Êxodo 20:7

Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. 

Êxodo 20:7 – 10 Mandamentos

Esse é um mandamento que é normalmente mal interpretado. A palavra hebraica para “tomar” é “Nasah” (נָשָׂא), que significa literalmente “levantar”, “erguer” ou mais precisamente, “carregar”.

Não “levantarás”, não “carregarás” o nome do Senhor teu Deus em vão. Já escrevi em algum lado que isso não significa falar “Ai meu Deus do céu” e ser jogado nas trevas do inferno. Não me parece que Deus seria pueril a ponto de pronunciar um mandamento assim.

Carregar, levantar aqui me parece – e pareceu ao estudioso Denis Prager, da Prager University, em seu livro “The Rational Bible Exodus” levanta o tema de forma bem mais adequada: Eu “carrego” o nome de Deus em vão quando eu digo que sou “ligado a Deus” e faço coisas que contrariam o que Ele diz, manda, ensina.

Caso (Hipotético) 1 – Negócios Escusos

Estudo de caso é uma técnica para aprendizado e fixação de conhecimento que se tornou a norma nas melhores universidades do mundo. Parece, realmente, que um “estudo de caso” cairia bem para entender como é que um dito cristão toma o nome de Deus em vão.

Fulano de Tal é um empresário. Fulano se diz “cristão”, fulano vai na igreja, leva os filhos, era casado com uma mulher “terrivelmente cristã”. Fulano faz negócios de forma atabalhoada e convence os amigos a investirem com ele. Um desses amigos, entendendo que é algo interessante, convence outros amigos a investirem com ele, suponhamos (para o “case”) num hotel.

Eles compram juntos o hotel. O amigo confia nele porque, afinal de contas, ele “Carrega o nome de Deus” consigo, e obviamente, quem assim o faz, só pode falar a verdade e agir com o melhor de sua capacidade, em prol do outro, antes de si mesmo.

Acontece que, por uma razão ou por outra, o tal Fulano só tem olhos para seus próprios interesses, e, no final de anos, desviando recursos para seus outros empreendimentos, e sempre deixando as águas turvas, para que ninguém veja com clareza, consegue levar todos a perder muito.

Fulano, ainda por cima, se sente “o injustiçado”. Não entrou com um centavo no negócio. Trabalhou, é verdade, mas sempre deixou seus interesses acima dos demais, e no final das contas, joga seus processos trabalhistas em cima de “todos”.

Fulano certamente esqueceu de ler o restante do mandamento: “Deus não terá por inocente quem carregar Seu nome em vão”. Fulano, certamente, terá que se entender com o seu deus, ou com Deus.

Caso (Hipotético) 2 – Pirâmide Financeira

Fulana era amiga de décadas de várias pessoas em sua igreja. Era uma verdadeora artista, trabalhadora e mãe de filhos. Fulana, assim como Fulano, “carregava” o nome de Deus sobre si. Todo mundo a conhecia como tal.

Fulana começa um processo de envolver um monte de gente muito “amiga” em um esquema de pirâmide financeira, bastante dissimulado. Isso vai num crescendo até que “explode” com um caminhão de dinheiro de vários “irmãos” e “amigos” indo parar em mãos incertas e não sabidas.

Ações judiciais pra cá e pra lá fazem a festa para detratores do Nome de Deus. É um festival de apontamento de dedos.

Fulana carrega, agora, o nome de Deus absolutamente em vão, e deixa um monte de gente mais pobre, em detrimento de uma pseudo abundância financeira.

Moral da História?

Os dois casos acima tratam na mesma coisa. A (falta) de moral nessa história já estava descrita como um Mandamento – 10% deles, portanto, falando sobre “carregar” sobre si o nome do Deus vivo em vão, ou seja, indignamente. São casos hipotéticos de pessoas que expressam ao público serem “portadoras do nome de Deus”, e o fazem em vão.

Eu, pessoalmente, já carreguei o Santo nome do meu Deus em vão. Sim. Já tive meus momentos de fraqueza, mentiras, desapontamentos e coisas que certamente Deus não me terá por inocente. Obviamente que o Sangue de Jesus já me purificou deste e de muitos outros pecados, mas os efeitos estão cá comigo. Para sempre.

Estudando para aulas de Escola Dominical no Livro de Hebreus, me deparei com um diagrama que de certa forma toca no assunto, e que gostaria de compartilhar:

É uma forma razoavelmente simples de entender o que o sujeito faz e onde ele anda. Você tem uma conduta condizente com o Nome de Deus? Sim, ou não. Se sim, você pode até não ser “crente”, mas age de forma a não ser um problema para Deus, mesmo não crendo nEle. É o tal “joio”.

Se você age de acordo com o Nome de Deus, e é “crente”, é “trigo”. Já tem gente que não age de acordo com o Nome de Deus. Pode ser “crente” (e aí precisa ser disciplinado ou não (é apóstata, no duro).

Vivemos num mundo de gente que tem “carregado” o Nome de Deus sobre si e feito as maiores barbaridades: desde defender assassinato de criança na barriga da mãe até receber propina e ainda “agradecer a Deus” pelo fruto do roubo. Tem gente que mente para se eleger; tem gente que rouba o próximo prometendo “prosperidade”. Tem de tudo. Ao “carregar o nome de Deus” de uma forma tão horrorosa, dão ao Inimigo a munição que ele precisa para dizer que “é tudo igual”.

Tem gente, por outro lado, que dedica a vida, os bens e a inteligência para abençoar o próximo. Tem gente que sequer crê em Deus, mas de certa forma “carrega Seu Nome” de forma mais digna do que muita gente que se diz cristã. Esses, a despeito da incredulidade, acabam se beneficiando dos Mandamentos e sendo mais felizes, mais realizados, mais prósperos.

Eu quero “carregar” o nome do Senhor. Eu faço questão, e faço questão de fazê-lo de forma a que até mesmo meus detratores e inimigos tenham paz comigo.

5 comentários em “Êxodo 20:7”

  1. Olá, meu querido sobrinho, sempre culto, sempre muito sábio.

    Gostaria que explicasse para o leigo aqui entender melhor o final do seu artigo acima:

    1 – “Tem gente, por outro lado, que dedica a vida, os bens e a inteligência para abençoar o próximo. Tem gente que sequer crê em Deus, mas de certa forma “carrega Seu Nome” de forma mais digna do que muita gente que se diz cristã. Esses, a despeito da incredulidade, acabam se beneficiando dos Mandamentos e sendo mais felizes, mais realizados, mais prósperos.”
    2 – “Você tem uma conduta condizente com o Nome de Deus? Sim, ou não.
    Se sim, você pode até não ser “crente”, mas age de forma a não ser um problema para Deus, mesmo não crendo nEle. É o tal “joio”.”
    3 – Se você age de acordo com o Nome de Deus, e é “crente”, é “trigo”.

    Tentado ver onde me enquadro nas premissas acima, fico bastante angustiado, até triste.

    Porque?
    Claro que no passado cansei de negar, escarnecer, e até ter pena dos meus familiares que afirmavam sua fé. Não quero nem posso, aqui e agora, nominar ou destacar as “infrações e até pênaltis” cometidos por qualquer um dos nossos queridos. Seria um crime fazer isso.

    A vida seguiu seu curso, e meu coração foi sofrendo as consequências dos maltratos a ele causados de toda ordem – naturais e abusos voluntários ou desapercebidos.
    Com a pane conhecida em 1993, ainda de forma bem tímida e hesitante, comecei a modificar o meu curso de vida, buscando iluminar um pouco mais o meu caminho.
    Daí em diante, passei a ouvir mais e procurar “algo” que permanecia, e ainda permanece, incompleto. Confesso.
    Chegando a velhice, a cautela, o medo, entre outros “demônios” que comumente assaltam os seres pensantes, e creio ser um deles, vêm fazendo com que o exame das minhas “pastas” guardadinhas lá nos escuros porões neurais, mostrem muitas passagens importantes e que concluo terem sido mal avaliadas e até mesmo desconsideradas.
    Com olhos nas Leis de Deus, Aquele que tudo criou e Escolheu aqueles que povoariam a Terra, segundo Moisés, bem como outros precursores que o seguiram ocupando “cargos e funções” de comando para ocupar a Terra Prometida, mesmo que alguns tenham pecado e desagradado a Deus, ainda assim, sempre Ele dava o seu jeitinho para que os escolhidos continuassem a tal missão.
    Ao que me faz crer, até hoje Ele permanece Fiel a Sua promessa.
    O povo escolhido continua fazendo verdadeiros milagres, derretendo e humilhando os que o persegue.
    Mas focando na minha dúvida, para finalizar, continuo me sentindo ao considerar suas premissas, meio JOIO, meio Trigo.
    Explico:- QUERO crer, continuo QUERENDO crer na PALAVRA de forma incondicional.
    Sei dos meus pecados, sem dúvida sei que foram muitos.
    Claro que reflito de forma contrita sobre cada “sinal avançado”.
    Sei também que humanos cometem erros, mas estou quase certo que falhas graves quanto às “Tábuas” hoje estou limpo.
    Quanto a ser religioso, que droga, não tenho pedigree…
    Assim sendo o que Deus fará com o traste chamado Roberto?
    Cuidado que temos mais um na esteira do Seu Armindo…

    1. Seu Beto,

      Vamos aos fatos: ninguém, em nenhum momento da história da humanidade, exceção de alguns raros momentos, terá “provas” científicas, tanto da existência quanto da não-existência de Deus. A Bíblia nos informa disso de uma maneira muito pragmática: FÉ.

      Todo mundo tem fé. Do pastor mais dedicado ao ateu mais ferrenho. Há que se ter fé para “crer” em algo. Mesmo em uma equação.

      em Hebreus 11:1 o autor diz: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.”

      Paulo, aos Romanod, completa e estende o conceito: “Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o espera?

      Esse é o conceito e fundamento da minha fé, e da fé de qualquer um em qualquer coisa. FÉ.

      Efésios 2:8 diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.”

      Fé é dom de Deus. Mesmo a fé do ateu é um “dom”. Se temos somente fé, diante de nós, a fim de tomarmos uma decisão, está posto o diálogo mais importante da vida de qualquer um de nós – entro ou não entro nessa porta? Pego a pílula vermelha ou a azul (como no filme Matrix…)?

      “Escolhei hoje a quem sirvais… porém eu e a minha casa, serviremos ao Senhor”. Lá atrás eu “flertei” com o ateismo, e você sabe muito bem disso. Deixei isso de lado, não por conta de que tivesse recebido uma prova cabal, mas evidências cabais. Provas? Zero. Evidências? Milhões!

      É uma escolha pessoal, uma decisão pessoal de seguir a Deus. DEPOIS disso, vem o Espírito Santo, que põe um “selo” em nosso coração. Daí pra frente, é literalmente “ter a Deus dentro de nós” pra sempre!

      1. Meu amigo querido

        Imagino que você possa ter percebido na minha conversa/confissão, que eu já “conheço Deus” e que O tenho comigo o tempo todo.
        Sei que Ele sabe de todas as coisas que se passaram, passam e passarão no universo.
        Deduzo que ao deixar aberta a “chave” do livre arbítrio para nós humanos, Ele permitiu a dualidade para todas as nossas decisões.
        O futuro definitivo para todos nós está, pelo que entendi, no tal “positivo” ou “negativo” do “botão – FÉ”.
        O Espírito Santo viria para “selar” o nosso destino, nos habilitando a passagem de ida sem volta para a Glória Eterna.
        Mesmo sendo esse meu falar um tanto o quanto mundano, seria aproximadamente assim a interpretação?
        Já ouvi falas a respeito da Fé Sem Obras e Fé Com Obras. Pelo que entendi a segunda seria a que mais importaria para a Salvação. Já leu sobre isso?
        Notas:
        1 – Ao que concluo, eu já virei a minha “chave” para o lado certo há tempos e que;
        2 – Continuarei firme no meu propósito de habitar ao seu lado na Eternidade ao final das nossas jornadas por aqui.

  2. Meu amigo querido

    Imagino que você possa ter percebido na minha conversa/confissão, que eu já “conheço Deus” e que O tenho comigo o tempo todo.
    Sei que Ele sabe de todas as coisas que se passaram, passam e passarão no universo.
    Deduzo que ao deixar aberta a “chave” do livre arbítrio para nós humanos, Ele permitiu a dualidade para todas as nossas decisões.
    O futuro definitivo para todos nós está, pelo que entendi, no tal “positivo” ou “negativo” do “botão – FÉ”.
    O Espírito Santo viria para “selar” o nosso destino, nos habilitando a passagem de ida sem volta para a Glória Eterna.
    Mesmo sendo esse meu falar um tanto o quanto mundano, seria aproximadamente assim a interpretação?
    Já ouvi falas a respeito da Fé Sem Obras e Fé Com Obras. Pelo que entendi a segunda seria a que mais importaria para a Salvação. Já leu sobre isso?
    Notas:
    1 – Ao que concluo, eu já virei a minha “chave” para o lado certo há tempos e que;
    2 – Continuarei firme no meu propósito de habitar ao seu lado na Eternidade ao final das nossas jornadas por aqui.

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