O templo, a pandemia e o homem

chapel under starry sky
Photo by Andrew Seaman on Unsplash

Jesus ensinou algo muito interessante que o mundo ainda tem dificuldade de entender.

Há um texto nas Escrituras em que Jesus é interpelado por um grupo de religiosos chamados fariseus. Eles se incomodaram porque os discípulos de Jesus, que estavam com fome, começaram a colher espigas num dia de sábado. Para melhor entendermos o contexto, o Sábado era o dia de descanso do povo, nada de trabalho ou esforço deveria ser realizado nele. Sobre o sábado estava instituída a vida religiosa do povo judeu e a rotina do templo. Ao redor do templo, se organizava a economia e a política. Ou seja, o sábado era a instituição mais importante de Israel.

Porém, em resposta aos fariseus, Jesus relembra um episódio importante da vida da nação no qual Davi e os que o acompanhavam, estando com fome, adentraram ao templo, tomaram os pães da proposição e os comeram. Logo após fazer o relato afirma aos fariseus: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.

Quero parar rapidamente pra pensar sobre esta afirmação de Cristo. Pois as instituições, a economia, a política, a religião foram feitas por causa das pessoas e não as pessoas foram feitas para serem uma simples e descartável engrenagem no intuito de fazer com que as macro-estruturas funcionem. O homem é a razão da existência da vida social. O indivíduo deve ser o objeto para os sentimentos e o cuidado. O bem do ser humano precisa ser o motivo por trás de toda e qualquer iniciativa, zelo ou ação social. Assim, a economia deve servir ao homem, a religião deve ser direcionada para o cuidado do indivíduo, a política precisa negociar para o bem-estar de todos. Desta forma: a economia foi feita por causa do homem e não o homem foi feito por causa da economia; a religião foi feita por causa do homem e não o homem por causa da religião; a política foi feita por causa do homem e não o homem foi feito por causa da política! Se assim não pensarmos, penaremos sob a rígida e fria égide dos números, das normas impensadas, das estruturas gélidas que buscam se alimentar do esforço humano para a sua perpétua manutenção.

Pense se você neste momento é capaz de perceber, como afirmou Jesus, que o ser humano deve ser a razão e o foco de todos os nossos melhores investimentos e cuidado. Se você pensa assim, você pensa como um cristão.

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