Desde o auge do aparelhamento do estado pelas esquerdas, tive duas certezas. A primeira é de que o “reinado” delas (as esquerdas) ia acabar; a segunda, que elas causariam uma tragédia nacional em sua saída, deixando o país em frangalhos, mais do que já estava em sua saída do poder, em si, pela capacidade de arregimentar grupos de seus currais ideológicos e de criar factóides, não se importando com o que ou a quem atingem.
A quantidade de funcionários públicos claramente submissos à ideologia de esquerda (estado grande, provedor, contra capitalismo, contra lucro, contra propriedade privada sacrossanta, etc), cujo afastamento ou demissão são quase impossíveis, são como verdadeiras “pílulas de veneno”, em uma metáfora financeira, de difícil erradicação. O termo “poison pill”, aliás, cai como uma luva na metáfora – por fora, são iguais às outras tantas pílulas de remédio… por dentro, matam, rápido. Mas ninguém consegue identificar uma e outra… Causam um estrago grande, como um imenso campo minado sobre o qual o governo atual se encontra, tentando sair pra qualquer lado que seja.
Sou afiliado ao Partido Novo, votei em João Amoedo no primeiro turno e em Bolsonaro no segundo. Não foi um “voto útil”, mas de fato achei, e ainda acho, que ele poderia ser um bom governante, senão um bom gestor, principalmente com a equipe que criou. Mas parece que o nível de militância contra a qual está lutando é muito mais aguerrido e barulhento do que parecia antes. Lula e seus satélites se reagruparam rápido; o brasileiro, sempre de memória curta, parece tender a imputar ao governo atual todas as mazelas de quase uma geração de governos insanos.
Também achei que um congresso bastante renovado seria de melhor trânsito para o governo. Ao contrário, busca sabotar e criar confusão em todo o momento. O tal centrão parece não enxergar que joga contra sua própria sobrevivência política, e a favor de quem já demonstrou do que é capaz – PT, PSOL, MDB, etc, nos levaram onde estamos hoje.
Some-se a isso as insanidades da família presidencial, e o tal guru astrólogo-filosófico, e está formado o caldo fervente no qual o governo está imerso, a despeito de ter acertado em praticamente todas as atitudes que tomou. Termos como “negociação”, “apoio da base” e “comunicação” parecem fazer sentido para muitos. Não fazem sentido algum para mim. Vejo um país que parece fadado ao suicídio. Ninguém está nem aí para o muro que se aproxima velozmente do para-brisa do carro em que todos estamos. Cada um com sua agenda oculta no bolso do paletó, querendo algo para si, sem pensar em ninguém mesmo a não ser neles mesmos. Vamos todos acabar imersos em inflação e depressão econômica em pouco tempo, coisa perfeitamente evitável.
Por “negociação” eu entendo algo técnico, aperfeiçoador. Outros, a maioria, entende como sendo alguma acochambração a favor de alguém. Por “apoio da base” eu entendo o pragmatismo dos que se elegeram com base numa aspiração pública majoritária de liberdade econômica, combate à corrução e reformas estruturantes, fazendo coro com as boas medidas que tem sido implementadas e apoia-las direta e decisivamente (como aliás, vem fazendo os deputados do meu partido, o Novo). “Eles” entendem como sendo algo ao estilo – o que é que eu ganho pra fazer o que se esperaria de mim? Por “comunicação” eu entendo explicações claras à sociedade sobre o que se pretende (como aliás, Moro, Paulo Guedes e outros têm feito). “Outros” entendem comunicação como a arte de falar o que alguns setores querem ouvir.
Por fim, comprar uma guerra com órgãos de comunicação poderosos, como as grandes redes de TV, parece uma insanidade. Nem sei mais. O nível de distorção tem sido tão absurdo… Hoje cedo a notória Miriam Leitão fez carinha de boa moça ao dizer candidamente do “direito duramente conquistado” de manifestação dos “pobres estudantes” como se ali, a maioria não fossem os Mortadelas de sempre, trazidos e mobilizados (pagos também? ) com os zilhões de nós surrupiados na última década e meia…
Uma tristeza sem fim, pelo “fim que se aproxima”…