Independência Acadêmica

women on square academic caps
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http://jlduret.ecti73.over-blog.com/2020/07/france-soir-publie-la-liste-des-professeurs-payes-par-gilead.ils-sont-tous-contre-la-chloroquine-et-contre-le-professeur-raoult.html?fbclid=IwAR1HM_KlWzCM5X4KGQ3Dn5LrclegLgi48mkHNc8cjHRJIGx5DE3rU0YLknA

A independência acadêmica, leia-se, liberdade para pesquisar o que quiser, e chegar a conclusões independente de pressões ou interesses, é um assunto muito sério. Em alguns países o assunto é (ou era) levado muito à sério. Essa liberdade deveria ser levada a sério em disciplinas como sociologia ou história, mais ainda em engenharia, matemática, e medicina, principalmente. As disciplinas “de humanas” são as que menos parecem respeitar a liberdade acadêmica, devido à enorme ideologização das diversas correntes políticas. Como ninguém morre por um diagnóstico histórico errado, no curto prazo, ninguém dá muita bola pra isso. Mas imagine em medicina.

O risco de perda de liberdade acadêmica começa a ser pouco a pouco revelado, onde menos eu esperava qualquer ação jornalística mais independente, depois do Brasil claro – a França. E sobre o vilão do momento, a Covid-19.

O Jornal France Soir (antigamente um “vespertino”, quando havia jornal impresso) publicou no início do mês uma lista de pesquisadores que recebem fundos de laboratórios farmacêuticos, entre eles dois principais, Gilead e AbbVie, que querem levar ao mercado remédios contra a Covid-19 . Esses que estariam de certa forma “tendenciosos” contra a bendita (ou maldita, dependendo da ideologia) Hidroxicloroquina, ou HCQ para simplificar. Lá constam pelo menos 13 renomados cientistas que pesquisam em

France Soir publica lista de professores pagos pela Gilead. São todos contra a cloroquina e contra o Professor Raoul (Didier Raoul, Univ. de Marselha).

France Soir, citado pelo blog de J. L. Douret

Estamos todos aqui no Brasil, “hiperinformados”, gordos de tanto dado na nossa cara, e sem quase nada de verdade pra olhar. Esse blog do J.L. Douret tem um lema interessante: “Pense certo, pense errado, mas pense por si só“. Achei interessante o lema, pois estamos sendo cada dia mais motivados a não fazê-lo.

O que o France Soir fez foi colocar em dúvida a liberdade acadêmica que 13 “grandes nomes” da pesquisa francesa, por conta de sua receita proveniente de duas grandes empresas farmacêuticas, e, ao mesmo tempo, seu veemente ataque às pesquisas do Dr. Didier Raoul, que ficou célebre recentemente por algumas entrevistas e artigos propondo um coquetel de HCQ, zinco e azitromicina para prevenir a Covid-19. Lá na França, como cá no Brasil e em praticamente todo o mundo há uma guerra meio que deliberada sobre o tal coquetel. Ninguém sabe muito bem a natureza da “raiva” e espírito encarniçado contra alguns fármacos que juntos não somam R$ 5,00 por paciente por dia. Ou talvez por isso mesmo a raiva esteja justificada.

Na minha modestíssima opinião, um acadêmico ser pago para fazer pesquisa científica é válido. É lícito e desejável que as universidades trabalhem em conjunto com as empresas a fim de gerar patentes, métodos e pensamentos que tornem o mundo melhor. É um grande exemplo de bom capitalismo. No entanto, é necessário um freio na intervenção que o poder econômico tem na liberdade acadêmica. Aparentemente (dados de Wikipédia são sempre disputáveis, mas bastante acurados), o conceito de liberdade acadêmica começou na Universidade de Leiden, na Holanda, esta fundada em 1575, e se espalhou pelo mundo. Os suspeitos de hábito, URSS, China, Cuba, países do leste europeu, atentaram e atentam contra a liberdade acadêmica dia e noite.

Leiam o artigo (tem tradução, meia boca mas têm) pro Português, e dá pra compreender rapidamente que a soma de grana no bolso e animosidade contra o Dr. Raoul de certa forma está patente. O caso mais estranho é atribuído ao Dr. como abaixo traduzo:

“No. 1. – A Palma de Ouro vai para o Prof. François Raffi de Nantes. com 541.729 [recebidos de farmacêuticas] , incluindo 52.812 da Gilead. Será que é coincidência que falaram que o telefonema anônimo ameaçando Didier Raoult, se ele persistisse com [os estudos e propagação da informação] da hidroxicloroquina, saiu de um celular do departamento de doenças infecciosas do Hospital Universitário de Nantes, do qual François Raffi é o chefe ? Certamente uma pura coincidência. [ironia embutida]

Blog J.L. Duret

Como diz o lema do blog, pense certo, pense errado, mas pense por si só. Sem teoria da conspiração, mas sabendo que as farmas são o que são porque fazem o que fazem, pense… e conclua.

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