Poda

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Tenho duas pequenas figueiras no jardim da frente de casa. Uma é de figos amarelos, é mais velha, e dá entre 200 e 300 figos todos os anos. Após cada estação, eu podo a figueira de um jeito que um vizinho já achou que eu ia matá-la. Nada disso. Quanto mais podo, mais (e melhor) era flore e dá frutos, no ano seguinte. A outra figueira é ainda muito jovem e só este ano começou a dar uns figos roxos bonitinhos.

Quem, como eu, tem jardim grande, sabe que só tem boas flores, boas folhas e bons frutos se você cuidar, aguar e podar com regularidade e sem muito medo de matar a plantinha. O caso do Bonsai é ainda mais complexo e emblemático: nesse caso, ideal é não deixar a planta crescer, podar raiz, e mantê-la quase à míngua. Daí fica linda e faz jus ao nome “árvore de pote”.

Acho que os caras de Davos devem ter chegado à conclusão de que são “jardineiros” desse mundo, e que precisarão fazer algo radical, como um “Great Reset”, ou uma poda rasa, para que o mundo continue a florescer. Parecem ter tomado nas mãos a tarefa da “poda mundial”. Para isso, precisam passar essa ideia sob um tom menos ameaçador do que faria um Hitler, um Stalin, um Mao ou Pol Pot. Precisam revestir suas ações de uma verborragia benevolente.

Bill Gates já foi acusado de querer atingir esse objetivo por meio de uma “vacinação forçada” (dizem os fact-checkers que é mentira). Independentemente do que seja ou não verdade, ou esteja ou não no coração dos “esclarecidos”, ou como Thomas Sowell chamou, os “Ungidos”, o fato é que muita gente acha que 8 bilhões é gente demais e uma poda expressiva precisa ser feita.

Quem fará? Eu? Você? Algum governo esclarecido, “do bem”? Malthus achava que a população se autorregularia na marra, por meio de epidemias e guerras. O pós-segunda-guerra provou que isso pode não ser tão verdade assim. Ou pelo menos que um “ajuste malthusiano” pode acontecer de forma mais espaçada, e, por isso mesmo, muito mais radical. Malthus pode até estar certo, mas não disse que alguém faria isso de forma premeditada e racional: apenas que situações específicas forçariam as tais pestes e guerras.

Podar milhões, ou mesmo bilhões de seres humanos, gente como nós, não deverá ser algo a ser feito sem uma reação grave, de quem está sendo “podado” ou que não crê nessa poda.

Eu, se for “podado”, não pretendo ir sem uma boa briga. Podar, não vou. O tal “ama teu próximo como a ti mesmo” não deixaria. Mas vá lá: no reino vegetal, pelo menos, uma poda é essencial. No reino animal, a poda é individual, e mais doída, por levar a totalidade do ser pro brejo. Mas suponhamos que necessária. Como escolher quem vai? Quem executa a poda, e com que instrumentos? Quem decide quem fica? Quem é mais importante que fique? Os bonitos? Os inteligentes? Os ricos?

Sob qualquer aspecto, o nível de julgamento a ser exercido, só Deus (“O” Deus) poderia saber. Mas ele já disse que uma poda virá, e já nos deu até as bases para o corte. Eu não preciso me preocupar nem escolher um lado para estar. Claro que, pudesse escolher, escolheria ser podado, antes que podar.

Países cujas populações passaram a decrescer, estão morrendo. O Japão é um exemplo. Portugal teve seu pescoço demográfico salvo por uma infusão de estrangeiros maciça. Outros, europeus, e mesmo a China, estão em declínio populacional (a China, somente este ano começou a encolher). O Brasil perdeu seu bônus populacional e agora envelhece a olhos vistos. É vítima de ter perdido a juventude antes de ganhar a riqueza.

Então a poda é necessária? Nunca foi, nunca será, e, pior, nunca seria algo moral. Seria sempre algo demoníaco, como aliás, tudo o que está acontecendo diante de nossos olhos é: o mundo jaz no maligno, diz a Bíblia, e em nenhum momento da história isso foi tão real como agora. Nunca o “diabo” foi tão presente na história – diabo significa “dois lados”, “duas facções”. O mundo nunca esteve mais polarizado, e as partes nunca se ouviram e tentaram se entender tão pouco quando hoje em dia.

O pior é que estou seguro de que ambos os lados do espectro ideológico parecem querer fazer o bem. Mas enxergam o outro lado sempre como sendo “do mal”. Somos incapazes de ventilar ideias e fluir palavras com a única intenção de melhorar o entendimento sobre um assunto, e sobre o outro.

Parece que um grupo de “demônios” fica direcionando um conflito sem fim, entre essas partes radicalizadas e isoladas uma da outra, colhendo os frutos que podem nos levar a tentar “podar” a outra parte. Malthus do Capeta parece que pode levar à poda.

É poda, ou não é?

Túmulos do Egito, Cebolas do Egito

  Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? 

Êxodo 14:11

Um povo que foi escravo por 430 anos num país estrangeiro tinha sido libertado. Quando estava na beira do Mar Vermelho, vem o perseguidor, o Faraó e seu exército, e encurrala o povo entre o mar e os guerreiros. O povo, então sai com essa pérola aí – será que não tem túmulo suficiente no Egito? Vamos morrer aqui?

Passamos agora pelo mesmo processo. Exceto que nosso líder não era tão bom como Moisés, e o povo decidiu voltar para o cativeiro do Egito. A comparação é ridícula, dirão muitos. Bom, é caricata, mas o fato é que estamos diante de uma escolha que tem a mesma natureza fundamental. E escolhemos mal, na minha opinião.

Lá na frente, o mesmo povinho continua a opor-se ao seu líder (esqueçam o caráter “messiânico” que emprestam ao líder atual – não é boa comparação):

  Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.

Números 11:5

Diante de mais uma dificuldade, lembram-se das cebolas, dos alhos, dos pepinos, melões… era tão bom! Comíamos picanha à vontade. Tomávamos cerveja aos baldes e nada era tão tranquilo como a vida no Egito. Memória afetiva? Seletiva? Como é que um povo escravizado tinha uma percepção tão boa do cárcere em que viviam? Síndrome de Estocolmo (aquela em que o sequestrado acaba por defender o sequestrador)?

Já que escolhemos o Egito, pro Egito vamos voltar, e, pior, sem direito a mais 10 pragas pra nos ajudar a sair de lá. Sem nenhum Moisés pra nos ajudar (o atual vai acabar na cadeia, se Faraó conseguir fazer o que pretende). A língua pesada do Moisés da antiguidade é parecida com a língua pesada do atual. Não sei se a intenção é tão pura e boa (acho que não), mas o fato é que nos jogamos de uma língua presa “solta” pra uma língua presa “presa” (ou quase).

Não teremos cebolas. Mas quase certamente, teremos túmulos nesse novo Egito.

A Lei por Pretexto

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“Pode, acaso, associar-se contigo o trono da iniquidade, o qual forja o mal, tendo uma lei por pretexto? Ajuntam-se contra a vida do justo e condenam o sangue inocente. “

Salmo 94:20-21

Culminando uma série de malversações e sequestros da Lei, assistimos impotentes, como nação, no dia de ontem, a “cancelamentos oficiais” de executivos e donos de empresas que representam, sabe-se lá, alguns milhares de empregos diretos no país, sob pretexto de defesa da democracia. Na noite do mesmo dia, Luciano Hang, da Havan, vai às TVs para explicar a bobagem e a atrofia mental que leva um julgador a, açodada e bovinamente, aceitar uma “denúncia” de corporações sob a alegação de “apologia ao golpe”.

Num grupo de WhatsApp alguns do grupo vociferaram sua indignação com o status quo jurídico (do qual foram vítimas logo em seguida, como que confirmando a assertividade da opinião) dizendo que “preferiam um golpe a ver Lula de volta no poder”. Se a razão para cancelamento é essa, podem me prender e sequestrar minhas contas correntes também. Obviamente que não estou fazendo apologia a golpe coisa nenhuma. Apenas estou arrazoando quanto ao fato de que, se é para sofrer um golpe, antes seja esse baseado em intervenção militar do que numa “tomada de poder, o que é diferente de vencer eleições”, como postulou o terrorista-mor.

Ora, eu, de fato, temo mais os efeitos de longo prazo de um golpe “bolivariano” aqui no Brasil do que um suposto “golpe” militar, cujos efeitos já sofremos, e que acabou voluntariamente, por decisão dos golpistas em devolver o poder aos civis. Pela experiência mundial, não existe devolução do poder voluntária a “civis” no contexto de um golpe palaciano de esquerda.

O salmista, há 3 mil anos, ensinava que a Lei pode ser usada como pretexto para a opressão. Jesus Cristo comprou tremenda briga contra o status-quo farisaico, ao dizer que esses agiam mais ou menos assim:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!”

Mateus 23:23

A síntese do que estamos vivendo nem chega a poder ser denominada de farisaismo. Pode-se arguir que, na pior das hipóteses, os fariseus tentavam impor a outros aquilo que de fato criam ser algo nobre, a Lei. O caso aqui no Brasil é mais farisaico do que qualquer fariseu poderia ter elaborado: trata-se de usar a Lei como pretexto para implantar aqui uma ditadura “do proletariado”, uma entidade que sequer existe mais, na cultura do serviço, da tecnologia e do pleno acesso à informação. Esse é o martelo, que já não existe (se é que um dia existiu). Já a foice, essa está mais quebrada ainda, pois que o percentual de brasileiros vivendo no campo diminui, e a produtividade agrícola só aumenta, em virtude da ciência e da tecnologia.

Assim, sem bandeiras que deem suporte nem à foice nem ao martelo, a ânsia por escravizar parte para dividir o povo de outra forma, como já sobejamente sabido: ricos contra pobres, heteros contra homos, mulheres contra homens, pais contra filhos, ateus contra religiosos, e por aí vai. A tática da divisão para a conquista segue firme no imaginário de quem se vê como “libertador” do que sequer há de que se libertar.

A Lei virou pretexto para nos cancelar, nos prender, e para deturpar a própria lei, e, ao fim, acabar com sua própria aplicação.

Que ao fim e ao cabo se cumpra a parte seguinte do Salmo:

Mas o SENHOR é o meu baluarte e o meu Deus, o rochedo em que me abrigo. Sobre eles faz recair a sua iniquidade e pela malícia deles próprios os destruirá; o SENHOR, nosso Deus, os exterminará. 

Salmo 94:22 e 23

Amém pra isso!

No princípio era o Código-Fonte

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Com certeza, mudar o Evangelho de João de “Verbo” para “Código Fonte” vai aterrorizar alguns e outros me chamarão de herege. Afinal, creio que o próprio Apóstolo, ao trocar o nome de Jesus Cristo por “Verbo”, já deve ter apanhado em alguma medida… então o problema não deve ser novo.

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo ERA Deus. O que João chama de “Verbo” é a palavra Logos, de onde derivam todas as palavras ligadas à Lógica, como Antropologia, Teologia, e por aí vai. Logos é o nome dado filosoficamente à RAZÃO. Ou seja, João está dizendo que o que criou o mundo foi a Razão. Uma das definiçoes de Razão, rapidamente arrancada da internet é:

Razão, no sentido geral, é a faculdade de conhecimento intelectual próprio do ser humano, é um entendimento, em oposição à emoção. É a capacidade do pensamento dedutivo, realizado por meio de argumentos e de abstrações. É a faculdade de raciocinar, de ascender às ideias.”

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Ou seja, no princípio existia somente o conhecimento intelectual, o raciocínio. Sem o raciocínio, nada do que existe teria sido criado. E então o Raciocínio veio até nós, fez-se carne, e morou conosco, e vimos sua Glória, como a glória de um filho único de Deus – demonstrando que o Filho de Deus é A Razão, o Raciocínio, e que Jesus Cristo trouxe a nós uma nova razão.

Por que tudo isso? Porque no fundo, É como se Deus, ao criar, tenha criado um código-fonte da vida, que se espalhou de forma proposital e dirigida, coisa que está sendo difícil à ciência desprovar, a cada dia. Quando nos demos conta, estávamos olhando dentro de nossas células, e demos de cara com um código de quatro letras, A, C, T e G. Com essas quatro letrinhas, O Verbo criou toda a vida que existe, desde o Princípio até agora.

A conclusão então é a de que somos “informação”? Somos feitos de informação, com um propósito? Sim, creio. Só que, como um vírus entra num programa de computador, um “código malware” entrou em nossa programação e fez com que ficássemos impedidos de fazer qualquer coisa, sem essa sequência errada de programação. O “hacker” foi denominado de Diabo, Serpente ou Satanás (aliás, um belo apelido pra um hacker “do mal” como esse). Precisou de um antivirus de alta potência, que para retirar o vírus de nossa programação, teve que “se deixar apagar”, voluntariamente. Isto é, se deixou morrer. Com isso, levou cativo o cativeiro, ou seja, levou preso o malware. Limpou o programa, e é a chave para fazê-lo.

Apenas que esse antivirus não se instala em local algum, em programa algum, sem autorização individual, dada por um “Enter” bem teclado. E muitos de nós não reconhecem o malware dentro de nós mesmos, se recusando a deixar o antivírus nos limpar.

No princípio era a Razão. Deus é a razão, e pede de nós uma vida racional, capaz de olhar em volta, ver a complexidade do programa baseado nas quatro letrinhas, dentro de nosso corpo, e reconhecer que é impossível alguém dar de cara com um manual de programação sem entender que aquilo está ali com um objetivo, e não por acaso.

Indo Além

Deus como inteligência, porém, é uma visão muito estreita. Nós trataremos de “desumanizar” Deus, se o tratarmos apenas como inteligência. A Bíblia, o Manual de Instruções e Programação, diz que “Deus é amor”. Como podemos fazer essa transição lógica de inteligência para amor? Vivendo num mundo de “programas infectados”, conhecemos bem a inteligência sem amor, fria, autocentrada, e via de regra, usuário do alheio sem meias medidas e sem pudor. O inteligente costuma usar tudo ao redor, quando lhe falta justamente o Amor.

E Deus é “amor” em essência. O que se pode concluir disso? Que quando se é realmente inteligente, como Deus é, tende-se a colocar o amor na jogada (esqueça por um momento se você crê em Deus ou num deus – apenas trabalhe com as variáveis sobre a mesa). Só quem é sumamente inteligente pode ser sumamente amoroso. Quando você sabe que é a pessoa mais inteligente da sala, e não se beneficia do outro, você não perde o respeito pelo outro, mas cresce em Amor. Amor aqui definido como o desejo de que o outro seja melhor, se sinta melhor, ame, e propague o mesmo amor.

Jesus, o Verbo, então veio dar testemunho desse imenso Amor. A inteligência se fez mortal, viveu entre nós num tempo analógico, e de grandes limitações materiais, para contar a nós que é possível usar um potente antivírus e ter nossos programas consertados; olharmos a Criação e vermos o amor de Deus por nós, em cada “linha de código” contida numa árvore, num, bebê, num pé de alface, qualquer coisa; olhar o outro e querer para ele mais do que queremos para nós mesmos.

Vimos Sua Glória como a glória do Único Filho da Inteligência. Se é difícil entender por que um Deus manda “seu filho” para estar entre nós, talvez a analogia com um antivirus, que é capaz de andar no meio dos programas e linhas de código comuns, e não ser, ele mesmo, contaminado, nos dê uma visão clara do Amor da Inteligência, do Programador, por nós.

O nome “filho” talvez transmitisse melhor o conceito do Cristo no ano 1, e talvez hoje uma analogia melhor fosse justamente a de um “código comprimido”, um “arquivo .rar” de um programa maior, da mesmíssima essência, mas de função diversa, de ser provado e depois estar habilitado a retirar o “virus do mundo”, um Cordeiro.exe, que, se dermos o “Enter”, teremos a certeza de estarmos livres do malware. Estando no mundo, porém, sempre estaremos em contato com o “virus” e sempre precisaremos recorrer ao antivirus, sabendo que não há necessidade de dar outro “Enter”, mas somente pedir para que “rode” e limpe o que marginalmente foi escangalhado nas funções do dia-a-dia.

Que o Supremo Código-Fonte continue nos limpando dos malwares do dia a dia, até chegarmos à estatura de linguagens perfeitas diante dEle!

Salmos da Modernidade – Salmo 15

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A Casa de Deus não é moradia pra qualquer um…

Quem, Deus do Céu, vai morar na tenda que o Senhor mandou a gente erguer no deserto? Quem é que vai ser corajoso de viver tão perto de Você?
A resposta parece simples, mas no fundo é bem complexa e a gente nem se dá conta disso: quem tem integridade. Quem é justo no que faz, de coração. Quem fala a verdade.
Quem não fala mal do alheio. Quem não faz mal aos outros. Quem não calunia os outros. 
Quem despreza gente que é ruim, mas faz de Deus seu modelo de vida, e tem pavor de desrespeitá-Lo e as Suas Leis. Quem dá a palavra e cumpre a palavra, mesmo que isso cause prejuízo pra si. 
Quem não cobra juros absurdos dos outros. Quem não faz conchavo ou recebe propina.

Difícil, não?  Mas saiba que quem faz isso tudo, JAMAIS vai ter medo de nada. Vai viver de cabeça erguida para sempre. 

Salmos da Modernidade – Salmo 14

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Já dizia o Salmo original – “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.” O tempo passa, o tempo voa… ninguém consegue explicar onde fica a linha divisória entre a matéria inanimada e a vida… mas todo mundo continua, como o insensato, dizendo que “não há Deus”. com Letra Maiúscula.

Acho até que por isso mesmo essa gente faz tudo o que é errado. Ora, se não tem Deus, não tem razão pra ter medo de qualquer coisa. E se não existe razão pra ser bom, sejamos maus…

Esse Deus que os insensatos dizem que não existe fica só de olho, fixamente voltado para nós, pra ver se tem alguém que, com coração bom, O busque.

Mas todo mundo, ou quase todos, continuam andando insensatamente, lotados de corrupção, interna e externa, e não tem ninguém que queira fazer o que Deus aprova – ora, se Ele não existe? Então por que? 

Será que a gente não entenderá nunca que quem nos lidera na verdade se serve de nós, como uma refeição gulosa e saborosa, sem ligar pro que Deus diz ao governante?
Vai chegar o dia que esses aí morrerão de medo, porque Deus toma conta e se preocupa com quem é justo!
Vocês, gente má, acham ridícula a opinião e as necessidades dos pobres, mas o Senhor é que toma conta dos humildes. 
Quem nos dera que Deus já tivesse mandado a gente má pro inferno! Mas tenhamos certeza – quando Deus decidir agir, ele vai fazer com que nosso futuro mude pra muito melhor, e todos daremos boas e felizes risadas! 

Salmos da Modernidade – Salmo 13

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Maestro, aos costumes… Um salminho de Davi…

Eu pareço um zé-ninguém mesmo… nem Deus liga pra mim… se Ele fosse capaz de esquecer de algo, eu diria que se esqueceu mesmo foi de mim! Não liga pra mim, Divindade?
Como sempre tem gente querendo meu mal. Tem gente que me odeia, e às vezes eu nem sei bem por que… Até quando você, Deus, vai deixar que esse povo me odeie? Eu fico num bode, num calundu, numa tristeza de dar (des)gosto…
Como diria meu filho Ettore, o famoso Tóia – “Ola pla minha cala”, Deus! Deixa eu enxergar o futuro, porque não vejo um palmo adiante do nariz! Eu não quero morrer agora, sem realizar nada; 
Depois eu morro, e aí os meus inimigos vão dizer que ganharam de mim. Vão ficar todos prosas, se achando, e eu terei perdido essa “peleia”. 
Mas tudo bem, como sempre. Eu confio que o Senhor vai fazer o melhor, não importa quanta assombração me apareça. Eu confio em Deus e ponto final. 
Eu reclamo, reclamo, brigo com Deus e fico brabo, mas no final das contas, Senhor, eu só tenho mesmo é que agradecer!

Salmos da Modernidade – Salmo 12

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Esse é em Ré Menor, moçada… Feliz 2022!

Socorro, acode, Senhor... 
Tem malandro demais nesse mundo!
Ninguém faz mais o que presta,
Só tem mentiroso, ladrão, vagabundo...

Se o cara abre a boca, ja tá mentindo,
Corta fora o beiço dos caras, Senhor!
Cala a boca de toda essa corja, é o que resta
Essa gente que engana e não tem temor!

Quem vai pelo mundo criando tristeza
E faz da vida do pobre um horror
Pode crer que não vai demorar
Pra Deus dar um fim a você, malfeitor.

Deus vai nos livrar de você, malandragem, 
Mas nós sabemos que tem muita gente
Que adora enganar, e ser enganado
Dá ouvidos a promessa, de político que mente.

Socorro, acode Senhor...

Versão em Prosa – pra parte do Jogral:

Socorro, acode, Senhor…Tem malandro demais nesse mundo! Todo mundo só quer se dar bem. Ninguém mais liga pra fazer o que presta. 
Só tem mentiroso (tanto no tempo de Davi como hoje! – Nota do Adaptador). Abriu a boca, pode contar que tá enrolando, puxando saco, mentindo. 
Pode parecer cruel, mas que Deus corte fora a língua de quem é assim – pode até ser figurativamente…
Esses caras vão pelo mundo achando que engalam todo mundo na lábia, e falam abertamente: quem é que manda na minha boca? 
O povo mau vai pelo mundo fazendo o pobre sofrer, mas Deus falou que vai dar um fim nesse estado de coisa. Deus só fala coisa boa, honesta que nem ouro e prata puros. Ele falou, não tem erro!
Pois é… a gente sabe que Deus vai tomar conta de nós; e vai nos livrar da malandragem pra sempre. 
Mas é claro que tem gente ruim em todo lado, e que no fim das contas tem um monte de gente que acha bacana gente que fala bonito, promete tudo, não mede palavras pra agradar, mesmo que no fundo só queira uns votos… ou uma grana.

Nota: a brincadeira com o “samba enredo” e o jogral é pra lembrar que Salmos, na verdade, significam “cânticos” de louvor, e eram coletâneas de músicas que provavelmente eram entoadas em cultos a Deus… e ainda são! O Samba enredo é pra curtição mesmo… o jogral é pra nós imaginarmos a criançada da igreja falando, no intervalo das estrofes, ao som de uma cuíca, baixinho, ao fundo…

Os meus desejos para 2022

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“Deus abençoe” tem sido o meu “motto” quando falo com pessoas, às vezes até com quem não tenho muita intimidade. Procuro pensar no que vou falar, e falar porque realmente desejo a bênção de Deus sobre a pessoa.

De uma forma geral, mesmo que é agnóstico não se importa com meus bons desejos. É o normal. Se alguém me diz “Nossa Senhora te abençoe”, eu, que sou evangélico, a despeito de fã de carteirinha de Maria, a mãe terrena de Jesus, não acredito que ela vá me abençoar, pois está com Deus na Sua Glória. Mas e daí? Importa para mim o bom desejo do meu amigo “desejador”.

Quando um amigo espiritualista me deseja “bons fluidos”, ou coisa parecida, não fico zangado. Sei o que ele quer dizer com isso e aceito de bom grado o que há no coração dessa pessoa. Não me incomoda; ao contrário, me dá alegria.

Por outro lado, volta e meia recebo um “what???” ou “o que é isso???” nas redes sociais quando desejo a alguém meus “God Bless”, “Dio vi benedica”, ou “Deus abençoe”. A razão? Sei lá. Talvez a rejeição pura e simples a Deus, por implicância, ou por achar que se desejo bons votos em nome do meu Deus, claramente sou um conservador, e provavelmente fascista, terraplanista, bolsonazista, e por aí vai. Qual o que…

O ano de 2022 promete. Promete coisas más, eu creio, pois quando há eleição num ano, sempre há a maldade da manipulação da nossa sociedade em prol de uma ou outra visão de mundo. 2022 promete trazer coisas boas, também, como é comum. Deus sempre manda nossa quota de sanidade, pela via de coisas boas que Ele tem prazer de lançar sobre a humanidade, apesar de nós. Mas o vidente sempre acerta no “artista famoso que vai partir”, a “enchente que vai inundar o sudeste”, ou mesmo a “guerra que vai estourar no oriente médio… em algum lugar”. Ninguém dá bola. Isso também é praxe.

O que não é praxe neste ano é a culminação de uma cisão social tremenda, desnecessária e que só serve a político e à política. Estamos escravos do nosso sistema político, que concentra poder nas mãos de quem não deveria te-lo, e mantém a renovação política longe da sua plenitude. Mas também será um ano em que esse mesmo Deus, Aquele do “te abençoe”, abençoará de fato esta nossa sagrada terrinha. Poucas vezes tenho visto tanta gente engajada em tentar renovar a política. Gente boa, de fato, se mobilizando para se candidatar e tentar mudar as coisas. Isso vai mexer no cenário, e de fato, só precisamos de uma ligeira maioria no Senado para que a população reconquiste um módico de controle social sobre a política. Para ver o nível de corrupção que inunda as casas legislativas.

Deus vai nos abençoar porque é Deus. Não porque nós merecemos qualquer coisa. Mas essa terra tem sido vítima, por tempo demais, de gente que tem o coração voltado só para seus interesses, e seus grupos de pressão. Ninguém (ou quase ninguém) parece capaz de em determinado momento parar, refletir e pensar “minha posição é ruim para o Brasil”, ou “minha posição tornará gente infeliz”.

Bom, quem é capaz de criar e viver de uma indústria tão perversa como a da seca no nordeste, do tóxico, do tráfico de seres humanos ou de influência no legislativo, é capaz de tudo. Mas para esses também existe um Deus todo-poderoso. E a eles também eu desejo que “Deus os abençoe” – até porque a bênção de Deus assume tantas facetas, que em alguns casos pode significar a frustração de todos os planos de quem meu pedido de bênção é estendido.

Portanto, Deus te abençoe, Bolsonaro (e que você pare de criar encrenca, mesmo com boas intenções). Deus te abençoe Lula (e que você tenha um encontro com Jesus e desista de seus maus caminhos). Deus os abençoe, Ministros do STF (e que vocês passem a julgar com equidade e não com suas agendas políticas). Deus te abençoe, José Dirceu (e que você entenda que Deus existe, e que cobrará de você contas pelas suas maldades contra o país). Deus os abençoe, Macedo, Valdomiro e tantos outros mercadores da fé (e que vocês reconheçam que o que fazem é contrário à Palavra de Deus, em muitos e muitos casos).

Por fim, Deus te abençoe, eu mesmo, e que aprenda a lidar com as dificuldades em mais otimismo e certeza de que há um futuro sempre melhor, não importando a dor do passado; as felicidades do presente, e principalmente da vida Eterna com Deus, são e serão recompensas suficientes por tudo.

Feliz 2022, amigos, Feliz 2022, Brasil, e que Deus nos abençoe, o que quer que isso signifique para cada um de nós!

Rolo Compressor

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Isso aí abaixo é um desabafo.

Não tenho dúvida de que vivemos debaixo de um rolo compressor, em nossa sociedade ocidental. Viramos o patinho feio de tudo o que é aspecto da sociedade moderna. Temos que pedir desculpas por tudo, a quem quer que seja, por qualquer coisa que tenha acontecido há 10 ou 200 anos atrás. Não temos escolha. Temos que ajoelhar quando um cabeludo, péssimo quarterback de time da NFL nos manda ajoelhar.

Temos que achar bacana coisas como Planed Parenthood (organização pró-aborto nos EUA), Femen, Movimento LGBTQ+, ESG ou qualquer outra moda que inventem e que possa ser colocada debaixo do manto da santidade politicamente correta. Dava cansaço. Agora dá irritação. Espero que não dê em banho de sangue.

Por outro lado temos que nos envergonhar por coisas que eram sinônimo de moral e bons costumes, como família nuclear, cis-genderismo, apreço à ideais democráticos, como liberdade de expressão e livre trânsito de ideias, livre trânsito de produtos, liberdade de cátedra, e outras abominações.

Esse é um rolo compressor que às vezes vem do alto de uma empresa mundial qualquer, por exemplo, informando que temos que fazer cursos de integração e reaprendizado LGBTQ+, ou “descolonialismo”. De repente vem um CEO ou ministro de estado dizendo que todo mundo tem que aderir a um determinado tipo de palavreado, e aceitar passivamente coisas como linguagem “neutre”.

Já não se pode discordar. Não digo atacar, vociferar ou discriminar. Digo apenas discordar, polidamente. Acreditar diferentemente. Ser independente nas ideias. Nada disso pode mais. Até palavras que tínhamos como tendo significado consagrado, estão sendo ressignificadas. Aliás, até a Bíblia tem tido defensores de sua reinterpretação e ressignificação. Com muito apoio inclusive dentro de comunidades cristãs “mainstream”.

Não existe mais nenhum ponto imutável de apoio. Nada mais é firme e constante. Nenhuma ideia ou opinião pode ser considerada não-efêmera, e somos constantemente levados a acreditar que algo que sempre tivemos por fundamento, como falar a verdade, examinar e pensar sobre algo antes de verbalizar, ou mesmo a forma como educar nossos filhos, já não vale mais.

Um novo capítulo está sendo aberto nessa sanha de compressão social: a prevalência do estado sobre os pais, no que concerne à criação e saúde dos filhos. Mais recentemente, estamos vendo-se perder a liberdade de escolha que temos que ter a responsabilidade de ter, sobre o destino dos nossos pequenos.

O rolo compressor me obriga a pensar que meu filho de 5 anos pode escolher perfeitamente o sexo que terá. Mas não pode ser responsabilizado, se matar alguém aos 16 anos. Ele pode decidir se vacinar por conta própria, mas não tem condição de dirigir aos 15 anos.

O rolo compressor está vindo numa velocidade cada vez maior. Não dá para saber (se você nunca leu Apocalipse, claro) sua origem e interesses. Manifestamente, o cristianismo e os valores da civilização ocidental são seu alvo. Nossos valores familiares são seu prato, a ser devorado e transformado em fezes.

Se você se sente debaixo de um rolo compressor social, cujos motoristas são uns poucos gatos pingados com excessivo poder – sabe-se lá quem o deu a eles – sinta-se abraçado. Um abraço bem forte, de quem está sendo esmagado junto. Aliás, estaremos cada vez mais juntos, até virarmos pasta de gente.