco, muito menos a pressão de produzir resultados bons, confiáveis, revisados e rápidos. Ter tudo isso junto, numa entrega só, é quase impossível. O resultado são noites em que parece impossível desligar.
Sinto isso muito mais intensamente quando faço a atividade que costumava ser prazerosa, de ler a Bíblia, meditar no que me está sendo dito por este Livro, e internalizar conceitos que farão toda a diferença na minha caminhada diária. Cada dia está mais difícil ser profundo. Cada dia mais fácil a mente vagar.
Escrever se torna uma forma de dar ordem aos meus pensamentos, pois que se não fizer isso, nada bom sai pro papel virtual. Qualquer um pode notar perfeitamente quando estou mais ou menos focado e relaxado – é só ler minhas crônicas e artigos e comparar. Verão quantas vezes eu pulo de galho em galho, de aspecto em aspecto, sem conectar os pontos. Pra mim, está tudo tão claro, que eu assumo, presumo, que o leitor eventual vá achar que está claro para si também. Isso raramente acontece.
Na mesa, já não tenho paciência sequer de dizer com clareza: “me passe o saleiro?”, me limitando a apontar na direção geral do objeto e grunhir qualquer coisa, esperando que os filhos ou a esposa vão entender por milagre o que estou querendo.
Que vida! Que pressa, que aceleração iníqua! E que tempo perdido, paradoxalmente, com tanta pressa!
O velho Armindo Constantino Montechiari, o velho “Nonno”, costumava dizer que “quem faz errado, faz duas vezes” (ao que acrescento – ou mais do que duas vezes). E obviamente estava certo, e está, até hoje. Costumo refazer raciocínios, irritar as pessoas quando estou acelerado demais, e não passar mensagem que presta. Não é saber ou não saber o que dizer: é atropelar o que falo e com isso deixar todo mundo na mão, sem saber o que quero transmitir. Por isso escrevo. Se tornou mais fácil.
Em um grupo de amigos profissionais, espera-se que eu dê não minha opinião, mas exemplos meus, próprios, que possam ajudar a pessoa a chegar às suas próprias conclusões, sem que eu tenha que “informar” algo. Ocorre que quando se está acelerado, quando se está vivendo dois segundos por segundo, o estrago é fácil de prever – a cara de bobo de pessoas que acham que você deve ser inteligente demais, afinal falou algo que ninguém entendeu (penso eu) ou então o contrário – o que é que este cretino quis dizer com esse amontoado de bobagens? O grupo se frusta comigo, eu me frustro comigo, porque não consigo passar as ideias uma palavra de cada vez.
Essa aceleração vai para o campo do relacionamento pessoal, e só desacelera nos finas de semana, quando uma caminhada melhor, a tranquilidade de uma boa música, uma mesa boa, da melhor cozinheira do mundo, Aline, e um vinho de qualidade nos fazem parar e pensar na vida. O domingo, com suas idas à Igreja, nos leva a sentar e ouvir o sermão com atenção e introspecção, lembrando daquilo que Deus quer falar pro nosso coração.
A alternativa que tem sido (meio que) imposto à nós é a da meditação que nos leva a “esvaziar a mente”. Eu não sou lá muito fã, porque ainda sou do tempo em que se dizia que mente vazia é oficina do diabo. Além disso, o Apóstolo Paulo falava que legal mesmo é “encher-nos do Espírito Santo”, ou seja, tirar o “excesso de nós mesmos” e dar lugar ao Espírito de Deus e suas palavras, sempre calmas e doces. Mas é uma dificuldade conseguir isso frequentemente.
Para não dizer que sou contra tudo o que é oriental, sinto que é muito proveitoso respirar fundo, prestar atenção na nossa respiração, e focar a cabeça num só ponto, um só pensamento. Isso me ajuda.
Se você, como eu, é acelerado mentalmente, e está sentindo que isso cobra um alto preço, solidarize-se comigo. Eu pretendo desacelerar, do falar ao pensar, do sentir ao comer, do respirar ao dormir. E fazer tudo com mais propósito.
Não quero deixar que o FaceBook ou o “ZapZap” ditem meu ritmo. Afinal, pressa continua a ser inimiga da perfeição!
Gosto de pensar sobre as Escrituras e em como, nas entrelinhas de suas histórias, há ensinos aplicáveis à vida. Ao ler sobre a queda da humanidade em Adão e Eva, fiquei a considerar a respeito de algumas questões existenciais.
Quando, no texto bíblico, a serpente tenta Eva, afirma que aquele que provasse do fruto da árvore seria como Deus, conhecendo o bem e o mal. Considero que o equívoco, a mentira, estava em que Adão e Eva já eram como Deus. Eles eram plenos, inteiros, Santos e em completa comunhão com Ele e entre si mesmos. Mas cederam ao engano e à ilusão de que havia uma falta e, ao mesmo tempo, uma má intenção oculta. Negaram o presente que é o Eu Sou, por um Eu Serei baseado em uma perspectiva de falta, insatisfação, desconfiança e medo.
Usando esta reflexão como uma metáfora, fico a considerar se esta não continua sendo a problemática que, ainda hoje, enfrentamos em relação ao ser e à maneira insatisfeita e ansiosa que vivemos? Pois ao negarmos o eu sou, numa busca contínua de ser como o outro, de sermos como os “deuses” em seus Olimpos de sucesso e poder, nos perdemos num turbilhão de exigências e cobranças; deixamos de enxergar o que é e quem somos, para buscarmos ser o que afirmam nos faltar.
Ao fixarmos nossa atenção ao mal desconhecido, à ausência do bem, despertamos para o medo e desconfiamos do amor. Em função disso, o mal se torna parte de quem somos, pois nossas ações e personalidade absorvem as estratégias defensivas diante de um mundo visto como mal e perigoso. Assim, perdemos as oportunidades que surgem em função do medo que nos orienta e, as escolhas benditas são desperdiçadas por nossa incapacidade de afirmarmos nossa identidade com o bem e o eu sou.
É prudente não sucumbir diante daqueles que afirmam a sua inferioridade e negam o seu ser. Afirme o seu valor e valorize suas habilidades. Sabemos que o mundo traz sua mazelas, mas não seja casa para nenhuma delas.
Li um interessante artigo no excelente site Quillette (www.quillette.com), um artigo longo, textão mesmo, como são quase todos os artigos desse site, mas detalhado e muito bem escrito. Coisa fina. Vale ler.
O artigo está acima e mesmo quem não conhece inglês pode traduzir lá mesmo.
Lá o autor trata de uma “briga” de palentólogos em torno das chamadas “Primeiras Nações” ou “Primeiros Povos”. Arqueólogos escavaram numa região que vai do estado do Maine até Newfoundland (Terra Nova), no Canadá, fósseis datados de uns 10 mil anos atrás, que apresentam um povo mais desenvolvido do que povos nativos mais recentes, da região. O “suco do assunto é que os povos nativos americanos passaram a exigir que os paleontólogos e arqueólogos NÃO estudem esses povos, mas que enterrem de volta os achados arqueológicos, no que chamam de “restituição”.
Será que eles não querem saber sua origem? Não é assim. É que os achados apontam para o fato de que os povos que hoje se consideram vítimas dos Europeus foram, eles mesmos, algozes de povos que já estavam na região há mais tempo, desfazendo o mito da sua primazia, e a narrativa de seu bom-mocismo.
Ciência bota medo…
Em outra ocasião, mais recente, cientistas brigam com outros cientistas sobre a validade de destruírem certas posições anteriores com teorias mais modernas, e mais corretas.
Tem gente querendo substituir o Big Bang a todo custo, simplesmente porque não cabe na sua narrativa sobre a origem do universo e da vida. O mesmo Stephen Hawking lutou com unhas e dentes até o fim da vida para tentar achar uma equação, uma explicação para “desdizer” a teoria que ele mesmo trabalhou para explicar e popularizar. Tudo porque seu ateísmo, ou agnosticismo, não podia suportar a afronta de que o universo teria tido um início, e portanto, um “causador”.
Diante disso tudo, nos vemos, cristãos, diante de uma situação em que, frequentemente chamados de negacionistas, terraplanistas e anti-científicos, temos que optar por uma postura mais bíblica, entendendo que a Bíblia pode contradizer a ciência em algum momento.
Os que chamam o cristianismo, principalmente o Catolicismo original e os Reformados de obscurantistas talvez se esqueçam que a quase totalidade das instituições de ensino que hoje lideram a pesquisa científica no mundo são de origem, inspiração ou manutenção cristã ou de cristãos (desde a Universidade de Padova, passando por Oxford, Harvard, Cambridge, todas as PUCs do planeta, e por aí vamos).
Muito, ou mal usado pelo Presidente, o texto de João 8:32, sempre foi um dos meus preferidos. Costumo brincar que é o Texto Áureo dos Auditores:
“E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”
Jo 8:32
Se a bíblia é a inspirada palavra de Deus (e eu creio nisso) e o texto acima partiu da própria boca do Filho de Deus (eu creio nisso também), então cristão algum tem o DIREITO de ser acrítico, anti-científico ou jogar na retranca, quando o assunto é ciência.
A razão é muito simples – cremos (eu creio) que Deus é o autor da ciência. Se Ele criou as regras e leis deste universo, que são explicadas e desfiadas na física, química, biologia, etc, NÃO TEMOS o direito de achar que uma equação vai desdizer, ou desfazer o que cremos.
A Bíblia nunca se propôs a ser um livro científico. Escrita para pessoas tão diferentes quanto (adoro falar isso) Albert Einsten e Forest Gump, a Bíblia teve por obrigação ser atemporal, e acessível a ser explicada a todos.
Quando a Bíblia fala de um assunto que está francamente acima da capacidade, mesmo dos mais iluminados humanos, ela deixa claro que há coisas que são “mistérios”, ou que ainda não foram reveladas. Mas isso nada tem a ver com obscurantismo ou qualquer tipo de limitação à investigação. Nos escritos do Velho Testamento, Deus já falava a Adão e Eva que entendessem o mundo, dessem nomes às espécies (numa ordem de taxonomia bem clara).
Posso concluir que se a ciência em algum momento contraria a Bíblia, só pode ser por dois motivos:
Erro de Interpretação – Quem diz falar “pela Bíblia” na verdade entendeu errado ou criou um “dogma” que não deveria haver. Um exemplo claro éa insistência da igreja católica em condenar as teorias da terra redonda e que não seria o centro do universo. Na verdade o livro de Isaías já nos advertia de que “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar” – Isaías 40:22)
A Ciência ainda não chegou lá – Aqui, o maior exemplo vem da antiga teoria cosmológica, válida durante décadas, de que o universo nunca teria tido começo e não teria fim. Desbancada pela descoberta da radiação de fundo, e comprovada nos laboratórios Westinghouse, em Nova Jersey, por Arno Penzias e Robert W. Wilson. Os “fósseis” de luz comprovariam a teoria de que alguém riscou o fósforo que gerou a explosão.
Que tranquilidade é saber que a ciência não desbancará, nunca, o Deus Onipotente. Que alegria é saber que a Bíblia é mais inteligente do que alguns se arvoram o direito de se achar. O caso mais recente, emblemático e francamente ridículo foi o do artigo de Mário Sérgio Conti, comparando nossa crença em Jesus Cristo à do coelhinho da Páscoa.
Este douto senhor, do alto de sua inaudita inteligência e certeza de todas as coisas declara-nos a todos nós como crianças burras e obscurantistas… Como se homens (de verdade) muito maiores e mais inteligentes do que ele não tivessem declarado seu pasmo e reverência a esse Deus Criador.
Termino com as palavras de Louis Pasteur, sempre citado pelos cristãos, cujos feitos excedem, talvez, um pouquinho, à montanha de maravilhas criadas por Conti:
Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima.
Diversidade é uma dessas palavras que ganharam novo significado, nos tempos que vivemos. Ganhou um significado que talvez nem todo mundo goste, e que preciso – confesso – entender bem, para não cometer erros de julgamento.
Um cântico que tínhamos em nossas igrejas (evangélicas, e algumas católicas) antigamente se chamava “Unidade e Diversidade”, e se baseava num texto de Atos dos Apóstolos e diz assim:
O texto fazia menção à diversidade das pessoas que creram em Jesus Cristo, a nova fé do primeiro século, de sua condição diversa (pobres, ricos, livres, escravos) e sua unidade através de “um coração e uma alma”, a ponto de ninguém considerar algo como sendo seu mesmo (voluntariamente).
Era uma diversidade um tanto diferente da que temos aqui: por serem diversos, uniam-se voluntariamente, debaixo de uma fé e um coração, sem necessidade de imposição ou campanhas “explicativas”. O CEO e o peão do chão de fábrica, usando uma comparação moderna, conviviam e tinham as coisas em comum, de forma que ninguém passava necessidade. Voluntariamente, as pessoas davam o melhor de si, uns aos outros, e dessa forma, silenciosamente, essa estranha fé foi mais forte do que um império milenar, fazendo com que o apelo marcial, que mantinha coeso o imenso território de Roma, ruísse pelas mesmas razões da fé em que estavam fundados: o caráter espontâneo, voluntário, de suas atitudes, e o desprezo pelo ataque, pela ofensa, pela violência não defensiva e não provocada.
Ocorre que, aparentemente, voluntariedade, liberdade e discurso se misturam, hoje, numa confusão que torna difícil o que é mais importante – “um coração e uma alma”.
Lendo o texto do artigo acima, depreende-se o objetivo real e explícito de dar exposição a segmentos entre segmentos da sociedade, principalmente a inclusão de pessoas dessa ou daquela origem, cor, raça ou orientação sexual, a fim de dar diversidade aos Conselhos de Administração das empresas.
A entrevistada é uma excelente profissional, membro de diversos conselhos de administração de grandes empresas mundo afora. Portanto, está ali por capacidade e não porque é mulher, ou negra, ou homossexual, ou qualquer outra especificidade, válida ou não. Muito bom.
Minha dúvida vem no sentido contrário: o quanto de fato sabemos sobre a diversidade e quanto dessa diversidade está povoando as administrações públicas e privadas mundo afora, apenas pelo “conceito” de diversidade, em si, e não por efetivamente agregar algo, no que importa – capacidade de realizar o que é necessário.
O “sentido contrário” a que me refiro aqui diz respeito ao fato de que para mim pouquíssimo importa se uma pessoa é branca, negra, homem ou mulher, hétero ou homo, cristão ou não-cristão, no que tange à sua qualidade para orientar a tomada de decisões (ou tomá-las) na esfera dos grandes conselhos de administração mundo afora. Sempre vou privilegiar a capacidade intrínseca, em estado bruto, da pessoa que senta comigo em um Conselho ou que comigo compartilha decisões.
Nossa empresa é uma empresa fundada em valores cristãos, e como tal não pode discriminar por qualquer razão – pode, sim, e deve, deixar claro o que pensa em termos da fé que fundamenta nossos princípios de negócios, e a igualdade, verdadeira, dentro da diversidade do ser humano, sem, contudo infringir os princípios da Palavra de Deus em nossas decisões.
O tipo de confusão semântica gerada pela hiperssimplificação de termos às vezes difusos, ou difíceis de definir – como diversidade – nos leva a situações às vezes cômicas (como as discussões sobre a diversidade na matemática) ou trágicas (como a incapacidade de trabalho conjunto e proativo para debelar uma pandemia). A realidade tem importado menos do que os desejos, sensações ou estados de espírito.
Viva a diversidade, com consciência e responsabilidade!
P.S. – E viva o melhor que temos na nossa sociedade, a Mulher, em seu dia!
Creio que é a primeira vez na história… desde que a festa foi inventada aqui no Brasil. Posso estar enganado, mas parece que sim. Nem a 1a. ou a 2a. guerra mundiais isso aconteceu, talvez durante a Gripe Espanhola talvez – mas lá atrás não era assim um “festão” com direito a meio dia de quarta-feira de cinzas pra curar a ressaca, etc.
Sou cristão evangélico, daqueles chatos mesmo, que fala de Jesus quando pode e até quando não pode/deixam. Vou sim na “escolinha dominical” (como diria uma amiga minha em tom um tanto desrespeitoso), quando não tem Covid, claro. Dou dízimo (!) veja só… É, sou um “desses”.
Como cristão, portanto, me deixou bastante chateado a imagem de um “Cristo” sendo escorraçado e arrastado por uma figura representando um “Diabão” na avenida, pela escola de samba mais conhecida, a Mangueira. Não posso “admitir” como normalidade um tratamento como esse, num país majoritariamente cristão. Mas quem faz carnaval, quem faz esquerda ideológica neste país não é “povo”. É um grupo muito bem arregimentado e coordenado. Mas se eu amo a liberdade de expressão (e amo), então deixe os caras se divertirem com sua “brincadeira” com o Filho de Deus. Fazer o quê? Não posso trocar essa liberdade pela que seria retirada de mim, por exemplo, de falar desse mesmo Jesus Cristo em termos, digamos, mais afetuosos, embora essa liberdade que tenho esteja-me sendo retirada, pedacinho a pedacinho.
Chegamos ao carnaval seguinte. O de 2021… O carnaval da Covid (o de 2020 era “pré-Covid”). Quero aqui deixar de lado minha natural tendência de espiritualizar o fato passado e suas consequências. Quero somente lançar minhas dúvidas quando ao nexo de causalidade entre as duas coisas e dizer em alto e bom som (sic!) que aaaacho…. teeeeemo… que haja alguma coisa aí a ser interpretada em termos não tão pós-modernos, digamos.
Católico ou Evangélico, ou mesmo alguns espíritas, amigos meus, o fato é que todo mundo com um viés um pouco mais centrado, ou conservador mesmo, se incomodou com o espetáculo de desfazimento da fé alheia.
Quando o tal Bispo Honorilton da Igreja Universal chutou a santa (alguém lembra?) eu fiquei muito brabo. Como evangélico, certamente não advogo Maria como co-redentora ou intercessora, mas entendo que irmãos/amigos católicos o façam, e acho que a Palavra de Deus é clara quando diz que trazer alguém ao conhecimento de Deus não se faz “Por força ou por violência, mas pelo Meu Espírito” (diz o Senhor). Mas era “liberdade de expressão”, diriam alguns. Vá lá, mas não gosto.
O pior é que nem do ponto de vista teológico a tal representação do diabo maltratando e matando Jesus é adequada. A Bíblia diz que Jesus veio para os “seus, e os seus não o receberam”, e que ele foi “entregue nas mãos dos homens para ser morto”. Satanás, o capeta, o vermelhinho (como diria o saudoso Tio Antônio Dantas) é obviamente parte interessada no processo, mas não acho que Jesus foi morto “pelo capeta” mas pelo meu (e o seu) pecado. É uma construção de ponte, no qual somente Ele, Jesus, é “pontífice” – a ponte entre minha separação eterna de Deus e a vida com Deus.
Pois bem, o carnaval foi cancelado, vamos trabalhar (aqui na minha firma, pegaremos no pesado, normalmente) e não sentirei, como nunca senti, nenhuma falta da festa amada por tantos. A tentação, se é que o termo é esse, é dizer “viram só o que aconteceu? Foram zombar de Deus, e de Deus não se zomba… olha no que deu”… Obviamente os pós-modernos e menos crédulos acharão risível, e, olhando superficialmente, parece mesmo. Afinal de contas, o carnaval da Mangueira já estava sendo preparado desde 2019, ou até antes… o enredo já tinha sido elaborado, e as fantasias e o “Jesus” já tinha até sido contratados.
E daí? Deus por acaso – se você crê num sujeito Onipotente, Onipresente e Onisciente – teria algum problema em ver isso lá de antes? E a Covid seria algo dissociado disso, ou criada “só por conta disso”? Bom, aprendi que Deus é o melhor jogador de sinuca do mundo… o maior enxadrista, o maior cientista… Só ele conhece as relações de causa e efeito que podem fazer um fator (no caso, a Covid) ser usada para ensinamento, repreensão e correção de tanta gente, por razões tão diferentes, em tantos lugares. Essa Onisciência e Onipotência (de novo, caso você creia – eu creio) fazem com que ele dê uma tacada, e com ela só, “mate” todas as bolas do jogo. Sem nem olhar pra mesa. Ora, essa capacidade poderia, então, ser relacionada ao que aconteceu? Partindo das premissas de crença acima, sim.
O engraçado é que daqui há algum tempo isso corre o risco de entrar para o folclore religioso, como reação de um Deus vingativo ao sacrilégio contra Seu filho. Na verdade, deveria ser objeto de uma reflexão mais séria sobre algo que só ocorre de quando em vez – a intervenção direta de Deus em algum momento, nesta terra.
Isso tudo parece, aos olhos dos cristãos, convergir para o “fim”. A realidade de uma humanidade que esgarça seu tecido social a golpes de crucifixos metidos onde não devem, e pichação de igrejas fala alto pra nós. Gostaria de ser mais otimista com relação à sociedade atual. Não consigo.
Quanto mais pessimista me torno quanto à sociedade, mais otimista me torno quando a mudar de residência, desta “para melhor” o mais rápido possível!
Um pastor metodista, Emanuel Cleaver, foi convidado para orar na abertura do 117a. legislatura de congresso norte-americano. O tal reverendo terminou a oração dizendo “Amen and Awomen” (em Inglês soaria como “Ahomem e Amulher“). Gargalhadas à parte, o fato reflete o “Ésprit des Temps“, uma desgraceira idiotizante que se instalou na sociedade mundial, EUA na frente. É, como diria Fernando Lyra, a “vanguarda do atraso“… Amém, todo mundo sabe ou deveria, significa “Assim seja”. Nada mais do que isso, em hebraico.
Vou deixar em ingles mesmo porque é engraçado… “Back in the 60s this joke made the rounds: “Why do we say ‘amen’ and not ‘awomen‘?” The reply: “Because it comes at the end of a hymn, not a her“. A piada é quase intraduzível e não tem graça alguma em Português, mas é muito legal assim mesmo… mas ERA uma piada…
Em tempos passados expressões como “meus povos e minhas povas“, “everybodies e everycabras“, e mais recentemente “presidenta“, “Amigues“, entre outras pérolas, ou eram, de cara, piadas e motivo de muita risada, ou foram objeto de ridículo até por quem nem estudou tanto assim. “Povo de Sucupira…” como diria Odorico Paraguassú… um desses dias vamos acabar achando que saudar a mandioca faz sentido…
Gente sem ter o que fazer já até teorizou que “Amen” derivaria de “Amen-Rá” (ou Amun-Rá, divindade egípcia – não confundir com o terrível personagem de quadrinhos Moon-Rá, dos Thundercats…). Mas ninguém ainda tinha duvidado da masculinidade do “pobre” Amém.
O reverendo não ficou satisfeito em orar ao Deus Único – que de uma ou outra forma, é o Deus dos “povos do livro” (Judeus, Cristãos e Muçulmanos) que representa a fé de uns 95% do congresso. Inventou na hora, provavelmente, uma inclusividade que chegou até a deuses pagãos. Só faltou incluir o Deus dos sem-deus, os ateus.
De novo, gargalhadas à parte, é uma tragédia intelectual que um cara que se formou em teologia, numa importante denominação cristã cujos princípios foram deixados por John Wesley (do qual meu nome – que odeio – deriva) tenha falado tamanha asneira. O fato é que os “progressistas” vão quebrando com as tradições e a cultura de um povo – pra não falar da fé, mesma – aos pouquinhos. Colocar um monge budista pra orar no congresso americano não ia pegar bem agora, de cara. Mas começar com um tresloucado qualquer, disposto a aparecer à custa da fé que deveria representar, vai quebrando algo muito caro aos americanos de forma paulatina. Fica “lindo”, “inclusivo”, uma beleza aos ouvidos de alguns, e não tão cacofônico aos ouvidos de quem se espantaria com a temperatura da proverbial água no balde do sapo.
Barbaridade, diriam os gaúchos. Barbaridade mesmo – coisa de bárbaro roendo o Império pelas beiradas, impulsionados pela sede de destruir o que está lá. Podem ter certeza de que vai dar certo, se Jesus Cristo não retornar primeiro – no que creio firmemente. Ocorre que, assim como em 473 DC, o resultado costuma ser uma “Idade das Trevas” de mil anos.
Estamos pagando pra ver. Estão reescrevendo o significado das palavras na nossa cara, à força, e sem o auxílio luxuoso do povão, que é quem sanciona as mudanças, em última instância. Se pagamos pra ver, vamos acabar vendo, ou não, por estarmos mortos, nós que ainda achamos que a língua importa.
Não era minha intenção escrever nada hoje. Não iria tampouco fazer uma retrospectiva de 2020, já que escrevo para mim mesmo e para os meus (amigos, parentes, etc) e não para nenhum grande público. Quem quiser ler, leia, quem quiser malhar, malhe (sem ofensas, mas no raciocínio – afinal é possível discordar de quase qualquer coisa) mas esses escritos são para mim mesmo.
Não posso deixar de comentar para mim mesmo e para minha posteridade sobre o insano ato da Argentina em legalizar o aborto, de forma praticamente irrestrita. Bom, isso é praxe em muitos lugares, e países ditos civilizados matam seus bebês não-nascidos de forma quase indiscriminada. Um massacre e uma hipocrisia sem fim. Em alguns desses países, como a Holanda, Bélgica e Canadá, se você abandonar um cachorro na rua ou maltratar um gato, você vai preso. Mas matar uma criança pode. O “meu corpo, minhas regras” impera – sem que seja dada à criança não-nascida o direito de dizer a mesma coisa.
Mas o que me chamou a atenção não foi nada disso. A foto acima é o retrato que quero discutir (comigo mesmo, com quem ler). Veja quem quiser a atitude das mulheres da foto e quem é representado ali. O que me chama a atenção é a alegria incontida dessas militantes. Quase todas sem muita pinta de que gostariam algum dia de ter, nutrir e criar como gente de bem um ser humano que escapasse do cataclisma do aborto. Na era da pílula e dos contraceptivos, será que vale lutar pelo direito de matar inocentes?
Esses são movimentos de esquerda, saudados pelo El País (Espanha) como “Argentina legaliza o aborto e se põe na vanguarda dos direitos sociais na América Latina“. (https://brasil.elpais.com/internacional/2020-12-29/votacao-historica-no-senado-de-projeto-para-legalizar-aborto-na-argentina.html). Vanguarda dos direitos sociais. Pois é… é assim que a mídia trata o assassinato. Bem, para quem aprova o que a mídia atual aprova, isso não é nada estranho.
Como disse a reportagem da Gazeta do Povo, o movimento pró-aborto se traveste de “saúde pública”. Um rolo compressor passou por cima da vontade da maioria dos argentinos (conheço o país pelas trocentas viagens que fiz para lá a serviço) e a mesma narrativa será aplicada aqui no Brasil pelos mesmíssimos mobilizadores.
É com uma tristeza incontida que eu vejo isso. Eu tive 3 filhos, dois dos quais ainda estão comigo, e um está na posse do Senhor Deus. Lutei por 12 anos pela saúde do meu “Piá”, como se diz aqui em Curitiba. Fizemos, minha esposa e eu, o que pudemos, e oramos em família pela cura dele até o dia 04 de Agosto de 2015, quando Deus houve por bem leva-lo. NÃO me conformo que as pessoas tratem a vida de modo tão “light”. NÃO me conformo que as pessoas imaginem que alguém como a foto que encabeça esse artigo, essa vida iniciante, não tenha sentimentos, não sinta dor, não tenha direito a existir. Lutei por algo que alguns já jogaram fora algumas vezes na vida, desprezando numa privada qualquer, numa clínica qualquer. NÃO consigo achar normal. Meu corpo, minhas regras, claro. O corpo do ser dentro de mim, as regras dele.
O triste é ver fila de gente querendo adotar uma criança, e as pessoas desprezando isso. Talvez apelar para a ganância das pessoas desse resultado – quem sabe uma lei permitindo que a mulher que não abortar uma criança tenha o direito de “vende-la”. Parece horrível, e é. Mas do ponto de vista daquele serzinho em formação, será a maior bênção. Será a vida mesma. Ora, melhor que a “parideira” venda a criança e faça uns trocados do que jogar no lixo de uma clínica qualquer algo criado por Deus.
O paradoxal é que diante da possibilidade de escolher livremente – sem pressões ou campanhas de mídia – os argentinos certamente, na minha opinião, haveriam de escolher a vida, e não o aborto. Os brasileiros fariam o mesmo. Ocorre que se trata de agenda de “colonização moral”. Criar um fait accompli, e esperar que a sociedade bovinamente aceite isso. Tudo está indo nesse sentido, na agenda da esquerda – aborto, poligamia, proibição dos pais disciplinarem seus filhos, restrições ou mesmo criminalização de práticas religiosas ou objetos religiosos, escolas com partido, tudo vai na direção de criar uma tremenda onda de maldade que avassalará a sociedade, solapando tudo, como um tsunami de más intenções que, se não detido, gerará o caos que propiciará a um pequeno grupo, uma Nomenklatura, a formação dos novos Politburos, que acabarão com o resto das liberdades individuais.
O grande problema é que nós, cristãos, gente que acorda cedo, trabalha duro, cria empregos, gera riqueza, vai à igreja, paga impostos, respeita contratos, nós, os otários, ficamos calados diante disso tudo, vendo nossos potenciais filhos e netos exterminados no Holomodor, um Shoah de proporções diluvianas, sem que falemos nada. Nem um pio…
Deus permita que tenhamos força de nos expressar, deixando de lado o medo de nos expor, invadir redações de jornais – como profissionais, não na marra – e mudar a sina desse mundo tenebroso.
Aqui jaz Wesley Montechiari Figueira
Viveu com temor a Deus (e à Esposa)
Sofreu e fez sofrer, sabendo e sem saber.
Viveu buscando a paz, até entrou em guerras,
Mas nunca foi capaz de deixar de amar quem erra
Aqui jaz um pecador, redimido pela Graça.
Aqui jaz quem somente aprendeu a rir
Depois da era em que todos choram
E deu de fazer graça, pois que já não era sem hora.
Aqui jaz quem fez do trabalho a sua Sé
Que combateu o bom combate, Acabou a carreira, e guardou a fé.
Regras claras de empregabilidade foram estabelecidas há anos, na verdade, há 2 mil anos. Coisas hoje consideradas inovadoras, como o conceito do “Líder servidor” são mais antigas do que se imagina. Pensando nisso, e pensando na minha própria empresa, enxerguei na Palavra de Deus, ao longo dos anos, algumas características que fazem de um profissional uma joia preciosa, que é valorizada pelos superiores e que acaba por se tornar indispensável a qualquer organização.
I – Trabalhe como se o negócio fosse seu
“E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também.”
Lucas 6:31
Convivo muito com CEOs de vários tipos de empresas. Todos, volta e e meia, reclamam da falta que fazem profissionais com “espírito de dono” em suas empresas. Por espírito de dono entendem o funcionário que trata o negócio como se fosse sua própria casa, sua própria empresa; que faz as coisas com prazer e que tenha alegria no que faz.
O texto de Lucas, acima, é uma palavra direta de Jesus Cristo a nós e é a famosa “regra de ouro”, existente desde tempos imemoriais, e ela mesma uma das mais antigas ações civilizatórias da humanidade- aja com os outros da forma como você gostaria que fizessem a você.
Está trabalhando? Trabalhe como você gostaria que trabalhassem para você. Quer que alguém lhe roube? Não? Então não defraude, não roube ninguém. Gostaria que alguém mentisse para você? Não né? Então não minta.
Esse tipo de atitude eu coloquei na cabeça dessas regras da empregabilidade, pois é o fundamento e a base filosófica do “bom viver”.
II – Vá além do que te pediram
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.”
Lucas 17:10
Jesus Cristo, de novo, dá o tom: “fez tudo o que lhe mandaram? Legal… fique triste então porque você foi quase um inútil, pois que fez somente o que lhe mandaram.
O que isso significa? Primeiro, na origem da ordem está uma necessidade do empregador, que você terá que suprir. Ora, ao longo do tempo decorrido para fazer aquilo, é quase impossível que alguém em seu juízo perfeito não observe que há mais a ser feito. Mesmo que não tenha dado tempo de fazer mais do que pedido, até o prazo final da tarefa, seja proativo; leve as coisas que você viu e ouviu para a chefia e alerte sobre cosias que poderiam ser feitas de forma melhor, mais rápida, mais barata, mais bem feita… é isso, que é parte do tal “espírito de dono” que vão lhe fazer indispensável a quem paga o seu salário.
III – Quer liderar? Sirva!
“Porém o maior dentre vós será servo de todos”
Mateus 23:11
Você já cresceu na organização; você agora lidera um grupo de pessoas ou de atividades. Muito bem. Quer liderar, de fato? Sirva! Tem até livro, best-seller mesmo, para falar o que Jesus disse há dois mil anos.
Parabéns ao autor do livro, e espero que tenha dado o crédito aonde é devido. Se não, bom, pelo menos a ideia é de inspiração divina.
Quer liderar? Seja parte do processo de ajudar, de ensinar, de dar explicações, de apoiar. Esteja disposto a arregaçar mangas, sujar as mãos e amassar barro.
IV – Faça sem resmungar – faça por amor – a si próprio e a Deus
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.”
Filipenses 2:3
Se a gente reconhece Deus como o doador de tudo, da vida e da capacidade de trabalhar, não vai restar muito espaço para a vanglória. Tem vários tipos de vanglória, e o pior tipo é aquele que se esconde sob o manto de uma humildade fingida. Com o tempo as coisas sempre se esclarecem, e o profissional humilde por legitimidade aparece como uma lâmpada numa noite escura.
Na passagem o Apóstolo Paulo nos ensina a fazer tudo por humildade, e nada por briga ou na busca do holofote. Os americanos têm um acrônimo bacana – WYSIWYG (What you see is what you get) – o que você vê é o que você vai levar – algo, ou alguém, sem máscara, sem agendas ocultas, sem humilhar os outros e sem viver na retórica da auto promoção.
Bom, tem gente que se sente humilhada por qualquer coisa. Vivemos num mundinho dos “flocos de neve”. Gente que não pode ser chamada atenção, não pode ouvir uma crítica, não pode receber nada senão elogios e “medalhas de participação”. Bom, esses, o mercado de trabalho tem uma forma boa de tratar – o desemprego.
“Mas é chato, é sem objetivo, é ‘nonsense’”. Tem essa visão? Discuta, converse com franqueza, procure passar sua visão – essa proatividade também abençoa a empresa, se dita com o coração e com mansidão. No entanto, lembre que muitas vezes não temos ideia do propósito maior de algo, e nos metemos a criticar.
Não é assim em nossa relação com Deus? Creia-me, já passei pedaços da vida com Deus em que a última coisa que eu queria é que Ele estivesse certo. Lutei para ter razão. Não tinha ideia do plano maior (e ainda não tenho nem me conformo muito) mas posso dizer “seja feita a Tua vontade”).
Se sua postura é humilde, de verdade, e você já seguiu os passos I e II, este é um passo largo no caminho da empregabilidade constante.
IV – Tem um talento? Multiplique-o!
“E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos”.
Mateus 25:16
Tem gente que tem talento natural; tem gente que é rápido de raciocínio e brilhante para ter ideias; tem gente que tem uma capacidade ímpar de trabalhar em projetos difíceis e que requerem muito jogo de cintura. Outros são resilientes e não desistem fácil de tarefas tediosas ou repetitivas.
Independentemente das suas características, qualquer um manterá sua empregabilidade se “granjear outros talentos”. Colegas meus, que foram meus assistentes, tiveram a capacidade de lutar contra suas próprias limitações e aumentar seus talentos. Gente muito tímida se torna grande vendedor; gente muito dispersiva se torna excelente em tarefas detalhadas e cansativas. Tudo pelo granjear de novos talentos. Se Jesus deu a dica, e aqui os talentos podem ser vistos como somente dinheiro, ou como “talentos” mesmo (no sentido moderno do termo), creio que devemos perseguir esse objetivo.
Ninguém é imutável; ninguém é totalmente incapaz de aprender algo novo; ninguém é incapaz de reaprender algo. Faça o melhor. Isso o fará empregável.
V – Seja verdadeiro!
“O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a testemunha falsa engana.”
Provérbios 12:17
Alguns de meus piores erros de contratação e seleção se deram em pessoas muito habilidosas no falar e polidas ao extremo. Gente bacana, encantadora, muitas vezes culta e de aparente bom senso.
Isso é bom, e desejável. O erro, nas minhas experiências, se deu pela falta de um atributo imprescindível à empregabilidade – a verdade, a capacidade de dizer sempre a verdade. Não “doa a quem doer”, nem espalhando brasa (como aliás, é algo que me incomoda, pessoalmente, há anos), mas com mansidão e domínio próprio.
Eu vou perguntar a Deus, e está anotado no meu caderninho de perguntas irrespondíveis, por que quase sempre o mais gentil é o mais inverídico, e por que o mais polido costuma esconder mais suas intenções. A verdade sempre nos libertará – mesmo que não nos pareça assim em algum dado momento.
Integridade é fundamental!
VI – Faça as coisas para que durem!
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.”
Mateus 7:24
Vivemos no mundo do descartável. Esta semana tivemos que trocar a bomba de água de nossa casa, depois de tão somente 4 anos. Ela tinha conserto. Estou seguro disso. Mas o conserto não vale a pena para quem conserta, e portanto eles se negam sequer a olhar para ver se dá para fazer algo. É a era do já era.
Até os relacionamentos estão nesta mesma toada. O conhecimento então, obsolesce com uma velocidade estonteante. Os valores não existem, e a sociedade não se dá conta de que perdeu todos os referenciais. Certo é errado, o errado passou a certo.
Quando fazemos um trabalho, façamos com o objetivo de que esse dure. Digo isso por duas razões: a)se você não mirar em fazer o que dura, fará algo menos bom do que poderia fazer. Com certeza – mirar baixo significa errar o alvo; b)se você fizer algo que dura, alguém pode até substituir o que você fez por algo alegadamente melhor. Mas o que você fez não explodirá, ou dará resultados ruins, ou emitirá erros, na cara de ninguém.
Em síntese, fazer a coisa para que dure, num mundo descartável, é, em si só, um ato revolucionário e, acho eu, libertador.
VII – Procure ser sábio; Planeje!
“Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto…”
– Eclesiastes 8:1
Costuma-se dizer que os orientais planejam muito, para que gastem menos tempo executando. Nós brasileiros, por outro lado, somos considerados os adeptos, por excelência, da “moda vamos s`embora”, plagiando o grande Wilson Simonal… “vamo simbora”… Não sabe para onde ir? Vamos simbora! Não sabe se tem gasolina no tanque? Simbora! Não sabe se a viga aguenta o peso da laje? Simbora e não conte para a prefeitura!
Pois fazendo assim estamos sempre a um passo do fracasso e do desastre. Há, claro, um charme especial em fazer férias sem grande planejamento, em passar um sábado sem agenda, sem lenço nem documento. Legal, e isso só interessa a você mesmo. Quando se trata de nossa vida profissional, não se planejar é um risco que não devemos correr.
Na Bíblia, Salomão nos chama a ter sabedoria. Esta passagem diz que se vê no rosto brilhante do sábio sua característica marcante. Por que brilharia o nosso rosto? Não sei, mas tenho algumas ideias – entendo que brilha de orgulho por ter trabalhado e pensado com afinco numa ideia, conceito ou problema; brilha por se saber útil aos demais; brilha por ser fundamento para pessoas que dependam de si, para apoia-las na caminhada do dia-a-dia; brilha, enfim, porque interpreta as coisas, lê as situações, medita e então acha um caminho. Brilha porque é de sua natureza dar luz a situações escuras.
Faça isso e será difícil te demitir ou rescindir seu contrato.
VIII – Nunca Desanime!
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;”
2 Coríntios 4:8
Vivemos, como cristãos, num mundo que nos odeia cada dia mais. Estamos vivendo momentos em que se levanta contra nós e contra nosso modo de viver uma onda de ataques que sequer sabemos os fundamentos. Aborto se tornou escolha, nomes perderam seu significado, e até a ciência é colocada sob xeque, por uma sociedade cada vez menos afeita à correção.
De nosso lado, somos chamados de extremistas e radicais por crermos num Deus Criador – teoria tão boa quanto qualquer uma daquelas patrocinadas pela dita “ciência”. Ou seja, somos atribulados em tudo. Mas não devemos ser angustiados ou desanimados.
A empregabilidade está diretamente ligada à resiliência, esta palavra trazida da ciência dos materiais, e que designa uma pessoa que “enverga e não quebra”, que “flete mas não despedaça”. Tenha bom ânimo, mesmo diante de um chefe chato, de uma situação complexa, de uma tarefa enfadonha. Isso agrada a Deus, e aos empregadores.
IX – Sirva a UM Senhor
Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
Lucas 16:13
Por fim, não se pode mesmo servir a dois senhores. A etimologia da palavra “diabo” está justamente centrada nisto – “duas abas”, “dois lados”. O diabo é aquele que vem dividir, roubar, matar e destruir. É tanto um ser como um conceito poderoso.
Por isso, a unidade em sua mente faz de você alguém menos afeito aos “diabinhos” do mundo. E eles são muitos e poderosos. Nem todos vêm do “diabo-mor”, mas muitos advêm de nossas características. Temos a tendência a colocar a culpa no “inimigo” (me recuso a colocar o nome dele em maiúscula), mas entendo que na maior parte das vezes “ele” nada tem a ver com nossos erros.
Está empregado? Trabalhe para o seu empregador – trabalhe, na verdade, para o Seu Empregador (o Senhor), porque no final das contas, se você se pretende um cristão, não há outro para quem trabalhemos.
Todos esses conselhos aí funcionam, independentemente de você ser cristão ou não. Funcionam porque, como a Lei da Gravidade, quer você creia nela ou não, continuará a despencar de um prédio à razão de 9,8 m/s² inapelavelmente. As Leis de Deus são “leis” não porque são algo obrigatório. São leis porque, como a Lei da Gravidade, acabam tendo efeitos iguais. Deus não seria justiça, além de amor, claro, se não tivesse feito princípios aplicáveis a todos. Por isso é possível ver pessoas que não ligam, ou não creem em Deus que frutificam nas suas vidas, pela simples aplicação dos princípios/leis da Palavra.
* Este é um capítulo do meu livro, ainda não lançado, sobre finanças e a Bíblia, a ser denominado “Finanças, uma abordagem cristã”.