Eu adoro sátiras… adoro humor. Mas nesses dias atuais, onde o nível de compreensão da linguagem escrita cai vertiginosamente, a percepção da ironia e do humor fino está se perdendo, por duas razões: de um lado, é difícil fazer as pessoas lerem e perceberem ironias (e essa é a essência delas); por outro lado, é difícil entender se alguém quis ser irônico ou não, nos dias atuais, por absoluta falta da mesma coisa – capacidade de sê-lo. Viva a modernidade…
Um dos sites que curto muito é o “Babylon Bee” (título desse artigo). A descrição do site já é engraçadíssima, por si só:
“O que é O Babylon Bee?
O Babylon Bee é o maior site de sátiras do mundo, totalmente inerrante em todas as suas verídicas afirmações. Nós escrevemos sátiras, coisas de político e coisas do cotidiano.
O Babylon Bee foi criado ex nihilo (do nada) no oitavo dia da semana da criação, exatamente 6 mil anos atrás. Temos sido a primeira fonte de notícia em qualquer dos maiores eventos da humanidade, da Torre de Babel ao Êxodo até a Reforma e à Guerra de 1812. Nosso foco são os fatos, só eles, deixando as fake news e distorções de fatos para outros sites de notícias, como a CNN e a Fox News. Se você tiver alguma reclamação sobre algo no site, leve-a pra Deus. Ao contrário de outros sites de humor, tudo o que nós postamos é 100% verificado por Snopes.com.”
Mais legal ainda, o site possui uns posts que chamam de “Not the Bee”, em que falam que “isso pode parecer uma sátira, mas não fomos nós que inventamos”… Em alusão a algumas falas de políticos e outros personagens, que constantemente (quem lembra do Dilmês?) nos brindam com saudações à mandioca, estocagem de vento, etc.
O ridículo chega ao ápice quando alguém usa o site Babylon Bee como “fonte de informação”. É como um político aqui usar o site do Casseta & Planeta para mencionar uma manchete sobre o aumento de queimadas na Amazônia. Acontece volta e meia. Por incrível que pareça, não é só o internauta médio que tuíta e retuíta coisa sem pé nem cabeça.
Convido quem quiser e conhecer inglês (hoje os sites são traduzidos, em sua maioria, mas as ironias ali são tão específicas que a tradução às vezes sai incompreensível) a visitar o site e se deliciar com as brincadeiras.
Ah, super importante – o site tem fundamentação cristã-evangélica, ou seja, você vai ouvir e ler um monte de referências, muitas vezes nada elogiosas, a gente como o pastor Joel Osteen (um tipo de Valdomiro Chapéu dos EUA, que prega teologia da prosperidade) e outras figuras de proa do meio cristão norte-americano. Os mais puristas vão ficar às vezes meio chateados, por verem alguns “ícones” sofrerem gozações. Não esmoreça, continue a ler. Eu custei a entender e desconsiderar os palavrões do Apóstolo Arnaldo para poder dar risada com o fato de que ele, com razão, diz que “não faz brincadeira com Deus; faz brincadeira com quem faz brincadeira com Deus”, o que é verdade.
Curta com coração leve, porque é muito divertido. Quem dera tivéssemos uma versão A Abelha da Babilônia no Brasil, que cristãos de todos os matizes pudessem contribuir para a risada de qualidade, aquela que Deus aprova e ri junto… Nosso povo merece rir com qualidade!