Crentefobia – Matéria do Estadão

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,crentefobia,70003184254

Dificilmente um artigo me surpreende do início ao fim. O link acima merece ser clicado e lido. É direto ao ponto, sem rodeios, e me parece que o autor não é evangélico (não possui o jargão do meio). Posso dizer isso porque sou batista e falo “evangeliquês” desde moleque.

Pois bem, várias personalidades, políticos e autores importantes, se dão conta da Cristianofobia que existe no mundo. É impossível falar mal do islamismo, budismo ou qualquer outro ismo sem ser duramente criticado. Exceto do judaísmo e cristianismo. Parece que a vertente de pensamento judaico-cristã se tornou o foco de todas as batalhas, tanto dos diversos fundamentalismos religiosos como o fundamentalismo político de esquerda (já que qualquer religioso é imediatamente colocado à direita).

O que está sob discussão não é se o evangélico é ou tende a ser de “direita”; é a batalha contra o que o núcleo judaico-cristão de pensar significa – valores rígidos, princípios perenes, valorização da família, palavra, honra, dever, país, o próximo, etc. Não se pode abalar uma sociedade que tem fundamentos sólidos como os acima. E aqui, ESQUEÇA o aspecto meramente religioso do cristianismo. Fixe-se no aspecto comportamental. É isso que é necessário mudar, para a esquerda – somente derrotando a família, somente demonizando o conceito de nação, somente tirando do lugar o dever, em detrimento do “direito” é que se conseguirá a sociedade sonhada pelas teorias típicas de esquerda.

Então evangélico não pode ter ideais de esquerda? Claro que sim. Aliás, o próprio Cristo tem, aos olhos do mundo, tendências “liberais”, principalmente quando colocadas contra o pano de fundo do tempo em que viveu. A diferença básica é que a busca do bem estar social pretendida por Jesus Cristo era VOLUNTÁRIA e não imposta por uma casta “iluminada”.

Meu medo do ideário de esquerda vem das reações e atitudes que encontro nos meus amigos e família. Amigos e familiares são tanto mais “de direita” quanto mais professam sua crença em Cristo. Um amigo querido, amado, se distanciou de mim há algum tempo, a despeito de nunca termos tido um bate-boca sobre política (conversas sempre civilizadas. Quando indagado sobre sua religiosidade (católica) ele se disse “cada vez meno católico”. Primos amados, na medida em que se afastaram da fé original (evangélica) tem se tornado cada vez mais ligados ao ideario de esquerda, tendo também começado um processo de corte de laços – mais difícil, pois família é família – mas progressivo.

Óbvio que existe radicalismo por parte de gente mais à direita. É gente chata igual aos radicais de esquerda. O fato, porém, é que o conceito de “esquerda” está se situando cada vez mais para o lado esquerdo do espectro político (vide o partido Democrata americano, irreconhecível em relação há alguns anos). Já a direita, devido às advertências e pressão da sociedade, tem tentado não exceder os limites da direita, pois a reação é cada vez mais forte.

Sobre a parte do post que fala de privilégios católicos, não dou a mínima. As Santas Casas, os colégios confessionais entre outras instituições, fazem muito bem a sociedade e ao longo dos anos têm sido fonte de pensamento e progresso.

O fato é que ser cristão se tornará, como o próprio Jesus Cristo falou, cada vez mais complicado, com cada vez menos tolerância do “beautiful people”, cada vez mais estigmas… a racionalidade tem cada vez menos vez (sic)… Fim dos tempos? Evangélicos têm certeza de que sim. Eu tenho. Já que é assim, sejamos (cristãos e judeus) cada vez mais “radicais” em nosso pacifismo (não a busca da paz idiota, mas a pacificação), nossas boas ações voluntárias e o nosso desejo de ser ‘sal e luz’ por onde que que andemos!

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