A impossibilidade de obter uma informação econômica fidedigna

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Um do canal Rural Business e me inspirou a escrever sobre o fato de que, sinceramente, não sei mais dizer, dentro do noticiário econômico, quem fala a verdade e quem apenas quer atingir um objetivo específico. Já não é mais possível saber com imparcialidade o que esperar da economia. Não é possível saber sequer se coisas do passado tem uma determinada interpretação ou seu oposto.

O vídeo trata da suposta manipulação que está havendo em torno do coronavírus, em como isso está sendo usado para gerar um pânico na população e baixar o preço de commodities, o que é de interesse especial da China, que deseja baixar sua inflação, que começa a sair do controle.

Falando em impossibilidade de saber a verdade, o caso do coronavírus é mesmo emblemático. Cada um dá sua visão, mas, mais do que qualquer outra coisa, tenta influenciar o máximo de pessoas possível para agirem de acordo com seus interesses específicos. A agenda oculta no bolso do colete está cada vez mais ativa, e já não se fica mais com a cara vermelha, ao expressar opiniões “abalizadas”, “de expert” em frente a câmeras que contrariam o bom senso ou a observação prudente.

A falta de curadoria na imprensa aprofunda sua crise e nos joga num lodaçal de opiniões carregadas de “significado”. Não sei se se dão conta, mas a quantidade de “experts” que vêm ao vivo dar sua opinião é cada dia maior. Âncora nenhum, de jornal nenhum, praticamente, fala algo que foi analisado pela redação e crivado pelo editor responsável. Tudo é jogado nas costas desses experts, que falam com sotaque carregado, do lado a que defendem, ou dos interesses das empresas para as quais trabalham.

É mais fácil se esconder por trás de um “expert” do que de fato submeter o fato ao escrutínio de alguém que cheque a validade do argumento e conclua algo. A tal curadoria… Pois bem, além de estarem escondidas atrás desses “especialistas”, as redações têm feito pior – têm buscado os “especialistas” que lhes interessa, e dado a esses a tarefa de papagaiar o que desejam atingir como objetivo tático. Uma guerra da informação está em curso, e os “especialistas” são agora a arma favorita no arsenal de fake news a que somos submetidos diariamente.

Acabei de cancelar minha assinatura do Estadão, de tantos anos. Não dá mais. Francamente, o Estadão fazia um bom contraponto com a Folha de SP (mais conhecida como Pravda, ou Gramma). Já não faz mais. Por que? A política do atual bufão residente no Planalto está ajudando os jornais a irem para o brejo de forma mais acelerada. Não que não não estivessem indo pro buraco de qualquer forma. Apenas apressou-se o passo da queda. Cancelei o Estadão porque não consigo mais acreditar nele. Os editoriais passaram a ter um tom tendencioso e de inconformismo.

Não vou manifestar em rua nenhuma no dia 15, mas apoio veementemente o direito de quem quiser ir, e mais, acho que realmente estamos diante de um golpe que envolve dois palhaços travestidos de presidentes de casas congressuais, e pelo menos uns 8 palhaços adicionais aboletados como deuses no Olimpo da mais alta corte da nação. E dá-lhe fisiologismo… e dá-lhe acobertamento de bandido!

O tal bufão do Planalto é realmente um cara que fala demais, desmedidamente e, como diz o “classudo” FHC, falta-lhe postura presidencial, mas cá entre nós, depois de ver aberta a caixa preta das gestões de FHC, prefiro o bufão (eu achava FHC um bom governante, por conta do Plano Real, mas concluo que ele apenas fez o mínimo e nos deixou com caixa pra 2 dias de operação no Tesouro, na sua saída).

O tal bufão do Planalto esperneia e insurge-se contra Lula e Dilma, e com “santa” razão. Essa dupla realmente é do barulho – e barulho sem semântica. Um, animador de platéia, quer nos fazer crer que não roubou nem um centavo (ora, por favor!), a outra, sequer consegue articular duas frases com sentido claro. De novo, prefiro o bufão. Não que ele seja meu sonho de consumo, para a posição de presidente, mas porque, a despeito de todos (os seus MUITOS) defeitos, os quais reconheço, tem uma virtude raríssima – justamente por não ter tanto verniz, nem ser animador de auditório, fala algo que dá pra perceber que realmente “quis dizer”.

Quando ele diz que “você não merece ser estuprada”, com relação à deputada, ele realmente cria (e ainda deve crer) que ela não mereça (mulher alguma merece); quando ele diz que o sistema de pontos das CNHs é punitivo e ridículo, ele realmente acha isso. Quando ele diz que nasceu de novo e que Deus lhe deu um novo começo depois da facada, ele realmente parece crer que foi Deus que fez o milagre.

O mesmo se dá com o General Heleno, auxiliar mor do bufão. Quando ele disse que “F..-se” e que “esse pessoal faz chantagem conosco”, ainda mais porque colhida sem seu conhecimento, traduz, de fato, o que Helenão pensa. E isso deveria ser bem examinado por nós todos: ele REALMENTE enxerga um processo de chantagem contra o executivo. Alguém duvida que ele esteja certo? Eu não. Mas em que medida ele está certo? Sob que aspectos? Ora, tornar o executivo refém do congresso, sem um mínimo de espaço de manobra orçamentário, quer governar no lugar do presidente. Isso não é brincadeira. Quando o legislativo se dá vantagem em cima de vantagem, na cara do povo brasileiro, sofrido, como plano de saúde pra filhos até 33 anos de idade, troca de carros oficiais, milhões em verbas para mordomias mil, etc, eu me pergunto se estamos diante de algo que se pode chamar de chantagem ou se na verdade é pura e simples extorsão mediante sequestro (de verbas).

Voltando ao assunto, a imprensa, com exceções, não tem mais a menor capacidade de informar o grande público. Está perdendo a relevância e continuará perdendo. Eu estou aqui fazendo uma espécie de grito de alerta, de um cidadão cansado: imprensa, abre teu olho, porque você está encurtando sua vida útil, em vez de tentar ser mais relevante, mais verdadeira, mesmo que isso implique em você dar crédito a alguém que no fundo tenta te tirar receita.

A verdade não pode ficar refém da agenda da imprensa!

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