Opiniões

Que relevância tem o povo?

Antigamente, sempre que alguém ouvia algo que não lhe agradava (no Rio, pelo menos) tinha uma frase padrão para responder: “meu ouvido não é penico”… que sintetizava o que achava o ouvinte sobre os comentários que lhe adentravam o pavilhão auricular…

Pois bem, creio que estamos ficando acostumados a sermos latrinas auditivas de nossas autoridades, de todos os matizes. O rigor das opiniões não mais existe, e o que se disse ontem é cada vez menos levado em consideração. O sujeito não apenas muda de opinião como fica zangado se lhe pregamos na cara o que havia dito antes. Afinal, seu deputado federal presidente da câmara, por que raios você agora acha que pode ter um outro mandato, contra o regimento da casa que você comanda? Quem te deu o direito?

Outros falam pelos cotovelos coisas que sequer acho que pesaram antes. A fala do ministro do STF, que candidamente e solenemente abalroou a própria Carta Magna, que ele mesmo deveria ser guardião, dizendo que, na prática, “todo poder emana do Supremo“, e não do povo, e será usado contra esse mesmo povo. Que vergonha, que papelão. Antes não tínhamos memória, como povo: o que ocorria há 4, 5 anos, já estava sepultado e não tinha mais quem recordasse. Agora, bastam 2 semanas.

“Toda tirania deve ser afastada, inclusive a tirania da maioria que elege o Executivo e o Congresso

Suposto guardião da Constituição

As pessoas sabem de tudo, ou ouviram de tudo um pouquinho, mas não se dão ao trabalho de examinar nada. O ritmo de recebimento e registro da informação é tão alto que a pessoa não medita mais sobre nada (aliás, eu, leitor da Bíblia, sinto isso no meu dia a dia – o que antes era motivo de 1, 2 horas de leitura de uns poucos versículos e muito tempo de meditação, virou 5, 10 minutos de um vapt-vupt que não deixa rastros na memória. Que vergonha…)

O povo já não tem relevância porque o povo está incapacitado para lembrar. Os políticos sabem que podem falar, e depois “desfalar”, porque sabem que, no fundo, é mais fácil hoje do que em qualquer outro momento da história humana se desdizer impunemente.

O povo não tem mais relevância porque não pega em armas, porque essas lhe foram tiradas? Quem poderia advogar a revolta popular, e a morte por uma guerra civil? Ninguém quer isso, claro. Mas na raiz de toda guerra civil existe, pelo menos, uma forte de lembrança do que está levando o povo a lutar.

Em tempos de Covid, com todo mundo em casa, eu mesmo tenho me dado ao trabalho de ler mais e tentar refletir mais sobre as coisas, aprofundando o que sei, e completando o que não sei com o conhecimento alheio. Checando fontes, perguntando a quem já viu ou já viveu, eu vou daqui dando meus pitacos sobre os temas que, como já disse, me interessam. Não trato de nada para agradar audiência, e nem sei se tenho audiência, mas não me importa. É um registro, pros meus amados (filhos, amigos) do que pensei e penso.

Assim, penso que o povo não tem mais relevância nenhuma mesmo. Vamos votar daqui há pouco, e novamente, por falta de capacidade de reflexão, vamos eleger um monte de ficha suja, de bandido, de gente que atenta contra a moral e a ética. Cristãos provavelmente vão eleger políticos de partidos que têm o fim da família como parte do compromisso formal, que creem que religião é “ópio do povo”.

Perderemos totalmente a relevância, por fim, quando sequer formos consultados, em urnas ou fora delas. Aliás, como quer o tal super-ministro, guardião da constituição cidadã de 1988, o povo é um tirano de seus governantes, e isso não tem o menor cabimento… quem manda é a burocracia!

Cloroquina

https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/chifre-nao-e-vacina-chico-buarque-tierry/

Hoje cedo li um artigo bem interessante. O link anexo remete ao Polzonoff, articulista da Gazeta do Povo. Sujeito interessante esse, que fala algo que nem tinha me tocado – ninguém, nem umzinho, desses “beautiful people” metido a artista, fez nada, ainda, pelo menos, sobre o momento dramático que estamos vivendo. Nenhuma Guernica, nem um “For whom the bells toll”, nem um Abaporu horroroso que seja. Nada. Bom, já que é possível fazer um abaporuzinho de M que seja, fiz o meu em forma de sonetinho cafona:

Soneto pra Cloroquina

Se cura, ainda não sabemos, se mata, ignoramos                                                                          Na frente da morte estamos, e então ressabiados                                                          Tomamos a tal pastilha, e mui piamente oramos                                                                           Até que por três quartãs tenhamos todos passado 

O que se prega e o que se faz são duas coisas distintas 
Boa pra curar malária, doença pra qual não ligo 
Joga-se conversa ao vento, renega-se a Cloroquina 
Tornando fraterno compadre no mais feroz inimigo  

Mas não só conversa se gasta; dinheiro bom, suado 
Transforma-se em intolerância, travestida de propina 
E seguimos todos o baile esperando por um milagre    

Ou talvez um bom remédio, talvez uma vacina 
Que nos remeta ao passado, de praia e de foguetório 
Onde a notícia, ao menos, não nos cheirava a velório                                                                             

É bonito, ou feio? É meu. Pelo menos cite a fonte quando curtir ou malhar… E vamos nós, esperando por um milagre, mesmo… E se me chamar de Buarque eu brigo!

Abaixo as Estátuas e o Cristianismo sob Fogo

Jesus Christ wall decor
Photo by Paul Zoetemeijer on Unsplash

Sou cristão. Se algum tipo de restrição ou perseguição ao cristianismo aparecer, não duro 5 minutos antes da “cana” chegar aqui em casa e sumir comigo… Confesso que não saberia dizer por que eu seria levado por esta crença, mas ok… os primeiros cristãos também não sabiam.

Saulo de Tarso, jogado do cavalo abaixo por um Jesus Cristo perseguido por ele, não teve livre arbítrio diante do Livre Arbítrio de Deus – “tu vai falar de mim e da minha mensagem, e não tem conversa… tu vai ver o que é bom pra tosse, sua mala“… (Parafraseando Atos 9:5, e outros textos, em “weslês”). Eu tive escolha, tive livre arbítrio. Deus não me jogou de cavalo embaixo pra me motivar a servi-Lo… eu decidi – mas depois… ah, depois eu fui jogado de cavalo abaixo muitas vezes, e todas por culpa minha. Mas no fundo, ser cristão não parece ser uma opção, depois que se é; deixar de sê-lo, não é possível ao converso…

A “sociedade” (ainda uma minoria mais à sinistra, mas mudando rápido) decidiu que ser cristão é algo ruim. Se você acredita em Deus, acha que a Bíblia é Sua Palavra, ama sua família, não acha que roubar é legal, acha que temos que dar exemplo de trabalho e serviço ao outro, bom, você está marcado. Se você acha que assassinar criança na barriga da mãe é ruim, xiii…. se lascou. Se você acha que menino é menino e menina é menina (se veste rosa, azul ou roxo, pouco importa), você está a ponto de ser tornado criminoso. Mais ainda, se você acha que professor tem que ensinar e aluno calar a boca e estudar, está marcado. Mudar a natureza mesma das coisas virou moda. Mas isso já estava previsto.

Julgou o agora Apóstolo Paulo que “contra isso aí, não tem lei“, ou seja, ninguém seria idiota suficiente em encontrar uma forma de tornar isso ilegal. Mas isso já não é mais verdade. Entra em cena outra “profecia” (quase) lá de 400 anos antes de Cristo:

Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! 

Isaias 5:20

Já sobre ações “do bem” e sua natureza, um outro texto da Palavra é ilustrativo sobre o que os cristãos devem pensar, fazer e considerar:

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade (paciência), benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (domínio próprio). Contra essas coisas não há lei. (Gálatas 5:22 e 23).

Gálatas 5:22 e 23

Meu corpo, minhas regras“, esbraveja a militante. Ok, perfeito. Quem falará isso pela menina que está na sua barriga e não teve sequer o direito de respirar ainda?

Existem vários sexos, e não só dois biológicos; tudo isso é uma construção social“. Maravilha. conte isso pros cromossomos que estão dentro de cada um de nós (eu não os coloquei lá e não sei como modifica-los). Tem biólogo evolucionista ateu dando mais razão aos “crentes” do que aos ativistas da identidade de gênero. Um deles escreveu recentemente no Quillette:

Foi também durante esse período que comecei a me interessar pelo que muitos agora chamam de “ideologia de gênero”. Essa ideologia não apenas convida a um tratamento compassivo para indivíduos trans (que eu apoio), mas também promove as alegações cientificamente imprecisas de que o sexo biológico existe em um “espectro” contínuo, de que as noções de homem e mulher podem ser meras construções sociais e que o sexo de alguém pode ser determinado pela “identidade” autodeclarada em vez da anatomia reprodutiva. Quando recuei contra essas alegações, fui manchado como um fanático transfóbico. Temendo danos profissionais, parei de me envolver, cedendo o campo àqueles que defendem ficções da moda.” (Colin Wright, in https://quillette.com/2020/07/30/think-cancel-culture-doesnt-exist-my-own-lived-experience-says-otherwise/)

Como cristão quero fazer o que é certo, segundo a Bíblia. Quero viver em paz com o próximo e amá-lo (embora mesmo Cristo tenha dito que a gente deve viver em paz com os outros “de depender de nós”, reconhecendo que tem vezes que não dá…); quero pagar minhas contas em dia, quero tratar meus colegas de trabalho com justiça e retidão; quero fazer aos meus clientes, se possível, um pouquinho mais do que me pediram (e pagaram para isso) – quero “caminhar a segunda milha”. Quero, enfim, poder me defender se atacado, sem ser considerado os fascista.

O nível de mudança de “bem em mal” e “mal em bem” alcançou proporções que, quem as olha de fora, juraria que vivemos num hospício. Meu filho Thomas ontem citou de cabeça (ele adora esse tipo de frase!) o que George Orwell escreveu no seu clássico, 1984, e que embasa bastante bem os tempos que vivemos:

“Todos os registros foram destruídos ou falsificados, todos os livros reescritos, todas as pinturas foram repintadas, todas as estátuas e prédios renomeados, todas as datas públicas foram alteradas”.

George Orwell in 1984

Bom, as estátuas estão sendo mesmo é derrubadas, não renomeadas; a escola General Fulano agora é Companheiro Sicrano… Dia dos pais agora é dia de quem se diz pai…

Na boa, chegou o dia – bem é mal e mal é bem… liberdade de expressão virou “fake news” (quem vigia os vigilantes?).

E eu corro o risco de ir mais cedo do que mais tarde pra alguma masmorra para ser “reeducado” e aprender duplipensar e novilíngua…

Independência Acadêmica

women on square academic caps
Photo by Brett Jordan on Unsplash

http://jlduret.ecti73.over-blog.com/2020/07/france-soir-publie-la-liste-des-professeurs-payes-par-gilead.ils-sont-tous-contre-la-chloroquine-et-contre-le-professeur-raoult.html?fbclid=IwAR1HM_KlWzCM5X4KGQ3Dn5LrclegLgi48mkHNc8cjHRJIGx5DE3rU0YLknA

A independência acadêmica, leia-se, liberdade para pesquisar o que quiser, e chegar a conclusões independente de pressões ou interesses, é um assunto muito sério. Em alguns países o assunto é (ou era) levado muito à sério. Essa liberdade deveria ser levada a sério em disciplinas como sociologia ou história, mais ainda em engenharia, matemática, e medicina, principalmente. As disciplinas “de humanas” são as que menos parecem respeitar a liberdade acadêmica, devido à enorme ideologização das diversas correntes políticas. Como ninguém morre por um diagnóstico histórico errado, no curto prazo, ninguém dá muita bola pra isso. Mas imagine em medicina.

O risco de perda de liberdade acadêmica começa a ser pouco a pouco revelado, onde menos eu esperava qualquer ação jornalística mais independente, depois do Brasil claro – a França. E sobre o vilão do momento, a Covid-19.

O Jornal France Soir (antigamente um “vespertino”, quando havia jornal impresso) publicou no início do mês uma lista de pesquisadores que recebem fundos de laboratórios farmacêuticos, entre eles dois principais, Gilead e AbbVie, que querem levar ao mercado remédios contra a Covid-19 . Esses que estariam de certa forma “tendenciosos” contra a bendita (ou maldita, dependendo da ideologia) Hidroxicloroquina, ou HCQ para simplificar. Lá constam pelo menos 13 renomados cientistas que pesquisam em

France Soir publica lista de professores pagos pela Gilead. São todos contra a cloroquina e contra o Professor Raoul (Didier Raoul, Univ. de Marselha).

France Soir, citado pelo blog de J. L. Douret

Estamos todos aqui no Brasil, “hiperinformados”, gordos de tanto dado na nossa cara, e sem quase nada de verdade pra olhar. Esse blog do J.L. Douret tem um lema interessante: “Pense certo, pense errado, mas pense por si só“. Achei interessante o lema, pois estamos sendo cada dia mais motivados a não fazê-lo.

O que o France Soir fez foi colocar em dúvida a liberdade acadêmica que 13 “grandes nomes” da pesquisa francesa, por conta de sua receita proveniente de duas grandes empresas farmacêuticas, e, ao mesmo tempo, seu veemente ataque às pesquisas do Dr. Didier Raoul, que ficou célebre recentemente por algumas entrevistas e artigos propondo um coquetel de HCQ, zinco e azitromicina para prevenir a Covid-19. Lá na França, como cá no Brasil e em praticamente todo o mundo há uma guerra meio que deliberada sobre o tal coquetel. Ninguém sabe muito bem a natureza da “raiva” e espírito encarniçado contra alguns fármacos que juntos não somam R$ 5,00 por paciente por dia. Ou talvez por isso mesmo a raiva esteja justificada.

Na minha modestíssima opinião, um acadêmico ser pago para fazer pesquisa científica é válido. É lícito e desejável que as universidades trabalhem em conjunto com as empresas a fim de gerar patentes, métodos e pensamentos que tornem o mundo melhor. É um grande exemplo de bom capitalismo. No entanto, é necessário um freio na intervenção que o poder econômico tem na liberdade acadêmica. Aparentemente (dados de Wikipédia são sempre disputáveis, mas bastante acurados), o conceito de liberdade acadêmica começou na Universidade de Leiden, na Holanda, esta fundada em 1575, e se espalhou pelo mundo. Os suspeitos de hábito, URSS, China, Cuba, países do leste europeu, atentaram e atentam contra a liberdade acadêmica dia e noite.

Leiam o artigo (tem tradução, meia boca mas têm) pro Português, e dá pra compreender rapidamente que a soma de grana no bolso e animosidade contra o Dr. Raoul de certa forma está patente. O caso mais estranho é atribuído ao Dr. como abaixo traduzo:

“No. 1. – A Palma de Ouro vai para o Prof. François Raffi de Nantes. com 541.729 [recebidos de farmacêuticas] , incluindo 52.812 da Gilead. Será que é coincidência que falaram que o telefonema anônimo ameaçando Didier Raoult, se ele persistisse com [os estudos e propagação da informação] da hidroxicloroquina, saiu de um celular do departamento de doenças infecciosas do Hospital Universitário de Nantes, do qual François Raffi é o chefe ? Certamente uma pura coincidência. [ironia embutida]

Blog J.L. Duret

Como diz o lema do blog, pense certo, pense errado, mas pense por si só. Sem teoria da conspiração, mas sabendo que as farmas são o que são porque fazem o que fazem, pense… e conclua.

Se é voluntário…

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Photo by Neil Thomas on Unsplash

Quotas, ações afirmativas, socialismo… o que esses termos têm em comum? Todos eles partem do princípio de que isso é algo “imposto” por alguém. Tudo isso está fadado ao fracasso, por serem atos artificiais na sociedade. Senão, vejamos:

Quotas

A política de quotas por raça, sexo, orientação sexual, entre outros fatores, substitui a livre competição em processos seletivos, por vagas em uma universidade, colégio, emprego, em alguma medida. O argumento de que é preciso dar acesso “mais fácil” a alguém em virtude de alguma característica qualquer tira a legitimidade dela (a pessoa) estar naquele lugar. Nunca tive essa oportunidade na vida, mas imagino ter lutado com unhas e dentes para galgar uma certa posição só para ver alguém que não tenha se preparado tão bem estar ao meu lado em igualdade de condições. Do ponto de vista técnico, isso pode ser até perigoso, dependendo da atividade exercida. Eu me sentiria tremendamente constrangido de estar num local para o qual não tenho capacidade de estar.

Ações Afirmativas

São quotas que não necessariamente implicam em uma “burla” a um sistema de libre competição, mas que reservam a um grupo qualquer um espaço que deveria ser objeto de competição livre. O exemplo mais claro são as quotas de candidaturas para cargos eletivos para mulheres. Obviamente que não sou contra a maior participação de mulheres no processo eleitoral; aliás, sou muito a favor, dada a melhor qualidade analítica e maior cuidado social das mulheres quando no trato com a res pública. A questão é a mesma das quotas: artificialismo – queremos fomentar algo “de cima para baixo” sem qualquer preocupação com os efeitos colaterais disso. Ora, mulheres são intrinsecamente diferentes dos homens, a começar pelos cromossomos. Somos iguais em direitos e deveres, e assim deve ser, mas eu, como homem, não pude parir filhos, assim como minha amada esposa não pode faze-los. Cada um no seu quadrado, entendendo que diferenças, antes de detestáveis, são necessárias e bemvindas.

Socialismo

A aparência inicial é sempre a mesma: justiça social, distribuição de renda, mais liberdade. Tudo acaba da mesma forma: tirania, pobreza e opressão. Qual é a causa disso? De novo, artificialismo. Tentamos, de cima para baixo, criar as condições para um “paraíso na terra”, forçando as pessoas a fazer o que é contrário aos seus interesses mais próximos, a ir contra sua natureza, necessariamente egoísta (o homem é um ser decaído, conforma a Bíblia, o que se demonstra na prática dia a dia).

Voluntarismo versus Imposição

Sob qualquer aspecto, o ser humano não gosta de ser forçado a nada. Ele só abdica de direitos quando forçado a isso, conscientemente ou não. A sabedoria de um sistema voluntário reside em dar condições para que as pessoas façam algo em seu benefício próprio, algo bem egoísta, mas de livre escolha.

Um exemplo magnífico do uso sábio do voluntarismo a serviço do bem comum está, creiam-me, nas Bolsas de Valores e nos Fundos de Pensão: em ambos os casos, criam-se mecanismos de obtenção de lucro (“maldito lucro”, dirão alguns) que são vistos pelo grande público como indo alimentar um “gordo, porco capitalista”, quando na verdade os maiores beneficiários são os aposentados do mundo todo. Um grupo de pessoas junta seu dinheiro num fundo de pensão (privado ou público) e precisa fazer esse dinheirinho render para bancar a sobrevivência da velhinha de Taubaté ou se São José da Boa Morte; Des Moines ou Los Angeles, Milão ou Verona… não importa.

O Brasil até bem pouco tempo tinha altas taxas de juros que drenavam a poupança para uma única fonte de renda: os títulos públicos. Não é assim no resto do mundo, há muitos anos. Você precisa aplicar dinheiro numa atividade produtiva. Bolsa de Valores é a resposta mais correta e mais democrática. Mas para isso precisa sobrar renda no bolso do trabalhador.

Por outro lado, a imposição de altas taxas de tributação, ao mesmo tempo tornam a vida do cidadão comum mais cara e drena recursos para que um grupo de iluminados tome decisões por nós, de forma imposta. O Brasil escolheu ter ao mesmo tempo alta tributação (impostos) e baixo retorno desta imposição. O resultado é o que vemos: muito dinheiro centralizado na mão de governos, com a consequente tentação de usar o público para fins privados, dentro da lei (mordomias, vinhos premiados e lagostas) ou fora dela (petrolão, mensalão, etc).

Vivemos num país que nunca foi livre de fato.

Liberdade

A base da sociedade democrática e capitalista de hoje em dia está no cristianismo, mais amplamente, num sistema judaico-cristão de pensamento. Jesus desejava ardentemente que os pobres fossem ajudados, que amássemos ao próximo como a nós mesmos, e tudo o mais que está descrito nos Evangelhos. Coisas boas, “contra as quais não há lei”. No entanto, ele nunca quis que virássemos a mesa, e impuséssemos nada a ninguém – “não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito”, disse o Senhor.

Se os seres humanos fossem perfeitos, qualquer sistema de governo seria ótimo, pois na verdade seriam desnecessários. Cada um pensaria mais no outro do que em si, cada um faria ao outro o que quer para si mesmo, cada um consolaria ao outro, sem imposição, por bom coração. Isso não é verdade, ainda, e enquanto não o for, precisamos conviver com a inescapável necessidade de usar sabiamente a liberdade individual para o bem coletivo.

Daí a conclusão de que é necessário “usar o egoísmo e a ganância naturais do ser humano para o melhor resultado possível”. Conforme disse Adam Smith há tanto tempo”

Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos próprios interesses. Apelamos não à humanidade, mas ao amor próprio, e nunca falamos das nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter”.

Adam Smith

O liberal progressista dirá que isso é um absurdo, e que temos que “fazer com que as pessoas pensem nos outros”; temos que “forçar as pessoas a serem benevolentes, e boas”. Há pessoas assim, claro, que pensam mais nos outros do que em si mesmas. Essa, contudo, não é a regra. A regra é que as pessoas pensem primeiro em si. Aliás, quanto mais pobres, quanto menos têm para dar, a tendência é pensar mais em si. São raros, infelizmente, os casos como da “viúva pobre” descritos por Jesus, que oferta ao Senhor seus últimos vinténs.

Maslow descreveu essa tendência lindamente em sua Hierarquia das Necessidades. Quanto mais básica e imediata é sua necessidade, mais rapidamente, e a qualquer custo, a pessoa quer resolve-la. Se alguém está se afogando, sem pensar leva consigo ao fundo do rio o amado colega do lado, na intenção de se safar. Se alguém está morto de fome, tentará de tudo para sacia-la (alguns, a qualquer custo). Ora, se isso é verdade, para que haja paz social é preciso que “Apelemos não à humanidade, mas ao amor próprio, e nunca falamos das nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter”. Se eu quero que alguém faça algo sempre, de bom grado, com qualidade, livremente, é preciso que o desejo dela esteja alinhado com o meu.

Por isso o socialismo não funciona: porque as pessoas são colocadas, de forma imposta, em posições que não querem, fazendo coisas que não querem, por um pagamento que julgam injusto. Não funciona porque o ser humano é intrinsecamente pecador e falho. Só isso.

Por isso é que quotas e ações afirmativas não funcionam: porque criam algo artificial, não voluntário, não sustentável, cujo fim é algum tipo de tragédia, mais cedo ou mais tarde.

O primeiro rascunho da história

https://www.foxnews.com/media/bari-weiss-quits-new-york-times-bullying

Hoje cedo no FB li com interesse a notícia veiculada ontem de que a colunista do New York Times pediu demissão e saiu “atirando” contra a política de “sanitização” de “nova ortodoxia” existente dentro do poderoso veículo de comunicação.

Pra quem não conhece, Bari Weiss escrevia sobre política no NYT desde 2017. É bastante respeitada e que cuja carreira como colunista, além do NYT, começou no também respeitadíssimo The Wall Street Journal. Judia, diz ter tendências de “centro-esquerda”, tendo expressado essas tendências em várias oportunidades, por escrito.

Chama atenção, portanto, o fato de que ela tenha escrito algumas das acusações mais graves feitas recentemente contra um grande órgão de imprensa nos EUA. Eis algumas de suas opiniões, expressas em entrevistas, quando de sua saída:

  • Sobre a eleição de Trump em 2016 – “lições que deveriam ter seguido a eleição, lições sobre a importância de entender outros americanos, a necessidade de resistir ao tribalismo e a centralidade da livre troca de idéias para uma sociedade democrática – não foram aprendidas“;
  • O novo consenso – “um novo consenso surgiu na imprensa: … que a verdade não é um processo de descoberta coletiva, mas uma ortodoxia já conhecida por alguns poucos esclarecidos cujo trabalho é informar todos os outros.
  • Escreve-se o que as Mídias Sociais “mandam” – “À medida que a ética e os costumes dessa plataforma [aqui, se referindo ao Twitter] se tornaram os do jornal, o próprio NYT tornou-se cada vez mais uma espécie de espaço de shows. As histórias são escolhidas e contadas de maneira a satisfazer esse público mais restrito, em vez de permitir que um público curioso leia sobre o mundo e depois tire suas próprias conclusões.“;
  • Uma guerra civil na redação – “Uma guerra civil está fermentando dentro da redação” – dito após o NYT ter publicado um op-ed (artigo de opinião) do senador republicano pelo Arkansas, Tom Cotton, pelo qual o próprio NYT “pediu desculpas” após ter sido publicado.
  • “Nova Ortodoxia” e Autocensura – “Por que é que eu vou editar algo desafiador para os nossos leitores ou escrever algo ousado, apenas para ver aquilo passar por um processo “entorpecedor” que vai tornar o que escrevi ideologicamente “kosher” (ou seja, “sanitizado”), quando podemos garantir nossa segurança no trabalho (e dos caracteres que publicamos) publicando nosso zilhonésimo artigo argumentando que Donald Trump é o único perigo para o país e o mundo? E assim a autocensura se tornou a norma“;
  • O Pavor da Repercussão Digital – “Todo mundo vive com pavor das “tempestades digitais”. O veneno on-line é aceito, desde que seja direcionado aos alvos adequados”

Chama atenção uma frase dela “Sempre fui ensinada que os jornalistas eram encarregados de escrever o primeiro rascunho da história ” … “Agora, a própria história é mais uma coisa efêmera moldada para atender às necessidades de uma narrativa predeterminada“… ou seja, que o jornalista deveria deixar para a posteridade, se exercido com honestidade, a base para depuração, estudo e análise dos fatos, sem viés de nenhuma natureza, para que a história seja escrita no futuro sem o vício antigo de ser “a história dos vitoriosos”.

Sempre fui ensinada que os jornalistas eram encarregados de escrever o primeiro rascunho da história ” .

Barri Weiss

Ela diz ter sido chamada de “nazista” (ele é judia, sionista) e racista, por colegas de redação. “Meu trabalho e meu caráter são abertamente desprezados na rádio-corredor de toda a empresa, onde os editores regularmente opinam e influenciam”. Ainda, “Aparecer pra trabalhar, e se identificar como centrista em um jornal americano não deve exigir coragem“.

A síntese, e sua aplicação no Brasil varonil é simples – a mídia americana está dominada pelo medo de quem vocifera mais nas mídias sociais, como Twitter, FB, etc. Entretanto, esse “medo” só tem efeito se for para os “alvos adequados” (no caso dos EUA, o presidente e qualquer conservador). Qualquer repercussão, por maior que seja, por parte da ala conservadora do país, não tem qualquer repercussão na mídia, e parece que “não existiu”.

Como aqui, ainda há um determinado consenso de que se não saiu no JN, ou no Fantástico, “não aconteceu”. Isso já não é mais verdade, e cada vez menos o é, mas continua a ser assim considerado pela própria mídia “mainstream”. Lula e Dilma (um deles, pelo menos) dizia só ter medo de algo se aparecesse no Jornal Nacional. Ou seja, uma ditadura de informação que é olhada por olhos míopes de nossa classe governante como sendo “o Ó do borogodó”, mesmo que isso não seja mais verdade.

Bari Weiss disse que quando a mídia abriu os olhos, Trump já havia vencido a eleição, que eles consideravam “ganha” (tinha capa impressa falando “Madame Presidente” para Hillary). Os jornais falam e repercutem um grupo de pressão, e não estão dando ouvidos à sociedade como um todo.

Aqui não é diferente. A imprensa também dava como certa a vitória de Haddad, até dias antes da eleição. Não enxergaram o cara da esquina, o seu Zé do Bar da Esquina, a Dona Maria, que vai na Igreja da Assembléia de Deus 4 vezes por semana e assiste o programa do Ratinho.

E assim vamos vendo o “primeiro rascunho da história” ser escrito diante de nossos olhos, sem um mínimo de equilíbrio, e com uma dose a menos de verdade.

Talvez…

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Roberto Montechiari Werneck

Quando vejo o hábito policial de pisar no pescoço de negros, mulheres e minorias, lembro da fala de George Orwell no livro 1984: “Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre”. Ao ver estas imagens fico me questionando sobre as engrenagens de um sistema que se vale excessivamente da punição, de estímulos aversivos, para conter os comportamentos das pessoas, para ensinar hábitos edificantes, para fazer um mundo melhor.

Particularmente, não consigo crer que uma sociedade sadia possa surgir de relações opressivas e desumanizantes. Sim, vejo que os males sociais que hoje enfrentamos são exatamente fruto de escolhas passadas que usaram o chicote, a cela, a forca e a força no intuito de construir um mundo mais civilizado. As escolhas continuam as mesmas e os resultados, possivelmente, serão ainda piores que os que hoje assistimos e/ou sofremos.

Uma bota pressionando um pescoço, um rosto humano, é a declaração de um poder altivo diante daquilo que é considerado desumano, inferior, descartável. Sim, vemos todos os dias a declaração de que existem castas em nossa sociedade. Há aqueles que humilham e os humilhados; há aqueles que tudo podem e aqueles que nada conseguem; há aqueles que possuem tudo e os que pouco ou nada tem. Normalizamos essa diferença, nos insensibilizamos diante da morte, diante de milhares de mortes; nos acostumamos aos jovens que são dilacerados por vícios, de velhos que vivem na vergonha do descaso, de crianças que são apenas substituíveis, de mulheres que são objetos de uso, de trabalhadores que sofrem o abuso do capital.

Talvez seja tempo de entendermos que a agressão, a guerra, o ressentimento e coisas do gênero nunca produzirão admiração necessária para mudar hábitos nocivos. São comportamentos que normalmente reproduzem a si mesmos. Precisamos entender que o bem que desejamos em sociedade se faz por mudança de hábitos nas relações com o nosso próximo. É isso fica claro quando admiramos a ação policial respeitosa e humana, quando encontramos políticos que mantém a ética e o compromisso com a justiça social, quando encontramos pais comprometidos e filhos respeitosos.

O bem só se torna impraticável em nossos dias, porque receamos ser tachados de bobos ou inocentes ao tratarmos o agressor com a outra face, ao lidarmos com paciência com os destemperados, ao perdoarmos o mal que foi praticado contra nós. Mas tenha certeza de uma coisa, essa bota não ficará eternamente pisando o rosto de um ser humano.

Ideologia na Goela? (um amontoado de ideias, somente…)

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Photo by Maria Oswalt on Unsplash

Já tive excelentes colegas com um ideário de esquerda forte; já tive colegas que a esquerda chamaria de “reaça”, “fascista” etc. Em todos eles, uma característica, talvez mais derivada da sorte do que qualquer coisa: bons profissionais.

Tem gente que lida com dinheiro, sabe ganhar dinheiro, e você não diz quem é, ideologicamente. O meu querido amigo André (mantenho sem sobrenome porque ele sabe a quem me refiro, e pouca gente mais…) é um fera em finanças; um cara que sabe trabalhar no mercado financeiro, e tem um ideário de esquerda desde seus tempos de curso superior federal, lotado de “beautiful people”.

Tem gente que lida com serviço social, passa dia e noite ajudando as pessoas, mexendo e apoiando gente muito simples em tragédias pessoais, um coração enorme. Olhando de fora você imediatamente chamaria de “progressista”… no entanto, são pessoas profundamente conservadoras, de viés privatista, fã do estado mínimo e da responsabilidade individual sobre a ação do “pai estado”.

Pois é. Tem de tudo nesse mundo vil. Parece o samba de Martinho da Vila sobre a mulher (“Já tive mulheres de todas as cores / De várias idades de muitos amores / Com umas até certo tempo fiquei / Pra outras apenas um pouco me dei”… blablablá – culpem o Martinho se acharem sexista.)…

Nunca tive problema em conviver com gente de todo tipos, cores, idades, etc. Tudo tranquilo, desde que possamos dialogar e até fazer o proselitismo nosso de cada dia, que é necessário e desejável para oxigenação do cérebro e ventilação de ideias.

Estou diante de um grave impasse, hoje. Dia desses um amigo advogado, o famoso Tonhão (ele sabe quem é… hehe) me “desafiou” no Facebook a postar armas que me haviam feito ficar fã dessas “coisas”. Obviamente ele sabia, de antemão, que eu gostava de armas, apesar de apenas muito recentemente ter obtido posse, não porte, e não ser fã de usar, exceto no stand, cercado de muito cuidado.

CHOVEU impropério em cima do pobre do grizzly chubby boy aqui… O pau comeu. Uma prima amada, que oscila entre um e outro extremo da doideira típica dos professores universitários, ora libertária ora conservadora, caiu de pau em cima de mim. Ri muito, pois o amor fraternar/”primal”, permite isso sem chance de briga, graças a Deus. Meu irmão, a quem “desafiei” do mesmo jeito também deve ter sofrido sua pressão. Afinal, Glock ou Makarov? Winchester 1992 é uma arma bacana ou não? É tudo fruto da mentalidade do capeta e é coisa de destruição em massa ou simplesmente forma de proteção num mundo onde querem te desarmar, por confessos ou inconfessos pretextos?

Ora, que canseira! Que enfado bíblicos! Até os gostos pessoais estão submetidos ao julgamento ideológico de outros. Sinceramente (e perdão, Pastor Marcelo), mas “caguei”. Como é que eu posso, diante de Deus, querer enfiar goela abaixo minha visão de política, de religião, de sexo, de cor, de qualquer coisa? Como é, por outro lado, posso aceitar passivamente que alguém me mande calar pelas mesmas razões (não posso isso, não posso aquilo, essa palavra é proibida, essa expressão é de direita, de esquerda). Francamente. Tá ruço (sim, com Ç… com SS é nacionalidade)!

Isso não é um artigo, nem uma crônica. Nada. É meio que um desabafo sem muita ordem. É uma catarse sobre o que senti na pele e no Facebook em dois dias de fotos de armas. Vou parar porque tem parente meu ameaçando me “deslikar”, me “unfriendar” se eu continuar. Como os amo mais do que às Glocks e Colts, paro por aqui, mas não posso deixar de ficar triste pela atitude.

Se eu falo que sou cristão, se me perguntam por que creio assim e não assado, eu falo. Se alguém está triste, eu tento confortar dentro da minha vivência cristã, que me manda amar o outro como a mim mesmo (o que é uma batalha complexa). Se alguém vem pra mim e tenta me falar sobre a teoria do espiritismo, eu ouço, e argumento/contraargumento com todo amor, dentro desse mesmo conjunto de valores e crenças que o cristianismo me dá. Tento não ser grosseiro, mas sim assertivo (o que hoje em dia são cada vez mais sinônimos em algumas cabeças).

Numa reunião segunda feira alguém falou que já não podemos falar “todos” ou “todas”, mas “todes” pra não ofender ninguém. Estou sendo cerceado em minha liberdade de me pronunciar. Atentem bem: já não é mais o cerceamento da liberdade de expressão. Essa foi pro saco faz tempo. Agora estão tentando me dizer que palavras e sílabas falar. George Orwell ficaria pasmo em saber como seu romance empalidece diante da realidade do Séc XXI…

No mais, amigos, podem ficar com raiva à vontade. Vou continuar a ser cristão, conservador, a crer numa família nuclear com base bíblica, vou continuar a achar que estado grande é premissa para pobreza geral e enriquecimento de uma classe dominante de empregados públicos; em síntese, vou continuar a ser chato pra caramba pra alguns (não são maioria, ainda, mas pelo barulho, se acham).

Mas no fundo vou continuar adorando um bom debate franco, honesto, “cabeça”, sem críticas às pessoas… E vamos que vamos, até que Jesus volte!

Porque todo mundo estava errado

https://medium.com/@vernunftundrichtigkeit/coronavirus-why-everyone-was-wrong-fce6db5ba809

Do meu Face-amigo Jason Butler recebi esse artigo que li com interesse, e não pude deixar de fazer uma breve resenha para quem não lê inglês (se puder, use um tradutor qualquer na internet e traduza tudo; leia porque vale a pena!).

O cientista suíço, e ex-diretor do Instituto de Imunologia da Universidade de Berna, na Suíca, Dr. Beda M Stadler, professor emérito e biólogo, resume o imbróglio (que é o nome mais apropriado para tudo o que está acontecendo) da seguinte forma, em tópicos:

1 – Um novo vírus? – O Covid-19, ou Sars-Cov-2, não é um virus novo; assim, todo mundo estava mais preocupado com que animal teria causado essa pereba do que se perguntar o quanto este troço se relaciona com os já conhecidos Coronavírus;

2 – O “Conto da Carochinha” da não-imunidade – “Desde a Organização Mundial de Saúde (OMS) a todos os “virologistas de Facebook“, todos alegaram que este vírus era particularmente perigoso, porque não havia imunidade contra ele, porque era um novo vírus.“. ele continua… “Foi quando percebi que o mundo inteiro simplesmente alegou que não havia imunidade, mas, na realidade, ninguém tinha um teste pronto para provar essa afirmação. Isso não era ciência, mas pura especulação baseada em um pressentimento que foi repetido por todos.”.

Vamos adiante que a coisa fica melhor…

4 – O fracasso dos “Modeladores” – O autor continua dizendo que “O epidemiologista também se apaixonou pelo mito de que não havia imunidade na população.” (na minha profissão é o fetiche do auditor que quer achar uma grande fraude e virar herói). E continua – “Eles também não queriam acreditar que os coronavírus eram vírus frios sazonais que desapareceriam no verão. Caso contrário, seus modelos de curvas teriam aparência diferente. Quando os piores cenários iniciais não se realizaram em nenhum lugar, alguns ainda se apegam a modelos que preveem uma segunda onda. Vamos deixar suas esperanças – nunca vi um ramo científico que se manobrasse tanto para o impedimento. Também ainda não entendi por que os epidemiologistas estavam muito mais interessados no número de mortes, do que nos números que poderiam ser salvos.”. Daí nasceram os modelos matemáticos que, baseados na premissa de que não havia imunidade, calcularam os mortos em milhares de milhões, alarmando todo mundo e criando um caos bem aproveitado pelos políticos mundo afora…

São certamente palavras duras vindas de um cientista desse calibre…

5 – A Imunologia do Bom Senso – O sumário deste argumento é: “Quando as primeiras estatísticas da China e mais tarde dados mundiais mostraram a mesma tendência, ou seja, quase nenhuma criança com menos de dez anos ficou doente, todos deveriam ter argumentado que as crianças claramente precisam ser imunes. Para todas as outras doenças que não atingem um determinado grupo de pessoas, chegamos à conclusão de que esse grupo é imune. Quando as pessoas estão morrendo tristemente em um lar de idosos, mas no mesmo lugar que outros aposentados com os mesmos fatores de risco acabam saindo totalmente ilesos, devemos também concluir que eles estavam presumivelmente imunes.“. Em síntese, segundo o autor, faltou bom senso, ou melhor, quando o bom senso começou a ser usado, já havia em marcha uma narrativa difícil de deter.

Tem uma passagem realmente gostosa de ler: “O termo ‘portadores silenciosos’ foi criado e então alegou-se que alguém poderia estar doente sem apresentar sintomas. Não seria fantástico! Se esse princípio a partir de agora se tornar comum no campo da medicina, as seguradoras de saúde vão ter um baita problema, mas também professores, cujos alunos poderiam agora afirmar ter qualquer doença para deixar de frequentar a escola; afinal, no fim das contas você não precisa ter mais sintomas pra estar doente“.

6 – O problema da imunidade ao Corona – Como é que o imunologista deveria ver o longo tempo de incubação?: “O que tudo isso significa na vida real? O tempo extremamente longo de incubação de dois a 14 dias – e relatórios de 22 a 27 dias – devem despertar qualquer imunologista. Além da alegação de que a maioria dos pacientes não mais secretaria o vírus após cinco dias. Por sua vez, ambas as [alegações] levam à conclusão de que existe – mais ou menos no fundo – uma imunidade básica que contorce os eventos, em comparação com um ciclo esperado [de uma infecção viral]

Se isso é verdade, ele quer dizer que levaria a “um longo período de incubação seguido de rápida imunidade.”. Aqui o autor faz uma sensata associação dos efeitos da doença não apenas à idade da pessoa mas à qualidade da nutrição; infere que dependendo da condição social, a pessoa poderia estar mais propensa a casos severos de Sars-Cov-2, ou Covid-19, por desnutrição, etc.

O autor conclui dizendo que haverá sim, novos casos de Covid no próximo inverno (hemisfério norte): “O vírus se foi por enquanto. Provavelmente voltará no inverno, mas não será uma segunda onda, mas apenas um resfriado. As pessoas jovens e saudáveis que atualmente andam com uma máscara no rosto estariam melhor usando um capacete, porque o risco de algo cair em sua cabeça é maior do que o risco de ter um caso sério de Covid-19.

Pra concluir, outra pérola que merece reflexão: “No caminho de volta à normalidade, seria muito bom para nós, cidadãos, se alguns Alarmistas pedissem desculpas…“… “Também a mídia continuava mostrando vídeos alarmistas de hospitais italianos para ilustrar uma situação que, como tal, não existia. Todos os políticos pedindo “teste, teste, teste”, mesmo sem saber o que o teste realmente mede.”.

São tristes dias em que meia dúzia de burocratas da OMS, com meia dúzia de caciques do PC Chinês e uma mídia cúmplice dobram a aposta, em cima da população, sem ter cara de voltar no blefe que fizeram, e não tem cara pra desfazer.

Frederick Douglass, Capital e “Black Lives Matter”

O Capital é um bicho esquisito, amorfo, apátrida, fluido, desconfiado, medroso… um monte de adjetivos podem ser aplicados ao Capital. Burro, o Capital não é. Se for, dura pouco e vira zero, ou dívida (menos que zero).

O nível de problematização social quanto à raça atinge níveis “nunca d`antes navegados”. Nos EUA, a morte de uma pessoa de cor por um policial negro gerou uma série de protestos, matando mais gente negra, branca, azul e amarela, a torto e a direito, gerando um monte de prejuízo material e histórico (quebra de estátuas, etc). Estamos sendo submetidos a uma tentativa cada vez mais escrachada de divisão social. Um cisma que não levará a nada produtivo. Só tristeza, morte, destruição, ódio.

A manchete acima traz um exemplo de hoje mesmo sobre essa problematização. “Brasil nunca teve fundos para projetos liderados por negros“. Em primeiro lugar, queria entender se a autora tem algum tipo de bola de cristal, ou supercomputador fantástico pra “cravar” a frase acima. Mais do que isso, por que o Capital, esquivo como é, faria uma decisão com base ese submeteria a ser usado com base numa orientação, seja sexual, religiosa, ou outra qualquer?

Existem fundos dedicados a determinados investimentos. Há fundos dedicados a empresas da nova economia, a “economia limpa”, a fintechs, entre outras áreas. Há fundos que restringem suas aplicações em empresas que não se comprometam com o combate à escravidão, ou ao uso de imigrantes ilegais, e por aí vai. O grande capital, no entanto, busca retorno; só isso. Parece, e é, bastante egoísta. O Capital é egoísta; o capitalista, o empresário, é egoísta. Dizia Adam Smith, abaixo:

Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do...

Os justiceiros sociais se arrepiam ao pensar no que está escrito acima. A URSS faliu justamente porque todo mundo cuidava do seu interesse, e ninguém cuidava do interesse do país. “Gente horrível”!… não necessariamente. A ideia da “farinha pouca, meu pirão primeiro” é a expressão da imperfeição humana, e do uso que temos que fazer dela para manter a ordem.

Se formos subordinar as necessidades de geração de riqueza à cor das pessoas, se dermos quotas para essa ou aquela cor ou gênero, ou religião, estaremos criando um artificialismo que cedo ou tarde vai estourar na minha cara. Eu não quero saber se o médico é cubano ou adventista, gay ou negro. Quero que ele resolva o problema da minha saúde, ora bolas!

Da mesma forma, ninguém vai despejar dinheiro em um projeto porque tem um branquelo comandando, se o tal branquelo não tiver massa cinzenta e força de vontade. É o resultado que conta. Ah, não há fundos para essa ou aquela “raça”? (raça mesmo, só a humana…), então é porque há melhorias e serem feitas até que algo venha a acontecer.

Quebraram uma estátua de Frederick Douglass nos EUA esse fim de semana. Douglass, um símbolo do processo de libertação dos escravos naquele país; Douglass, o autor da célebre frase “Eu me uniria com qualquer um para fazer o certo e com ninguém para fazer o mal“. Um cara que deveria ter mais estátuas nos EUA e no mundo todo; oposto exato ao “nosso” Zumbi, que era escravocrata, um homem do seu tempo, cuja obra extravasa os tempos, e só não chegou ainda aos caras da Antifa, que sob pretexto de “combater o fascismo”, o exalta através dessas ações.

Há capital para empresas tocadas, e bem tocadas, por negros, hispânicos, orientais, indígenas (! vai dar zebra esse termo), etc. Muitos eu conheço e admiro pessoalmente. Não estou nem aí pra cor do indivíduo. Não me uniria jamais ao coro dos que lançam, aqui e acolá, sementes de divisão e ódio, ou seja, eu também me uniria com qualquer um para fazer o certo e de nenhuma forma, com ninguém para fazer o mal.

Viva Frederick Douglass, e vai catar capital da forma correta, sem preconceitos!