O Beato do Powerpoint

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

Não posso acreditar mais no que o “Pavão Misterioso” publicou do que no que o “hacker misterioso” do Glenn Greenwald o fez. Tendo a ter cuidado (até profissional) com a qualidade do que se joga na mídia. Contudo, posso fazer alguns juízos de valor. Logo no início dos vazamentos contra a Lava Jato, tanto o ex-juiz Sérgio Moro quanto o Procurador Deltan Dallagnol não diretamente negaram o conteúdo do que foi publicado. Pode ser que tenha sido “inocência” da parte deles, mas entendo que, em sendo tomados de surpresa e vendo coisas que, talvez não literalmente, e muito provavelmente editado, tenham se lembrado de parte, pelo menos, das “revelações” e não terem sequer se preocupado em desmentir algo que possivelmente tenham falado, mesmo que tirado de contexto, datas, etc. É a reação típica de quem não crê, do fundo do coração, que cometeu um ato errado, e que não se julga com a régua torta da maioria.

Assim, tampouco me dou ao trabalho de desacreditar integralmente no que o “Pavão” publicou. Li tudo com a devida atenção e esperei vários comentários a ponto de tecer um relativo julgamento sobre o assunto e os panos de fundo dele. O mais revelador de tudo isso é o silêncio sepulcral dos envolvidos, GG (“Amor”), David Miranda, Jean Wyllys, Leandro Demori, Marcelo Freixo, Paulo Pimenta, etc.

Também estranha o silêncio da mídia. NINGUÉM, exceto as mídias sociais, deram um pio sobre o assunto. Que eu tenha visto, de mídia com abrangência, somente o Antagonista/Crusoé e a Gazeta do Povo noticiaram a coisa em maiores detalhes. O resto, os seja, os “Catracas Livres” da vida, apenas teceram comentários de cara pejorativos sobre o assunto. Ninguém, exceto os dois veículos que mencionei, parece ter-se dado ao trabalho de olhar minimamente para o assunto, com senso crítico, para entender a gravidade do fato reportado.

Mas deixemos isso para lá, e assumamos, por um momento, que o “Pavão” expôs os diálogos ipisis literis, sem edições ou manipulações de data. Tendo a acreditar nisso por conta dos CPFs, RGs e números de telefone apresentados por eles, o que me deixa menos intranquilo quanto à autenticidade do “Hacking”. De qualquer forma, estamos falando de episódios no mínimo do mesmo calibre: um jornalista que aceita publicar algo como verdade sem checar a fonte, dando como verdade algo que não pode comprovar se editado ou não, e um grupo de hackers que, para demonstrar sua autenticidade, dá dados pessoais dos hackeados. Imaginemos que o Pavão fez tudo certinho…

Não posso dizer que sou “amigo” do Deltan Dallagnol. Fui membro e diretor da mesma Igreja que ele hoje frequenta, a Igreja Batista do Bacacheri. Estive presente quando ele foi à frente pedir as bênçãos de Deus sobre um mestrado (ou doutorado, nem sei) que iria fazer nos EUA. Conheço seu pai “lateralmente” por ser membro do Ministério Público Estadual do PR, no qual tenho muitos amigos e vizinhos. Tudo gente boa, competente, técnica e muitos deles tementes a Deus. Um dos procuradores estava perto de mim e disse, durante a oração ao Deltan, “se o pai deste aí já é caxias que chega, imagine o furdunço que esse piá (moleque, em Curitibês) vai causar nesse mundo (ou coisa que o valha – não lembro bem). O baixinho gente boa, procurador e amigo, há de se lembrar disso, se ler essas linhas… O que posso dizer é que tanto o Deltan, como o Roberson Pozzobon são caras extremamente sérios, tementes a Deus, e que de fato têm a nação dentro do coração.

Gente desse calibre, e incluo aqui Sérgio Moro, não tem a menor chance contra gente do “calibre” de um Jean Wyllys, Marcelo Freixo e outros. É uma batalha desigual. Foi preciso que o Moro fosse possivelmente alertado pelo pessoal “político” e passasse a se referir às conversas como “passíveis de adulteração”, o que de fato, são. Antes, ele nem se deu conta do nível de cretinice que estava sendo perpetrado contra eles.

Mas foquemos no aspecto da batalha espiritual que está armada sobre o país – Jean Wyllys, que creio que tenha realmente vendido o mandato para David Miranda, e seu “marido” Glenn Greenwald, aparentemente fizeram algo de que não se envergonham, embora tenham que esconder do público – compra e venda de mandato é crime. E fica clara a desproporção entre o “pecado” de Moro (não vejo nada que não seja plenamente justificável, se colocado na ordem cronológica e sem ‘adições’) e o desses caras do The Intercept. Aqui, estamos lidando com uma batalha, tanto política, como espiritual. Quem tem ouvidos para ouvir o que eu digo, entenderá. Quem não tem, continuará tendo “comichão nos ouvidos”. Creio que estamos diante de uma tentativa coordenada (não neste plano) de destruição de um “set” de valores judaico-cristãos, fundamentado na família e na sacralidade do indivíduo, para colocação no lugar de … bom, qualquer coisa que não seja boa, mas certamente, comandada por um estado enorme e à disposição de certos “iluminados”.

Vivemos tempos em que o nível de subversão de conceitos básicos é de tal ordem que um ciclo de apoio mútuo “corruptos-imprensa-autoridades-beneficiários privados do dinheiro público” está posto com a função precípua de quebrar um ciclo virtuoso de combate ao câncer da corrupção que há décadas se abateu sobre nós. Não é de hoje. Pode dizer que é de 1500. Não importa. Alguém quebrou esse ciclo, e esse “Alguém” certamente quer ver o ciclo terminar, e bem.

Deltan e Moro se recusaram e “tomar a forma do mundo”, como lemos na epístola de Paulo aos Romanos. Não sei quanto a Moro, mas estou seguro de que Deltan crê firmemente na “Boa, Agradável e Perfeita” vontade de Deus. Ele é realmente o “beato do Powerpoint”. E Glória a Deus por isso. Se não fosse essa ousadia, ‘nunca antes vista na história deste país’, ainda estaríamos caminhando a passos largos para trevas Cubanas, ou Venezuelanas – e aqui não falo do regime político em si, mas na incapacidade de gerar riqueza a partir de ordens palacianas.

Dou graças ao Senhor porque a nação parece, apesar da campanha de desinformação, disposta a apoiar quem fez de sua vida particular um problema, para eles e suas famílias, a fim de que os Jean Wyllys, os Lulas, as Gleisis, os Cunhas, e, ao fim e ao cabo, quem quer que seja, Pulitzer ou não, acabe com nossa esperança em dias melhores.

Que continuem resilientes, continuem fiéis ao que começaram. E que Jean Wyllys tenha cada vez mais razões para ter nojo deste Beato.

P.S. – Em tempo, Glenn Greenwald foi apenas a face mais visível do tal Pulitzer. O prêmio foi dado ao grupo do The Guardian, e do The Washington Posto, juntos (dezenas de pessoas) pelas reportagens que levaram a público as mensagens da NSA (National Security Agency) vide https://www.huffpostbrasil.com/2014/04/20/glenn-greenwald-pulitzer-reliable-sources_n_5182297.html

Maioria cercada pela Minoria

Sabe aquela sensação de impotência diante de uma quantidade avassaladora de informações de má procedência, lançadas na cara do povo por uma mídia com uma agenda clara? Sabe aquela Revista Veja que você já teve o prazer de ler durante décadas, naquele domingão de sol, depois da Igreja e de um belo almoço e que agora, comprada por aproveitadores, se tornou um ridículo veículo à disposição do obscurantismo disfarçado de progressismo? Sabe aquela tristeza profunda de saber que injustiças tremendas estão sendo cometidas na cara da nação, cuja maioria não acredita, mas que, olhando nos jornais e revistas, TVs abertas e fechadas, parecem se tornar verdades reveladas?

Pois é, estamos vivendo isso, e não somente no Brasil. EUA, Europa estão vivendo uma situação parecida com a Rússia de 1917. Um grupo de menos de 10% dos parlamentares da Duma (congresso russo) criou uma confusão de tal ordem no país que conseguiram organizar uma revolução que pôs abaixo um governo e um sistema de vida (cuja qualidade era discutível, obviamente) para colocar no lugar um regime genocida nunca antes visto.

Os nossos Verdevaldos, as nossas Vejas e Folhas de São Paulo estão criando as condições para que uma coisa terrível aconteça: que a maioria do povo tenha suas goelas estupradas e nelas sejam enfiadas a soltura de criminosos, a criação de leis para livrar da cadeia corruptos com mandato, entre outras delicatessen.

Nos costumes, assistimos, nós a Maioria, de camarot, a um grupo micro nos empurrando agendas com as quais não concordamos, e que, como Maioria, deveríamos ser capazes de rejeitar. O presidente fala de trabalho juvenil como forma de moldar caráter e é rapidamente transformado em defensor do trabalho infantil, com conotação de “análogo à escravidão”. A Maioria, nem tão silenciosa, escreve na timeline dos órgãos de imprensa que concorda, majoritariamente, com o presidente, mas isso não tem nenhum efeito prático.

A Maioria não acha que certos comportamentos, sejam eles sexuais ou de conduta pública, sejam normais. A Maioria acha que casamento é um homem e uma mulher, com capacidades biológicas de procriação (se vão procriar ou não, é problema de cada casal). A Maioria não quer “matar” ninguém por ter comportamento diferente, mas os rejeita firmemente. Mesmo assim, vemos dia a dia a Maioria ser esmagada pela “Microria” (desculpem a licença não poética) que acusa quem não concorda de “fascismo”, “obscurantismo” entre outras coisinhas mais feias. Ter amigos com comportamentos diferentes e não ser agressivo ou contundente sobre eles, já não basta. Calar também já não basta. Agora, quem não aplaude ostensivamente comportamentos dos quais discorda, está fadado a ser taxado de todos os nomes habituais aos grupos de pressão, a despeito de amar o diferente, sem concordar com ele.

A Maioria apoia a Lava Jato e acha que Lula é corrupto e deveria continuar na cadeia. A Maioria acha que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol são heróis nacionais e que deveriam ser aplaudidos, e não execrados. A Maioria acha vergonhoso ladrões com mandato xingarem um ministro de estado. A Maioria acha que não houve nenhum conluio para botar Lula em cana, e acha que os bilhões que “miraculosamente” surgiram como resultado da Lava Jato são prova cabal, somada às outras toneladas de evidências, de que nenhuma dessas condenações foi leviana, casual ou fruto de desejo político.

Enfim, a Maioria crê num Deus, tem sua religião ou religiosidade, e teima em não aceitar interferência em suas crenças. A Maioria, como eu, vai à Igreja ou ao seu Templo, no seu dia sagrado. A Maioria não quer ser dominada por uma minoria apenas porque tem grande poder de vociferar.

A Maioria quer paz, mas está disposta até a pegar em armas para se defender e garanti-la, no longo prazo, como as manifestações recentes fazem-me crer. Por fim, a Maioria quer trabalhar, produzir, para pagar os impostos que de resto, estão sustentando boa parte da minoria há duas ou três gerações. Quer impostos mais simples, quer regras menos complexas, mais liberdade, mais certeza jurídica em seus contratos, quer decisões coerentes com a Lei, e que não mudem a depender de quem pleiteia.

Que a minoria entenda isso enquanto é tempo, e evitemos todos um caos que hoje, aos olhos da Maioria, parece inevitável… e que a Maioria acabe se tornando, por eliminação física, uma Minoria.

Senadores, Pretorianos e Ditadores no Planalto Central

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O primeiro efetivo imperador Romano, Otaviano (cujo nome ele mesmo trocou para Augusto, em 27 a.C.) instituiu a famosa guarda Pretoriana, em sua forma imperial. Era um corpo de legionários específicos para sua guarda pessoal, escolhido a dedo dentre os melhores das Legiões. Qualquer legionário, depois de demonstrar capacidade de batalha, valor e lealdade, poderia se candidatar a uma posição na famosa Guarda. Essa recebia melhores salários do que os legionários normais e com o tempo acumularam um poder enorme, a ponto de, inclusive, depor (não raras vezes por meio de assassinato) e elevar imperadores. Esse poder passou a ser usado, então, em detrimento do povo de Roma e, inclusive, em detrimento dos próprios imperadores, alguns mantidos como virtuais reféns de suas hostes dentro do próprio palácio imperial.

A lição do processo de “Pretorização” de um grupo de indivíduos dotados de algum tipo de poder deveria incluir sempre uma vista d’olhos na história da Guarda Pretoriana. Pouco a pouco acumulando poder por meio de “embargos auriculares” junto ao próprio semi-deus sobre o trono, ou através de um crescente acúmulo de poder bélico, essa hoste se tornou mais poderosa do que o próprio Senado Romano, e por vezes do próprio imperador.

De outro lado, temos a figura do Senado Romano, cujos desmandos e desrespeito às posições dos cidadãos da República geraram um antagonismo que acabou por permitir em em 44 a.C. Julio Cesar, um carreirista e demagogo brilhante, tirasse todo o seu poder, tornando-se o Primus Inter Pares, ou “Primeiro Cidadão”, iniciando um império (O nome “Rei” tinha uma rejeição muito grande no tempo da República, e mesmo depois. O último rei de Roma, Numa, havia sido deposto 6 séculos antes).

A lição sobre o processo de afastamento do “legislativo” dos interesses de um povo também deveria ser objeto de atenção, por invariavelmente desaguar em uma ditadura de alguma espécie.

Hoje temos um caldo de cultura que custa a ser interpretado pela mídia, e principalmente pelos políticos. Temos um Congresso muito fora de sintonia com os anseios do povo (a ponto do presidente da Câmara de Deputados ter a audácia de falar para quem quisesse ouvir que o Congresso não existia para sancionar o que povo quer). Nossa Roma é Brasília, cujos moradores em sua maioria estão em dessintonia com o resto do “império”, e na maior parte membros dessa Guarda Pretoriana que ora pretende se manter no seleto rol dos diferentes, dos mais aquinhoados, da elite. Seu poder não advém mais da força bélica, mas da força de regras e leis criadas especificamente para mante-los com seus privilégios.

Mas não é só um Senado surdo e uma Guarda Pretoriana encastelada que criam uma ditadura. Tem que haver também um povo maluco de raiva e um exército que se oponha aos Pretorianos. fora de Roma (Brasília), o povo já está maluco de raiva das benesses dos capitalinos. Já está louco de vontade de abater a socos e pontapés os Patrícios do Senado, por conta de suas leis surdas à sociedade. Cada vez mais os tributos são impostos às “províncias” e usados quase que exclusivamente para manter o panis et circensis dos cidadãos de primeira classe. Isso irrita. Isso é matéria prima para uma bomba atômica.

Um recado claro, contra a corrupção e a favor de um estado menor e mais ágil, com menos cidadãos “superiores” em relação à “plebe”. Esse recado não foi ouvido pelos nossos Patrícios (bom, alguns sim, ainda minoria ou dessintonizados entre si para criar tração e resultados). Nossos Pretorianos se armam para um embate contra o bom senso econômico e, em última análise, contra seus próprios concidadãos menos favorecidos. Todos se acham melhores, diferentes, mais merecedores. E lá se vai o erário, a res publica

O perigo é assistirmos emergir desse caos articulado e fomentado internamente em “Roma” um novo ditador, ou grupo de ditadores. As consequências todos conhecem. Nosso último embate com uma situação igual a essa nos custos 20 anos de governos não eleitos, o que não é desejável em lugar algum, seja na Roma deles, ou na nossa.

Como a estupidez é maior do que a visão de país, e o “pragmatismo” político supera por larga vantagem o patriotismo, temo ver dias ruins pela frente, em que culparemos erradamente o “Consul” (o presidente eleito) pelos desmandos de Pretorianos e Senadores.

Quem não aprende com a história, realmente vai repeti-la.

O que é novidade no Serviço Público é obrigatório para o resto da Sociedade há tempos…

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,governo-federal-vai-implantar-ponto-eletronico-para-410-mil-servidores,70002897695

A matéria do Estadão (ver link acima) deve ser saudada como uma maravilha da administração do Paulo Guedes. Só que para qualquer mortal, a obrigatoriedade do ponto eletrônico data de cerca de 2010 (Portaria MTE 1.510 de Agosto de 2009), ou seja, há quase uma década temos, na iniciativa privada, a obrigação de ter e manter todos os pontos de funcionários (com exceções para microempresas, etc) coletados de maneira eletrônica. O empresário de uma forma geral até chiou no início, por causa dos custos associados.

Com o tempo, entendeu que acabaria sendo melhor para sua atividade, principalmente para controle de horas extras, assiduidade, etc, evitando que empregados usassem dados “menos que confiáveis” para tentar dar base às ubíquas ações trabalhistas que demandavam patrões por trabalho “quase escravo”. Não era incomum vermos empregados demitidos reclamando que trabalhavam até 18 horas por dia sem descanso, e usando testemunho de dois outros demitidos, como ele, para dar “legitimidade” a um pleito que todo mundo sabia que era irreal, para dizer o mínimo, e de má fé, em boa parte dos casos.

Pois bem, agora, nós, que pagamos por essa montanha de gente (410 mil funcionários públicos federais, somente), teremos uma ideia mais clara de quanto “truque do paletó reserva” existe ainda hoje (quem lembra? “O Barnabé deve estar aí, porque o paletó dele tá na cadeira…”). Piada à parte, não é nada engraçado termos um país de joelhos ante uma massa de funcionários públicos na maior parte das vezes ganhando até 4 vezes mais do que o equivalente na iniciativa privada (uma aberração em nível mundial), pressionando sempre por mais privilégios e fugindo como o diabo da cruz de ser controlada e avaliada. Avaliação de desempenho, bom, é um próximo passo. Entendo que se há uma forma de se livrar de meliante travestido de servidor é essa – avalie, cruze informações, obtenha as queixas contra o dito cujo e dê uma justa-causa (demissão a bem do serviço público).

Queremos melhores servidores públicos. Queremos gente qualificada nos melhores locais, ganhando bem, mas sem privilégios. Queremos ver eficiência mínima, para a qual pagamos a peso de ouro. Queremos objetividade e boa vontade. E queremos os piores expulsos da nobre tarefa de atender ao concidadão!

A beirada do ridículo

É tudo pela “causa”… www.google.com

Não quero escrever sobre a situação mesma dos vazamentos do The Intercept, sua validade (para mim, zero) e o uso político que se faz dela. O que eu pretendo focar é no ridículo de toda uma nação estar dando bola para isso. Parece que não temos nada mais a resolver da vida do que ver um grupo apeado do poder tentando desesperadamente (e não se sabe bem por que) livrar um corrupto condenado em 3 instâncias, ou ainda um juiz da suprema corte do país transformado em um fantoche a serviço do mesmo esquema.

Não vou endeusar Sergio Moro, nem Deltan Dallagnol, ou a Lava Jato como um todo, mas estou certo de que uma operação que identifica e devolve bilhões de dólares aos cofres públicos, de meros gangsteres até o ex-primeiro mandatário da nação deve ter lá algum valor… Como todo juiz, ele deve ter chegado ao ponto da náusea, ao longo dos anos, em ver toda a patifaria explícita na sua cara. A força-tarefa é, como o nome mesmo define, uma força conjunta de poderes públicos, em benefício da sociedade. Cabe à defesa provar o contrário, diante do calhamaço de evidências. Bom, que se reivindique que “prova cabal” seja uma escritura no nome de Lula ou Marisa, é outra coisa… chororô é livre, mas ocultação de patrimônio é isso mesmo: não ter as coisas no seu nome, mas de testas de ferro. De novo, é bem possível que a náusea de Sérgio Moro tenha dado vazão a algum tipo de inconfidência (provavelmente com os dois lados – é bem possível que o incompetente Zanin tenha ouvido algumas “boas” do então juiz…).

Some-se a isso um congresso infestado de gente cuja última vontade é que verdades venham à tona, e não há mais o que se perguntar. Quando os dois porquinhos, do Senado e da Câmara abanam os “trunfos” a favor da (popular) reforma da previdência com palavreado escolhido, “nós aprovamos”, “a despeito do Governo”, “é a reforma da câmara” (como se eles algum dia tivessem tido coragem suficiente pra começa-la, em primeiro lugar…) e logo em seguida caem de pau em cima do hoje Ministro, fica claro de que lado estão. Do lado que sempre estiveram, o seu próprio. Que país que nada… que empregos que nada… que bem estar que nada! Importante meeesmo, é a reeleição e um certo “pudê” que faz brilhar os olhos de quem se acha mais do que é, em inteligência, capacidade de gestão e principalmente, integridade.

E dá-lhe gringo bobo abanando seus prêmios na nossa cara e se dizendo comprometido com a verdade. Quem compra esse aí por valor de face vai amargar um prejuízo, na hora de vender… O sujeito é apenas mais um rato que é capaz de qualquer coisa – não sei se pela notícia ou publicidade, ou pelo seu amor pelo seu Deputado favorito, para quem compra “presentes caríssimos” e muitas vezes de baixa legalidade.

O país que se lasque, né? Importante é o meu poder, a minha reeleição, a soltura do meu “führer” da do hotel-cadeia, para apoquentar ainda mais nossas ideias… Vamos mesmo da beira do ridículo para a última tábua da beirada do ridículo, rumo ao abismo do atraso…

O que teriam Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann ido fazer na Rússia, sem que ninguém soubesse?

http://duma.gov.ru/en/news/45218/

Cliquem no link acima – é da DUMA – o Parlamento Russo!

O que teriam ido fazer, há 13 dias atrás, Dilma e Crazy Hoffmann em Moscou, em reunião com o Partido Comunista Russo, ainda existente, devidamente documentado pela Duma (parlamento russo)?

Tudo isso me cheira a malinha de grana pra pagar hacker! Essas duas não têm capacidade de colocar duas ideias na mesma frase de forma concatenada. Fazer o bem? Difícil… Mas fazer o mal, bom, para baixo “todo santo ajuda” (eu mudaria o qualificativo “santo” para “anjo decaído”)…

Até quando ficaremos sem saber quem hackeou nossas autoridades? Até quando sem acesso ao celular do Francisco de Assis, da JBS? Até quando sem saber quem tentou matar Bolsonaro? Até quando sem colocar atrás das grades quem aprovou empréstimos “secretos” para governos “amigos” que não têm nem nunca tiveram como nos pagar – nem intenção???

Por que a mídia brasileira não falou NADA sobre isso?

Quando o Humor não ajuda

Desde a Roma antiga, do poeta Juvenal, em suas Sátiras, trazia à consciência pública a decadência da sociedade Romana através do humor, sabemos que este, o Humor, tem o condão de ser mais letal do que as balas e canhões, mais corrosivo do que os ácidos mais fortes e pode tornar algo aparentemente normal na mais brega das coisas bregas. Tenha ou não razão.

Durante a ditadura militar humoristas de grande estirpe, como Jô Soares e Chico Anísio faziam de suas sátiras uma forma de manter na memória do povo como o regime militar, a despeito de seus feitos, era “brega” (Dona Dulce Figueiredo e seu cabelão, o Gordo Delfim e seus trejeitos…), tóxico e letal. Nos serviu muito para aliviar o peso de falta do voto amplo geral e irrestrito (não senti peso de mais nada além disso) e nos acordar para a necessidade de maior balanceamento entre as instituições da República. Muito bom.

Hoje de manhã, porém, tomei a decisão que já havia começado a tomar no início do ano. Não vou dar mais audiência a José Simão, Carla Bigatto e o Barão, na BandNews de manhã cedo. A razão é simples. Eles optaram por usar o humor (cá entre nós, depois da morte do Boechat, que era 70% da graça do quadro) de forma abertamente política, o que em si não seria ruim, mas, primordialmente, de forma errada, moral e legalmente. As palhaçadas sem graça desaguaram, hoje de manhã, em dizer que o Min. Sérgio Moro, então juiz da 13a. Vara Federal de Curitiba, não teria cometido “deslize”, mas “crime” ao teclar o que aparentemente reconhece que teclou (ele faz um aparte importante pois não tem condição de avaliar se não enxertaram algo no meio, e isso é possível, claro). Que crime foi esse, segundo o julgador Simão? Algum “crime” que o incomoda, e pelo qual insiste em usar seu humor, pé-de-chinelo, depois da morte do Ricardo Boechat, para desqualificar sem dó nem piedade a lava jato, e, lateralmente, ajudando a criar o clima que o PT e oi Centrão veem como necessário para tentar tirar da cadeia seus ladrões preferidos, incluído aí o ladrão-mor, Lula da Silva.

A repetitividade dos temas, as piadas requentadas, de 1, 2 anos atrás, os quadros cansativos, sem o Boechat e suas tiradas geniais, já me haviam feito ouvir somente as reprises, pois nelas a Band aparentemente seleciona o que de melhor houve, deixando a porcariada política de lado. Agora, nem isso acho que tenho interesse em ouvir. Se tornou brega, se tornou tóxico, se tornou letal.

Política

Fonte: www.quillette.com

Da definição clássica de Aristóteles, segundo quem “a política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na Cidade-Estado, ou pólis), e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva)”, passando pela definição como “arte do possível”, como disse Ulysses Guimarães, até uma mais ácida, de Nietzsche, segundo quem “um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”, vamos nadando de braçada num lodaçal sem fim, Brasil e mundo afora.

A Política foi basicamente criminalizada nos últimos anos, por razões que quase todos conhecemos e quase todos entendemos bem: o assalto ao estado, a colocação de seus interesses particulares antes, muito antes, dos interesses da nação, o aparelhamento da máquina pública para que, em mãos “alheias” emperre e pare, a despeito dos efeitos nocivos sobre a população. E criminalizada está, e continuará, até que tenhamos um mínimo de vergonha na cara, por parte de nossos representantes, para que pelos menos diante de câmeras fiquem vermelhos com posições que deveriam se avergonhar profundamente, como a necessidade de “reduzir” a Reforma da Previdência” para evitar que o governante atual se reeleja, ou ainda o vale-tudo, para que seja solto um determinado presidiário bastante popular e cuja biografia é uma soma de Al Capone, Mata Hari e Hugo Chavez.

Quem não viu ainda, veja a terceira temporada de “Designated Survivor” (Sobrevivente Designado) na Netflix, sobre um presidente “por acaso” dos EUA, um amador em política, guindando ao poder pelo simples fato de ter sido o único na linha de sucessão que escapara com vida de um atentado monstruoso no Congresso americano, que matou toda a administração. A trama é interessante, com os óbvios exageros com fins de apimentar seu andamento, mas acaba, neste terceiro ano, desaguando em temas que para nós são bastante reais e que vivenciamos faz pouco – uso da internet como forma primordial de campanha presidencial, o surgimento de um candidato à presidência “independente” o que não ocorre nos EUA desde o século retrasado (no Brasil não é possível, mas vivemos um caso parecido em que o atual presidente usou um partideco qualquer, o PSL, para se eleger, contra a vontade de todos e contra tudo).

A temporada discorre sobre temas importantes, à esquerda e à direita, demonizando mais o partido republicano do que o democrata, mas de fato com teses de campanha muito mais parecidas com este. Aborto, segregação e ódio racial, questão de transgêneros, imigração ilegal, ameaças nucleares, infraestrutura, entre outros assuntos, são tratados com uma certa parcialidade para as teses “progressistas”, colocando conservadores como “bichos-papões”. Mas há uma clara ligação com o estilo do atual governo em fazer política e se dizer isento, não querendo usar a política para fins de agarrar-se ao poder, sem medir esforços para isso, legais ou não.

Uma conclusão importante deve ser tirada disso tudo – a política partidária é um mal e um mal cada vez menos necessário, devido aos meios de comunicação. A tecnologia da informação retirará da política boa parte de sua importância. Tudo o que não é importante acaba por destruir-se a si mesmo, por obsolescência. A política, a continuar como está, com interesses partidários acima dos do país, e personalização absoluta de figuras, à esquerda e à direita, como lídimos representantes da Verdade, nos colocará como cidadãos cada vez mais contra ela. O grande problema é que a alternativa à política não parece boa, caso uma ruptura venha a acontecer, antes de tais tecnologias de representatividade supram o processo de escolher candidatos, e que políticos efetivamente independentes, sem partido, se tornem uma possibilidade legal no Brasil.

O problema é mundial, e encontra eco mais forte em democracias com muitos cidadãos, como Brasil, EUA, México, entre outras. Turquia é um exemplo de como isso pode acabar – nas mãos de um tiranete eleito pelo povo, e mantido lá por manobras regimentais. África do Sul é vítima de seu passado recente, e dificilmente elegerá com sabedoria (incluo Mandela como parte do problema, a despeito de sua “santidade” aos olhos do mundo). Argentina, num processo semelhante ao nosso, encontra prestes a entregar de volta o poder a quem acabou com o país. Os Europeus destroem a política de outra forma – com mais política, e cada cidadão sendo submetido a DOIS governos, como se um só não fosse chateação suficiente.

Voltando a Aristóteles, como mudou o conceito de política – de motor da felicidade humana à condição de algoz de populações inteiras, passando por objetivo de ódio generalizado, o perigo ronda o mundo por culpa de um punhado de profissionais da enganação. Como Churchill dizia, “noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação”… Ria, chore, mas posicione-se!