
Estou ouvindo e lendo de tudo. Desde que os EUA estão fazendo certo, até que a China está forte até tudo ao contrário disso. Estou lendo barbaridades, que, normalmente, são jogadas travestidas de opinião independente… a famosa agenda oculta no bolso do colete.
EUA fortes
Líderes do mundo livre, capitalistas e com grande IDH, os EUA são uma espécie de “polícia” do mundo, reconheça-se ou não, e gastam mais com suas segurança do que quase todos os outros países do mundo juntos. Só na OTAN são responsáveis por até 30% do orçamento. Na ONU, as forças de paz consomem 22% de grana americana, sobre o orçamento total da entidade.

(Fonte One AI, sobre dados da OTAN de 2024)
Esses dados dão a medida em que um país que representa 4% da população mundial acaba arcando com algo entre 20% e 25% de tudo o que o mundo gasta em defesa e missões de paz. Isso sem contar o aspecto de vidas, que não se sabe medir.
Meu saudoso pai dizia que “quem dá o pão, dá o ensino”. Ora, chamar os EUA de imperialistas é fácil. Difícil é fazer o que eles fazem. E aqui não vai nenhuma consideração sobre a qualidade desse imperialismo. Cubanos diriam “terrível”, países desenvolvidos diriam “necessário”. Eu diria “importante”.
Tudo isso se traduz para dentro da Guerra Comercial, iniciada agora por Trump. Para começo de conversa, quero deixar bem claro que como amante da Escola Econômica Austríaca, DETESTO qualquer tipo de protecionismo, e acho que Trump está absolutamente ERRADO nessa iniciativa.
Mas posso cá comigo entender por que… J.D Vance disse bem, numa entrevista recente à Heritage Foundation, que não é correto os EUA “bancarem” o faturamento do chinês médio, pagando com dívida que o próprio governo desse chinês médio compra e estoca. Verdade? Sim. Os EUA, com isso, comprometem todo o futuro das gerações vindouras com um déficit que se torna cada dia mais difícil de pagar, ou de manter em uma relação saudável com o PIB.
Exceto que J.D. esquece de dizer uma coisinha: não é de “trade balance” (balança comercial) que se trata o futuro do déficit de um país, mas de toda a corrente de comércio E serviços. E aí está a coisa: como maior emissor de patentes do mundo, cobra a maior parte dos royalties e serviços “intangíveis”, o que em muito ajuda a equilibrar o endividamento de lá.

(Fonte One AI Pro. Dados podem mudar segundo a fonte pesquisada)
No final das contas, os EUA tiveram uma boa melhora entre 2022 e 2023, no que tange a Balanço geral de pagamentos. Mas o fato mais relevante pode ser visto na exposição que o conta correntes sobre o déficit público americano é relevante. Em 2023, metade do déficit público (em valor, nào estoque) pode ser representado por saldo negativo de conta corrente com o restante do mundo.
Dá para entender a visão (no meu ver, “em túnel”) de Trump sobre a importância de reduzir o déficit comercial. Pode, e quase certamente vai, ser um tiro no pé.
Tiro no Pé?
Não sei se Trump considera que seus movimentos de agora, vistos como pré-Armagedom por meio mundo, serão levados à ferro e fogo até o fim. Ele precisa mandar uma mensagem ao mundo:
“Não vamos aceitar menos do que reciprocidade de tarifas, com país algum”
(Um suposto Donald Trump, da minha imaginação)
Se vai às últimas consequências, não sabemos.
Minha sensação é que, após esse freio de arrumação (como diríamos nós cariocas), Trump começará a refazer o sistema, considerando as especificidades e necessidades dos EUA. Não é possível criar uma taxação maiúscula, de (sei lá) 34% sobre Madagascar, que basicamente só exporta baunilha (a melhor do mundo) sem pensar bem e voltar atrás ali na frente. Seria maldade pura e simples.
Em alguns casos, as ditas reciprocidades já embutem algumas pílulas de açúcar, como a exceção de chips de computador de Taiwan. Agora, em abril de 2025, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 32% sobre produtos importados de Taiwan. Mas isso expressamente exclui semicondutores (vide reuters.com). Os EUA não são tão bobos de jogar Taiwan no colo da China de vez… Daí, em resposta, o presidente de Taiwan, Lai Chingte, propôs um regime de zero tarifas com os Estados Unidos. Em contrapartida pede o aumento de investimentos no país, sob desculpa de “fortalecer os laços econômicos e mitigar os impactos das novas tarifas” (de novo, reuters.com).
Como ninguém é bobo, com exceção dos que querem fazer xixi nos cantos do terreiro, pra marcar território, o que o o caso da China (que não pode deixar de fazer isso, sob pena de perder o discurso) e o Brasil (por burrice ideológica mesmo), o mundo vai, rapidamente, se ajustar, e ESPERO (Deus ajude!) que o resultado tanto para a economia americana, quanto global, acabe sendo grandemente mitigado, e até positivo, em última instância.
A nenhum ocidental, com exceção dos ideólogos de esquerda, interessa uns EUA frágeis. Isso exporia demais todo o ocidente às ameaças dos CRINK (China, Rússia, Irã e Corea do Norte). E olha que não são poucas as ameaças representadas por eles, sob Putin, Xi, O Turbantão e o Cabelito.
É só Wishful Thinking mesmo…
E no final, tudo o acima é minha forma de oração. Que Deus me ajude que escrevi algo que será lembrado no futuro como correto. O bom senso costuma vencer, exceto em casos em que “pequenos bigodes ridículos” (Hitler) ou “grandes bigodes mais ridículos ainda” (Stalin), prevalecem. Foi assim na crise dos mísseis de 1962, quando Kennedy e Kruschev acabaram recuando e mantendo a paz.
Tenho mais é que desejar o melhor, já que, francamente, minha confiança na sanidade mental da dupla Trump-Musk anda meio abalada.
Então, Deus nos ajude e que eu esteja correto!!!