Não quero escrever sobre a situação mesma dos vazamentos do The Intercept, sua validade (para mim, zero) e o uso político que se faz dela. O que eu pretendo focar é no ridículo de toda uma nação estar dando bola para isso. Parece que não temos nada mais a resolver da vida do que ver um grupo apeado do poder tentando desesperadamente (e não se sabe bem por que) livrar um corrupto condenado em 3 instâncias, ou ainda um juiz da suprema corte do país transformado em um fantoche a serviço do mesmo esquema.
Não vou endeusar Sergio Moro, nem Deltan Dallagnol, ou a Lava Jato como um todo, mas estou certo de que uma operação que identifica e devolve bilhões de dólares aos cofres públicos, de meros gangsteres até o ex-primeiro mandatário da nação deve ter lá algum valor… Como todo juiz, ele deve ter chegado ao ponto da náusea, ao longo dos anos, em ver toda a patifaria explícita na sua cara. A força-tarefa é, como o nome mesmo define, uma força conjunta de poderes públicos, em benefício da sociedade. Cabe à defesa provar o contrário, diante do calhamaço de evidências. Bom, que se reivindique que “prova cabal” seja uma escritura no nome de Lula ou Marisa, é outra coisa… chororô é livre, mas ocultação de patrimônio é isso mesmo: não ter as coisas no seu nome, mas de testas de ferro. De novo, é bem possível que a náusea de Sérgio Moro tenha dado vazão a algum tipo de inconfidência (provavelmente com os dois lados – é bem possível que o incompetente Zanin tenha ouvido algumas “boas” do então juiz…).
Some-se a isso um congresso infestado de gente cuja última vontade é que verdades venham à tona, e não há mais o que se perguntar. Quando os dois porquinhos, do Senado e da Câmara abanam os “trunfos” a favor da (popular) reforma da previdência com palavreado escolhido, “nós aprovamos”, “a despeito do Governo”, “é a reforma da câmara” (como se eles algum dia tivessem tido coragem suficiente pra começa-la, em primeiro lugar…) e logo em seguida caem de pau em cima do hoje Ministro, fica claro de que lado estão. Do lado que sempre estiveram, o seu próprio. Que país que nada… que empregos que nada… que bem estar que nada! Importante meeesmo, é a reeleição e um certo “pudê” que faz brilhar os olhos de quem se acha mais do que é, em inteligência, capacidade de gestão e principalmente, integridade.
E dá-lhe gringo bobo abanando seus prêmios na nossa cara e se dizendo comprometido com a verdade. Quem compra esse aí por valor de face vai amargar um prejuízo, na hora de vender… O sujeito é apenas mais um rato que é capaz de qualquer coisa – não sei se pela notícia ou publicidade, ou pelo seu amor pelo seu Deputado favorito, para quem compra “presentes caríssimos” e muitas vezes de baixa legalidade.
O país que se lasque, né? Importante é o meu poder, a minha reeleição, a soltura do meu “führer” da do hotel-cadeia, para apoquentar ainda mais nossas ideias… Vamos mesmo da beira do ridículo para a última tábua da beirada do ridículo, rumo ao abismo do atraso…