https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,tropecando-na-casa-branca,70002761531
O Estadão acha que dois presidentes de dois países com população combinada de mais de meio bilhão de pessoas tem “obrigação” de falar à imprensa o que esta quer ouvir. No editorial de hoje, o Estadão basicamente “exige” que Bolsonaro, no jardim das rosas da Casa Branca, “conte o segredo” do que pretende fazer para, juntamente com os EUA, tirar o ditador bolivariano, de sua cadeira decrépita. Bolsonaro respondeu que não iria responder, claramente – se não me falha a memória as palavras foram algo como “se eu contar o que eu vou fazer, dou munição ao adversário”…
Não satisfaz a imprensa. Um caso semelhante e muito mais simples,em 2008, gerou um comentário presidencial do tipo “já falei com o Bush… ó Bush, segura essa onda aí… no Brasil vai chegar uma ‘marolinha'”. Nem um pio da imprensa quanto à imbecilidade, inverdade e limitação técnica da resposta, de caráter meramente político. É um tratamento no mínimo dúbio.
Quando do apagão aéreo, um determinado presidente se reúne por 8 horas, em Congonhas, com um monte de diretores da Infraero, ministro da defesa, comandante da força aérea, uma pá de gente… o dito cujo sai da reunião e lhe espera um batalhão de repórteres, e a pergunta inevitável vem: “presidente, qual é o resultado da reunião?”. Ao que o mandatário, do alto da sua sapiência declara – “depois de muita conversa chegamos à conclusão de que ‘alguém precisa fazer alguma coisa'”… De novo, nem um pio de parte da imprensa – qualquer imprensa… Do alto de sua popularidade, o dito mandatário era deus… o “póprio”…
É preciso entender onde é que essa onda de má vontade vai parar. Não estou aqui para ter alinhamento imediato com o atual governo. Votei e torço pelo Partido Novo, mais da minha linha de pensamento, mas confesso que não tive nenhum prurido em eleger o atual governo, dada a alternativa, no segundo turno. No entanto, sei reconhecer as boas intenções e boa vontade, que “nunca antes na história destepaíz” eu vi. Atitudes como as reformas que foram para o congresso, a qualidade do quadro técnico (com exceções, claro), e recentemente o Decreto que exige qualificação mínima para exercício de funções de confiança (algo que francamente achei que existia desde “sempre”) me dão esperança de que algo bom vem pela frente…
O atual presidente pode contar com minhas vaias sempre que fizer bobagem (na minha opinião). No entanto, como não estou precisando de verba governamental pra me manter vivo, não tenho nenhuma razão para fazer exigências ridículas e afirmações mais ainda…