Perseguição “Científica”

Dei de cara, no site Quillette (que eu gosto muito) com uma história escabrosa de um astrônomo chamado Geoff Marcy, um dos “pais” da descoberta de exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar) que só recentemente (1995 vimos o primeiro) pudemos conhecer, através dos novos telescópios colocados diretamente no espaço e o famoso Keck Observatory em Mauna Kea, no Havaí.

Outros dois astrônomos receberam por essas mesmas descobertas o Prêmio Shaw, astrofísico suíço Michel Mayor e o astrônomo suíço Didier Queloz. Geoff Marcy não recebeu coisa alguma, a despeito de ter descoberto 70 dos 100 primeiros exoplanetas.

A razão foi que houve uma “investigação” no Campus da Universidade da California, Berkeley, sobre “má conduta sexual”. Nada foi nem provado nem ninguém o denunciou. Nada. Apenas que (parece) o cara era gente boa, distribuía abraços e beijos nos estudantes, e trabalhava por uma participação mais ativa de mulheres na pesquisa científica, tendo sido orientador de doutorado de várias mulheres, que depois viram suas carreiras deslancharem.

Alguém pegou a história, e de “leve suspeita” (nem isso parece ser correto) o cara foi pintado como “Agressor Sexual”, e seus artigos foram retirados de publicações de prestígio, não somente pelos editores, mas vetado pelos próprios colegas, que não queriam “se ver associados” com uma criatura dessa estirpe.

O que é Ciência

Não sou acadêmico nem gosto muito da academia, por conta do jeitão de sabe-tudo e o baixo aproveitamento no mundo real, de quase tudo o que se produz ali. Não disputo sua validade e necessidade. Aliás, ao contrário, creio que a academia é vital para o desenvolvimento do conhecimento humano, no mundo todo. Apenas aqui, no Brasil, a academia é uma coisa meio inservível para a economia real e para a vida dos cidadãos.

Richard Feynman, o grande físico e ganhador do Nobel, viveu no Brasil e ensinou na UFRJ por algum tempo. Fascinado pelo Brasil, chegou a aprender a tocar tamborim pra sair em Escolas de Samba. Era um aficionado por nós e nossa cultura. Sobre nossa ciência, mais precisamente sobre a física, ele falou uma frase NADA agradável de se ouvir:

O principal propósito da minha apresentação é provar aos senhores que não se está ensinando ciência alguma no Brasil!”

Richard Feynman, entre 1951 e 1952, em palestra no Brasil

A razão para isso foi que, como dito por ele, os brasileiros sabiam muito “sobre” física, e nada “de física”. Sabiam repetir conceitos e equações, mas não “pensavam” sobre física.

Tendo estudado física, confesso que fiz o mesmo, na mesma UFRJ. Sabia sobre física mas nunca soube de física mesmo. Sabia e sei ainda alguns conceitos, mas me faltava massa cinzenta pra ser um físico. Deixei física de lado e fui me dedicar a algo, digamos, mais dentro das minhas capacidades.

Se em 1951-52 já pouco ensinávamos de ciência, se não faz mais educação formal como antigamente, imaginemos hoje, o que há. Algumas coisas melhoraram, outras pioraram. Uma das razões desse artigo é justamente eu tentar fazer sentido de coisas que a academia faz de errado e que não é ciência. Sabemos hoje que os tais “Wokes” tomaram conta da academia, aqui e no exterior, e como tal, pessoas como Geoff Marcy estão sendo “expelidos” da vida científica mundial sem direito a defesa ou voz. Perdendo “voz científica”, ou seja, o que eles sabem e discutem não tem importância para alguns. O que alegadamente fazem é o que conta (se é verdade ou não, parece pouco importar).

Eu Faço Ciência, mesmo que me comporte Mal?

Não vou nunca achar que erro é algo bom. Erro é erro, pecado é pecado, crime é crime. Pura e simplesmente temos que ter o mais alto padrão moral em qualquer instituição humana – desde a família até a cátedra.

O que não podemos fazer é entender que alguém por ser imoral, por exemplo, é burro ou não sabe fazer ciência. Os avanços de Albert Einstein sobre suas aluninhas eram legendários. Ninguém desculparia Einstein por isso. Ninguém quer jogar a Teoria da Relatividade Restrita no lixo em função das indiscrições do gênio.

“Ah, então se é gênio está desculpado de abuso sexual?” Claro que não. Apenas que a má conduta pessoal não desfaz uma equação tão simples como magistral, como E=MC². Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, como diria Mestre Didi, o da Folha Seca.

E o caso Marcy?

O problema principal com o caso Marcy não é nada remotamente parecido com as escapadas de Einstein. O cara, aparentemente, deixou a Universidade da Califórnia muito triste por ter sido acusado justamente por fazer algo que a sociedade deveria aplaudir: tentar ser sociável e tentar incluir mulheres num mundo ainda altamente masculino, que é o da física superior.

Marcy não fez nada digno de reprovação e foi vítima de cancelamento, ao que tudo indica. Ainda que tivesse sido julgado e condenado, suas descobertas ainda teriam validade científica. O problema (que cansaço!) de hoje é que se joga o bebê fora junto com a água suja do banho, como dizia Joelmir Betting.

Mas mais do que isso, os “sentimentos” e “impressões” pessoais passaram a invadir até uma catedral santíssima, como é a matemática. Não se discute com equação. Não se discute com o Efeito Doppler. Se as conclusões estão corretas, usa-se seu resultado e a ciência vai progredindo, até melhor juízo.

Pois bem, se o Reino da Matemática e da Física foram vilipendiados, o que dizer do Reino da Psicologia, da Sociologia e outras ciências cuja “prova material” e “repetitividade” sob experimentação são, digamos, mais variáveis?

Liberdade Acadêmica

“Como eu me sinto” diante da conclusão de que alguém, sabe-se lá por que razão, não gosta de sua orientação sexual homo afetiva? Se a pessoa não quer, não gosta e não aceita ser levada a acreditar na Teoria da Evolução, mas acha que alguém desenhou a vida na terra? Posso aventar a possibilidade de que as ditosas vacinas causem algum tipo de mal? Posso ser, por isso, execrado do ambiente acadêmico, por ter uma opinião discrepante, mesmo que possa estar errada?

Uma das amarras mais importantes da pesquisa científica reside num “tenet” que é mais ou menos assim: Uma teoria PRECISA ser “Falsificável” (https://en.wikipedia.org/wiki/Falsifiability). Em poucas palavras, qualquer teoria ou hipótese é falsificável (ou refutável) se puder ser contradita, logicamente, por um teste empírico. Se eu fizer um teste que contradiz a teoria, logicamente ela é refutável.

Como é que eu refuto uma teoria, se estou impedido de fazê-lo, por uma razão que não é puramente científica, mas baseada na interpretação de alguém sobre o que é e o que não é “aceitável”? Estou impedido de usar a lógica, a biologia ou a química para provar que a Teoria da Evolução não funciona, já que ela é “aceita” ou “politicamente correta”?

A ciência deixará de fazer perguntas difíceis, porque a resposta passa por descontruir alguma preferência de um grupo?

Fica a pergunta: estamos fazendo ALGUMA ciência neste mundo, de alguns anos para cá, ou simplesmente tentando acomodar resultados às tendências (na minha opinião, muitas vezes diabólicas) de alguns grupos?

O Brasil amanhece menos justo

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Ontem de noite, depois da ridícula decisão do TSE de cassar o mandato do Dep. Deltan Dallagnol, me vi numa espécie de depressão, incapaz que sou tanto de entender qualquer senso de justiça nisso, quanto de compreender como é que um país descamba tão rapidamente para um autoritarismo judiciário-executivo em cinco meses apenas, de forma tão drástica e maléfica.

Aos meus amigos (e parentes) que fizeram “L” e votaram no “Glorioso” Nine-Fingers, confesso que tenho dificuldade em entendê-los. E cada vez mais dificuldade ainda de perdoá-los, pela irracionalidade e inconsequência – comigo, com o país, e com seus próprios descendentes.

Ontem, depois da decisão do TSE, que não tem nem base fática nem jurídica alguma, li e ouvi algumas pérolas, exaradas das bocas mais sujas e covardes do país.

O Ministro da “Justiça” tem a ousadia e o escárnio de usar, para além da maldade óbvia de quem ocupa um cargo público e deveria servir ao público, de um verso bíblico – alusão clara à fé do deputado cassado:

É… está em Mateus 5:6 mesmo. No Sermão do Monte. Mas não se iluda, Dino. Lá também está escrito:

“…bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.”

Mat. 5:11

“Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus. “

1Pe 4:14

Dallagnol é um servo de Deus. Sei disso, conheço isso. Conquistou uma vitória importante para a justiça brasileira e demonstrou à população que a justiça sempre prevalece.

Não se iluda, Ministros, não se iludam, Ministros. Satanás também ousou usar a bíblia para tentar e chantagear o próprio Filho de Deus. Não conseguiu. Parecia ter conseguido, quando, na Cruz, Ele foi morto.

Ocorre que a vitória final é sempre do Bem, sempre de Deus. Não tenho dúvida de que esse jogo pode demorar, mas no final, os verdadeiros “fichas sujas” (como ousou chamar Dallagnol o “magnífico” Renan Calheiros) serão extirpados da vida nacional.

Costumo dizer que diante de cada um de nós existe um muro, chamado Morte. Ninguém sabe a quantos quilômetros, metros ou centímetros está o Muro. O fato é que, ao bater no Muro, a vida aqui acaba, e todos, sem exceção, vamos dar contas a quem ousamos vituperar usando as próprias Escrituras para tripudiar do outro. O Ministro e todos os Ministros, todos os Nine e os Zé deste mundo baterão no Muro. Aqui poder-se-á chorar por alguns deles – até ladrão tem amigo – mas lá, onde não há mais tempo nem ilegalidades, nem Ministros Amigos, o papo é outro. Eu, se fosse esses senhores, pensaria um pouco nisso. Viver com a certeza de que tudo acaba (parece que essa gente se acha eterna) é um bom antídoto contra atitudes insolentes e más, como temos visto.

A escalada autoritária no Brasil está apenas começando. Não tenho dúvidas de que a máxima marxista, de que o comunismo é “inevitável” é verdadeira, em determinada medida. A Bíblia diz que o “mundo jaz no maligno” (I João 5:19).

Como cristão espero que essa gente tenha um verdadeiro encontro com Deus, entenda sua pequenez e maldade, e se arrependa de sua multidão de pecados. Esperança nisso? Tenho pouca. Mas não me custa orar para que, se não se arrependerem, pelo menos sejam cerceados em suas malvadezas e deixem uma nação linda, inteira, viver em paz.

Ram Charam e o Caixa-Rei

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Li e envio aqui o link do artigo recente do famoso Ram Charam sobre a situação economica atual, no mundo, e a necessidade de preservação de Caixa – “Cash is King”. Meu amigo, Dr. Marcos Leandro Pereira, reproduziu e comentou sobre o artigo, e o faço aqui, não só em deferência à sua ilustre opinião, como ao próprio Charam, obviamente. Não faço inteiramente minhas as opiniões de Charam no que tange ao Brasil, especificamente.

Entendo o espírito do artigo, e gostei muito, Marcos. Talvez a única consideração é o cuidado que devemos ter no conceito “cash is king” no Brasil. Vivemos em meio a uma recente e crescente onda de incertezas que na prática nem sabemos onde vai dar. Coisa boa, parece que não será. Assim, “cash may not be the king here; hard assets do”… ou seja, melhor, aqui, talvez seja buscar portos mais seguros. O estranho é que vemos investimentos estrangeiros entrando no país e brasileiros buscando abrigo no exterior. Lula é uma “unanimidade midiática” em quase todo lado que eu vou, com raras e honrosas exceções (alguns estados nos EUA, por exemplo). Ninguém parece se dar conta da raiva e do espírito de gastança pública, do “re-loteamento” do executivo em Brasília, e das insanidades que tomaram conta do esferas do poder federal (fora as ações “fora da casinha” do STF, claro). Assim, hard assets me parecem ser algo, no mínimo, a ser considerado num país como o nosso…

Eu mesmo, in LinkedIn

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Com essas breves palavras acima, creio que introduzi o assunto que ninguém quer falar, aqui, e que “tá dominado” no exterior. A máquina de propaganda, muito possivelmente com nossa grana, perpetrada pelo partido no poder, o “Labors-Nine”, pra quem entende, varreu do mapa toda e qualquer consideração sobre o dono do partido, no que tange a corrupção e tendências não democráticas, além de uma eleição pra lá de suspeita (não me refiro aqui a urnas, necessariamente, mas à militancia de um TSE que, no meu ver, atuou para influenciar a campanha política de forma decisiva).

Loolah no Exterior

Tanto em boa parte dos EUA (e em sua mídia mainstream, com certeza), quanto na Europa, essa “dominada” por uma visão de mundo de esquerda, começando pelos seus principais players na mídia, Loolah (sorry pela escapada covarde na soletrada) é um semi-deus, provavelmente candidato ao Premio Nobel da Paz.

Faz-se uma força hercúlea e desproporcional, que eu não sabia que era possível ser exercida por um “Anão Diplomático” (thanks, Israel) como o Brasil. O homem que ficou preso por mais de 500 dias, julgado e condenado por mais do que uma simples meia-dúzia de juízes de várias instâncias, culpado como o capeta, volta à cena do crime (cena em español, porfa) incensado por quase metade dos votantes do país, e nos braços da imprensa nacional.

A Rússia já disse que vai considerar a “proposta de paz” feita pelo sujeito para a terminar a guerra na Ucrânia, como se proposta viável alguma tivesse sido feita. Isso, obviamente um coup-de-main para elevar o status da Rússia junto a nós e reforçar o caráter de estadista de Loolah, foi noticiado como verdade revelada. Se o Kremlin tivesse pedido a canonização do desfeliz junto ao Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, eu ficaria menos espantado…

Independentemente disso tudo, a dicotomia entre o que o cara fez e é e a visão que o mundo tem dele é de matar de raiva. Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal.

Loolah no Brasil

Aqui o negócio é um tantinho diferente, a despeito da força da mídia em lavar ratazanas. Uma boa parte do eleitorado e dos formadores de opinião, esses (nós) frequentemente tachados de burros e “gado”, sabemos claramente que se trata de uma aberração, o que vivemos hoje.

Não tenho amor algum por Bolsonaro, e o culpo por várias coisas: a)desconsideração e apoio no desprestígio à Lava-Jato; b)briga desnecessária e burra com a imprensa mainstream nacional – que o isolou; c)desconsideração com efeitos da vacinação, o que não ajudou em nada num momento difícil ; d)transito atabalhoado e burro junto ao STF e Congresso – só pra ficar nos exemplos mais gritantes. Bolsonaro foi um cara que correu uma maratona sozinho, e chegou em segundo lugar. Impressionante a performance dele e de seus pimpolhos, sempre rápidos no gatilho pra falar, sem pensar.

Mas tenho que admitir que o cara teve méritos muito maiores, a despeito de tudo isso – méritos esses parcialmente desfeitos pela mesma mídia maistream que ele desprezou: a)controle da inflação e retomada em “V” da economia; b)ausência de casos de corrupção – pelo menos comprovados e vultosos – em seu governo; c)excelente condução da política de infraestrutura, terminando obras inacabadas – uma constante em qualquer governo anterior; d)excelente tratamento dado ao setor mais competitivo do país – o Agro.

Isso tudo, o que tem a ver com o artigo de Charam?

Tá… e daí? Daí que, como eu disse, estamos diante de um caso de esquizofrenia econômica. Claro que podemos ter uma reviravolta para melhor, com a demissão de Haddad, que é uma nulidade em vários segmentos do conhecimento humano, mas principalmente em economia. Claro que podemos ter uma crise de “Lula 1” com mais “paz-e-amor”, quando este se dê conta de que não vai “dominar tudo” por aqui como os pares dele, Cristina, Ortega e Maduro, para ficar somente nos exemplos mais próximos, fizeram em seus países de origem. Claro, por fim, que temos a possibilidade do Congresso ter um pingo de decência e começar a exercer seu poder, independentemente de loteamento de cargos e cooptação.

Mas não creio, sinceramente, que isso vá ocorrer. Creio sim que haverá uma deterioração do cenário econômico por aqui. Diz-se que em Brasília, depois de 2 meses de governo, quase 2/3 dos cargos do segundo escalão ainda estão por ser “distribuídos”. Por que? A se manter o modus operandi usual, esses cargos estão a espera de suas respectivas “éxcélênssias”, que pagarão por eles com o toma-lá-dá-cá costumeiro, sem vergonha ou respeito, e, francamente, sem pensar no amanhã.

Diz-se também (não posso provar, óbvio) que o sistema de “fale com fulano”, e “fulano resolve isso” já está de volta a Brasília. Todos lá estão felizes. Afinal, deu-se ali o retorno do Jedi-mor.

Concluindo…

Assim, só restará ao Brasileiro, se eu estiver certo, os “Hard Assets”, ou seja, “coisas” que são mais difíceis de serem garfadas, como terras, imóveis, e, lá no fim da descida da ladeira, ouro, outros metais preciosos, etc. No fim da ladeira há um poço em que o conceito de “Cash is King” (respeitado em todo mundo, por boas razões) encontrará pouca realidade fática no país, se a moeda se corroer (enquanto o Campos Neto lá estiver, duvido um pouco), se os preços dos ativos em bolsa virarem fumaça, os títulos do governo subirem de nível de risco e, por fim, se a inflação, vilão nota mil de qualquer população, voltar com força.

Aqui, Cash will be the Executioner. Melhor fazer o que muitos estão fazendo, enquanto dá, e ter um pé-de-meia tão seguro quanto possível, a salvo das mãos do governo…

Passado Movediço

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Ontem fomos todos tomados de surpresa por uma decisão do STF que é, para dizer o mínimo, insólita. A imagem abaixo, do Valor, conta a história com relativa exatidão:

www.valor.com.br

Vou dar as minhas razões particulares, como auditor independente, conselheiro e cidadão, do porquê acho isso tudo tão absurdo.

Insegurança Jurídica

A síntese desse “pagode” é relativamente simples, pelo que pude depreender: você é uma empresa, contribuinte, recebe uma multa, com ou sem razão (tsk, tsk…) e recorre em instância administrativa, e termina na instância judicial. Lá pelas tantas, o STJ, ou qualquer tribunal que seja considerado “definitivo” como corte decisória, te dá ganho de causa, ou seja, considera-se o assunto passado em julgado. Pois bem, com base nisso, a empresa passa a ignorar os efeitos financeiros da mesma – se estava provisionado o valor da contingência, reverte a provisão; se não estava (seja por falta de critério contábil ou por opinião favorável de seus advogados, aceitas por seus auditores independentes), mantém tudo como d`antes, fora dos livros.

Agora, por essa decisão, se o tal STJ deu uma decisão favorável e, após isso, o MESMO tribunal passa a decidir de uma forma oposta, o fisco terá o direito de te cobrar a dívida, antes considerada não devida, da mesma forma, a partir do momento em que o tal tribunal deu decisão em contrário.

Efeitos

Eu fico aqui me perguntando como vou proceder com meus clientes. O QUE vou ter que re-re-revisar, para tentar entender que “causos” foram já julgados no passado e considerados como sendo irrelevantes ou afastados do balanço da empresa, eu terei que dizer “sinto muito, provisione de novo porque o STJ reverteu – não a sua – decisão e agora você corre o risco de ver sua grana penhorada pelo fisco…“. Como diria Noel Rosa, “com que roupa / eu vou”. Não sei, e estou aqui matutando quais efeitos adicionais isso pode ter. Alguns deles abaixo, para raiva, medo frustração ou choro dos colegas e amigos.

Fusões e Aquisições

Processos de fusões e aquisições no Brasil já são uma dor de cabeça, justamente porque aqui no Brasil, o conceito de “responsabilidade solidária” atinge seu ápice mundial: se o seu predecessor, na sociedade, cometeu um crime tributário, você, que adquiriu a empresa – sabendo ou não do fato – é responsável pelo mesmo. O CNPJ é responsável. Não quem perpetrou o ato, do ponto de vista decisório. Com isso, os processos denominados de Due Diligence são muito mais complexos do que em qualquer lugar do mundo. Honorários de Due Diligence aqui costumam ser demasiado caros, em relação a (quase) qualquer outro país de mesmo porte.

E agora, o que dizer ao investidor? “Sabe a Due Diligence que eu fiz há 2 anos? Pois é, o “escrow” não é mais suficiente, sabe… e não é porque erramos a mão. É porque ressuscitaram um assunto morto e enterrado. Tanto eu quanto seus advogados concordamos que na época não havia qualquer risco aqui”…

Auditoria Independente

Nem sei por onde começar aqui. Imaginemos o caso mais rumoroso dos últimos tempos: PIS e Cofins na base de cálculo do ICMS, julgado em última instância pelo STF, que, em tese, colocou uma pedra na sepultura e selou a cal e canto. Todo mundo correu para recuperar a grana paga indevidamente ao fisco federal. Ora, cobrar 9,25% sobre, digamos, 12% de ICMS, implica em uma “super tributação” de 1,11% -impacto direto sobre preços e custos, e, necessariamente, sobre a atividade econômica fabril e comercial como um todo.

Empresas de todo o Brasil tiveram o direito de recuperar esses montantes, e nós, auditores independentes, diante de um fato consumado, nada mais temos a fazer senão concordar que já não há efeitos aqui, exceto aqueles contábeis advindos dessa recuperação do gasto tributário passado excessivo.

Suponhamos que amanhã, um “outro STF” decide julgar exatamente o oposto. Se entendi bem, o fisco federal, e seus supercomputadores Cray, vão imediatamente identificar todos os contribuintes que ganharam ações contra a Receita, e cobrar tudo de novo, com juros, multa e correção.

A questão é: o QUE considerar contingência e o que não? Para as demonstrações contábeis de 2022 (dezembro), sob auditoria neste momento, não sei ainda o que teremos que rever a ponto de saber o que terá que ser reconsiderado. Pode ser (ainda nem medi isso) que alguns clientes tenham ganho ações no passado que já tenham sido objeto de julgamento diferente.

Estado de Coisas

Parece coisa de “direitista radical”, “bolsonarista” ou coisa que o valha. Não é. Confesso que não sou lá tendente a teses de esquerda, conquanto concorde com algumas delas, en pasant. Mas o fato é que temos diante de nós uma situação que sequer sabemos onde vai nos levar como economia.

O “Estado de coisas” é de tal ordem movediço que faz a célebre frase atribuída a Pedro Malan – “No Brasil até o passado é incerto” uma verdade absoluta.

Desconstrução da Objetividade ou a morte da Ciência

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Leio regularmente um website chamado Quillette.com, e recomendo. É um site de ideias, um site de artigos compridos e muitas vezes acadêmicos demais para o ouvido não treinado, o que não apaga seu valor – principalmente num mundo em que mais de 15 segundos, ou 2 linhas, é uma eternidade. O “attention span” do adulto médio brasileiro, creio que deva andar pelos 5 minutos, o que coloca este meu artigo fora do esquadro para a maioria dos que me dirão que o leram.

Mas divagações à parte, hoje li com interesse um artigo que “falou ao meu coração”, pela tragédia intelectual que traz à tona. Traduzo uma pequena parte e gostaria que o meu eventual leitor apelasse para sua generosidade com minha prosa e lesse até o fim:

Vários anos atrás, no mundo pré-pandêmico das reuniões presenciais, um colega recém-contratado do Fashion Institute of Technology propôs um curso de sociologia com temática LGBT, antes da School of Liberal Arts. Este é um passo necessário para que o curso seja aprovado pelo comitê curricular da faculdade. Era a hora de darmos um feedback construtivo e ajustes ocasionais, antes da votação final do comitê. Era um bom curso. A proposta era clara e concisa, indicando não apenas um domínio da literatura relevante, mas uma sensibilidade aos interesses, expectativas e capacidade dos alunos para lidar com a carga de trabalho.

Notei, porém, um problema que parecia aparentemente menor e facilmente corrigível. Entre os resultados de aprendizagem listados estava a exigência de que os alunos desenvolvessem uma “maior aceitação das perspectivas e direitos LGBTQ+”.

Isso me pareceu problemático. Acontece que penso que tal aceitação é uma coisa boa, mas estipulá-la como um resultado de aprendizagem levanta uma questão complicada. Se um aluno dominar o material do curso, entregar o trabalho exigido e passar nos exames, mas não exibir essa aceitação, ele será reprovado?

Depois de expressar minha admiração geral pelo curso, expressei minha apreensão da seguinte forma (e isso é quase uma citação exata):

“Precisamos ter em mente que somos uma universidade estadual. Nossa missão é buscar, averiguar e disseminar a verdade objetiva e equipar nossos alunos para fazer o mesmo. Por essa missão, não acho que podemos propor um resultado de aprendizagem que exija a aprovação dos alunos em uma questão de moralidade pessoal. Os outros resultados de aprendizagem são bons. Você não precisa disso, então eu simplesmente cortaria.”

Minha colega tinha acabado de sair da pós-graduação e ainda não havia se formado, o que (teoricamente) a colocava em uma posição vulnerável. No entanto, ela teve um ataque apoplético; com tanta raiva, na verdade, que ela teve dificuldade em pronunciar sua primeira frase. “Não acredito que as pessoas ainda pensam assim!” ela gaguejou. “A Queer Theory desconstruiu a objetividade!”. Suas palavras pairaram no ar enquanto eu olhava ao redor da sala. Nem um único membro do corpo docente, nem mesmo aqueles em matemática ou ciências, parecia perturbado por sua declaração categórica. Como eu era um professor titular, relutava em debater com um colega não titular durante uma reunião escolar. Então, deixei o assunto de lado. O curso foi aprovado sem revisão pela Escola de Artes Liberais, e passou a ser aprovado pela comissão curricular. E foi assim que minha faculdade entrou no negócio de ganhar convertidos.

Mark Goldblatt in https://quillette.com/2023/02/07/the-approaching-disintegration-of-academia/ – Grifos meus, tradução minha e do Google Translator…

Não estou aqui, como não está o autor, Mark Goldblatt, para concordar ou discordar com a proposição, nem mesmo com o que a professora chamou de “Queer Theory” (Teoria Gay, ou coisa que o valha). Não se trata nem de concordar nem discordar dessa ou aquela posição, no espectro de pensamento possível ao ser humano de qualquer espectro, raça, religião (ou falta dela). Trata-se da negação da POSSIBILIDADE DO CONTRADITÓRIO. O professor catedrático teve que se calar, ante a professora iniciante, tão somente para evitar um problema mais sério, devido ao fato de TODOS os outros acadêmicos presentes terem se omitido, ante a avassaladora pressão exercida por um conceito que sequer admite ser questionado.

Questionar é Preciso?

A pergunta fundamental é essa. Estamos proibidos de questionar? Sejam equações ou urnas eletrônicas, estamos diante de grupos organizados de pressão cada vez menos propensos a aceitar ser contraditados. E não apenas se sentirem afrontados pela mínima discordância, mas pessoalmente ofendidos. Independentemente de se tratar tão somente de um debate saudável de ideias.

O medo maior, no meu caso, é que tal postura está chegando em ciências exatas, o que será, certamente, a total abdicação do direito de inovar e quebrar paradigmas.

Desconstrução da Objetividade

Acho que neste “pormenor”, a professora da citação tem toda razão. A Queer Theory quer, de fato, “desconstruir a objetividade”. O que isso poderia significar? Uma banana pra realidade; uma figa pro senso comum? Não se sabe. O fato é que ao dizer que desconstruiu a objetividade, eu coloquei no lugar dela algo diferente – e necessariamente menos objetivo – subjetivo. Qual é o lugar que a subjetividade possui no meio acadêmico e científico? Em minha opinião, não deveria ter nenhum lugar. Nem mesmo em “ciências” consideradas menos exatas, como sociologia, psicologia ou mesmo teologia, a base é o sufixo “logia”, lógica, sobre a qual se baseia, ou deveria se basear, qualquer estudo sincero – nem vou dizer sério, porque o conceito de seriedade também pode ser considerado subjetivo. Sincero, porque se propõe a observar a realidade, e comprovar, de forma tão segura quanto possível, os resultados experimentais ou provas matemáticas/mentais.

Por lógico, descontruir a objetividade parece significar a inclusão de elementos menos palpáveis, ou comprováveis. Isso fica claro no uso que se dá à própria linguagem. A desambiguação da linguagem é o objetivo, por exemplo, dos dicionários e da linguística (e mesmo a filologia). Com as mudanças constantes de conceitos, baseadas em preferências e sensações, mais do que em fatos ou usanças, perde-se o referencial e o entendimento comum de um termo. Os grandes escritores do mundo ajudaram a “fixar a língua no tempo”. Shakespeare no inglês, Goethe e Schiller, no alemão, Dante Alighieri no italiano, Cervantes no espanhol ou Camões no portugues escreveram de forma tão magistral que ajudaram a transformar “sua versão” do idioma em “regra culta”, menos mutável, e por conseguinte menos sujeita a más interpretações.

Um tio querido, recém falecido, tradutor juramentado de alemão, sempre se gabava da superioridade desse idioma para definições de engenharia – só como um exemplo. É de tal ordem, e tão bem definido, o conceito de cada coisa, que é praticamente impossível a um engenheiro “não entender” ou “desentender” algo, devido ao detalhismo do idioma alemão com coisas para as quais temos uma só tradução como “alicate”, “arruela”, “fechadura”, “biela” e coisas que, se ambíguas, tornam um carro uma carroça.

Posso ir adiante falando do tema, mas como já perdi talvez 99,99% dos meus leitores, por enfado, deixo o texto à posteridade – ou pra mim mesmo no futuro, quando eu mesmo tiver saco para ler o que escrevi. Mas ao ler, saberei de forma precisa o que quis dizer – espero.

Poda

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Tenho duas pequenas figueiras no jardim da frente de casa. Uma é de figos amarelos, é mais velha, e dá entre 200 e 300 figos todos os anos. Após cada estação, eu podo a figueira de um jeito que um vizinho já achou que eu ia matá-la. Nada disso. Quanto mais podo, mais (e melhor) era flore e dá frutos, no ano seguinte. A outra figueira é ainda muito jovem e só este ano começou a dar uns figos roxos bonitinhos.

Quem, como eu, tem jardim grande, sabe que só tem boas flores, boas folhas e bons frutos se você cuidar, aguar e podar com regularidade e sem muito medo de matar a plantinha. O caso do Bonsai é ainda mais complexo e emblemático: nesse caso, ideal é não deixar a planta crescer, podar raiz, e mantê-la quase à míngua. Daí fica linda e faz jus ao nome “árvore de pote”.

Acho que os caras de Davos devem ter chegado à conclusão de que são “jardineiros” desse mundo, e que precisarão fazer algo radical, como um “Great Reset”, ou uma poda rasa, para que o mundo continue a florescer. Parecem ter tomado nas mãos a tarefa da “poda mundial”. Para isso, precisam passar essa ideia sob um tom menos ameaçador do que faria um Hitler, um Stalin, um Mao ou Pol Pot. Precisam revestir suas ações de uma verborragia benevolente.

Bill Gates já foi acusado de querer atingir esse objetivo por meio de uma “vacinação forçada” (dizem os fact-checkers que é mentira). Independentemente do que seja ou não verdade, ou esteja ou não no coração dos “esclarecidos”, ou como Thomas Sowell chamou, os “Ungidos”, o fato é que muita gente acha que 8 bilhões é gente demais e uma poda expressiva precisa ser feita.

Quem fará? Eu? Você? Algum governo esclarecido, “do bem”? Malthus achava que a população se autorregularia na marra, por meio de epidemias e guerras. O pós-segunda-guerra provou que isso pode não ser tão verdade assim. Ou pelo menos que um “ajuste malthusiano” pode acontecer de forma mais espaçada, e, por isso mesmo, muito mais radical. Malthus pode até estar certo, mas não disse que alguém faria isso de forma premeditada e racional: apenas que situações específicas forçariam as tais pestes e guerras.

Podar milhões, ou mesmo bilhões de seres humanos, gente como nós, não deverá ser algo a ser feito sem uma reação grave, de quem está sendo “podado” ou que não crê nessa poda.

Eu, se for “podado”, não pretendo ir sem uma boa briga. Podar, não vou. O tal “ama teu próximo como a ti mesmo” não deixaria. Mas vá lá: no reino vegetal, pelo menos, uma poda é essencial. No reino animal, a poda é individual, e mais doída, por levar a totalidade do ser pro brejo. Mas suponhamos que necessária. Como escolher quem vai? Quem executa a poda, e com que instrumentos? Quem decide quem fica? Quem é mais importante que fique? Os bonitos? Os inteligentes? Os ricos?

Sob qualquer aspecto, o nível de julgamento a ser exercido, só Deus (“O” Deus) poderia saber. Mas ele já disse que uma poda virá, e já nos deu até as bases para o corte. Eu não preciso me preocupar nem escolher um lado para estar. Claro que, pudesse escolher, escolheria ser podado, antes que podar.

Países cujas populações passaram a decrescer, estão morrendo. O Japão é um exemplo. Portugal teve seu pescoço demográfico salvo por uma infusão de estrangeiros maciça. Outros, europeus, e mesmo a China, estão em declínio populacional (a China, somente este ano começou a encolher). O Brasil perdeu seu bônus populacional e agora envelhece a olhos vistos. É vítima de ter perdido a juventude antes de ganhar a riqueza.

Então a poda é necessária? Nunca foi, nunca será, e, pior, nunca seria algo moral. Seria sempre algo demoníaco, como aliás, tudo o que está acontecendo diante de nossos olhos é: o mundo jaz no maligno, diz a Bíblia, e em nenhum momento da história isso foi tão real como agora. Nunca o “diabo” foi tão presente na história – diabo significa “dois lados”, “duas facções”. O mundo nunca esteve mais polarizado, e as partes nunca se ouviram e tentaram se entender tão pouco quando hoje em dia.

O pior é que estou seguro de que ambos os lados do espectro ideológico parecem querer fazer o bem. Mas enxergam o outro lado sempre como sendo “do mal”. Somos incapazes de ventilar ideias e fluir palavras com a única intenção de melhorar o entendimento sobre um assunto, e sobre o outro.

Parece que um grupo de “demônios” fica direcionando um conflito sem fim, entre essas partes radicalizadas e isoladas uma da outra, colhendo os frutos que podem nos levar a tentar “podar” a outra parte. Malthus do Capeta parece que pode levar à poda.

É poda, ou não é?

To my foreign friends – do not be fooled on Brazil`s Riots

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What we have seen in Brasília this last Sunday was a shameful exhibition of poor exercise of citizenship. Even worse that the Capitol Hill invasion, Brasília`s invasion of the government facilities was the result of acts of undeniable banditry. Point.

That said, it is quite easy to “be solidary” to Brazil and to “express regret on the terrorist acts” that happened in Brazil`s capital, without examining the situation that led to this tension. Some points must be made clear so that you are not fooled by the mainstream media and its immediate goals.

First of all, bear in mind that each and every other rally or manifestation held by the so-called “right” in Brazil, since 2019 and before, was considered totally peaceful and clean (people insisted in gathering their own trash after them, as to avoid negative comments from the left). Not one bus station was vandalized and no one hurt. You could have your cell phones with you all the time without fear of being robbed.

Last Sunday`s riots are being considered by many as having “infiltrators”, which they call “faded shirts” (due to a red shirt under the mandatory Brazil`s soccer team year jersey wore by almost all participants). They claim, and some pictures show it beyond doubt, that radicals infiltrated the manifestations with the purpose of creating the chaos we have seen, and justify the further actions taken by Pres Lula and the Brazilian Supreme Court. It is difficult to control herd behaviors, once the started. Mainly in a mass of humanity of thousands upon thousands.

Mounting Tension Started in 2019

What we see in Brazil now is the result of tensions that started with the election of President Bolsonaro. Upon his inauguration in January of that year, a huge wave of bad news started mounting against him, with and without cause – mostly without. The man was titled as tyrant, genocide, fascist and a whole lot of other unsavory epithets without cause. His defect is twofold: a)he is loudmouth and most of the time uncouth. He speaks his mind and cares nothing for its repercussions. Along the last four years it has become clear that it is all bravado and no bad intentions. A deadly characteristic in a politician; b)he decreased the public funds destined to mainstream media by 90, 95% (not sure). That certainly hurt, in a segment of the market already hit hard by the decrease in income of traditional media.

At the time of President Bolsonaro`s election, the now president Lula was under arrest, at the facilities of the Federal Police, convicted in 2 lawsuits under the Car Wash Operation, confirmed by 3 levels of justice (entry level, circuit court and Justice Supreme Court – STJ – the 2nd highest level of the Brazilian 4 level judiciary system). His crimes are well documented and he served over 500 days of a sentence of close to 12 years in jail.

Brazilian Supreme Court (BRSC)

Add to this the unequivocal actions of Brazilian Supreme Court (BRSC) that have added tremendous, and unnecessary tension to an already divided country. BRSC has created something called (by one of its retired justices, Marco Aurélio Melo) the “End-of-the-World Inquiry” (Inquérito do Fim do Mundo): a non-existing piece of public prosecution started within the BRSC itself, without the provocation of the Public Attorneys. It is also a “secret” inquiry to which no lawyer has had access to. Under this forged mantle of legality, BRSC has performed the most heinous acts of illegalities such as censorship (including against free speech of (of all citizens) elected house representatives, journalists, businessmen and bloggers. Anyone with an opinion that in any aspect “hurt” the beliefs of the justices of BRSC were silenced. In this enquiry, the justices, mainly its leading judge, Alexandre de Moraes, is the offended party and the judge. He commands a process started by other Justice, with a heavy hand no publicity on his acts.

How were they silenced? The then president of PTB was put to jail and remained there form months, without a formal accusation. One house representative was arrested, because of his (admittedly strong and wrong) opinions on the BRSC itself. One blogger was arrested, and when in jail had an “accident” and became paraplegic. One news outlet, O Antagonista, was censored. The whole Brazilian population was informed they could not call Lula a “thief” (one very popular motto of the rallies against him was “Lula, thief, your place is in jail”). The cases go on and on and I would need a War and Peace style romance just to tell a few words on each of them.

But perhaps the most insidious and nefarious aspects of the BRSC actions were the three decisions (monocratic, which is allowed by BRSC itself) taken by Justice Facchin and BRSC`s 2nd judgment chamber.

The first decision was taken by the BRSC as a whole miraculously (and unconstitutionally) changing the precept of “final sentence”. As we said, Lula was duly convicted after 3 instances and some 12 judges considered him guilty. Therefore he was sentenced to be arrested, and served over 500 days in jail. Once this principle was changed (from a condemnation at the second level to another principle, that you are duly sentenced only upon BRSC says so), Lula was free from jail, although still guilty. Out of jail, and with all his political clout, he started moving the pieces to change his guilty status – and obviously, one of unable to be elected to public office.

It is important to inform that in Brazil a sentence is passed by a Circuit Court, as in most of the civilized nations. The 3rd level is just to correct infra-constitutional aspects of the case and, in some cases, correct the size of the sentence. The 4th level is the BRSC itself, that should only act to correct aggressions to the constitutional text. It is clear BRSC has changed that role entirely.

The second one “revoked” the condemnations of Lula on the ground of “wrong ZIP Code”. Some explaining is needed due to the sheer stupidity of it – Justice Facchin considered, after 5 years of Car Wash operation`s procedures and inquiries, that all was very well, and condemnations were correctly applied by the 3 lower instances of justice. Just that the lawsuit should have been done in Brasília, and not in Curitiba, as was confirmed several times by Circuit Court and STJ (the 2nd highest instance) and by BRSC itself. All of a sudden, Lula had his cases dismissed. Not because he was innocent, but because the ZIPO Code of the lawsuit was wrong. This rendered to Lula the epithet of “Discondemned”, instead of “Innocent” by part of the population.

The third one was the

The Elections

Once the candidacy of Lula was duly made legal by BRSC, the elections procedures started. Brazil has a separate “elections court” (the Tribunal Superior Eleitoral, or Electoral Superior Court – TSE). It is one of those things that exist almost exclusively in Brazil. Regardless of the TSE`s importance or role, fact is that it is presided by one of the Justices of BRSC, and is therefore, an extension of it.

The polemic of the ballot machines

Since the 90`s, Brazil has basically the same balloting machines (Diebold) with few updates. Pres. Bolsonaro started personally questioning the balloting machines as unreliable. This is something we cannot ascertain, but fact is that the Constitution foresees a secondary method of recounting the votes, which was never implemented. He (and his electors) started pushing for this secondary method of counting, as a printing machine in which the voter check the ballot visually, not touching it, and the machine deposits it in an acrylic repository, for later recounting, if necessary.

This was vigorously opposed by BRSC as unnecessary and some time later started sanctioning anyone challenging the validity of the system and its impermeability to hackers. Well, that was faced and a ruse, once 6 months earlier a hacker was discovered inside the TSE`s system, in which he/she had been meddling for 6 whole months, unnoticed. Too much for safety.

We personally don`t think the Balloting Machines are necessarily rigged. Nevertheless, the position of the BRSC, denying the debate, made it a “gimme” to many of the thinking heads in Brazil, that something was off. How can something, in a democracy, not be subject to open debate? That put fire in the discussion even more.

The Censorship of Media Outlets and “Demonetizing”

The critics of the balloting machines in the social media were silenced by BRSC (through the “End-of-the-World Inquiry”). BRSC determined to the social media companies to block the social media of journalists, bloggers and critics of the system. Therefore, the amount of fuss over the system was reduced, under the unchecking eyes of the mainstream media. Nothing was too bad, in terms of individual freedom, that mainstream media should be afraid of, it seems.

Media Outlet O Antagonista (The Antagonist) was silenced, and denied publication of certain articles and reports that went against Lula and his supporters. That much is clear, I think (although BRSC can view this opinion as democracy threatening and cancel our social media).

Other bloggers, such as “Te Atualizei” (I Update you) and Osvaldo Eustáquio (the guy that went to jail and suffered an accident while there) were not only excluded from social media, but “demonetized” – yes, they had their banking funds frozen and all of a sudden became in need of other people`s support and charity.

Most recently two traditional journalist and writers of renown, Rodrigo Constantino and Guilherme Fiúza were banished from Social Media and “demonetized”. We are not talking of backwater bloggers here, but best-selling authors with a huge following.

The Answering Rights

During the elections, Lula received 90% of his answering rights from TSE, and ended up grabbing most of Bolsonaro`s TV time. The reason for that was the use of terms like “Thief” to qualify Lula and other specific situations deemed “unfair” by TSE and BRSC. This was badly received by Bolsonaro`s supported, but also by most of the undecided voters.

Automatic Vote Counting

The system in Brazil enables that a couple of individuals in a room in Brasilia “count” the votes without the scrutiny of the parties. This, added to the impossibility of recounting the votes made for a huge wave of protests, which culminated in last Sunday`s horrors.

The Armed Forces Denied Requests

The technology branch of the Armed Forces of Brazil was invited by TSE to participate in the elections checking. Even before the elections, and afterwards, the AFs requested the Original Code of the system, to analyze it. This request was denied to them, without further explanation.

Of course in the imagination of the populace, this added wood to the already growing fire.

Where are we Now?

After the lamentable depredations of last Sunday, Pres. Lula decreed “federal intervention” in the Federal District. After that, and almost immediately, Justice Alexandre de Moraes, maybe the larger perpetrator against the constitution of them all, in the opinion of several jurisconsults, decreed that the governor of the Federal District, Ibnaneis Alves, to be suspended from his office.

Right after that, Lula (through his Justice Minister, Flavio Dino) named an interventor, which is a Communist Party of Brazil (PCdoB) member, as is the Justice Minister, a man with no expression and no knowledge of security affairs, to that office.

Again, almost simultaneously, a clear message was passed to all other governors – suppress any manifestations or run the risk to loose your position. The message was well understood and as of today, 10 of January, 2023, all (or almost all) governors of Brazil are in Brasilia to pay homage to Pres Lula and the BRSC, despite their terrible misdeeds.

Some fear Brazil is no longer a democracy. Many have started to hedge their assets against the economical stupidities that they believe will come.

Fact is that despite of the fact that

É diferente de ganhar eleições

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Ontem consolidou-se a estratégia de tomada do poder, sob os olhos horrorizados do mundo, que não tem ideia do que está acontecendo aqui: uma manifestação maciça em Brasília. Nada de mais – antes disso houve dezenas, centenas, sem UM ÚNICO incidente, e nem lixo na rua. Ontem, diferentemente, houve um cenário de pavor, indesejado por qualquer democrata. A novidade foram os chamados “Desbotados” – gente com camisa da seleção e, por debaixo uma camisa vermelha, que dá um tom misto, de vermelho desbotado à vestimenta. Foram encontrados às pencas, mas não aparecerão jamais.

De fato é… uma coisa é “ganhar” eleições (palavra correta – ganharam mesmo, de presente, tanto do Bolzo quanto do TSE). Outra é conquistar o poder, como candidamente falou Zé Dirceu a um jornal espanhol, lá, bem antes da eleição (se não me falha a memória, antes mesmo de Lulla ser solto).

Ibaneis Rocha, o governador do DF, é substituído no poder por alguém do PCdoB, indicado por Flávio Dino, também daquela legenda (ou era, pelo menos). Alguém bem à esquerda, à feição de quem “toma o poder”. Não ganhou eleições, esse substituto, mas ganhou o poder. Perdeu, Mané de Brasília…

Perdemos todos… Hoje cedo, fogo em pneus e fechamento do Rodoanel em SP. Tarciso corre aflito para condenar o ato. Os perpetradores fogem do local (encapuzados, sem serem identificados). Ninguém é preso, mas certamente são “Bolsonaristas”. Quem duvida? A essa altura, nem os super bem informados repórteres de O Globo ao New York Times. Todos são unânimes em já declarar os culpados. Tarciso corre o risco de perder o mandato conquistado nas urnas, depois de décadas de PSDB no comando (da capital), sem nem bem dizer a que veio. Bola dentro pra nova ordem brasileira.

Perdeu Mané (Tarciso) – não sei se ocorrerá logo ou mais tarde, mas parece (ninguém tem bola de cristal pra afirmar) que é pule de dez… favas contadas. Questão de tempo.

Quem defenderá a causa dos que não gostam ou não acreditam que ter um ladrão como presidente seja coisa boa? Ninguém… Perdeu, Manézada… TODOS nós perdemos. Somos em tese 58 milhões de perdedores. Nas contas de alguns, somos, sei lá, 80, 90 milhões de perdedores – entre possíveis votos mal-contados e gente que achou que estava votando num democrata e “está com medo”, como o Mané-mor, Armínio Fraga, do alto de sua alva inocência. Pelamor, né…

E vamos que vamos. Cenas dos próximos capítulos ocorrerão logo – mais uma invasão, mais um quebra-quebra, e como consequência, mais uma intervenção federal, mais um governador destituído (por 90 dias que durarão 4 anos?), e mais um comunista sem experiência alguma em gerir coisa alguma, no poder de um estado que “jamais deveria ter saído do controle de determinado partido”…

Vaticínio não levado a sério por ninguém, quase, “tomar o poder é diferente de ganhar eleições” – seja antes, durante ou depois do pleito.

Vamos trabalhar, Manezada, porque temos que pagar as contas dos “vencedores”…

Espiral Descontrolada

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É uma obra de ficção, portanto não adianta procurar similares ou reflexos de vida real. Depois da “obra”, vamos tentar estudar uns fatos:

“Seeker”


“Carros elétricos acabam se tornando MagLevs, que podem ser carregados e impelidos usando supercondutores magnéticos de baixo custo nos carros e nas ruas. Nessa taxa, os novos tipos de carros vão deixar obsoletos os Teslas, SpaceX e qualquer outra montadora de automóveis, sem exceção, dentro de uma década. A ordem mundial, pelo menos no que tange a tecnologias, foi relativamente estável por milênios. Mas nos tempos modernos, indústrias nascem e morrem à uma taxa furiosa. Mesmo tecnologias que pareciam interligadas no tecido social foram relegadas à lata de lixo da história num piscar de olhos. Em 1996, Eastman Kodak era uma força motriz com 140 mil empregados e um valor de mercado de USD 28 bilhões. Mesmo com tudo isso, meros 16 anos depois a companhia dava entrada com pedido de falência. Um Tiranossauro-Rex que falhou em imaginar o poder disruptivo que a revolução da fotografia digital criaria.

Em contraste com a Kodak, enquanto esta estava dando seus últimos suspiros, um pequeno grupo de empreendedores fundava o Instagram, um serviço de compartilhamento de fotografias que rapidamente atraiu algo como 800 milhões de usuários. Apenas 18 meses depois de sua fundação, no mesmo ano da falência da Kodak, esses poucos fundadores do Instagram haviam vendido sua empresa por USD 1 bilhão.”

“Seeker” (tradução minha), de Douglas E. Richards.

Os fatos acima são reais, a despeito do contexto de ficção desse cara aí, que é best seller. A questão a abordar é o quanto isso é verdade e os efeitos disso no mundo. Onde vamos parar? Ou melhor, vamos parar? Ou vamos continuar acelerando? Indefinidamente? Onde isso vai nos levar?

Empresas Grandes, Empresas de Vida Curta

O que o autor acima conclui é que estamos vivendo em um mundo de mudanças tão drásticas e rápidas que daqui a pouco não teremos mais condição de nos manter sãos.

Eu concordo, em parte. Acho que a despeito disso estar acontecendo, e que haja de fato uma mortalidade alta nas empresas, um fato é mais importante e talvez nos leve na direção exatamente oposta: o tamanho cada vez mais paquidérmico das empresas, e suas características de oligo-monopólio.

Caminhão sem Freio

Ao mesmo tempo em que alguns advogam pelo tempo de qualidade e de família, equilíbrio entre negócios e lazer, e outros, mais ainda, querer “resetar” o planeta pela via da mudança completa da forma de se conduzir a vida, outros criam em cima de criações de outras criações nessa espiral tresloucada.

Não dá para nos acostumarmos com uma tecnologia; outra vem e nos deixa obsoletos. Tenhamos nós 8 ou 80 anos de idade. Eu me sinto obsoleto dentro de minha própria profissão, apesar de ter ajudado a criar algumas tendências, ao longo dos anos. Não há como conter isso, como não há como conter um motor cujo cabo de acelerador travou, e o cabo do freio partiu. É aumentar o giro até que exploda. E vai explodir, é claro.

Essa constatação de “caminhão sem freio ladeira abaixo” por um lado cega os “adrenaline junkies” e deixa os medrosos mais apavorados do que o normal. Não fui, nunca, um viciado em adrenalina, mas tampouco me conto com os medrosos. Me conto, isso sim, no “centrão“, por assim dizer. Mesmo eu estou apalermado com a velocidade do nascimento e morte de empresas, e onde isso vai nos levar.

Dinâmica de um Mercado com uns poucos Donos

Cada vez que volto aos EUA eu fico mais apalermado com a “Corporate America” e como tudo foi dominado por um pequeno número de empresas com imenso poder financeiro e capacidade de estar em todo o país de forma “ubíqua”.

CVS e Walgreens são (quase) as únicas farmácias; WalMart, Publix e mais 4 ou 5 mega operações dominam todo o mercado de varejo em supermercados; Home Depot e Lowe`s dominam quase todo mercado de materiais de construção e itens para o lar; Exxon, BP e mais 4 ou 5 bandeiras dominam toda a distribuição de combustíveis; McDonald`s, Burger King, Taco Bell e mais uma meia dúzia de redes dominam a refeição fora de casa… Não existem mais os famosos “moms-and-pops”, ou seja, os negócios de família, fora de grandes redes, que, via de regra, trazem o colorido especial e o “diferente” ao mercado.

Além de tudo isso acima, nem convém citar o oligopólio das empresas de software (Apple, Google, Microsoft) e todo o segmento tecnológico.

A pergunta não é ser contra o capitalismo, como esse bando de ideias soltas parece conduzir. Trata-se exatamente do contrário – a morte do capitalismo pela mão dos maiores atores do próprio capitalismo. Isso não é capitalismo como deveria ser entendido, ou seja, o famoso capitalismo liberal, defendido por luminares como Ludwig Von Mises.

População Alta, Capitalismo Concentrado

Fica claro que não é possível alimentar, vestir, educar e mover uma população de 8 bilhões de pessoas com “moms-and-pops” somente. As mega estruturas são necessárias. No entanto, o “CADE” dos EUA, há muitos anos, tratou de cortar em pedaços empresas de petróleo e comunicações justamente para evitar que o monopólio acabasse por criar uma escravidão comercial e de consumo, e por consequência, um governo paralelo, dos “Robbing Barons” (Barões Ladrões), que quase dominaram toda a nação.

O mesmo aconteceu com o sindicalismo nos EUA, e até no entretenimento, com Hollywood praticamente dominando a cena cultural e impondo padrões, muitas vezes rechaçados por boa parte da população.

Essa população tão alta precisa ser mantida viva e satisfeita. Isso é compreensível. Mas estamos numa encruzilhada: vamos continuar a manter os mercados centralizados ou vamos botar nossas regras anti-monopólio para funcionar? Vamos assistir passivamente a democracia ser erodida pelo controle financeiro esmagador dos mono/oligopólios, ou vamos tentar, ao menos, fazer com que haja mais competitividade.

O último, e talvez mais absurdo exemplo, esteja no jornalismo. Com o advento das mídias sociais, críamos que teríamos poder de palavra limitado somente pela quantidade de pessoas dispostas a nos ouvir. Ledo engano. Estamos sendo massivamente dominados por “centros de pensamento” dentro de empresas de comunicação.

O mundo precisa achar uma forma de não deixar que uns poucos capitalistas acabem com o próprio capitalismo “raiz”.

Há Conclusões?

Nem sei mais. Espremidos entre uma guerra cultural e ideológica de um lado, e por um capitalismo que cada dia se parece mais com uma ditadura, temo que quando eu chegar a alguma conclusão, o mal já estará feito para mim e para todo mundo que gosta de comprar um cachorro quente qualquer, num Bar do Seu Zé qualquer, e depois tomar um café passado na hora…

Recessão com Pleno Emprego

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Estou há 1 mes nos EUA, a trabalho. Trouxe a esposa para que ela tenha uma “american way of life experience”. Está sendo muito bom, com as ressalvas de sempre, que qualquer brasileiro reclama (comida muito calórica e doce, preços nas alturas, falta de gente na rua, etc). Estando num estado “rural” (Carolina do Sul), e convivendo com os amigos/irmãos locais, no estilo de vida deles, estamos literalmente imersos na cultura, com nossa casa e carro, e as idas e vindas do mercado, típicas. É uma vida pacata, até chata, pela falta de vizinhança, agito social etc. Mas tem sido uma 2a. lua de mel bacana, com tempo pra refletir, orar, pensar na vida e planejar o que fazer, depois que um tal fruto do mar assumiu o nosso governo…

Auxílios

Ao longo da pandemia, o governo americano jogou bilhões na economia, sob forma de ajuda (indiscriminada) ao residente – cidadão ou não, desde que legal. Amigos meus brasileiros, moradores da Flórida, e com suas empresas e empregos, receberam cheques gordos (no conceito brasileiro). Teve gente que teve a pachorra de tentar devolver o tal cheque, sem sucesso. Eram U$ 1.400 por cabeça, ou US$ 2.800 por casal, mais US$ 500 por filho menor de 19 anos. Portanto, uma família com 2 filhos encaixava US$ 3,8 mil por mês, ou algo como R$ 14 mil por mês.

Incrivelmente, isso continua a existir até hoje, em muitos casos, a despeito de um processo de “phase out” (redução) até um teto de benefícios recebidos de US$ 160 mil (para um casal).

Empregos

A economia aqui está indo mal, sob Biden. Isso nem é novidade e francamente não entendo como um povo todo decide achar bacana trocar emprego e renda por programas sociais. Parte da sociedade aplaude isso – como no Brasil, e acha o máximo.

Hoje há uma (quase) recessão técnica, mas não há UM posto de gasolina, UMA loja, um caminhão que não tenha anúncio de “We are hiring” (estamos contratando). Do McDonald`s da esquina à gigante dos transportes J. B. Hunt, todo mundo está atrás de mão de obra. E não consegue.

Por que? Volte ao primeiro tópico. O povo está preferindo ficar em casa do que ir trabalhar, já que o governo continua a abastecer a dispensa e “bring the bacon home” (algo como “colocar o pão na mesa”). Daí o fato de que nossos filhos e amigos estarem conseguindo bons empregos aqui nos EUA, mesmo trabalhando remotamente, substituindo mão de obra local, que não deseja o incômodo, nem em home office.

Ética de Trabalho

O orgulho de todo pai (de bem) aqui neste país reside(ia) em deixar ao seu filho uma boa formação profissional e uma ética de trabalho sadia. O pai médio americano não mede sacrifícios para poupar para dar a seu filho a melhor universidade possível. O jovem é levado a trabalhar, mesmo antes de 16 anos, às vezes, para poder ter o “seu dinheirinho” e ter orgulho de produzir, poupar e gastar do que é “seu”.

Não é possível medir a erosão que esses 3 anos (2 de Covid e pelo menos 1 de arrasto) vai gerar na visão de mundo do americano médio. Isso, somado à invasão de estrangeiros ilegais dos últimos anos (5 milhões, de acordo com o próprio DHS). Nem quero imaginar. Aliás, posso mais do que imaginar – ver com esses olhos que a terra há de comer – se o exemplo de anos de renda mínima gerou no brasileiro. Claro que não podemos nos isentar de apoiar o necessitado. Não se trata disso. Trata-se de entender que qualquer desses planos deve ter início e fim.

Os EUA vivem uma situação bizarra de recessão com “pleno emprego” (se é que se pode chamar assim). Ninguém em sã consciência pode admitir este fato. Panis et Circensis mata civilizações e impérios. Matará esse também, e é isso que a esquerda internacional quer (minha interpretação – Xandão, ainda tenho direito a ela?).

Cenas dos próximos capítulos poderão não ocorrer, por falta de atores.