Esse Salmo me toca o coração, pois trata do da melodia da morte, para o filho.
Meu Deus, do fundo do coração, eu vou falar pra quem quiser ouvir como é que Você faz coisas fantásticas! Vou ficar alegre, igual pinto no lixo, porque Você é meu amigo, porque Você, Deus, é digno pra eu cantar canções a Você! Não é só político que é meu inimigo. Não… tem um monte de gente que me preferiria morto… mas quando eles põem a viola no saco me deixam em paz, mesmo assim dão uns tropicões e caem, desarvorados, pela Sua presença; Isso é só porque Você, Deus, é que é meu advogado; minha causa tá entregue à Sua Banca. E porque, sendo Advogado e Juiz, julga como se deve, sem ferir a Constituição e sem aceitar suborno… Não importa qual é a Superpotência que tenta te meter medo. Não rola… não mesmo… Você destrói o pecador e vai demorar milênios, e tomar o trabalho de um monte de arqueólogo pra que o povo do futuro se lembre do nome da Nação que ousou te enfrentar – igualzinho “coisinhas” como Nimrod, ou os Hititas… Meus inimigos, bem, esses estão n`água até o pescoço… Não vai ter ninguém pra lembrar deles… vão “bater a papuela” (como diria o avô Armindo) e ninguém vai chorar no enterro. Mas Você, Deus, ahh… Você não tem quem vença. Seu trono é uma rocha imutável, feito pra julgar gente boa e gente má. Deus mesmo julga o mundo todo. Sem bobagem, sem tendência, sem palhaçadas recursais e regimentais. Com Deus não tem “ex-condenado”… Todo esse mundão acaba, no final das contas, prestando contas a Ele. Além disso, Deus é uma proteção fantástica pra quem está sempre na pior. É uma segurança quando o “povinho” mais humilde está passando apuro. Então é em Você, meu Deus, que a gente confia, isto é, quem crê e te conhece. O Senhor não tem o mau hábito de deixar na mão quem vai até Você pedir ajuda. Então vamos pegar os cavaquinhos, os bandolins, os pandeiros, e vamos cantar uma música ao Senhor, que mora lá no Céuzão de meu Deus. Vamos cantar que Ele só faz coisa boa e perfeita. Deus não esquece da choradeira de quem passa aperto sem razão, injustamente. Deus, que é o vingador não-mascarado, lembra sempre desse povo. Então eu te peço – tem pena de mim, Senhor. Eu mesmo vivo em tristeza. Gente ruim me calunia, e me acusa de coisa que não fiz… mas Você me levanta a cabeça; Assim, desse jeitinho, pra quem quando eu chegue na porta do Céu eu fale com a boca mais aberta do mundo que Você é “dez” e que eu me alegro porque estou aqui nesse lugar bacana! Tem país que se acha, mas que vai afundar no brejo que eles mesmos cavaram, e se prenderão na boleadeira que fizeram pra pegar os outros pelos chifres. Deus fica famoso sem fazer propaganda. É só as pessoas reconhecendo o que Ele fez de bom. Daí, o sujeito mau acaba com os chifres presos na boleadeira que falei acima. Tem um lugar feio, que Deus chamou de inferno, e que não tem a presença de Deus. Pois é pra lá que vai todo mundo que se esquece de Deus. Ele não vai nem mandar; esse povo vai pra lá com as próprias pernas. Gente que hoje passa aperto não vai ficar assim, na miséria, pra sempre. Tem esperança pra gente pequena desse mundo. Eles não vão ficar na pior pra sempre. Deus, mostra Sua cara. Não deixe o homem mau vencer. Que essa gente toda seja julgada no Seu tribunal. Mete medo nessa gente, Senhor. Mete medo mesmo – eles têm que aprender que não vão viver pra sempre, e que é bom botar as barbas de molho e mudar o jeito de ser.
Há uma enorme polêmica hoje em dia envolvendo pastores e padres sobre o conceito de que a Bíblia é um livro que precisa ser “atualizado”. Isso já rendeu pano pra manga, inclusive alguns desligamentos de ordens de pastores (no caso dos evangélicos) e excomunhões (católicos e ortodoxos). O fulcro é sempre o mesmo – o tempo passa, o tempo voa, e o tal do Livro Preto continua numa boa!?? Não precisaria mudar, para que o significado de alguns de seus pontos fosse mudado, ou “resignificado”?
Bom, o fato é que ao longo do tempo alguns aspectos da Bíblia tem sido de fato sido objeto de inúmeros debates e brigas. Até os anos 1500, havendo tão somente as igrejas Católica e Ortodoxa (grega), a interpretação da Bíblia era função exclusiva dos prelados dessas instituições.
A Reforma Protestante
Com o advento da Reforma, em 1517, o que o monge Martinho Lutero quis, na prática, parece ter sido ressignificar ou reinterpretar a Bíblia. Estando eu do lado de cá da Reforma, ou seja, me identificando como Batista (que na verdade não é fruto direto daquele movimento), entendo que o objetivo de Lutero, Zwingli, Calvino & Cia não foi o de prover nada de novo significado ou “modernizar” o Livro Santo. Ao contrário, me parece que o que o protestantismo fez foi exatamente o oposto: retirar de cima do cristianismo séculos de balagandãs, penduricalhos e outras criações das instituições oficiais do tempo. Criações que não encontravam nem encontram respaldo na Bíblica, como Purgatório, por exemplo, para ficarmos apenas em uma delas. Nada contra os irmãos católicos e ortodoxos, que, sendo redimidos por Jesus Cristo, creem desta forma. Nada disso me parece fundamental à minha fé.
Portanto, quero apenas ressaltar o aspecto de que, na minha opinião, a Reforma Protestante não me pareceu um processo de atualização da Palavra de Deus, mas de retorno à origem da Palavra – “Sola Scriptura” como diria Lutero.
Tempos Modernos
Estamos diante de uma encruzilhada de caminhos, nesses últimos tempos, em que a tentação para dar um novo significado a algumas palavras do Novo Testamento, principalmente, é muito forte. Não se trata somente de correntes intra-cristianismo, tratando de mover-se por pensar ou fazer uma exegese diferente da Bíblia. Há uma intromissão cada vez maior de visões políticas dentro dos meios evangélico, católico e ortodoxo, e que leva alguns a interpretar a Bíblia de forma a adaptá-la à sua visão política.
Tanto Leonardo Boff como Caio Fábio o fizeram, e continuam fazendo. O ideário patrocinado pela esquerda, que em princípio não se coaduna muito com o conceito de liberdade de expressão e consciência:
“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação”
1Pedro 1:17
Independentemente da intenção do coração de cada um desses teólogos, o fato é que temos (eu tenho, pelo menos) mais perguntas do que respostas. Assuntos como homossexualismo, casamento com pessoas do mesmo sexo, feminismo, e mesmo propriedade privada e porte de arma, entre outros, são bastante complexos e precisam ser tratados com o respeito intelectual devido, por não serem problemas banais. Tendo parentes e amigos queridos de tendências sexuais não correntes, digamos assim, tenho o maior amor e respeito por elas, mesmo não concordando (porque a Bíblia parece não concordar) com visões de mundo dessa natureza. Deixo claro, porém, que o meu amor tem que ser maior do que minha tentação a julgar quem quer que seja. Tendo amigos que portam armas (legalizadas) ou que entendem que um governo deve se intrometer o mínimo possível na vida privada, não posso tacha-las de armamentistas ou fascistas. Elas têm suas razões e deveriam ser livres para manifestá-las.
Confusão
O maior problema atual é a busca sincera por respostas, na Bíblia, e a constatação de que o pecado (o estado mal da alma humana) existe e precisa ser chamado pelo seu nome. A Bíblia continua atual e não vejo razão para “atualizações” de qualquer natureza. Mas essa é SÓ minha opinião. Eu, em meu exame da Palavra, toda vez que acho algo com o que não concordo na Bíblia, tenho a tendência e voltar-me, tão sinceramente quanto me é possível, para dentro de mim e refletir o quanto da minha discordância é fruto do meu erro. O resultado invariavelmente é “cale a boca e mude seu caminho, pois estás errado”.
O problema, vejo eu, é a confusão, e a briga, e a tendência de não escutar o outro. É, em suma, a falta de amor ao próximo, 2o. maior mandamento deixado por Jesus (Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, COMO A TI MESMO). Se alguém ama o próximo como à sua própria carne, como sair condenando sem exame? Claro, se temos um câncer de pele, vamos ao médico, tentamos antes salvar a região afetada, como todo cuidado, e só descartamos e mutilamos o que está doente em último caso. Tudo isso deixa cicatriz, mas é importante lembrar que tudo tem que ser feito como se estivéssemos lidando com nossa própria carne.
O que dá nos nervos, porém, não é nem a falta de amor de forma geral. É a empáfia que alguns “sábios teólogos” tentam impor a todos nós sua irreflexão ou ainda suas justificativas, geradas mais para si mesmos do que para o respeitável público. Não é fácil conviver com o erro e sinceramente condena-lo – se este erro está em nós e é nosso. Mais fácil tentar achar uma teoria boa, que aplaque nossa consciência e nos faça absolver-nos do erro que cometemos, e ao qual somos apegados.
A confusão, o barulho, a briga, não servem a ninguém. Apenas ao capeta (sim, creio que ele existe e está aí pra encher o saco, mesmo). A falta de modos na argumentação, a falta de civilidade nas palavras machucam e não geram efeito positivo algum.
Por outro lado, palavras bacanas, ditas em vozinha branda, com tom acadêmico, ditas para tão somente empurrar goela abaixo conceitos maus, tampouco trazem algo de positivo. A voz branda, usada por qualquer pastoreco ou padreco que queira vender-se como espiritual, normalmente oculta uma mente sagaz, e que no fundo, sabe que está impingindo uma visão de mundo dissociada da Palavra de Deus.
É difícil, é espinhoso, é importante manter a civilidade, sempre, mas é importante não se curvar ao impropério dito com mansidão, à vileza disfarçada de doçura, à heresia oculta em manifestações de domínio próprio.
O Fundamento
Tenho para mim uma coisa como sentada em pedra: a Bíblia, se é a Palavra Inspirada de Deus, precisa ser acessível a qualquer um, analfabeto ou PhD, sábio ou não. Deus não seria justo se desse a esse Livro apenas para gente “sábia” interpretar. Não se propõe, e nunca se propôs, a ser um livro científico (se o fosse, teria que ter uns 10 trilhões de páginas). Mas não poderia ser furtar a dizer a verdade. A construção da Bíblia, sua coesão interna, sua capacidade de mostrar erros de pessoas “santas”, sua incapacidade de encobrir mal-feitos, dá a medida do caráter de Deus: pureza e simplicidade, que às vezes são interpretadas como algo “simplório”. De simplório não há nada na Bíblia. De simples, sim.
Deus deu, como costumo dizer, a Bíblia tanto ao Einstein como a Forest Gump. Qualquer que seja seu QI, não é ele que vai determinar a capacidade da Bíblia em te levar ao conhecimento de Deus.
São os famosos 50cm de separação entre a crença e a dúvida, que só são atravessados por meio da fé – fundamento de algo que positivamente NÃO se vê, nem nunca será visto. Deus escolheu nos dar milhares de evidências de Sua existência mas nenhuma prova objetiva – nem de Sua existência nem do contrário, de sua inexistência. Por isso, tanto ateísmo como cristianismo são dois aspectos de Fé, e só Fé.
Assim, se o Livro de Deus tem que ser acessível a qualquer um, como legar sua interpretação a uns inspirados? Mas por outro lado, como jogar pela janela algumas afirmações muito claras e atemporais?
Não dá… claro. Mas também é impossível se dizer cristão, salvo por Jesus, sem amor profundo no coração, e a certeza de que, entre ganhar uma discussão, e amar alguém, devemos sempre ficar com a segunda opção.
Mais uma musiquinha pra ser cantada pelo sujeito que me esqueci o nome, mas que é um nome feio pra caramba (parece palavrão)…
Meu Deus, sossego mesmo só quando me coloco debaixo das suas asas… Tem gente pra caramba querendo meu fígado… despista eles, Senhor; eu me sinto como se tivesse um monte de cachorro selvagem querendo me estraçalhar… me dá uma ajuda. Não tem ninguém mais com capacidade pra me livrar dessa matilha! Não sei o que é que eu posso ter feito pra tanta gente me acusar de tanta coisa. Sinceramente, estou de consciência tranquila!, se eu fiz mal a quem me fez bem, ou se eu dei refresco pra quem era mau, peço que o Senhor permita que u seja estraçalhado por aquela matilha de cachorro que pedi pra ser liberto, agorinha mesmo. O Senhor é tão capaz e tão grande que eu sei que poderia fazer com meus inimigos igual uma bola de boliche nos pinos do jogo… mas eu sei que Você já sabe bem o que eu mereço e o que não mereço. Esse mundo tem uns 200 países. O Senhor pode juntar todos em volta de si e dê aos seus líderes uma ideia de quem manda mesmo. Pega, por favor, Senhor, essas nações, esses líderes, e dá um corretivo; pode me colocar no bolo e me julgar também, porque se mereço corretivo, que seja. Tem gente má que merece uma boa tunda; tem gente boa que precisa ser exaltada; mas só o Senhor sabe quem é quem. O Senhor tem sido um colete à prova de balas que me protege e dá proteção a quem o veste. Deus é juiz, e dos bons. Não igual uns que vemos por aqui. Deus deve ficar brabo todo dia, vendo tudo o que acontece. Depois não digam que Deus não avisou – se o cidadão ou cidadã ficar brincando com Ele, não se assuste se o pau quebrar no seu quintal; Ele já preparou umas camas de gato pra quem gosta de brincar com Ele. Tem gente que passa o tempo todo pensando em fazer maldade com o alheio, em como falar mentira e em como levar vantagem em cima dos outros. Deus, faz um buraco na terra e manda pra lá essas malas! Eu sei que no final das contas eles acabam caindo nas mesmas armadilhas que fazem pros outros. Cacetada na moleira é o que dá na cabeça de quem é violento e maldoso. Eu, cá entre nós, vou te falar uma coisa… eu prefiro agradecer a Deus, porque Ele é bacana comigo, e faço umas músicas “gospel” pra ele, sem repetições idiotas, mas com letra baseada na Bíblica, em louvor dEle, que é bom demais…
Esta cantiga Davi escreveu e manda pro regente do coral dos levitas… pra cantar em duas oitavas, uma acima, uma abaixo… sem baixo, violão nem bateria… só vozes!
Meu Deus, meu Deus, não fique brabo comigo! Sei que mereço, mas não me mande pros quintos dos infernos. Veja se acha um lugar aí pra um tantinho de misericórdia com esse cidadão que não vale nada… Eu estou cansado e sem força pra nada. Me dá um daqueles seus Tônicos de Vida, porque senão eu vou acabar quebrando todos os meus ossos. Mas não é só isso. Por dentro, meu coração está quebrado. E aí eu pergunto pra Você que sabe tudo: até quando vai essa urububaca? Dá uma olhada pra mim, e me livra dessa maldade toda que me rodeia, porque eu continuo mau, mas Você é bom. Eu vou falar, mas sei que é uma bobagem que estou falando: Será que depois de morto eu vou lembrar de você? Será que de dentro da cova, no cemitério, eu vou louvar Seu nome? (Digo isso porque aqui, de antes do Messias vir, é assim que esse povo pensa – eles acham que não tem muita coisa depois da morte, até que o Senhor volte e desenterre um bando de osso. Bobagem, mas vá lá). Êta dor, êta cansaço de tanta gemeção… É tanto chororô que vou afogar na água dos olhos. Tô ficando com ruga nos cantos dos olhos; tem pé-de-galinha na minha cara, de tanto chorar e de ficar de olho apertado, esperando mais pancada. Mas aí eu continuo falando – “quem não anda direito, vade-retro! Nem vem que não tem porque eu sei que Deus já ouviu minha choradeira; O Senhor Deus acabou de ouvir o meu gemido, e tenho certeza de que já ouviu minha oração. Se você é meu inimigo, e acha que vai me envergonhar, saiba que quem vai ficar de cara vermelha de vergonha é você, quando vir Deus me ouvir. Vão pros quintos, e não encham mais o saco!
Uma musiquinha com uma letra inspirada, pra ser tocada com flauta, pandeiro, violão de 7 cordas e bandolim.
Me responde, Meu Deus do Céu… Estou pedindo de joelhos! Quando estou com a cabeça cheia de problemas, é você que me alivia. Só você mesmo pra ter pena de mim e ouvir meu choro. Aí Deus pergunta – “Ô gente, até quando vocês vão fazer que meu Nome passe vergonha? Até quando vocês vão ficar aí, posando de gostosos, e adorando uma enganação? Não se iludam, meus caros, Deus dá a maior moral pro fiel piedoso, e Ele me ouve – pode duvidar o quanto quiser – quando eu chamo. Já que é pra ficar com raiva, tudo bem. Só não vale cometer pecado por causa disso. Na hora de deitar, antes de pegar no sono, ora a Deus e te acalme! Dorme bem. Vamos então trabalhar sempre pra que tudo aconteça direitinho, tudo muito sério e honesto. E vamos confiar em Deus, porque nossa confiança estará bem entregue. Tem gente que diz que não sabe quem vai mostrar pra elas como é que é fazer coisas boas. Aí temos que dizer – Deus, seja nosso professor de coisas boas. Estou mais alegre do que qualquer outra pessoa, mesmo se o sujeito está bêbado e de barriga cheia. Eu, aqui de casa, quando deito, não demoro nada pra dormir. Deito e durmo porque é Deus que me dá essa tranquilidade e paz.
(O cara cria mal o filho, o filho se torna uma mala sanguinária, o cara tem que fugir do filho pra salvar a pele… Ele é que fez esse Salmo aí…)
Deus do céu! Quando mais eu rezo, mais assombração me aparece! Tem gente atrás de mim à beça! São tantos que não sei nem se tem couro em mim pra todo mundo atirar! É fácil olhar pra alguém cujo próprio filho está querendo matar e dizer “ah… esse não escapa”… Mas que nada… nem precisa sair da minha frente que eu passo assim mesmo, já que o Senhor Deus é comigo, e me faz famoso por bons motivos. Eu, já que não tenho escapatória, berro em alta voz por ajuda do Senhor, e Ele, vejam só, responde! Sabe mais o que? Eu vou dormir, e nem fico com insônia. Pego logo no sono e acordo de boa, porque é o Senhor que está comigo, dando a mão. Ah… mas tem muita gente neste povo que está contra mim… Ora, e daí? Medo é que não tenho! Deus é ótimo em quebrar dente de valentão. Deus é muito craque em dar gancho de direita no queixo de quem não vai com a minha cara. Então eu digo – “Deus me acode” e pronto! O fato é que segurança mesmo, salvação no duro, bênção pra valer, só pelo Senhor Deus.
Por que tem tanta gente no mundo que gosta de uma briga, e ouve fake news, e se enche de raiva, imaginando bobagem?
Os poderosos do século XXI adoram dizer que são a favor da ciência, e, para isso, acham que têm que zombar do Criador, e contra o Seu Salvador, Jesus. Aí abrem a boca para falar bobagem, dizendo: “Deus não existe, e se existe, não nos importa.”
Deus, lá do céu, deve cair na gargalhada… Quem não existe, na verdade, é a inteligência desses tais poderosos.
Deixe que os tais poderosos falem tudo o que é asneira. Quando Deus resolver agir, não vai sobrar nem um dito “poderoso” pra contar a história. Aliás, não terão cabeça nem pra contar a história…
Eu? Eu não sou besta. Coloquei o Meu Deus onde ele merece, no Trono do meu Coração.
Falo com a boca mais aberta do mundo, pra quem quiser ouvir, tudo o que Deus é e o que Ele quer de nós. Aí Ele respondeu: “Beleza… você é meu filho, de verdade.”
E mais: “Pode me pedir e eu vou fazer com que você seja o poderoso desse mundo, tanto aqui quanto na China.”
“Os tais poderosos serão como um jogo de lego na sua mão – você vai montar e desmontar com eles.”
Daí, Ele emenda – “Poderosos, come on… sejam menos bestas e ouçam quem argumenta. Poder Judiciário, não seja burro: ouçam conselhos…
Arremato dizendo: Deus merece nossa consideração. Olha pra cima, veja como O Cara é poderoso, e sejam alegres, mesmo morrendo de medo do poder que vocês estão presenciando.
Por fim, e mudando de saco pra mala – Quando vocês ouvirem falar do tal Filho de Deus, dá bola pra Ele, porque é igual ao Pai dele. Se Ele ficar irritado, vai dar ruim pra vocês. É muito bom ficar dentro do Bunker de Deus.
Bem-aventurado o cidadão que não entende que precisa seguir o vai-da-valsa das opiniões alheias, nem tenta ganhar discussão política em boteco, nem para pra apertar um na companhia de gente que acha todo mundo além dele está errado, manos ele..
Em vez de fazer asneira, ele pega Deus pelo pé, na Sua Palavra, e espreme os textos até que soltem sua substância mais sublime. E ainda faz isso sem parar…
O cara é como uma mão amiga que está sempre ali, pertinho, com opiniões boas; um cidadão de bem, que rala, paga imposto, e ainda sobra pra ajudar quem precisa. Trabalha focado, e sempre o que ele faz dá certo.
Sangue ruim não é assim. Sangue ruim é como uma mala sem alça, que não sabe de onde veio nem pra onde vai.
É por isso que sangue ruim vai se perder o juízo quando se perder no juízo – final; e quem faz o que não presta nunca vai bem aceito no meio dos sangue bão.
Porque Quem Manda, quem viveu desde sempre, conhece os sangue bão; mas o futuro dos sangue ruim é o Ó.
Parece um tormento sem fim, ver a família partir, os amigos irem sem se despedir, a vida ir passando diante dos nossos olhos. Eu sou a última vítima da morte. O necrológico é meu, e não da minha prima-irmã, Kátia, que morreu hoje, aos 57 anos, às 12:12, no Rio. Não. a apologia post-mortem é feita de mim pra mim. Sou EU quem morri. Sou EU quem me sinto morto, pelo menos.
Como justificar a morte por câncer, essa maldição sem cura ainda, que alcança “justos e injustos” – mais justos que injustos, pois talvez o mundo ainda os tenha em maior abastança. Como justificar nós, que ficamos, chupando dedo por mais um papo, por mais uma rodada de vinho e discussões acaloradas sobre qualquer tema, resolvendo os problemas mundiais com uma facilidade que faria inveja ao próprio Jesus Cristo (se Ele a tivesse).
Como justificar a pesada dor da mãe de 86 anos que fica, de alma sensível, saúde frágil, mas forte como uma montanha de granito. Como justificar para ela que sua terceira e última cria se vai antes dela, deixando-a sem herdeiros, sem tranquilidade e o conforto que a filha lhe proporcionava, sem o ombro, e porque não dizer, a brigaiada que acompanha sempre os mais chegados e mais amados.
Fomos sempre unidos, nós, primos e irmãos. Não havia, nem há lá muita distinção entre primo e irmão na nossa doida família. Sempre fomos criados tão juntos que não poucas vezes ganhávamos um safanão de um tio ou tia por coisas erradas, como se filhos fôssemos – e ai de nós levar a bronca pros pais, pedindo apoio – apanhávamos 2 vezes.
Essa união se expressa naquela qualidade única de ligar num dia de noite e dizer “amanhã vou dormir aí na tua casa”, sem dar explicações, nem dar a mínima se ela estava com visitas ou não. Ora, era a NOSSA casa (a dela e a minha). Ninguém pedia nem pede muita licença. Essa união se expressava quando ela me dava com uma régua T na cabeça, por minha burrice ilimitada em entender uma porcaria de um problema de Cálculo no Louis Leithold (devidamente afanado da amiga Margareth Simões, uma das outras do “bando”). Enfim, essa união se expressava naquilo que as pessoas estão perdendo com um mundo que se fecha em brigas ridículas, sem sentido: na simplicidade de se amar e se aceitar de uma forma tal que não havia nem questionamento sobre o fato em si. Ora, é CLARO que nos amamos. A gente não briga igual cão e gato e dá risada 2 minutos depois? A gente não se sente tão perfeitamente à vontade com o outro que custa até se lembrar que tá na hora de voltar “pra casa”, já em “em casa” já estávamos?
Pois bem, 30 e poucos dias de batalha contra um câncer, e lá se vai uma vitoriosa da vida, com seu PhD e seu conteiner de diplomas, menções, papers, dissertações, teses, feitos e proezas. Lá se vai a estrela da festa, sempre capaz de fazer jus ao famoso apelido de “Narcisa Tamborindeguy Montechiari”, em homenagem à doida socialite capaz de desatinos bárbaros e sem qualquer noção. Lá se vai a estrela dos churrascos, capaz de criar celeumas enormes, por qualquer razão, só pra ficar olhando os panacas se digladiarem… e dá-lhe risada…
Lá se vai parte da alegria da vida… lá se vai parte da vontade de estar juntos… lá se vai parte do nonsense bacana, da falta de noção amigável, da opinião dada só pra provocar, do abraço expresso em bolinhos de bacalhau, bobós de camarão, moquecas e… abraços também. Muitos abraços, por sinal.
Estava há pouco com o Livro de Jó aberto, tentando encontrar sentido na dor, como o sujeito encontrou, todo ferrado, cheio de chagas, tendo perdido os filhos todos, as terras, a saúde… disse ao meu irmão Hirann que queria uma resposta decente de Deus antes de Jó 42:5 – “antes, eu ouvia falar de ti, agora, meus olhos Te veem”. Ora, essa conclusão Jó chegou sem Deus ter feito nada pra dar uma mãozinha que fosse… Parece vitória por WO, de Deus. Queria algo mais substantivo pra tapar minha dor, ou pelo menos pra que parasse de inchar meus olhos, já tão sem lágrimas, depois de tanto chororô que a vida me impôs.
Não é que a resposta veio? Escondida no mesmo livro de Jó, lá em 19:25 – “Eu sei que o meu Redentor VIVEEEEEE… e que por fim se levantará sobre a Terra” (a ênfase parece minha, mas acho que Jó deve ter sido ainda mais escrachado). O meu Redentor VIVE, o Redentor de Kátia VIVE, o cara que parece ter esquecido que o mau é mau, o corrupto é corrupto, o ladrão é ladrão, e que parece não punir ninguém pelos seus maus feitos… sim, ele VIVE e por fim se levantará sobre a terra. Vá saber se isso será hoje ou amanhã. Por FIM isso vai acontecer; por FIM veremos os maus serem devidamente recompensados, e talvez até perdoados e redimidos… coisa chata é a Misericórdia infinita de Deus… (fácil falar quando já se está do lado de CÁ, dela)…
Tudo isso aí em cima, bom ou ruim, saiu em 10 minutos na frente de um teclado, quase sem raciocinar, só sentindo, relembrando, arrumando como dá o chorro de sensações que vem como um vômito à boca do bêbado. Uma torrente de coisa que não dá nem pra imaginar que aconteceria um dia. Nem revisei erros de português, ou concordância. Nem vou.
É um necrológio, no fim das contas, pra MIM. Eu é que morri aqui, que estou morrendo por estar vivo sem minha amada prima e irmã. Cada vez mais é um necrológio pra mim, por todas as mortes que ainda estão por vim, e das quais Deus houve por bem livrar Kátia de vivenciar. Somos mais fortes do que ela? Somos mais necessitados de apanhar pra aprender? Não sei. Só sei que levando-a antes Deus parece dizer assim: “Fica na tua, Zé Ruela, porque de dor Eu entendo um tiquinho mais do que você”.
Não preciso de mandar em Paz, prima Kátia… você sempre a teve, e apenas volta pra casa do Pai.
A minha tentação é a de generalizar. Tomar o todo pela parte, e sair batendo. Não funciona. Eu já começaria este post cometendo o mesmo erro que me proponho a desnudar, ou esclarecer (modestamente) que vejo no povo brasileiro. A falta de escrúpulos. Claro que temos um povo que em sua maioria tem vergonha de fazer algo que é moralmente condenável, ou literalmente na definição do Websters, que figura acima “o sentimento que evita que você faça alguma coisa que você pensa ser moralmente errada, e o faz ter incerteza sobre faze-lo“.
Mas o fato é que vivemos num país em que os “moral qualms” (dilemas morais) não estão na ordem do dia das pessoas. Aliás, o mundo segue o Brasil nessa via de mão única em direção ao caos. Desde furar uma fila ou colocar o carro pra rodar no acostamento, até jogar a moral de todo um país na lama pra ganhar uma eleição, o fato é que temos poucos dilemas morais. Antes tínhamos nossos pais e nossas igrejas e templos para nos lembrar da nossa responsabilidade de sermos mais polidos, pensar nos outros primeiro, e fazer o que é certo em qualquer situação. A recompensa era um “céu” ou um “bom carma”, ou ainda evitar um “pito” ou umas “correadas”. Positivas ou negativas, as motivações para andarmos na linha existiam e eram implantadas.
Via Expressa para o Caos
O país, e agora o mundo, começam a marchar na Via Expressa do Caos. Vamos a toda velocidade, ignorando a maior motivação positiva de todas – a civilização. Esta me parece ser a maior recompensa terrena do Escrúpulo. Só a existência de dilemas morais é que nos tira da rota de colisão com o Caos que se avizinha. E vamos todos alegremente repetindo toda e qualquer coisa que nos traga algum conforto pessoal, alguma vantagem, alguma posição de destaque.
O intelectual foi o primeiro e perder o escrúpulo, a bússola moral. Deveria ser o último. Afinal, é para a intelectualidade, para os pensadores, que se volta a sociedade em busca de compasso para suas dúvidas. Nossa intelectualidade abraçou com força e paixão a visão de mundo do “quanto pior melhor”, contanto que detenhamos a postura de pessoas bem intencionadas.
A Via Expressa vai afunilando e se tornando cada vez mais esburacada, cada vez que um intelectual, ou um famoso, a esburaca de propósito. Alguns exemplos recentes nos ajudam a refletir sobre isso.
Fique em Casa
Há quase 2 anos fomos instados a ficar em casa, pois que a “economia a gente vê depois”. O escrúpulo foi ali jogado às favas, por famosos, “influencers”, jornalistas e intelectuais. Políticos também, claro, mas deles sempre pudemos esperar qualquer coisa.
O debate aberto, claro, franco, e honesto foi substituído por um ruído estridente, que proibiu que se debatesse com calma e “ciência” (entre aspas para denotar seu inescrupuloso uso recente) sobre o assunto.
É lógico que daria para criar as medidas suficientes e necessárias para que continuássemos a trabalhar e produzir, sem aumentar a tragédia que já estava instalada entre nós. Prova disso foi a fantástica performance do agribusiness, que não parou, e acabou por salvar nosso pescoço e nossos estômagos, a despeito dos aumentos de preços.
A Guerra dos Absorventes
Mais recentemente, o veto presidencial a uma esdrúxula medida de prover absorventes higiênicos pagos pelo SUS para jovens e adolescentes de classes menos privilegiadas gerou uma gritaria desproporcional ao fato. Mais ainda por duas razões que poderíamos chamar de apavorantemente claras: não foi dito de onde sairia a grana para bancar isso e não se pensou antes nos dias de aula perdidos pelo Fique em Casa. O país que mais manteve alunos fora da escola agora clama por absorventes para supostamente evitar evasão escolar.
Não se trata aqui de dizer que o estado não deve dar este ou aquele item de higiene, saúde, etc. Trata-se de dizer que o Estado não deveria “dar” NADA a ninguém sob forma de subsídio ou “doação”, pois não há dinheiro público, mas só o nosso, o do pagador de impostos.
Se o Estado quer dar algo ao povo, que dê liberdade de empreender, trabalhar, produzir e ganhar seu próprio dinheiro para comprar seus próprios itens de higiene com orgulho e vergonha na cara, sem depender de ninguém.
O STF
Por último, por hoje, a falta de escrúpulos de homens e mulheres escolhidos para a mais alta corte do país, que deveria ser usada somente para solução de problemas constitucionais, no esclarecimento de pontos específicos e de quem propõe ações a ela, para atingimento de interesses próprios.
Partidos políticos passaram a usar nosso STF de forma a atingir objetivos específicos, principalmente no questionamento de temas que não deveriam ser sequer reconhecidos por esta Corte como sendo de sua alçada julgar.
E aí está o outro lado da falta de escrúpulos – por entender que precisa “fazer algo”, 11 ministros desvirtuam os objetivos da Corte e põem-se a julgar e avocar a si as coisas mais aberrantes, deixando ações que estão há décadas pendentes de uma decisão tomando poeira.
Existe maior falta de escrúpulo, menos bússola moral, do que colocar um ladrão do erário na rua por tecnicalidade? Existe falta de moral e compasso maior do que colocar traficantes de tóxico e chefes de facção em liberdade, por razões que sequer tenho a coragem de inferir aqui?
Que tipo de Corte Suprema se dá ao trabalho de imiscuir-se dia a dia nas obrigações de outros poderes? Que ministros são esses que não têm o menor dilema moral em votar e fazer algo frontalmente contra a própria constituição, como caçar um mandato e manter direitos políticos, ou começar seus próprios inquéritos ao arrepio do processo legal?
Efeitos
A falta de escrúpulos não veio até a sociedade, no atacado, sem antes passar pelo longo e penoso processo de permear o varejo. Antes de vermos governadores roubando em larga escala, vimos Brizola fazer acordos espúrios com o crime organizado, já nas eleições de 1982.
Antes de vermos Lula ser posto na rua “descondenado”, vimos todo um processo de difamação da Operação Lava Jato, constituído pouco a pouco, a ponto de gente razoavelmente inteligente dizer que “prefere Lula do que Bozo”, como se fosse uma escolha minimamente informada ou clara, com todas as informações puras, na mesa, passadas por uma imprensa livre e honesta.
Enfim, o processo que nos leva à Via Expressa do Caos começou pequeno, lá atrás, com o “Jeitinho Brasileiro” sendo louvado como sendo uma forma de adaptação, de flexibilidade. Nunca foi chamado por ninguém pelo que realmente é – falta de escrúpulo.
É óbvio que se resolvem problemas mais rápido sem se ter dilema moral. Engravidou? Não tem condição de criar? Mate a criança. Aborte. Não tem condição de ter um par de tênis de marca? A sociedade te tirou o direito ao bom e o melhor? Roube! É simples. Não consegue estudar para passar em medicina? Don`t worry – compre uma vaga.
A Ordem sobre o Caos era o mote dos Positivistas de onde vem o “Ordem e Progresso” da bandeira. O Caos sobre a Ordem parece ser o mote de qualquer um que deseje o poder neste país.