A Gazeta do Povo de hoje traz matéria falando da eugenia (limpeza racial, à lá nazistas) promovida pelo aborto na Europa. O texto (https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/como-as-leis-do-aborto-promovem-uma-eugenia-silenciosa-na-europa/) fala de “eugenia silenciosa”, com a eliminação de fetos com síndromes, como Down, que, segundo a reportagem, teria reduzido os nascimentos de portadores de Down em 54% entre 2011 e 2015.
Freakonomics
O livro com o título acima (algo como “Economia maluca”) não tem nem muito a ver com economia nem com maluquice, mas com estatísticas. Os autores pegam variáveis aparentemente não relacionadas e chegam a algumas conclusões inusitadas, que no fundo não sabemos se podem ser consideradas científicas ou não, pois na maior parte das vezes podem ter tido efeito de “n” variáveis não controladas.
Um dos capítulos do livro correlaciona os abortos, nos EUA, à melhoria dos índices de criminalidade na cidade de Nova York, entre os anos de 1970 e 1990. de 2200 mortes nos anos 70, passou para 300 mortes nos 90. Várias explicações foram dadas, desde a atividade do então prefeito Rudy Giuliani, até a melhoria da economia, entre outros fatores. O livro (tradução livre abaixo) reproduz o “chat” entre um dos autores e um pesquisador, achando outro “culpado” e textualmente diz:
A explicação do livro é mais ou menos a seguinte – Após a decisão da Suprema Corte Americana, chamada Roe X Wade, que admitiu o aborto, houve uma “epidemia” de abortos, chegando a 1,4 MILHÃO de abortos por vários anos, principalmente de mães solteiras, e pessoas de baixa renda, que achavam que não conseguiriam criar os filhos. a análise de causalidade vai assim – menos filhos, mais dinheiro sobrando, e com isso mais filhos “desejados”, com isso mais tempo de qualidade com os filhos, e com isso filhos mais bem educados e com isso menos criminalidade. Algo do estilo.
Pois bem. Sabe o que eu acho? Que a explicação dada pode ser essa mesmo. Se é uma explicação que me agrada, não.
Eugenia e Escravidão nos EUA
Uma outra visão do fenômeno Eugênico foi dada, e com propriedade, sobre a qualidade física, força, resiliência e altura dos negros americanos. Não existe no mundo atletas mais soberbos, corpos mais delineados, capacidade respiratória, explosão muscular e coordenação motora dos atletas negros americanos. Simplesmente imbatíveis.
A escravidão nos EUA teve esse lado de “seleção do gado”, com os senhores dos escravos colocando os homens com melhores características genéticas para reproduzirem-se com as mulheres igualmente capazes fisicamente. O resultado, de talvez séculos de “seleção” tenha sido essa força física e capacidade motora que já mencionei.
De novo, é um resultado positivo? Sim. É algo condenável? Mais ainda.
Morte em Família
Quero deixar registrado, para mim e para minha posteridade, que neste EXATO momento em que escrevo, fui agredido no meu coração por uma notícia terrível, e que de certa forma se alinha com esse artigo, ou parte dele – Meu primo irmão, Carlos Eduardo Montechiari, de 57 anos, acaba de morrer, vítima de tiros, durante assalto na frente de sua fábrica, na Penha, no Rio de Janeiro.
Essa situação que me faz chorar e lastimar pela perda do primo – de quem eu estava num processo de reaproximação, devido a morarmos longe, através do meu irmão Hirann. Meu primo foi mais uma vítima da violência de alguém que, sem consciência ou piedade, puxa um gatilho em direção a alguém para tomar-lhe, sei lá, uns trocados… A tentação é a de amaldiçoar o infeliz. A tentação é a de pedir pena de morte. A vontade é, usando Talião, matar o desgraçado. Mas Deus não permite que o meu coração se vingue dessa forma. Me falo, a mim mesmo, no meu coração – “errado está quem cria as condições para a existência dessa criminalidade. Errado está quem afrouxa a lei, solta bandido, e faz o mal parecer bem, e o bem, mal. Errado está quem faz parecer que o crime compensa.
Ao meu primo Carlos, minha singela homenagem pelos anos de convivência, e minha oração pela minha tia Neide, e minha prima Carla Andréa, que ficam sem o irmão, tão próximo da morte do pai, Tio Aluízio.
Síntese da Insanidade
A síntese parece ser – os fins justificarão os meios. Afinal, ter gente mais saudável parece justificar o aborto. E se você achar que o ser humano é só a carne que a gente vê e interage com ela, sim. Seria mais fácil.
Aliás, uma vida mais “fácil” parece ser tudo o que o ser humano moderno quer. Se me incomoda? Jogo fora. Me limita? Me livro. Me irrita? Elimino. Desde os “amigos” do Facebook que nos irritam e nós os “barramos”, até o filho na barriga, que não queremos por qualquer razão, passando pelo marido ou esposa que se tornaram incômodos, a ideia é tornar tudo mais “fácil”.
Essa impermanência, esse caráter descartável, tem sim, seus lados positivos. Obviamente é melhor viver sem ter Downs no mundo, ou gente com paralisia cerebral, ou para-tetraplégicos, ou gente de QI abaixo da média, gente com microcefalia… livremo-nos dele.
Fale isso pro pai da linda mocinha com Down, que a ama e nutre desde o ventre, e que se recusou à “vida fácil” que o aborto proporcionaria. Pergunte-lhe se ele se descartaria dela. Fale isso pro pai (aqui mesmo) cujo filho passou quase 12 anos preso a uma cama, por sequelas de sarampo, e que lutou para não ver o menino (moção de 17 anos) partir.
No final das contas, fale isso quando for confrontado com seu crime (sim, apesar de “resolver um problema”, aborto, para mim, é crime hediondo). Quando, sei lá onde, Deus te chamar para mostrar seu lindo bebê abortado, mas que Ele, na sua Graça, não esqueceu.
Enfim, com o perdão do desabafo – pois que no meio da crônica o peso da morte me atingiu como uma bigorna na cabeça – a humanidade das escolhas fáceis será oprimida por aqueles que têm a histamina e a maldade para tal. Quando os exércitos não vêm mais em forma de suástica, eles vêm em forma de “direitos humanos”, e “progressismo”. Perdão se pareço piegas, mas é assim que me sinto: impotente diante de uma sociedade que está cavando sua própria sepultura.
Empobrecendo o ambiente, eu emendaria com um tremendo palavrão e um desvairado urro de homens das cavernas em protesto contra os permissivos inumanos que levaram a nossa cidade a um verdadeiro estado de calamidade não oficiada.
O meu choro de ódio, pesar e palavrões ao ser informado da covardia que subtraiu meu querido sobrinho da vida da sua amada esposa, filhas e de todos nós, martelarão a minha mente, creio, até que eu desvaneça.