Para mim pessoalmente o teste moral de Bolsonaro começa agora, com o possível veto ao projeto de lei de abuso de autoridade. Antes disso, nada houve que o tenho levado à necessidade de uma “escolha de Sofia” tão clara.
Li outro dia, creio que na coluna do J.R. Guzzo, que vetar o projeto integralmente seria o mais correto, pois que sem isso o presidente estaria sinalizando ao Congresso que aceitou a chantagem. E essa chantagem é fundamentalmente contra seu filho no tal caso do Queiroz, habilmente pinçado pelo PT e arrebaldes, para coloca-lo numa situação complicada. Aqui especificamente, a culpa ou não do Zero-sei-lá-o-que não importa. Importa a percepção de que o presidente teria agido contra os interesses da nação, que no final das contas o elegeu, em detrimento da “moral” (ou falta dela) do filho.
Cheira muito mal o fato de o filhote do presidente ter ido à Suprema Corte deste país para pedir “pinico” sobre a investigação, e que no frigir dos ovos essa atitude tenha colocado TODO o processo de combate à corrupção em xeque. Ora, culpado ou não, totalmente ou parcialmente culpado, encobrindo Queiroz ou não, o fato é que a atitude do filho do presidente, ele mesmo um parlamentar que deveria agir de forma absolutamente lisa, dada sua posição privilegiada na República, não deveria e não poderia ter feito o que fez.
Claro que sabemos que o PT e os ditos “puxadinhos” agiriam politicamente contra ele com força e vigor dos desesperados. “Olha, o filho do Bolsonaro é igual a nós, então o Bolsonaro também é”… Taí a GRANDE chance do presidente ao mesmo tempo deixar clara sua postura imparcial (o filho que pague pelo que fez ou seja absolvido se não fez), e ainda mandar um super recado à população – não mexam com a verdade, porque ela vos libertará (João 8:23).
Afinal, a verdade realmente liberta, a começar pela necessidade de mentir e mentir para encobrir a mentira. Liberta das garras do Nhonho do Congresso, e do gordinho do Amapá, cheio de si; liberta do Gilmar Mendes, o tosco servo do erro que existe impávido no STF. Liberta e garante, tenho certeza, a eleição de 2022 – pelo menos pra mim, SE e SOMENTE SE, aceitar a briga, mesmo em detrimento do pimpolho, por uma nação que tanto clama por justiça.
Creio que Bolsonaro pode fazer a escolha certa, e mandar uma derradeira lição de vida ao filho. Creio que posso ter o prazer de dizer que não votei em vão em 2018, ainda. Mas certamente NÃO pretendo fazer de Bolsonaro o meu “Lula” particular, e defende-lo a despeito do que faça.
E viva a Laja-Jato, que no fundo é o que está funcionando neste país!