Estamos aí de novo, curtindo nova onda de “lóquedáum” por conta da Covid-19. Na verdade, pode-se dizer que é por conta de outros fatores, que não a própria Covid:
- Pode-se afirmar, por exemplo, que é por conta dos respiradores nunca comprados ou superfaturados (e comprados a menos) pelos governadores e prefeitos
- Pode-se afirmar que é por conta dos hospitais de campanha, pagos a peso de ouro, e desmontados menos de 3 meses depois (se tanto) e cujos leitos de UTI estão fazendo tanta falta agora
- Pode-se ainda afirmar que é por conta do fato de que fizeram lockdown antes do que deveriam, ou ainda, da forma errada, focando mais no aspecto “eu mando” (imposição) do que no aspecto “faz que é bom” (educacional).
- Pode, por fim, afirmar que é pelo fato de que mesmo antes de pandemia, já termos um déficit de UTIs crônico, e que a Covid só fez agravar…
Tudo isso pode, mas cá entre nós, o problema desde o início é se lockdown resolve algo. Lógico que resolve: tranca todo mundo em casa que não há circulação de ninguém e o virus de fato, não se espalha. Ao longo da história fez-se lockdown. Estamos hoje repetindo o que se fez desde a idade média, e suas pestes negras e pragas terríveis.
Mas o problema é não é esse. O problema é: num mundo com quase 8 bilhões de habitantes, e num país com problema crônico de sub-moradia e saneamento ruim, de gente que vende o almoço pra comprar a janta, que precisa, de trabalho todos os dias, querer que as pessoas fiquem por longos períodos em casa, e apenas um grupo de cidadãos de segunda classe se exponha, é bastante desigual e quase desumano.
Quando escrevo o Paraná fechou mais uma vez toda sua economia, basicamente, e São Paulo faz o mesmo, por mais 20 dias, como se 20 dias de um ano de 365 dias não fosse algo a ser devidamente matutado antes de decidido.
Complementando a lista lá de cima, nesta reflexão, pode-se afirmar que o uso dos lockdowns por motivos escusos, por parte de governos estaduais, são a prova cabal de que “o mundo jaz no maligno”, como a Bíblia fala. É realmente surreal ver governos fazendo a mesma coisa, repetidas vezes, sifonando dinheiro federal, nosso dinheiro, para tudo, exceto combate à pandemia (até salários estão sendo pagos com essa grana), fechando tudo pela 5a., 6a. vez, achando que “dessa vez vai”… a insensatez não tem limites, por aqui.
Enquanto isso, vamos sendo tangidos em direção à nova descrição de nossas atribuições como “gado” (não de bolzonaro, mas de qualquer governinho estadual-imperial): vacina também não resolve. Tem vacina, mas fique em casa, já teve covid, mas fique em casa, vacinou 2 doses, continue usando máscara, ficando em casa… ou seja, a impressão é que esta pandemia não terá fim, e que, se tiver, já existe outra preparada, ali na esquina, para nos manter reféns de ordens de nossos “piccoli capi”.