Com certeza, mudar o Evangelho de João de “Verbo” para “Código Fonte” vai aterrorizar alguns e outros me chamarão de herege. Afinal, creio que o próprio Apóstolo, ao trocar o nome de Jesus Cristo por “Verbo”, já deve ter apanhado em alguma medida… então o problema não deve ser novo.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo ERA Deus. O que João chama de “Verbo” é a palavra Logos, de onde derivam todas as palavras ligadas à Lógica, como Antropologia, Teologia, e por aí vai. Logos é o nome dado filosoficamente à RAZÃO. Ou seja, João está dizendo que o que criou o mundo foi a Razão. Uma das definiçoes de Razão, rapidamente arrancada da internet é:
“Razão, no sentido geral, é a faculdade de conhecimento intelectual próprio do ser humano, é um entendimento, em oposição à emoção. É a capacidade do pensamento dedutivo, realizado por meio de argumentos e de abstrações. É a faculdade de raciocinar, de ascender às ideias.”
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Ou seja, no princípio existia somente o conhecimento intelectual, o raciocínio. Sem o raciocínio, nada do que existe teria sido criado. E então o Raciocínio veio até nós, fez-se carne, e morou conosco, e vimos sua Glória, como a glória de um filho único de Deus – demonstrando que o Filho de Deus é A Razão, o Raciocínio, e que Jesus Cristo trouxe a nós uma nova razão.
Por que tudo isso? Porque no fundo, É como se Deus, ao criar, tenha criado um código-fonte da vida, que se espalhou de forma proposital e dirigida, coisa que está sendo difícil à ciência desprovar, a cada dia. Quando nos demos conta, estávamos olhando dentro de nossas células, e demos de cara com um código de quatro letras, A, C, T e G. Com essas quatro letrinhas, O Verbo criou toda a vida que existe, desde o Princípio até agora.
A conclusão então é a de que somos “informação”? Somos feitos de informação, com um propósito? Sim, creio. Só que, como um vírus entra num programa de computador, um “código malware” entrou em nossa programação e fez com que ficássemos impedidos de fazer qualquer coisa, sem essa sequência errada de programação. O “hacker” foi denominado de Diabo, Serpente ou Satanás (aliás, um belo apelido pra um hacker “do mal” como esse). Precisou de um antivirus de alta potência, que para retirar o vírus de nossa programação, teve que “se deixar apagar”, voluntariamente. Isto é, se deixou morrer. Com isso, levou cativo o cativeiro, ou seja, levou preso o malware. Limpou o programa, e é a chave para fazê-lo.
Apenas que esse antivirus não se instala em local algum, em programa algum, sem autorização individual, dada por um “Enter” bem teclado. E muitos de nós não reconhecem o malware dentro de nós mesmos, se recusando a deixar o antivírus nos limpar.
No princípio era a Razão. Deus é a razão, e pede de nós uma vida racional, capaz de olhar em volta, ver a complexidade do programa baseado nas quatro letrinhas, dentro de nosso corpo, e reconhecer que é impossível alguém dar de cara com um manual de programação sem entender que aquilo está ali com um objetivo, e não por acaso.
Indo Além
Deus como inteligência, porém, é uma visão muito estreita. Nós trataremos de “desumanizar” Deus, se o tratarmos apenas como inteligência. A Bíblia, o Manual de Instruções e Programação, diz que “Deus é amor”. Como podemos fazer essa transição lógica de inteligência para amor? Vivendo num mundo de “programas infectados”, conhecemos bem a inteligência sem amor, fria, autocentrada, e via de regra, usuário do alheio sem meias medidas e sem pudor. O inteligente costuma usar tudo ao redor, quando lhe falta justamente o Amor.
E Deus é “amor” em essência. O que se pode concluir disso? Que quando se é realmente inteligente, como Deus é, tende-se a colocar o amor na jogada (esqueça por um momento se você crê em Deus ou num deus – apenas trabalhe com as variáveis sobre a mesa). Só quem é sumamente inteligente pode ser sumamente amoroso. Quando você sabe que é a pessoa mais inteligente da sala, e não se beneficia do outro, você não perde o respeito pelo outro, mas cresce em Amor. Amor aqui definido como o desejo de que o outro seja melhor, se sinta melhor, ame, e propague o mesmo amor.
Jesus, o Verbo, então veio dar testemunho desse imenso Amor. A inteligência se fez mortal, viveu entre nós num tempo analógico, e de grandes limitações materiais, para contar a nós que é possível usar um potente antivírus e ter nossos programas consertados; olharmos a Criação e vermos o amor de Deus por nós, em cada “linha de código” contida numa árvore, num, bebê, num pé de alface, qualquer coisa; olhar o outro e querer para ele mais do que queremos para nós mesmos.
Vimos Sua Glória como a glória do Único Filho da Inteligência. Se é difícil entender por que um Deus manda “seu filho” para estar entre nós, talvez a analogia com um antivirus, que é capaz de andar no meio dos programas e linhas de código comuns, e não ser, ele mesmo, contaminado, nos dê uma visão clara do Amor da Inteligência, do Programador, por nós.
O nome “filho” talvez transmitisse melhor o conceito do Cristo no ano 1, e talvez hoje uma analogia melhor fosse justamente a de um “código comprimido”, um “arquivo .rar” de um programa maior, da mesmíssima essência, mas de função diversa, de ser provado e depois estar habilitado a retirar o “virus do mundo”, um Cordeiro.exe, que, se dermos o “Enter”, teremos a certeza de estarmos livres do malware. Estando no mundo, porém, sempre estaremos em contato com o “virus” e sempre precisaremos recorrer ao antivirus, sabendo que não há necessidade de dar outro “Enter”, mas somente pedir para que “rode” e limpe o que marginalmente foi escangalhado nas funções do dia-a-dia.
Que o Supremo Código-Fonte continue nos limpando dos malwares do dia a dia, até chegarmos à estatura de linguagens perfeitas diante dEle!
Vou ler de novo, reler e reler para tentar entender o código-fonte da “Perfeição”. De cara, ao “rodar” rapidamente o “escrito”, mesmo ainda incapaz de compreender a “lógica e os caminhos” geniais do “analista” cordeirense, pareceu-me ter ele “roçado” a roseta…
KKKK nem tanto…