É vexaminoso ver as recentes opiniões e publicações de jornalistas nacionais, alguns bastante enfáticos em seu “saber jurídico”, “econômico”, entre outros “saberes”, sobre temas que nem os verdadeiros experts nem as cortes superiores, na verdade, têm clareza, ou não querem ter. Alguns exemplos são tão gritantes que dá vontade de ignorar os caras pra sempre.
- Reinaldo Azevedo esbraveja contra o governo, informando, do alto do seu saber jurídico, que há dois artigos da Constituição que demandam que criação ou extinção de estatais seja feita com consentimento do Congresso. Nem parou para pensar que subsidiárias de estatais não precisam de aprovação de ninguém para serem criadas, e portanto o placar no STF só poderia ser o que foi confirmado ontem… 9 a 2, e porque tem dois que não votam com o Governo nunca… Aliás, este senhor deveria sim ser guindado ao STF pelo seu notório saber jurídico (sic).
- Eliane Cantanhede, no Estadão de hoje mesmo define a posição do governo contra o que chamamos de indústria das multas vai “na contramão, a 100Km//h”, sempre mencionando especialistas. É como se não houvesse nenhum abuso, como se uma via pudesse ter, em 1 Km, cinco velocidades diferentes e 2 radares, como na nossa Curitiba…
- O Estadão, O Globo, etc, esbravejam pela voz dos seus “especialistas” sobre a troca de uma multa por uma advertência no caso de crianças flagradas no banco de trás sem a dita cadeirinha. Falam do assunto como se o estado devesse ser tutor de marmanjo, substituindo o cidadão, que afinal de contas é um “imbecil”, sempre.
- Bolsonaro declarar apoio a Neymar por ocasião da acusação de estupro é “uma vergonha”… uma “ilegalidade”. Muito bem. Como se ninguém mais tivesse direito a opinião, exceto os doutos escrevinhadores.;
- Os especialistas da Globonews sabiam, antes de qualquer um de nós, que as barragens da Vale estavam todas condenadas, e sabiam exatamente o que fazer. Aliás, deveriam ser presos por omissão de socorro (sei lá que título dar à acusação).
- Todo dia tem um “especialista” desdizendo tudo o que se faz, em economia
Em síntese, vivemos sob a égide de especialistas em tudo, consultados para dar suporte a tudo o que se quer, como linha editorial. O fato é que estamos diante da era da desinformação proposital. Não se dá um passo, não passa um dia, uma hora, sem que sejamos assaltados por “notícias” e opiniões dadas ao sabor do desejo da chefia da redação, para atender aos interesses contidos naquela Agenda Preta, Moleskine, que fica no bolso do paletó de todo Media Mogul do país.
Em tempos de desinformação, a melhor arma é a de sempre: a inteligência e uma mente que pensa em boa latitude, sem maiores vieses ideológicos e sem amarras de crenças específicas. É a hora de evitar as comadres da praça pública dessa imensa cidade do interior chamada Web e focarmos em pensar nas notícias que vêm a nós em maior profundidade…