Agorinha mesmo publiquei isso aí, no meu timeline do LinkedIn:
Argentina
É fácil compreender este fato. É só ir aqui do lado, na Argentina, e ver como a corrosão social gerada pela inflação fez, ao longo dos anos, enormes estragos no país. Uma sucessão de governos grandes e perdulários, aliado a políticas fiscais de República de Bananas (o que aliás, a Argentina tradicionalmente não foi) fez com que a inflação se tornasse venezuelana, o crescimento português e a qualidade de vida do povo, sudanesa. Independentemente do alto grau de desenvolvimento humano e educação desse lindo país, o fato é que políticas estatais de tratamento do povo como um bando de crianças, que não podem fazer suas próprias escolhas, mas ser alimentados pela mão amiga do estado, deu no que deu.
Milei, exageradamente libertário na economia, deu um choque que Macri se recusou a fazer, anos atrás. Está causando recessão e perda de renda da população, mas está reduzindo a inflação e o peso do governo sobre a economia enormemente. Já se fala em abolir “jaboticabas portenhas” como controle de câmbio e tributação sobre exportações (!). No final das contas, vai ser a redenção da população, que, neste momento, não consegue ver os benefícios de longo prazo de se trocar um prato de comida pela capacidade futura de plantar, colher e comer por conta própria.
Brasil
Aqui, ao contrário, é “Dilma e Sarney” redivivos. É o governão com o balde de lavagem na mão e o povo atrás, e ainda agradecendo. Chico Buarque, no seu antológico livro Fazenda Modelo, mirou no que viu e acertou no que não viu. Com 40 e tantos anos de atraso, nos vemos, finalmente, na real Fazenda do Chico.
Ainda nem começamos a ver os resultados da intervenção indevida – muitas vezes, maldosa – na economia. Campos Neto ainda está lá. Haddad ainda tenta fechar as contas no zero, mesmo que aumentando impostos. Recessão à vista. O setor pecuário entre aos “campeões nacionais” de Lula, que ditam preço no mercado. Setor agrícola à míngua, com uma China fraca e uma dependência dela cada vez mais acentuada.
Sentimos mais a inflação (teoricamente baixa) do Brasil do que los hermanos sentem a Argentina, como um economista argentino recentemente disse.
“A Primeira República Francesa foi proclamada no dia 21 de setembro de 1792, através da Convenção Nacional, como processo da Revolução Francesa. Ela se organiza entre grandes grupos burgueses, tendo como uma das figuras de destaque, Robespierre. Ela marcou o fim da monarquia constitucional e o início do republicanismo como modelo político, que no próximo século passaria a vigorar em grande parte das nações. Durante sua existência, a Primeira República sofreu com intensas disputas pelo poder, que afetou em muito a vida dos franceses.
Imagino, apenas imagino, ao citar como sendo o começo do mal, devido ao fato de ter a revolução ocorrido para sanar uma situação muito própria do período feudal, apesar de terem sido os impérios uma forma necessária temporal para unir desunidos espalhados pelos países europeus até então e, em especial, na França.
Quando ouvimos nos bancos escolares ainda crianças sobre a histórica Revolução Francesa, passamos rapidamente a admirar tais feitos e realizações, sendo que no Colégio Pedro II onde cursei o Ginasial, aprender a letra e a melodia do hino revolucionário francês nos levava ao êxtase.
Contudo, confesso que mesmo àquela época eu ficava intrigado com o fenômeno Robespierre, as guilhotinas que ceifavam cabeças de contrários à rodo e não só, como hoje se sabe, de reis, rainhas e suas gerações, e até mesmo, crianças.
“As leis do Comitê e as políticas levaram a revolução para níveis sem precedentes, que introduziu o calendário revolucionário civil em 1793, fechou igrejas em torno de Paris como parte de um movimento de descristianização, julgou e executou Maria Antonieta, e instituiu a Lei dos suspeitos, entre outras. Sob a liderança de Robespierre, os membros das várias facções e grupos revolucionários foram executados, incluindo os Hébertistas e os Dantonistas, muitos dos quais eram amigos de Robespierre.”
Copiado de Verbete da Wikipédia
O que se viu a partir de Napoleão foi um Estado/Nação extremamente aguerrida, um exército diferenciado e valoroso que, rapidamente, passou a agredir seus vizinhos e dominá-los pela força bruta dos terríveis canhões franceses. Napoleão surgiu para o mundo como o General/Imperador capaz de estender o braço francês até bem próximo a Moscou, só não completando tal feito em razão do desprezo ao rigor do inverno russo e da resiliência dos seus opositores.
Pode-se enganar a alguns por muito tempo, contudo, nem a todos para sempre.
A História contada e requentada sempre foi e será perigosa para os pouco atentos. Existe aqueles que estão a solto e intocados, a margem da crítica paga, por interesses nem sempre verdadeiramente democráticos.
Enfim, “há perigo na esquina” como já foi dito por um bom compositor.
Kristallnachts da Vida
Meus 2 gramas de contribuição **
Diante de um mundo embasbacado pelo conhecimento “enciclopédico” preconizado por Voltaire, e cujo conceito tomamos partido nas citações acima, diante de um mundo que poucos anos depois estava sob o impacto do ultra terror, os expurgos e milhares de mortes, que anos depois viria a dar base “moral” (Sic!) para expurgos de Stalin, Mao, Pol Pot entre tantos outros, nos perguntamos quando é que começaremos a achar absurda a morte pela morte, as prisões sem julgamento, as suspensões “temporárias” do estado de direito, nas palavras de ministros do STF, ou seja, uma Noite dos Cristais à brasileira, tida em 8 de Janeiro de 2023. Essa Kristallnacht que até hoje justifica tanta barbaridade contra velhos, mulheres e jovens de vida pacata, cujo único defeito foi acreditar que viriam em socorro do país, num momento de agudização de uma ditadura tentada e não conseguida, há uns poucos anos, pela “falta de aparelhamento adequado das cortes”, como disse candidamente determinada eminência parda da esquerda.
Ou seja, existe justificativa para determinadas atrocidades (“uma boa bala, uma boa cova”, como disse um notório professor universitário, ao se referir ao “burguês”)? Não, não existe. Defender-se é uma coisa que legitima a violência. Defender-se não é assassinato. O mandamento, em Êxodo 20, em seu hebraico original não é “Não matarás”, mas, mais especificamente, “Não assassinarás”. Assassinar é a tal “boa bala”, “boa cova”.
Tanto aqui como em qualquer lugar do mundo, o devido processo legal e a igualdade perante a Lei são pressupostos de civilização. Ano passado, e ao longo deste ano, temos assistido a morte do processo civilizatório no Brasil. Que isso não prospere! Deus nos livre!
P.S. – entre a confecção deste texto e o dia de sua publicação vimos o atentado à bala contra Donald Trump num comício nos EUA. Embasbacado, fiquei (**) a meditar sobre qual seria a reação da mídia sobre o assunto. Um próximo artigo dará minha contribuição ao debate.
No mau e velho estilo Lula, ele erra trementamente o foco ao dizer que não presta conta a “ricaço”. Isso é música pros ouvidos de sua claque, mas não é a verdade. O fato é que por “ricaço”, leia-se, em sua maioria, uma miríade de pequenos e médios investidores, que escolheram o mercado de capital e financeiro para tentar manter suas economias de vidas inteiras à salvo de inflação e com poder de compra para uma velhice razoável (já que viver de INSS não é exatamente uma alternativa boa hoje, e no futuro, nem sabemos se será uma alternativa).
Às Favas?
O fato é que há, em minha opinião, uma grande chance de que o executivo atual, com suas manchas mal lavadas, não tenha a força de resistir às correntes que querem mandar, sim, o “mercado” às favas, e gerir o país fora da normalidade econômica – pouca ou muita – que temos hoje.
Há o caminho de Nicarágua e Venezuela, países com baixa ou nenhuma diversificação econômica e mercados financeiros que mesmo antes dos eventos ditatoriais já não eram relevantes. Esse caminho valeu-se, em ambos os casos, do rompimento da normalidade institucional. Mandou às favas, de forma direta, o mercado, assumindo o papel que aos mais radicais da esquerda, competiria ao estado (nem a poderosa China pensa assim, mas eles sim).
Há o caminho da Argentina, que, com economia mais diversificada e padrão de vida médio mais alto (renda per capital superior à nossa), uma dificuldade maior de impor uma ditadura “bolivariana”. A Argentina deu mostras, por duas vezes, na transição de Kirchner para Macri, e agora, de Fernandes para Milei, de que a despeito das diferenças de approach econômico, não houve total ruptura institucional, principalmente no judiciário, relativamente independente, e uma imprensa menos dócil.
O Brasil tem aspectos que beiram à dupla nada dinâmica – Venezuela / Nicarágua, principalmente quanto ao aparelhamento do judiciário e controle da mídia; possui, porém características argentinas, de uma economia ainda mais diversa, e com intercâmbios mundiais mais importantes (principalmente no Agribusiness, que Lula teima em demonizar, com apoio e aplausos de França, e até partes dos EUA e Canadá).
Quanto à qualidade do executivo, a despeito de seus muitos, e não reconhecidos, defeitos, montou uma equipe de ministros “meno male”. Até o momento isenta de grandes ortodoxias, e com o Banco Central, por enquanto, nas mãos competentes de Campos Neto, não deu tempo, nem teve condições políticas, de zoar a coisa toda. Está tentando, na minha opinião, mas a linha entre dar ouvidos ao “mercado” e aos radicais domésticos é tênue e, uma vez rompida, de difícil retorno à sanidade.
Os Limites: Temporal e Econômico
Até o momento, Lula ainda consegue reconhecer o limite, e, de certa forma, manter-se aquém da tragédia. A possível ascenção de Garópolo ao Bacen pode sinalizar outro “meno male” importante, mas até aqui ainda temos uma incógnita. Em evento recente no BTG, um palestrante diz que conhece Garópolo e que ele é um adepto do equilíbrio financeiro e realismo de juros e câmbio. Se terá valor ou espaço para manter sanidade no Bacen é outra conversa, mas é melhor do que Mercadante ou Mantega. Ideal seria manter o Campos Neto lá, mas isso, Lula interesse suficiente em fazer. Não conseguirá reconhecer a necessidade.
As palavras de Lula fazem cada vez menos sentido, tomadas no geral. Estão, na minha opinião, sendo cada vez mais ditas a públicos cativos, e nem podemos cravar que sabemos o que realmente informam ou não. Não esperaríamos Lula dizer que sim, respeita e valoriza a palavra de “ricaços”, ainda que saiba que eles dão parte dos empregos e do capital de investimento do país. Não seria tolo suficiente de excluir uma fatia importante do seu eleitorado, ao se declarar franco favorável ao Agro. Não seria corajoso o suficiente para deixar de fora da Petrobrás figuras que detém o “caminho das pedras” daquela mina de ouro.
A encruzilhada se aproxima, sob o apelido de Janeiro de 2025. Vejamos se manteremos um mínimo de racionalidade econômica.
Um livro comprido, meio chato, mas de fundo histórico inegável (“Patrician of Rome”) li sobre o cerco de Roma pelos bárbaros Volsci, ainda no nascedouro da República Romana, por volta de 384 aC. e a sua defesa heróica pelo patrício (nobre) Senador Marcus Manlius “Capitolinus”. O nome “Capitolinus” foi, inclusive, uma honraria garantida pelo Senado romano ao defensor justamente do Monte Capitolino, onde ficavam os órgãos do governo da Roma republicana, a Curia (Senado), os templos, as cortes de justiça etc.
Menos de 4 anos depois, esse mesmo Senador Manlius Capitolinus era lançado de cima da Rocha Tarpeia, local de execução reservado aos criminosos mais terríveis, e traidores da pátria. A razão era simples: considerado o primeiro “populista” por Suetônio, o historiador romano da antiguidade, Capitolinus havia se aliado à “plebe” na restituição de seus direitos básicos, retirados durante os duros anos pós destruição de Roma pelos Volsci. A plebe havia se endividado junto aos usurários da cidade e seus senadores mais ricos, e haviam sido ajudados por Capitolinus a sair das dívidas, com a venda, inclusive de seu patrimônio pessoal.
Os moradores dos “Mons” (montes ou colinas romanas) eram os patrícios. A plebe morava na planície entre os montes. Quem visita Roma conhece bem essa geografia linda. Os patrícios (não todos, uma minoria, na verdade) eram muito ciosos de seus “direitos” sobre a plebe, e a extorquia, pela via da usura, dos altos preços do trigo e outros alimentos. Um par de Consules (sempre eram dois, eleitos a cada ano) passavam legislações que lhes beneficiava muito. Se uniram a gangues de regiões mais obscuras da cidade, como a Subura (que voltou às telas recentemente numa série de TV), e deixavam que essas aterrorizassem a população, exceto os ativos e negócios dos senadores. A cobrança de tributos passou a ser de tal forma desigual, que, somada à insegurança e à falta de incentivo para trabalhar e empreender, gerou uma revolta da plebe.
Olhando de fora, parece algo bem similar ao que ocorre hoje em vários países do mundo. Elites “senatoriais” se unem a bandos armados de foras-da-lei, deixando-os aterrorizar uma população desarmada (sim, era proibido portar armas na Roma antiga). O resultado foi um “El Salvador” da antiguidade – acabaram por eleger um “Ditador” (por ironia, via Senado). O velho general e senador Marcus Camilus, chamado “o segundo fundador de Roma”, pela derrota pós invasão dos Volsci pelas legiões sob seu comando. O general acabou por resolver dois problemas – acabou com a revolta da plebe, que de fato nunca aconteceu exceto verbalmente (como certos eventos recentes no Brasil) e acalmou os ânimos do Senado, colocando lá nomes melhores. A história, bastante difícil de precisar, devido à falta de dados históricos de qualidade, dá aos dois nomes posições de destaque. Os senadores opressores, de nomes Lucius Valerius Potitus Poplicola e Marcus Furius Camillus, passaram à história como o lado negro da força.
Em tempos de crise, tanto na Roma antiga como na Grécia Clássica, tempos difíceis ensejavam a escolha de um “Ditador” para conduzir o país sem ter que prestar contas a milhares de burocratas. Era um imperativo do momento de crise. Como bem definido por Maslow, e hoje, claramente, descrito pelo articulista Luciano Trigo no seu texto O exemplo de El Salvador (https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/o-exemplo-de-el-salvador/), o povo salvadorenho fez uma opção daquelas que não há justificativa moral para recriminar: entre viver e morrer, é preferível viver, afastando momentaneamente todas as considerações de caráter menos imediatas, como comer, obter auto-realização, entre outras. El Salvador acaba de retomar essa mesma atitude, reelegendo o estranho Bukele com 85% dos votos, para raiva e desespero de uma mídia que, não se entende bem por que, exalta mais a criminalidade do que seu combate.
As semelhanças dos dois locais, separados por 2,5 mil anos de história e uns 10 mil Km de distância são marcantes. Bukele é, para todos os efeitos, um ditador, escolhido por uma população amedrontada, para por fim a um reinado de terror imposto pelo narcotráfico desde 1987. Pode-se não gostar, mas é bastante revelador do momento que vários países da América Latina vivem. Pergunte a qualquer carioca de classe média ou média baixa, ou mesmo muitos de classe média alta ou alta, se não concordariam com mais segurança, mesmo que isso significasse mais presídios e mais condenações, menos saidinhas de fim de ano e outras benesses, e verão que a lógica é a mesma.
Bukele encarna um ditador que traz soluções aos males imediatos. E com a queda do número de homicídios de 100 para 7, por cada cem mil habitantes, é reveladora do nível de eficiência alcançado. Bukele chama alguns governantes da região de “amigos de bandidos”, e tem razão. Temos amigos de bandidos em muitos locais. Os senadores romanos eram amigos de bandidos, já em 384 a.C. Poderosos sempre tenderão a se aliar a bandidos, se isso os beneficiar. Para alguns tipos de pessoas, aparentemente não há nunca dinheiro suficiente, ou poder suficiente. Mais é sempre mais, e sempre justificará quase qualquer atitude, por mais errada que seja.
Tivemos nosso momento “ditatorial” segundo alguns, na pessoa do ex-presidente Bolsonaro. Não me parece que foi minimente hábil como para se reeleger. Cometeu quase todos os erros da cartilha política, e cedeu, em momentos cruciais, ao establishment, como aliás, fez Macri, ex-presidente da Argentina, o qual, igualmente, pagou com a derrota na tentativa de se reeleger.
De ditador, pouco tinha. Mas assim ficou marcado pela narrativa que ora atribui a ele até mesmo o desastre de Chernobil, ou a Covid-19. Esperamos o nosso “ditador”? Eu preferiria que o bom senso e o equilíbrio entre poderes seja retomado no país, e que independentemente de ideologias, a paz e a segurança sejam restabelecidas, assim como uma justiça minimamente sã. Difícil acreditar nisso a curto prazo.
Vivamos com a esperança de que um ditador não seja necessário, e que momentos que levam a uma ditadura não sejam vividos. São coisas tristes demais para serem sequer cogitadas, mas às vezes inescapáveis.
Quem tem razão? Ou melhor, que objetivos têm cada um desses caras? Algumas coisas vêm à mente. Tudo tem prós e contras, e vou listar os meus, porque francamente fico dividido por conta de diversas particularidades desses ativos, suas maravilhas e seu potencial incrível para oprimir o cidadão.
Reserva de Valor
Criptomoedas são uma espécie de “metal precioso” intangível. Ouro, platina, prata (em menor extensão) sempre foram considerados reserva de valor, ainda que não tenham, nem de longe, a aplicabilidade prática do ferro/aço, alumínio ou cobre. São reserva de valor por duas razões: raridade e durabilidade.
Neste sentido, as Criptos cumprem este papel. São relativamente raras (sua mineração é complexa, implica provar as chamadas “Provas de Trabalho” (PoW ou Proof of Work), e, como na mineração comum, se alguém “acha” o “metal”, se beneficia dele. É a recriação da corrida do ouro em escala digital. Além disso, a tecnologia blockchain faz delas algo relativamente “blindado”. Melhor do que o ouro, que pode ser roubado, o sistema descentralizado e quase à prova de bala do Blockchain faz com que esse “ouro digital” seja seu próprio Fort Knox.
Uso em Trocas
Os Maias, na América Central, possuíam um montão de ouro, mas nem por isso fizeram dele uma “moeda” ou meio de trocas. Assim, eram pouco mais do que uma coisa bonita pra adornar o pescoço, de valor menor do que muitos outros bens cambiáveis. Os espanhóis entraram e pegaram o ouro, o que não me consta ter sido agressivamente contestado pelos mesoamericanos. O pau quebrou lá por outras razões, como terras e poder. Não pelo ouro.
Os espanhóis tinham para o ouro uma função. Os criptoativos foram criados de olho justamente nesta função – de ter um ativo usado em trocas comerciais com segurança, durabilidade e valor.
Abuso em Trocas
Como tudo o que é raro e caro no mundo, não custou para que sofisticados esquemas fossem criados para fazer com que os incautos comprassem sonhos lastreados em Criptomoedas, apenas para ver sua grana evaporar na mão dos “Ponzi Schemers” do mundo.
Ora, os esquemas Ponzi, ou pirâmides, já existiam antes da existência mesma de computadores. Assim, a afirmação do CEO do J.P. Morgan, de que os tais esquemas são razão suficiente para atacar a existência mesma desses ativos me parece lúdica, pra dizer o mínimo.
Porto Seguro para Crimonosos
A deputada democrata, Elizabeth Warren, fala com certa propriedade que “Os terroristas de hoje têm uma nova maneira de contornar a Lei de Sigilo Bancário: criptomoedas”. Nós podemos ter uma noção relativamente realista de que traficantes de tóxico de armas e políticos corruptos do mundo inteiro devem fazer uso desse meio para ocultar seu patrimônio e deixá-lo inalcançável às autoridades.
Obviamente que bandido não precisa de incentivo para “contornar sigilo bancário”. Bandido faz até submarino pra traficar tóxico, corrompe com toneladas de dinheiro alguns governos, tornando-os passíveis de diálogos cabulosos e amistosos. Bandido é bandido, qualquer seja a posição que ocupe.
Assim, não podemos ter ilusão de que: a)a inexistência das criptos implique em resolver o problema da ocultação de bens; b)a proibição de criptoativos vá acabar com os mesmos, nem com sua utilidade ou uso. Tornar a platina ilegal, e só o ouro legal, mal comparando, não vai fazer com que o bandido jogue seu estoque de platina fora.
Medo Verdadeiro
Como conclusão, aí vai meu verdadeiro medo: o controle seletivo de cidadãos e suas atividades pelo uso de Criptomoedas E MOEDAS FIDUCIÁRIAS DIGITAIS, como é o caso do DREX, recém lançado pelo Banco Central. No fundo, tenho menos medo das Criptomoedas do que das Moedas Digitais como o DREX.
Corremos o risco de ver, num futuro próximo, alguns cidadãos, como dissidentes de alguns países não-democráticos, ou mesmo em pseudo-democracias, serem limitados em seus direitos por conta do fato de que cada “DREX” em sua carteira é de conhecimento dos donos do poder, e suas atividades sejam rigorosamente vigiadas e coibidas, sem autorização judicial. Ou melhor, sem autorização de um judiciário decente e democrático, ciente de seu papel numa democracia.
Meu medo, como Cristão, é ver nossa liberdade de emitir nossas opiniões ser cerceada de forma transversal e velada pelos donos do poder, sem que isso possa ser diretamente atribuído a eles. Com muita facilidade nós brasileiros passamos a usar dinheiro digital, em relação a países mais desenvolvidos. Recentemente na Alemanha e nos EUA, me dei conta do uso pesado que eles ainda fazem de dinheiro de papel. Pode ser conservadorismo, mas acho que há um resquício de medo “de fundo” em entregar a totalidade de suas transações econômicas ao controle ou interferência de governos.
A agenda de cada um
Campos Neto tem sua agenda, como executor de políticas monetárias de um país de tamanho razoável. Jamie Dimon tem sua agenda, como alguém que tem muito a perder com a possível desintermediação bancária que as criptos têm gerado, e que as moedas fiduciárias digitais certamente aumentarão.
Ficar de olho nas motivações é bastante importante, e não acho que eles devessem se comportar de forma diferente, pois têm mandatos claros de seus “patrões” e como bons profissionais, precisam levá-los a cabo da melhor forma possível (meu artigo de ontem sobre Kissinger pode colocar este diplomata sob ótica parecida).
No que crer? Num mundo ideal, sejam criptomoedas ou moedas fiduciárias digitais seriam um incrível facilitador da vida comum. Num mundo que vem sendo mais e mais liderado por bandidos, o medo pode ser real.
Nada mais convincente do que uma opinião simples, direta, e profundamente afetada por interesses (Niall) ou fundamentos ideológicos (Filipe). Nasci e vivi ouvindo desde muito jovem o Repórter Esso, e depois o Jornal Nacional, entre outros, falarem de “o Secretário de Estado americano, Henry Kissingeeer”… com aquela voz de Heron Domingues empostada e bacana. Era a Guerra Fria, o Vietnam e a revolução cultural pela qual passamos, e na qual perdemos a santidade e a sanidade.
Kisssinger, contudo, não foi um “gênio do mal” ou um santo bem intencionado. Não há tal simplicidade em sua conduta, e o que o guiou, como guia toda diplomacia mundial decente (com seus eventuais Anões Diplomáticos, como é o nosso caso) na minha opinião, foi um pragmatismo que, ao fim e ao cabo, nos rendeu entre outras coisas, a queda do Muro de Berlim (de novo, minha opinião de leitor ávido mas não tão espero assim).
Kissinger foi sobretudo o cara mais inteligente da sala em quase qualquer sala que tenha frequentado. Era difícil acompanhá-lo em sua montagem de castelos de carta intelectuais que o levariam ao resultado pretendido pelo presidente da vez, e, principalmente, o interesse dos EUA.
Lendo um livro agora que relembra a invasão de Copenhagen pelos ingleses, no início do Século XIX, para capturar navios de guerra muito necessários para o Bloqueio Continental, contra as tropas de Napoleão, vejo um paralelo interessante: a colocação do interesse nacional sobre aquele de uma nação que, se não era aliada, não era inimiga. Entraram, roubaram os navios e foram embora. Por medo da França fazê-lo? Provavelmente. Mas muito mais porque eram necessários e eles ao fim e ao cabo PODIAM fazê-lo sem medo de retaliações. É um pragmatismo conhecido, e que levou a outras atrocidades (segundo alguns) como a “colonização” da Índia e sua entrega à Companhia das Índias Orientais, que a explorava e mandava parte pra His Britannical Majesty. Outros dizem que no fundo nem Índia existia, e que os ingleses entraram, juntaram tudo e “legaram ao mundo” o país que hoje conhecemos. A verdade está um tanto dos dois lados.
Kissinger foi pragmático, e ponto final. Ele não tinha muita saída em muitas das políticas que ajudou a traçar e implementou. Eram tempos bem mais bicudos, em termos de balanço de poder mundial – bom, estamos voltando a tempos igualmente ruins, creio. Ele fez o que achava – não sozinho, obviamente, mas junto com o Think Tank existente dentro de qualquer corpo diplomático. Identificaram a China como sendo objeto de uma “ameaça lateral” de natureza parecida com a da então URSS e trataram de implementar um plano que acabou dando errado: abrir o comércio do Ocidente (carreada pelos EUA) à China, na presunção de que a riqueza, a afluência de seu povo, faria com que o comunismo acabasse por acabar, como ocorreu na Europa Ocidental no início da Revolução Industrial, pelo simples fato de que o trabalhador estava ficando mais rico, não menos, a despeito das acusações (muitas delas corretas) de trabalho análogo à escravidão, etc.
Eu ia cair naquele jargão de sociólogo e historiador: “Kissinger foi um produto do seu tempo”. Mas todo mundo que pensa um pouco sabe que qualquer ser humano, no fundo, o é. Kissinger for mais do que isso. Sua personalidade complexa e controversa, aliado a seu jeitão bonachão e sua afabilidade faziam dele um político como poucos. Um Lula, digamos assim, com a mentira mas sem as contradições.
A lição que aprendo com Kissinger e seu legado é: O interesse nacional egoísta acaba sendo menos prejudicial ao mundo do que um internacionalismo artificial supostamente benévolo, assim como o espírito interesseiro e egoísta do capitalismo acaba provendo melhores resultados do que um comunismo preguiçoso e simplista. No fundo, em ambos os casos, tanto o internacionalista quanto o comunista são o mesmo cara, e tem tudo, menos o interesse coletivo, no coração.
PS: Em tempo (e depois de comentários pela minha falta de amor cristão, ao patrocinar a visão que expressei acima) – Jesus Cristo nos disse para sermos “mansos como as pombas, e astutos como a serpente”. Ou seja, não mandou ninguém ser burro ou cego. Em outro lado, a Palavra diz “maldito o homem que confia no homem”. Em síntese, confiança é algo raro, difícil de manter e fácil de perder. Sei por experiência própria – pelos amigos que perdi, quase sempre por fazer algo que não sabia que achavam errado e ofensivo – quanto os que expeli, talvez por razões iguais. O fato é que quando TODOS cuidam se seus interesses e sua vida ao mesmo tempo, há um equilíbrio notável. O que não acontece, por exemplo, quando alguns portam armas e outros não. Meu amor pelo povo do meu país estará preservado quando eu defender o que é melhor para nós, sem ferir o outro propositalmente. No entanto, entre ferir e ser ferido, ferirei sempre.
Ao andar pelos meus sites favoritos hoje na hora do almoço me deparei com este artigo. Como cristão, estranhei o teor totalmente cristão dentro de um site de economia liberar como o do Instituto Mises Brasil. Lá no meio do artigo o autor revela uma visão que vi pessoalmente nos EUA entre os meses de Outubro e Novembro do ano passado: milhares, literalmente, de ofertas de emprego em lanchonetes, restaurantes, transportadoras e outras, sem preenchimento.
“Além de o governo proibir aqueles que aceitariam trabalhar por menos que o salário mínimo, ele também cria um incentivo perverso para se recorrer ao assistencialismo: ninguém aceitará um trabalho que pague pelo menos o mesmo que o seguro-desemprego.
Preocupado que estou com o rumo dessa prosa de emprego versus “vale isso”, “vale aquilo”, vejo que não estamos diante de um problema nacional, mas um que está tomando dimensões fantasticamente complexas para um mundo que, de um lado, vai vendo sua força de trabalho minguar, por envelhecimento da população, de um lado, e de outro, vendo as tecnologias tirar do ser humano a capacidade de reflexão mais profunda, sobre quase qualquer coisa.
Países tentam, cada um a seu jeito, ajudar o cidadão. Pelo menos é isso que vemos, com exceção dos suspeitos de hábito, cujo objetivo é tão somente torná-los mais dependentes de um estado-pai. Aceito perfeitamente a visão de um socialista honesto, intelectualmente, de que, na visão dele, o estado deve fazer um papel de proteção e extensão de uma rede social para que a sociedade não sofra. Entendo. Não concordo, mas entendo.
Também enxergo no capitalista intelectualmente honesto uma visão de que é o cidadão que deve se ajudar, primariamente, e que a sociedade, voluntariamente, deve se organizar em torno da criação da tal rede de proteção social. Vejo mais mérito nessa ideia, e no fato comprovado de que funciona melhor do que um estado-pai, inchado.
Mas ok, se o indivíduo for intelectualmente honesto, eu aceito discutir, argumentar, à exaustão. Isso não me cansa, mas me anima. O que cansa é ouvir ladainha, decoreba, de gente que não tem o valor (ou os neurônios) para argumentar, e, caso convencido, mudar de opinião. Ainda espero mudar de opinião caso convencido intelectualmente, e de forma livre, que um estado-pai é melhor para o cidadão do que um bom emprego ou liberdade de empreender.
Entendo o capitalismo como meu sistema nervoso periférico, que trabalha por mim 24 X 7, e produz resultados que eu não obteria se, conscientemente, tivesse que pensar em respirar, em tossir, em espirrar, em reagir ao quente ou ao frio, e todas as complexas operações que são feitas descentralizadamente por meus neurônios, deixando para meu sistema nervoso central, meu cérebro, as atividades mais nobres de refletir, tomar decisões e fazer acontecer. Um governo é eleito para pensar e fazer o melhor, deixando a sociedade agir dentro de um sem-fim de atividades descentralizadas que garantem o funcionamento do “corpo” (a nação) – água e esgoto, circulação, respiração, engolir e deglutir, são atividades que é melhor deixar pra periferia. Já estudar e decidir, pode ser feito centralizadamente, mas apenas para o “macro”.
Um governo não deveria ser maior do que uma cabeça, em relação ao corpo: uns 7 a 8% no máximo, e não os 34% que corresponde hoje ao naco que o governo leva da atividade total da nação. E olha que o cérebro usa 20% da energia, mesmo representando 7, 8% do volume total (aqui incluo a cabeça toda… o cérebro mesmo dá 2% do volume total).
Deus, o dono e criador do bom senso, não comete erros. Se fez um sistema nervoso que no total do corpo humano implica em 10% (vá lá) do total, é essa métrica que eu acho que seria correta para o bom funcionamento da “máquina”.
Mais do que isso: até 2 anos atrás em tinha mais de 130 Kg. Estava me matando de diabetes, pressão alta, etc. O corpo não aguentava levar tanto peso. Hoje tenho 87 Kg, e quero baixar ainda mais. Estou bem, feliz, animado e disposto. Peso demais, para a mesma estrutura, é causa de morte. É uma doença, uma inflamação. Com o estado, não é diferente. O estado está doente, e nós pagaremos o preço.
Semana passada, em uma viagem ao Chile, um amigo querido me lembrou do livro da filósofa russa/americana Ayn Rand chamado A revolta de Atlas. Gosto mais do título em ingles, Atlas Shrugged (algo como “Atlas deu de ombros” – sabe aquele gesto de “tô nem aí”)… significa que o Gigante que carrega o mundo nas costas, o tal Atlas, acabou se chateando com tudo e “deu de ombros”… como o mundo está nos ombros dele, imagino que o mundo deve ter caído “no chão” e se espatifado em milhões de pedaços.
Mas antes preciso fazer uma breve resenha do livro Atlas Shrugged para deixar todo mundo na mesma página. Para facilitar, e para ilustrar a todos como o ChatGPT é esperto, recorri a ele. Em vez de gastar alguns minutos fazendo minha própria resenha, passo a descrever o que um simples questionamento como “qual é a mensagem central do livro Atlas Shrugged” retornou, na tal IA:
“A Revolta de Atlas” (Atlas Shrugged) é um romance filosófico escrito por Ayn Rand e publicado em 1957. A mensagem central do livro pode ser resumida em várias ideias interconectadas:
Individualismo e Capitalismo: O livro promove fortemente o individualismo e o capitalismo laissez-faire como sistemas morais e econômicos superiores. Ele defende a ideia de que os indivíduos têm o direito de buscar seus próprios interesses e que isso é fundamental para o progresso da sociedade.
A importância da mente criativa: “A Revolta de Atlas” celebra os criadores, inovadores e empreendedores como motores da economia e da civilização. Ele argumenta que a produtividade e a criação de valor são lideradas por indivíduos talentosos e criativos.
A crítica ao coletivismo e ao altruísmo excessivo: O livro critica severamente sistemas políticos e econômicos que sacrificam os indivíduos em nome do coletivo. Ele argumenta que a busca do bem comum não deve ser feita à custa da liberdade individual.
A defesa da razão e da lógica: “A Revolta de Atlas” valoriza a razão como a principal ferramenta do ser humano para entender o mundo e tomar decisões racionais. Ele critica a irracionalidade e o coletivismo que muitas vezes surgem quando a razão é negligenciada.
A resistência à opressão do governo: O livro narra a história de indivíduos talentosos e produtivos que decidem “desaparecer” em resposta à crescente opressão do governo e às políticas de redistribuição de riqueza. Eles se recusam a ser explorados e fogem para criar uma sociedade própria.
Ética da autossuficiência: Ayn Rand enfatiza a importância da autossuficiência e da independência individual. Ela argumenta que as pessoas devem buscar seus próprios objetivos e não depender excessivamente do Estado ou de outras instituições.
No livro, um grupo de intelectuais resolve fazer uma “greve” e negar à humanidade sua produção. Os tais “Homens que pensam” resolvem que vá todo mundo se lascar. Não querem viver nas costas de quem produz? Então comecem a produzir… e o pau quebrou. O legal é a definição dada a essa situação, frente à postura dos grevistas: governo centralizador e “paizão” é tão, mas tão ruim, que ele quebra a economia e acaba caindo por seus próprios deméritos. Tudo o que se tem que fazer é deixar que façam o que fazem melhor – bobagem.
O que tem isso a ver com a Argentina? Tudo. A Argentina é o exemplo mais perfeito e acabado de como uma série de governos semi-ditatoriais, ou abertamente ditatoriais, que privilegiam “o social” em detrimento do indivíduo e suas escolhas individuais podem fazer para acabar com um país maravilhoso, fértil e de gente educada. Nada me parece mais próximo da fábula de Ayn Rand do que o Brasil de hoje, a Argentina de hoje (e de sempre), a Bolívia de hoje, o México de AMLO, e o Chile… opa… o Chile nem tanto.
Vindo de uma palestra sobre o Chile na semana passada, dada pelo meu ilustre colega de Praxity, Ignacio Gepp, percebi que ali a “guinada à esquerda” acabou não sendo o que pareceu ser. Parece que lá, Sebastián Piñera, que havia saído da presidência com 8% de aprovação (ou seja, um Temer da vida) volta à cena como a terceira opção em um novo pleito presidencial. Além disso, a tal nova constituição que parecia muito com uma colcha de retalhos de ideários de esquerda foi rejeitada menos de 1 ano depois da eleição do atual presidente, Boric, por nada menos que 62% da população – lá, diferentemente daqui, a população tem que aprovar a nova Carta Magna no voto.
Uma nova constituição está sendo elaborada, por um congresso menos à esquerda, e parece que incorporará alguns temas caros à sinistra, mas com manutenção do bom senso econômico que tem caracterizado o Chile há décadas, e que o coloca como o maior PIB per capita da América Latina já há algum tempo.
Síntese do babado todo: não adianta correr. Pode dar a economia à esquerda à vontade. É questão de tempo até quebrarem tudo, e devolverem em frangalhos ao povo. “Ah… mas e a China”… bom, a China é um exemplo de aprendizado confucionista: melhor ficamos com o poder político mas deixemos a quem entende a iniciativa privada. Não que eu creia que isso vai durar. Acho que não. Assim que a China se sentir “dona do mundo” ela retornará ao ideário de dominação também econômica, além de política, e o caos sobrevirá.
Deus nos ajude e dê vontade de não querer fazer greve de ideias… vontade dá.
Brazil has a tax reform in discussion in the Congress, as I write. Let us be objective about it and let me convey to you all the changes proposed. They will certainly simplify the system, which is quite complex, but at the same time will have some important side effects that must be considered. Let`s check the basis, and then I will comment on what I see as really important:
1 – Present VAT System (State and Federal)
Present VAT system comprises 3 Federal taxes, one which is a classical VAT taxe and two that may or may not be VAT (alternatively, a Tax on Sales):
FEDERAL:
IPI – Excise Tax or Tax on Industrialized Products
PIS and Cofins (basically the same legislation)
These will be substituted by the CBS – Contribution on Goods and Services (Contribuição sobre Bens e Serviços)
STATE/COUNTY:
ICMS – State VAT, a “full VAT” tax
ISS – Not a VAT, but a “Tax on Services” levied, in fact, at County Level
These will be substituted by the IBS – Tax on Goods and Services (Imposto sobre Bens e Serviços)
One important change is that the VAT will, from now on, be collected at the ORIGIN of the product, and not at the DESTINATION. This will certainly ensue a series of guerrillas among states. The largest ones, like São Paulo, always complained that produced the largest portion of goods and services, which were then collected at the non-producing states (usually the poorer states). With over 30% of the Brazilian population, São Paulo has always felt strongly against it.
EXCISE TAX – Selective CBS:
Goods and Services that are considered hazardous to the environment or to the health of population will suffer additional taxation, added to CBS rates (tobacco, alcohol, etc).
RATES and LEVELS:
All taxes, CBS plus IBS, will have one joint rate, and will be classified under 3 basic levels:
Standard Rate – Which is still not determined and will be established by the Senate.
Reduced Rate – Predefined as being 50% of the Standard Rate, and therefore depending on the Senate, also. Some products and services defined preliminarily as reduced are:
Education
Health services
Medicine and medical devices
Public transportation
Fishing, agriculture, forestry, and plant based products extraction
Food basket – the contents of it are still to be defined and may vary by region of the country
National artistic and cultural activities.
Exempted – Zero rate applied for some products and services such as:
Public Transportation
Some Medicines and Treatments
PRO UNI – The national program “University for Everyone”
Social Programs, such as food coupons, etc.
Individual Rural Producer whose annual gross revenues are up to R$ 3.6 million
2 – Other Federal Taxes
Tax on Property – IPTU
IPTU will have changes in the collection method and will be defined by federal decree.
Tax on Automotive Vehicles– IPVA
IPVA – will be reintroduced with a progressive character related to the pollution generated by each vehicle. IPVA will apply to jets and boats.
Tax on Wealth transmission, donations and inheritance – ITCMD
A new ITCMD with have progressive rates will be levied at the State where the donor is domiciled. Currently, it is based on where the Asset is located. This is an important change.
3 – Manaus Free Trade Zone
Brazil has only one Free Trade Zone – the “Zona Franca de Manaus” (ZFM). Manaus is in the middle of the Amazon Basin Area. The rationale for ZFM is that of creating ordere3d and sustained employment in a region that would otherwise be a void in northern Brazil. Therefore, despite the clamor for the extinction of ZFM, it will remain with its present role, which has been quite a success for the region, in the last decades.
4 – National Simplified Taxation System – SIMPLES
Micro and Small size companies will be able to maintain the reduced and simplified taxation method, as is today, including the exemption of formal bookkeeping records, which frankly is a disservice to these businesses.
Notwithstanding, Micro and Small sized companies will be able to opt to remain in the regime or leave it, to another taxation method (today, Presumed or Real Profit methods of taxation).
Other Aspects
We will not delve into specific aspects such as transition periods (8 to 50 years of transition period, depending on the taxation) nor in the specific methods of compensation for loss of collection among States and the Union. This is where things can go south in all the negotiations, with Governors of smaller states claiming for more compensation, and 5.570+ Mayors in different sides of the win-lose spectrum of this battle.
Morro de medo de coisas que não entendo… mas isso é natural. Quanto mais limitado você é, ou quanto mais limitado você admite que é, mais medo você terá de coisas que não entende – principalmente quando todo mundo em volta de você diz entender.
Hoje, todo mundo está encantado com uma nova modalidade de inteligência artificial, o ChatGPT, que parece fazer traduções melhores que muitos tradutores juramentados e consegue criar histórias e até músicas, baseadas em dados alimentados e “aprimorados”. Meu cérebro reptiliano (chamemo-lo “Jacarito”) diz “sei não, hein”… e tem aquela urgência de brigar ou fugir.
Me senti, e ainda me sinto assim com relação a outros fenômenos do mundo atual, como o PIX e as Moedas Oficiais Digitais ou algo como “DigiFidus” (desculpem o neologismo, mas tá difícil ler algum mais adequado). Bancos devem estar tremendo diante do potencial do PIX em relação às pretensões do Brasil em “desintermediar” as operações financeiras. Já um Real Digital, baseado em blockchain, pode criar uma situação de controle total e absoluto sobre a vida financeira de todo mundo que estiver “on-the-grid” (conectados, ou bancarizados).
Indo de trás pra adiante:
PIX
É uma coisa mágica, e que não vemos em nenhum outro lugar do mundo, até o momento. Passei 2 meses nos EUA recentemente, com minha esposa, e dificilmente uma área me deixou mais frustrado, no país mais desenvolvido do mundo, do que o setor bancário. Nessa área, damos de 10 a zero em qualquer outro país, China incluída. Somos feras em automação bancária. Então por que o PIX mete medo em Jacarito?
Temo que eu não tenha mais nenhuma privacidade financeira, o que contraria frontalmente a Constituição de 1988, em seu Art. artigo 5o., incisos X e XII, prevê garantia de sigilo bancário “fundamentado no direito à privacidade e à intimidade, a inviolabilidade dos sigilos das comunicações telegráficas, correspondência de dados e das comunicações telefônicas.”. Ações práticas da Receita Federal, como SPED, ECF e ECD, já fazem um papel bastante bom em, sob qualquer aspecto prático, acabar com o sigilo de empresas.
Na prática, isso já foi pras calendas há tempos, como muitas coisas previstas, inclusive em cláusulas pétreas na CF88, e que certamente virão assombrar a todos, à esquerda e à direita, sempre que algum Supremo deseje brandir poder em nossa cara.
Há razões de sobra para adorar o PIX. É grátis (por enquanto), é simples e inclusivo. O Povão adora, e com razão. O meu medo não reside nisso. Meu medo se dá pelo fato de que, se temos um Banco Central independente hoje, temos um PIX “blindado” de medidas antidemocráticas. Está na rua, e na cabeça dos governantes da vez, o desejo e a possibilidade de tornar (senão de direito, mas de fato) o Bacen, de novo, em um apêndice do Governo. O COAF já saiu de lá, e portanto, é simples prever um certo esvaziamento contínuo das funções do Banco. A partir de meados de 2024, um novo presidente do Bacen assumirá, à “imagem e semelhança” dos governantes da vez. E quem me garante privacidade ou “licitude” no uso das informações financeiras derivadas do PIX?
Teoria da Conspiração? Pode ser, claro. Afinal, Jacarito, cá dentro de mim, tem medo, e foge… ou ataca…
DigiFidus
Um passo lógico, subsequente, a ser dado pelos controladores da Moeda, é a criação de Reais (R$) totalmente digitais. Quando da criação das primeiras moedas virtuais, como BitCoin e outras, imediatamente veio à minha mente o fato de que governos não gostam de competição. Sua vontade de controlar desaguaria – creio que desaguará – na criação das DigiFidus – moedas digitais baseadas em tecnologia blockchain, mas controladas e lastreadas fiduciariamente pelos governos centrais – a começar pelo Brasil, creio, que é ponta de lança nessas tecnologias.
A pergunta que Jacarito se faz então, é a seguinte: O que impede um Bacen dotado de capacidade de processamento de dados quase infinita, faca-e-queijo na mão, de varrer do mapa todo o sistema bancário nacional, e concentrar em suas mãos toda a capacidade de criar e controlar contas bancárias, oferecer (e negar) empréstimos e controlar toda e qualquer transação financeira? Teoricamente, nada.
Jacarito se encolhe num canto, no chão da jaula desse zoológico chamado Brasil, e balança o rabo ameaçadoramente a quem quer que chegue próximo. Como não ter medo de um governo que tem tal ubiquidade? Tal capacidade de fazer o que quer, literalmente, com todo e qualquer player da economia?
Se o governo é de direita, pode perfeitamente beneficiar igrejas e ONGs de sua preferência; pode fomentar o agribusiness e até facilitar a vida de quem quer garimpar onde não deve, em tese. Pode disruptar ONGs “inimigas” e varrer do mapa, sem deixar rastros, instituições mais à esquerda.
Se o governo é de esquerda, pode perfeitamente bem acabar com toda e qualquer instituição religiosa, lascar com a vida das forças armadas – financeiramente, e ainda criar embaraços horríveis à vida de reflorestadores e do agro brasileiro. Em mãos “estrangeiras”, pode ser usada em benefício de potencias estrangeiras, em linha com suas opções ideológicas.
Se o governo um dia for “centrão”, aí sim estaremos lascados, pois a necessidade de malas de dinheiro circulando em aeroportos, ou caixas de papel pintado de R$ em apartamentos alugados serão coisa do passado. Tudo devidamente carimbado pela autoridade que mandar na vez (essa gente tende a ser bem eclética no compartilhamento do poder).
À esquerda e à direita, passando pelo centrão (ou centro), os riscos para a vida da sociedade são evidentes. Resta saber se os Jacaritos dentro de todos nós aceitarão isso passivamente, ou se algum Supremo nos impedirá de demonstrar nossa indignação ou desejos.
ChatGPT
Isso parece não ter nada a ver com os pontos anteriores, mas Jacarito discorda e me pede pra contar o que “ele” acha.
Como toda boa tradição de Teoria Conspiratória, sempre há um elemento de tolhimento da capacidade de interpretação da realidade, até que o “fato consumado” já tenha acontecido e seja tarde demais. O filme de mesmo nome quase me matou de medo, pela possibilidade de que aconteça um dia. Esquerda e direita sempre competem pela primazia de pichar nas costas do outro lado a capacidade de fazer “isso”.
ChatGPT é um fenômeno. É preciso passar dias esperando uma vaga pra acessar o sistema. Dentro dele, um mundo de possibilidades emerge, desde a confecção de teses fajutas de mestrado e doutorado, até a tradução (excelente, por sinal) de documentos. Dá até pra ajudar bastante na escrevinhação de códigos de computador.
O que Jacarito teme, no que tange não só a ChatGPT, mas a qualquer espécie de inteligência artificial, é o que o livro “The Loop” (Jacob Ward) sub-titula como “Como a tecnologia está criando um mundo sem escolhas, e como lutar contra isso” (tradução minha, sem suporte do ChatGPT, graças a Deus).
O que Jacob Ward nos chama atenção é para o fato de que IA (Inteligência Artificial) dificilmente é algo “neutro” ou cientificamente orientada. Sempre tem um “bias”, uma pegadinha. Se você pergunta algo que o sujeito (de carne e osso) por trás da ferramenta, considera inadequado, politicamente correto ou que ele ache que vai ferir alguma suscetibilidade, o ChatGPT vai retornar uma mensagem padrão dizendo que não comenta sobre este assunto, e ponto final.
Por outro lado, outro dia vi que o ChatGPT retornou algo sobre a morte de Ayrton Senna num acidente com Satoru Nakajima no GP… do Brasil… uns anos antes da morte efetiva. Por que? Sabe-se lá. O GPT ainda tá aprendendo (Talvez GPT signifique Getting Productive Tips, ou “Obtendo dicas produtivas”).
Num mundo de seres cuja atenção não dura mais do que 20 segundos, e cuja capacidade de teclar é milhares de vezes maior do que a de refletir, onde é que o ChatGPT entra em jogo? O Livro alude a isso da seguinte forma:
“While I believe it’s clear that the mental and physical health of entire generations could be at stake, I also believe that capitalism, culture, and our conviction that we are in charge of our own destinies are blinding us to the threat.”
(Embora eu entenda por claro que a saúde física e psíquica de gerações inteiras possam estar em jogo, eu também acredito que o capitalismo, a cultura e nossas convicções de que estamos no controle de nossos próprios destinos nos está cegando para a ameaça [presente]”
The Loop, Jacob Ward
Como, meu Deus do céu, não estar “blinded” (cego) para a ameaça que a IA representa para nós, quando a Lei do Menor Esforço é tudo o que nos rege, na sociedade atual? Como não deixar “a vida nos levar”, ainda que a “vida” seja aquela ditada por nós por uma IA, frequentemente (senão sempre) programada para nos dar uma resposta que nos imbecilize, nos faça ainda mais presa de um mundo feito para nos moldar?
O Livro segue dizendo que empresas, como Facebook, Google, etc, usam essas ferramentas de IA para nos conduzir, tanger, como gado, para um destino especificado internamente. O objetivo parece ser usar uma tecnologia que não entendemos para retirar de nós a capacidade de reflexão (*)
Tudo parece Cooperar para nosso Bem… até que não…
ChatGPT, PIX, DigiFidus… tecnologias que, há algum tempo atrás, seriam difíceis de não qualificar como “milagres”, ou “magia”. Tecnologias que ainda hoje a maioria de nós não entende, não faz questão de entender e tem raiva de quem entende.
Some-se a isso o fato de que os grandes Curadores da Sociedade, a Imprensa, os Acadêmicos e Filósofos parecerem estar a serviço das mesmas forças que programam os algoritmos das diversas IAs, das quais “bebemos” sem reflexão, e está dada a confusão, e a escravização.
Tudo parece cooperar para nosso bem, e nossa tranquilidade, até que não mais seja verdade. Seja você de que convicção política for, saiba que estamos, todos nós, diante de uma aterrorizante possibilidade de virarmos uma “Idiocracy” (**)
Pagaremos pra ver? Jacarito não quer…
(*) O Livro não é textual sobre isso, mas sua sinopse sim.