O Capital é um bicho esquisito, amorfo, apátrida, fluido, desconfiado, medroso… um monte de adjetivos podem ser aplicados ao Capital. Burro, o Capital não é. Se for, dura pouco e vira zero, ou dívida (menos que zero).
O nível de problematização social quanto à raça atinge níveis “nunca d`antes navegados”. Nos EUA, a morte de uma pessoa de cor por um policial negro gerou uma série de protestos, matando mais gente negra, branca, azul e amarela, a torto e a direito, gerando um monte de prejuízo material e histórico (quebra de estátuas, etc). Estamos sendo submetidos a uma tentativa cada vez mais escrachada de divisão social. Um cisma que não levará a nada produtivo. Só tristeza, morte, destruição, ódio.
A manchete acima traz um exemplo de hoje mesmo sobre essa problematização. “Brasil nunca teve fundos para projetos liderados por negros“. Em primeiro lugar, queria entender se a autora tem algum tipo de bola de cristal, ou supercomputador fantástico pra “cravar” a frase acima. Mais do que isso, por que o Capital, esquivo como é, faria uma decisão com base ese submeteria a ser usado com base numa orientação, seja sexual, religiosa, ou outra qualquer?
Existem fundos dedicados a determinados investimentos. Há fundos dedicados a empresas da nova economia, a “economia limpa”, a fintechs, entre outras áreas. Há fundos que restringem suas aplicações em empresas que não se comprometam com o combate à escravidão, ou ao uso de imigrantes ilegais, e por aí vai. O grande capital, no entanto, busca retorno; só isso. Parece, e é, bastante egoísta. O Capital é egoísta; o capitalista, o empresário, é egoísta. Dizia Adam Smith, abaixo:
Os justiceiros sociais se arrepiam ao pensar no que está escrito acima. A URSS faliu justamente porque todo mundo cuidava do seu interesse, e ninguém cuidava do interesse do país. “Gente horrível”!… não necessariamente. A ideia da “farinha pouca, meu pirão primeiro” é a expressão da imperfeição humana, e do uso que temos que fazer dela para manter a ordem.
Se formos subordinar as necessidades de geração de riqueza à cor das pessoas, se dermos quotas para essa ou aquela cor ou gênero, ou religião, estaremos criando um artificialismo que cedo ou tarde vai estourar na minha cara. Eu não quero saber se o médico é cubano ou adventista, gay ou negro. Quero que ele resolva o problema da minha saúde, ora bolas!
Da mesma forma, ninguém vai despejar dinheiro em um projeto porque tem um branquelo comandando, se o tal branquelo não tiver massa cinzenta e força de vontade. É o resultado que conta. Ah, não há fundos para essa ou aquela “raça”? (raça mesmo, só a humana…), então é porque há melhorias e serem feitas até que algo venha a acontecer.
Quebraram uma estátua de Frederick Douglass nos EUA esse fim de semana. Douglass, um símbolo do processo de libertação dos escravos naquele país; Douglass, o autor da célebre frase “Eu me uniria com qualquer um para fazer o certo e com ninguém para fazer o mal“. Um cara que deveria ter mais estátuas nos EUA e no mundo todo; oposto exato ao “nosso” Zumbi, que era escravocrata, um homem do seu tempo, cuja obra extravasa os tempos, e só não chegou ainda aos caras da Antifa, que sob pretexto de “combater o fascismo”, o exalta através dessas ações.
Há capital para empresas tocadas, e bem tocadas, por negros, hispânicos, orientais, indígenas (! vai dar zebra esse termo), etc. Muitos eu conheço e admiro pessoalmente. Não estou nem aí pra cor do indivíduo. Não me uniria jamais ao coro dos que lançam, aqui e acolá, sementes de divisão e ódio, ou seja, eu também me uniria com qualquer um para fazer o certo e de nenhuma forma, com ninguém para fazer o mal.
Viva Frederick Douglass, e vai catar capital da forma correta, sem preconceitos!
Aqui é a Carla Martins, gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns.