Atitudes complexas e mal entendidas

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Fernando Gabeira é um gentleman, e mais que isso, um pensador profundo e que teve, como Paulo Francis, a capacidade de sair da infância intelectual para a maturidade de entender que atitudes próprias do ideário de esquerda não resolvem os problemas de lugar e forma alguns, e ainda criam outros.

Hoje, na sua opinião no Estadão, Gabeira questiona a aparente simplicidade da medida tomada pelo Ministério da Educação, de cortar verbas de alguns cursos de ciências humanas, mormente filosofia e sociologia. Ele tem argumentos válidos, como a necessidade premente de entendimento do “Fator Tecnológico” que o universo digital está impondo à civilização – a incapacidade do ser humano de refletir sobre as coisas.

Coloca também como pano de fundo o fato de que tanto Lula como Bolsonaro são comunicadores pra o “público”, o, com palavras “simples” comunicam o que o povão consegue entender. Não deixa de ser verdade, também, mas há uma diferença fundamental de intenção. Enquanto Lula tem sempre uma intenção própria, e normalmente ruim, Bolsonaro parece mais “cândido” nas propostas – a despeito dos muitos erros cometidos, é flagrantemente mais bem intencionado.

O problema que o MEC se propõe a solucionar aqui é de uma guerra cultural. Apenas que não vê a efetiva balbúrdia (termo rechaçado por diversos colunistas e pelas redes sociais), o que há, nos cursos de humanas, é uma exacerbação em prol da campanha “anti-fascista” promovida por “pensadores” de esquerda que dominam essas cátedras específicas.

Chamar a “universidade” como um todo de balbúrdia não é adequado, claro. Mas dizer que esta não existe, é tapar os olhos à real necessidade de voltar a permitir o diálogo de correntes de ideias diferentes. Hoje o que existe é um monopólio do ideário esquerdista, pago com nosso dinheiro.

A solução do MEC pode parecer simplista à primeira vista, mas é complexa em sua essência – chamar atenção para o fato, e obrigar reitores e acadêmicos a tomar uma decisão – ou “domesticam” os inflamados “maconhaços”, “cagaços” e “peladaços” que existem por aí, os “cursos sobre o golpe de 2016”, os “Lula Livre” (este, julgado de acordo com a Lei, tudo é, menos inocente), ou ficam sem verbas suficientes. É radical, mas é “recado” claro. Creio ainda que sem dinheiro para fazer as bobagens que têm sido repetidas por décadas, os partidos dominantes da cátedra acabarão por se desinteressar dela, porque afinal, ninguém é de ferro, e todos os socialistas precisam de seus Iphones…

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