A matéria do Estadão (ver link acima) deve ser saudada como uma maravilha da administração do Paulo Guedes. Só que para qualquer mortal, a obrigatoriedade do ponto eletrônico data de cerca de 2010 (Portaria MTE 1.510 de Agosto de 2009), ou seja, há quase uma década temos, na iniciativa privada, a obrigação de ter e manter todos os pontos de funcionários (com exceções para microempresas, etc) coletados de maneira eletrônica. O empresário de uma forma geral até chiou no início, por causa dos custos associados.
Com o tempo, entendeu que acabaria sendo melhor para sua atividade, principalmente para controle de horas extras, assiduidade, etc, evitando que empregados usassem dados “menos que confiáveis” para tentar dar base às ubíquas ações trabalhistas que demandavam patrões por trabalho “quase escravo”. Não era incomum vermos empregados demitidos reclamando que trabalhavam até 18 horas por dia sem descanso, e usando testemunho de dois outros demitidos, como ele, para dar “legitimidade” a um pleito que todo mundo sabia que era irreal, para dizer o mínimo, e de má fé, em boa parte dos casos.
Pois bem, agora, nós, que pagamos por essa montanha de gente (410 mil funcionários públicos federais, somente), teremos uma ideia mais clara de quanto “truque do paletó reserva” existe ainda hoje (quem lembra? “O Barnabé deve estar aí, porque o paletó dele tá na cadeira…”). Piada à parte, não é nada engraçado termos um país de joelhos ante uma massa de funcionários públicos na maior parte das vezes ganhando até 4 vezes mais do que o equivalente na iniciativa privada (uma aberração em nível mundial), pressionando sempre por mais privilégios e fugindo como o diabo da cruz de ser controlada e avaliada. Avaliação de desempenho, bom, é um próximo passo. Entendo que se há uma forma de se livrar de meliante travestido de servidor é essa – avalie, cruze informações, obtenha as queixas contra o dito cujo e dê uma justa-causa (demissão a bem do serviço público).
Queremos melhores servidores públicos. Queremos gente qualificada nos melhores locais, ganhando bem, mas sem privilégios. Queremos ver eficiência mínima, para a qual pagamos a peso de ouro. Queremos objetividade e boa vontade. E queremos os piores expulsos da nobre tarefa de atender ao concidadão!