“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
Não posso acreditar mais no que o “Pavão Misterioso” publicou do que no que o “hacker misterioso” do Glenn Greenwald o fez. Tendo a ter cuidado (até profissional) com a qualidade do que se joga na mídia. Contudo, posso fazer alguns juízos de valor. Logo no início dos vazamentos contra a Lava Jato, tanto o ex-juiz Sérgio Moro quanto o Procurador Deltan Dallagnol não diretamente negaram o conteúdo do que foi publicado. Pode ser que tenha sido “inocência” da parte deles, mas entendo que, em sendo tomados de surpresa e vendo coisas que, talvez não literalmente, e muito provavelmente editado, tenham se lembrado de parte, pelo menos, das “revelações” e não terem sequer se preocupado em desmentir algo que possivelmente tenham falado, mesmo que tirado de contexto, datas, etc. É a reação típica de quem não crê, do fundo do coração, que cometeu um ato errado, e que não se julga com a régua torta da maioria.
Assim, tampouco me dou ao trabalho de desacreditar integralmente no que o “Pavão” publicou. Li tudo com a devida atenção e esperei vários comentários a ponto de tecer um relativo julgamento sobre o assunto e os panos de fundo dele. O mais revelador de tudo isso é o silêncio sepulcral dos envolvidos, GG (“Amor”), David Miranda, Jean Wyllys, Leandro Demori, Marcelo Freixo, Paulo Pimenta, etc.
Também estranha o silêncio da mídia. NINGUÉM, exceto as mídias sociais, deram um pio sobre o assunto. Que eu tenha visto, de mídia com abrangência, somente o Antagonista/Crusoé e a Gazeta do Povo noticiaram a coisa em maiores detalhes. O resto, os seja, os “Catracas Livres” da vida, apenas teceram comentários de cara pejorativos sobre o assunto. Ninguém, exceto os dois veículos que mencionei, parece ter-se dado ao trabalho de olhar minimamente para o assunto, com senso crítico, para entender a gravidade do fato reportado.
Mas deixemos isso para lá, e assumamos, por um momento, que o “Pavão” expôs os diálogos ipisis literis, sem edições ou manipulações de data. Tendo a acreditar nisso por conta dos CPFs, RGs e números de telefone apresentados por eles, o que me deixa menos intranquilo quanto à autenticidade do “Hacking”. De qualquer forma, estamos falando de episódios no mínimo do mesmo calibre: um jornalista que aceita publicar algo como verdade sem checar a fonte, dando como verdade algo que não pode comprovar se editado ou não, e um grupo de hackers que, para demonstrar sua autenticidade, dá dados pessoais dos hackeados. Imaginemos que o Pavão fez tudo certinho…
Não posso dizer que sou “amigo” do Deltan Dallagnol. Fui membro e diretor da mesma Igreja que ele hoje frequenta, a Igreja Batista do Bacacheri. Estive presente quando ele foi à frente pedir as bênçãos de Deus sobre um mestrado (ou doutorado, nem sei) que iria fazer nos EUA. Conheço seu pai “lateralmente” por ser membro do Ministério Público Estadual do PR, no qual tenho muitos amigos e vizinhos. Tudo gente boa, competente, técnica e muitos deles tementes a Deus. Um dos procuradores estava perto de mim e disse, durante a oração ao Deltan, “se o pai deste aí já é caxias que chega, imagine o furdunço que esse piá (moleque, em Curitibês) vai causar nesse mundo (ou coisa que o valha – não lembro bem). O baixinho gente boa, procurador e amigo, há de se lembrar disso, se ler essas linhas… O que posso dizer é que tanto o Deltan, como o Roberson Pozzobon são caras extremamente sérios, tementes a Deus, e que de fato têm a nação dentro do coração.
Gente desse calibre, e incluo aqui Sérgio Moro, não tem a menor chance contra gente do “calibre” de um Jean Wyllys, Marcelo Freixo e outros. É uma batalha desigual. Foi preciso que o Moro fosse possivelmente alertado pelo pessoal “político” e passasse a se referir às conversas como “passíveis de adulteração”, o que de fato, são. Antes, ele nem se deu conta do nível de cretinice que estava sendo perpetrado contra eles.
Mas foquemos no aspecto da batalha espiritual que está armada sobre o país – Jean Wyllys, que creio que tenha realmente vendido o mandato para David Miranda, e seu “marido” Glenn Greenwald, aparentemente fizeram algo de que não se envergonham, embora tenham que esconder do público – compra e venda de mandato é crime. E fica clara a desproporção entre o “pecado” de Moro (não vejo nada que não seja plenamente justificável, se colocado na ordem cronológica e sem ‘adições’) e o desses caras do The Intercept. Aqui, estamos lidando com uma batalha, tanto política, como espiritual. Quem tem ouvidos para ouvir o que eu digo, entenderá. Quem não tem, continuará tendo “comichão nos ouvidos”. Creio que estamos diante de uma tentativa coordenada (não neste plano) de destruição de um “set” de valores judaico-cristãos, fundamentado na família e na sacralidade do indivíduo, para colocação no lugar de … bom, qualquer coisa que não seja boa, mas certamente, comandada por um estado enorme e à disposição de certos “iluminados”.
Vivemos tempos em que o nível de subversão de conceitos básicos é de tal ordem que um ciclo de apoio mútuo “corruptos-imprensa-autoridades-beneficiários privados do dinheiro público” está posto com a função precípua de quebrar um ciclo virtuoso de combate ao câncer da corrupção que há décadas se abateu sobre nós. Não é de hoje. Pode dizer que é de 1500. Não importa. Alguém quebrou esse ciclo, e esse “Alguém” certamente quer ver o ciclo terminar, e bem.
Deltan e Moro se recusaram e “tomar a forma do mundo”, como lemos na epístola de Paulo aos Romanos. Não sei quanto a Moro, mas estou seguro de que Deltan crê firmemente na “Boa, Agradável e Perfeita” vontade de Deus. Ele é realmente o “beato do Powerpoint”. E Glória a Deus por isso. Se não fosse essa ousadia, ‘nunca antes vista na história deste país’, ainda estaríamos caminhando a passos largos para trevas Cubanas, ou Venezuelanas – e aqui não falo do regime político em si, mas na incapacidade de gerar riqueza a partir de ordens palacianas.
Dou graças ao Senhor porque a nação parece, apesar da campanha de desinformação, disposta a apoiar quem fez de sua vida particular um problema, para eles e suas famílias, a fim de que os Jean Wyllys, os Lulas, as Gleisis, os Cunhas, e, ao fim e ao cabo, quem quer que seja, Pulitzer ou não, acabe com nossa esperança em dias melhores.
Que continuem resilientes, continuem fiéis ao que começaram. E que Jean Wyllys tenha cada vez mais razões para ter nojo deste Beato.
P.S. – Em tempo, Glenn Greenwald foi apenas a face mais visível do tal Pulitzer. O prêmio foi dado ao grupo do The Guardian, e do The Washington Posto, juntos (dezenas de pessoas) pelas reportagens que levaram a público as mensagens da NSA (National Security Agency) vide https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/20/glenn-greenwald-pulitzer-reliable-sources_n_5182297.html