Carnaval Cancelado

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Creio que é a primeira vez na história… desde que a festa foi inventada aqui no Brasil. Posso estar enganado, mas parece que sim. Nem a 1a. ou a 2a. guerra mundiais isso aconteceu, talvez durante a Gripe Espanhola talvez – mas lá atrás não era assim um “festão” com direito a meio dia de quarta-feira de cinzas pra curar a ressaca, etc.

Sou cristão evangélico, daqueles chatos mesmo, que fala de Jesus quando pode e até quando não pode/deixam. Vou sim na “escolinha dominical” (como diria uma amiga minha em tom um tanto desrespeitoso), quando não tem Covid, claro. Dou dízimo (!) veja só… É, sou um “desses”.

Como cristão, portanto, me deixou bastante chateado a imagem de um “Cristo” sendo escorraçado e arrastado por uma figura representando um “Diabão” na avenida, pela escola de samba mais conhecida, a Mangueira. Não posso “admitir” como normalidade um tratamento como esse, num país majoritariamente cristão. Mas quem faz carnaval, quem faz esquerda ideológica neste país não é “povo”. É um grupo muito bem arregimentado e coordenado. Mas se eu amo a liberdade de expressão (e amo), então deixe os caras se divertirem com sua “brincadeira” com o Filho de Deus. Fazer o quê? Não posso trocar essa liberdade pela que seria retirada de mim, por exemplo, de falar desse mesmo Jesus Cristo em termos, digamos, mais afetuosos, embora essa liberdade que tenho esteja-me sendo retirada, pedacinho a pedacinho.

Chegamos ao carnaval seguinte. O de 2021… O carnaval da Covid (o de 2020 era “pré-Covid”). Quero aqui deixar de lado minha natural tendência de espiritualizar o fato passado e suas consequências. Quero somente lançar minhas dúvidas quando ao nexo de causalidade entre as duas coisas e dizer em alto e bom som (sic!) que aaaacho…. teeeeemo… que haja alguma coisa aí a ser interpretada em termos não tão pós-modernos, digamos.

Católico ou Evangélico, ou mesmo alguns espíritas, amigos meus, o fato é que todo mundo com um viés um pouco mais centrado, ou conservador mesmo, se incomodou com o espetáculo de desfazimento da fé alheia.

Quando o tal Bispo Honorilton da Igreja Universal chutou a santa (alguém lembra?) eu fiquei muito brabo. Como evangélico, certamente não advogo Maria como co-redentora ou intercessora, mas entendo que irmãos/amigos católicos o façam, e acho que a Palavra de Deus é clara quando diz que trazer alguém ao conhecimento de Deus não se faz “Por força ou por violência, mas pelo Meu Espírito” (diz o Senhor). Mas era “liberdade de expressão”, diriam alguns. Vá lá, mas não gosto.

O pior é que nem do ponto de vista teológico a tal representação do diabo maltratando e matando Jesus é adequada. A Bíblia diz que Jesus veio para os “seus, e os seus não o receberam”, e que ele foi “entregue nas mãos dos homens para ser morto”. Satanás, o capeta, o vermelhinho (como diria o saudoso Tio Antônio Dantas) é obviamente parte interessada no processo, mas não acho que Jesus foi morto “pelo capeta” mas pelo meu (e o seu) pecado. É uma construção de ponte, no qual somente Ele, Jesus, é “pontífice” – a ponte entre minha separação eterna de Deus e a vida com Deus.

Pois bem, o carnaval foi cancelado, vamos trabalhar (aqui na minha firma, pegaremos no pesado, normalmente) e não sentirei, como nunca senti, nenhuma falta da festa amada por tantos. A tentação, se é que o termo é esse, é dizer “viram só o que aconteceu? Foram zombar de Deus, e de Deus não se zomba… olha no que deu”… Obviamente os pós-modernos e menos crédulos acharão risível, e, olhando superficialmente, parece mesmo. Afinal de contas, o carnaval da Mangueira já estava sendo preparado desde 2019, ou até antes… o enredo já tinha sido elaborado, e as fantasias e o “Jesus” já tinha até sido contratados.

E daí? Deus por acaso – se você crê num sujeito Onipotente, Onipresente e Onisciente – teria algum problema em ver isso lá de antes? E a Covid seria algo dissociado disso, ou criada “só por conta disso”? Bom, aprendi que Deus é o melhor jogador de sinuca do mundo… o maior enxadrista, o maior cientista… Só ele conhece as relações de causa e efeito que podem fazer um fator (no caso, a Covid) ser usada para ensinamento, repreensão e correção de tanta gente, por razões tão diferentes, em tantos lugares. Essa Onisciência e Onipotência (de novo, caso você creia – eu creio) fazem com que ele dê uma tacada, e com ela só, “mate” todas as bolas do jogo. Sem nem olhar pra mesa. Ora, essa capacidade poderia, então, ser relacionada ao que aconteceu? Partindo das premissas de crença acima, sim.

O engraçado é que daqui há algum tempo isso corre o risco de entrar para o folclore religioso, como reação de um Deus vingativo ao sacrilégio contra Seu filho. Na verdade, deveria ser objeto de uma reflexão mais séria sobre algo que só ocorre de quando em vez – a intervenção direta de Deus em algum momento, nesta terra.

Isso tudo parece, aos olhos dos cristãos, convergir para o “fim”. A realidade de uma humanidade que esgarça seu tecido social a golpes de crucifixos metidos onde não devem, e pichação de igrejas fala alto pra nós. Gostaria de ser mais otimista com relação à sociedade atual. Não consigo.

Quanto mais pessimista me torno quanto à sociedade, mais otimista me torno quando a mudar de residência, desta “para melhor” o mais rápido possível!

Big Techs são Market Makers?

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No passado, todos sabemos, a Dona Mariquinha e Dona Maricota eram responsáveis pelo “Correio Popular” de qualquer cidade do interior. Na antiguidade os romanos tinham a Acta Diurna, uma espécie de Jornal, mais voltado para as legiões romanas, e que era afixado em um mural.

As ruas e muros das cidades antigas também serviam de “noticiário”, de “páginas amarelas” e de propaganda política na antiguidade, como as bem preservadas ruínas de Pompéia e Herculano, soterradas pelo Vesúvio, deixaram gravadas para sempre.

A popularização dos jornais vieram com a imprensa, por volta de 1500, e já durante as revoluções americana e francesa, foram empregados de forma eficiente como propaganda nacionalista, como o Saturday Evening Post, de Benjamin Franklyn, na América do Norte pré-independência, e o L`Ami du Peuple, de Jean-Paul Marat, na França revolucionária de de 1789.

Jornais, depois rádio, depois TV, tudo num turbilhão, que nos transformou em consumidores ávidos por notícias, se tornaram nossos meios para que formássemos opinião, por mais de 400 anos. Nos acostumamos a veículos de uma mão só: “de lá pra cá”, com a eventualidade de uma carta à redação, ou em casos mais graves, direito de resposta.

Com a internet, uma população cada vez de saco cheio com a forma com a notícia era dada, se viu atraída massivamente para as “redes sociais”, que se viram, de repente, donas de um canal de comunicação instantâneo e único. A circulação dos grandes jornais foi dizimada, e muito papel economizado, para delírio dos ecologistas. Passamos a ler, e ser, o jornal. Passamos a participar na formação da notícia. Muitos passaram a comentaristas e jornalistas amadores (como eu, aqui do meu escritório, escrevendo sobre um assunto qualquer, que me chama a atenção, para um público que pode ir de meia dúzia de pessoas até milhões).

O motivo desse escrito, no entanto, não é falar sobre as mídias sociais como meios de comunicação, mas em como esses meios de comunicação podem ser usados para afetar diversas áreas do nosso cotidiano, inclusive o que me atrai a atenção nesse momento – a economia.

O poder desses meios de comunicação e infraestrutura tecnológica ficou evidente diante do “corte raso” feito nos EUA sobre Donald Trump, no início deste ano, tendo por justificativa a alegação de que o ex-presidente teria promovido o “levante” que resultou na invasão do Capitólio, sede do Congresso americano, e causado inclusive mortes. Não entrando no mérito, em si, observa-se a efetividade, o corte seco, rápido e inapelável dado pelo Twitter, Facebook e outros mega-outlets de mídia, além do provedor de acesso Amazon. Tão rápido e fulminante foi o golpe, que uma rede social “de direita”, o Parler, até hoje não voltou para o ar. Ou seja, o poder inapelável desses órgãos teve a força inédita de acabar com um órgão de mídia social – e, por que não? – de imprensa.

O Twitter e o Facebook comentaram, em caráter oficial, que podem aumentar ou diminuir a visibilidade de um determinado post, inclusive suprimi-lo. Como conservador e liberal em economia, entendo que as empresas fazem o que quiserem com o conteúdo postado em suas mídias. Portanto, não vou aqui advogar que o governo, qualquer governo, deva intervir na liberdade da empresa em ditar suas regras. Afinal, estamos nessas mídias porque queremos.

A questão se prende a algo mais prosaico, e talvez não tão fácil de entender até onde chega e que impactos tem: com este nível de poder nas mãos, um quase monopólio desses novos “meios de comunicação”, em que até os veículos tradicionais podem ser objeto de censura, o que, ou quem, impede que empresas como Facebook, Twitter, entre outras, tenham a possibilidade de influenciar decisivamente, por exemplo, o mercado de capitais? Quem duvida que algum(ns) funcionário(s) do Facebook ou Twitter, com o grau correto de “estímulo” ou “pressão”, possam acabar influindo nas políticas econômicas dos países, simplesmente pela forma como manipulam (eles deixam isso claro, da forma como falam em aumentar ou reduzir a exposição de um determinado assunto) o que aparece e o que não aparece em sua/minha Timeline?

Eis a questão: Essas empresas são privadas e fazem o que querem, se estamos num estado democrático de direito. Nada a opor. Mas como é que saberemos onde é que chegou a hora em que as mídias sejam tão poderosos canais, quase monopolistas, e com pensamento muito parecido (“progressista” nos costumes e relativamente à esquerda, na ideologia), tenham cruzado uma linha em que eles mesmos acabarão por impor uma censura inapelável, ou mesmo a quebra do princípio de liberdade de imprensa?

Que imprensa? Pode-se perguntar? Estamos todos sujeitos, na nossa quase totalidade, a “umas poucas mídias”: se mídias sociais, quase todos em FB e TW; se apelamos para buscadores, Google; se precisamos de armazenamento em nuvem e acesso para usuários, AWS ou Google?

Como auditor, com registro na CVM, ouvi a vida inteira um mantra: “ou todo mundo, ou ninguém” (ou a informação está à disposição de todos ou não deve ser liberada). De que forma podemos afirmar que isso continuará a acontecer, e em que medida, doravante?

No passado a Mother Bell foi rachada nas Baby Bells justamente pelo estado Americano ter desconfiado que estava muito poderosa, e esses poder acabava rivalizando com o estado. Igualmente, a Standard Oil foi rachada em 34 “filhotes”, em 1911, por decisão da Suprema Corte Americana, dando origem a Exxon, Mobil, Atlantic, Amoco, Chevron, entre outras.

Os governos e seus judiciários perderam o direito de liderar processos de descartelização? Alguém tem alguma dúvida de que a Voz Grossa de um Twitter ou FaceBook é capaz de criar tanta confusão a ponto de impedir que qualquer corte julgue contra elas?

Estamos, ou estaremos em breve, diante de um caminho sem volta, e que colocará não somente a opinião, mas o direito de obter informação “limpa” sobre ações e mercado de capitais, nas mãos do acaso, ou de meia dúzia – ou menos – de “players”. Olho nos novos Donos do Mundo!

Aborto Eugênico

A Gazeta do Povo de hoje traz matéria falando da eugenia (limpeza racial, à lá nazistas) promovida pelo aborto na Europa. O texto (https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/como-as-leis-do-aborto-promovem-uma-eugenia-silenciosa-na-europa/) fala de “eugenia silenciosa”, com a eliminação de fetos com síndromes, como Down, que, segundo a reportagem, teria reduzido os nascimentos de portadores de Down em 54% entre 2011 e 2015.

Freakonomics

O livro com o título acima (algo como “Economia maluca”) não tem nem muito a ver com economia nem com maluquice, mas com estatísticas. Os autores pegam variáveis aparentemente não relacionadas e chegam a algumas conclusões inusitadas, que no fundo não sabemos se podem ser consideradas científicas ou não, pois na maior parte das vezes podem ter tido efeito de “n” variáveis não controladas.

Um dos capítulos do livro correlaciona os abortos, nos EUA, à melhoria dos índices de criminalidade na cidade de Nova York, entre os anos de 1970 e 1990. de 2200 mortes nos anos 70, passou para 300 mortes nos 90. Várias explicações foram dadas, desde a atividade do então prefeito Rudy Giuliani, até a melhoria da economia, entre outros fatores. O livro (tradução livre abaixo) reproduz o “chat” entre um dos autores e um pesquisador, achando outro “culpado” e textualmente diz:

LEVITT: E lembro-me como se fosse ontem. John diz: “Sabe, eu tenho uma ideia maluca. Quer dizer, é totalmente absurdo. ” E eu disse: “Oh, o que é?” E ele disse: “Bem, acho que talvez o aborto legalizado possa ter reduzido o crime na década de 1990”. E eu disse: “Isso é tão engraçado”. E eu alcancei meu armário de arquivo, puxei uma coisa enorme e grossa e bati com ela na mesa.

DONOHUE: Sim. Está certo. Quando conversei com Steve sobre isso, como costuma ser o caso, já que ele é uma mente muito criativa, ele disse: “Ah, sim. Você sabe, eu me perguntei sobre isso. “

LEVITT: Eu disse: “Tive a mesma ideia, mas não está certa”. E ele disse: “Bem, o que você quer dizer?” E eu o conduzi através da minha lógica, e não pensei profundamente o suficiente sobre isso. E eu estava me concentrando no fato de que quando o aborto se tornou legal, houve uma redução no número de filhos nascidos. E John disse “Sim, mas e quanto a indesejabilidade?” E eu fico tipo, “O que você quer dizer com ‘indesejabilidade’?”

Freakanomics, Steven Levitt, etc al

A explicação do livro é mais ou menos a seguinte – Após a decisão da Suprema Corte Americana, chamada Roe X Wade, que admitiu o aborto, houve uma “epidemia” de abortos, chegando a 1,4 MILHÃO de abortos por vários anos, principalmente de mães solteiras, e pessoas de baixa renda, que achavam que não conseguiriam criar os filhos. a análise de causalidade vai assim – menos filhos, mais dinheiro sobrando, e com isso mais filhos “desejados”, com isso mais tempo de qualidade com os filhos, e com isso filhos mais bem educados e com isso menos criminalidade. Algo do estilo.

Pois bem. Sabe o que eu acho? Que a explicação dada pode ser essa mesmo. Se é uma explicação que me agrada, não.

Eugenia e Escravidão nos EUA

Uma outra visão do fenômeno Eugênico foi dada, e com propriedade, sobre a qualidade física, força, resiliência e altura dos negros americanos. Não existe no mundo atletas mais soberbos, corpos mais delineados, capacidade respiratória, explosão muscular e coordenação motora dos atletas negros americanos. Simplesmente imbatíveis.

A escravidão nos EUA teve esse lado de “seleção do gado”, com os senhores dos escravos colocando os homens com melhores características genéticas para reproduzirem-se com as mulheres igualmente capazes fisicamente. O resultado, de talvez séculos de “seleção” tenha sido essa força física e capacidade motora que já mencionei.

De novo, é um resultado positivo? Sim. É algo condenável? Mais ainda.

Morte em Família

Quero deixar registrado, para mim e para minha posteridade, que neste EXATO momento em que escrevo, fui agredido no meu coração por uma notícia terrível, e que de certa forma se alinha com esse artigo, ou parte dele – Meu primo irmão, Carlos Eduardo Montechiari, de 57 anos, acaba de morrer, vítima de tiros, durante assalto na frente de sua fábrica, na Penha, no Rio de Janeiro.

Essa situação que me faz chorar e lastimar pela perda do primo – de quem eu estava num processo de reaproximação, devido a morarmos longe, através do meu irmão Hirann. Meu primo foi mais uma vítima da violência de alguém que, sem consciência ou piedade, puxa um gatilho em direção a alguém para tomar-lhe, sei lá, uns trocados… A tentação é a de amaldiçoar o infeliz. A tentação é a de pedir pena de morte. A vontade é, usando Talião, matar o desgraçado. Mas Deus não permite que o meu coração se vingue dessa forma. Me falo, a mim mesmo, no meu coração – “errado está quem cria as condições para a existência dessa criminalidade. Errado está quem afrouxa a lei, solta bandido, e faz o mal parecer bem, e o bem, mal. Errado está quem faz parecer que o crime compensa.

Ao meu primo Carlos, minha singela homenagem pelos anos de convivência, e minha oração pela minha tia Neide, e minha prima Carla Andréa, que ficam sem o irmão, tão próximo da morte do pai, Tio Aluízio.

Síntese da Insanidade

A síntese parece ser – os fins justificarão os meios. Afinal, ter gente mais saudável parece justificar o aborto. E se você achar que o ser humano é só a carne que a gente vê e interage com ela, sim. Seria mais fácil.

Aliás, uma vida mais “fácil” parece ser tudo o que o ser humano moderno quer. Se me incomoda? Jogo fora. Me limita? Me livro. Me irrita? Elimino. Desde os “amigos” do Facebook que nos irritam e nós os “barramos”, até o filho na barriga, que não queremos por qualquer razão, passando pelo marido ou esposa que se tornaram incômodos, a ideia é tornar tudo mais “fácil”.

Essa impermanência, esse caráter descartável, tem sim, seus lados positivos. Obviamente é melhor viver sem ter Downs no mundo, ou gente com paralisia cerebral, ou para-tetraplégicos, ou gente de QI abaixo da média, gente com microcefalia… livremo-nos dele.

Fale isso pro pai da linda mocinha com Down, que a ama e nutre desde o ventre, e que se recusou à “vida fácil” que o aborto proporcionaria. Pergunte-lhe se ele se descartaria dela. Fale isso pro pai (aqui mesmo) cujo filho passou quase 12 anos preso a uma cama, por sequelas de sarampo, e que lutou para não ver o menino (moção de 17 anos) partir.

No final das contas, fale isso quando for confrontado com seu crime (sim, apesar de “resolver um problema”, aborto, para mim, é crime hediondo). Quando, sei lá onde, Deus te chamar para mostrar seu lindo bebê abortado, mas que Ele, na sua Graça, não esqueceu.

Enfim, com o perdão do desabafo – pois que no meio da crônica o peso da morte me atingiu como uma bigorna na cabeça – a humanidade das escolhas fáceis será oprimida por aqueles que têm a histamina e a maldade para tal. Quando os exércitos não vêm mais em forma de suástica, eles vêm em forma de “direitos humanos”, e “progressismo”. Perdão se pareço piegas, mas é assim que me sinto: impotente diante de uma sociedade que está cavando sua própria sepultura.

Viscondes negros da Rússia Czarista (ou o cancelamento da precisão histórica)

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Assisti a duas produções muito bem feitas, do Netflix e do Starz esses dias. Duas séries muito bem escritas, cenários lindos, bons atores e atrizes, produção caprichada – Bridgerton (NetFlix) e The Great (Starz). Achei legal. Mas o que chama atenção, em ambos os casos, não é a beleza, a produção ou o enredo, mas a proposta politicamente correta…

Brigerton tem nobres, “gentry” e até membros da casa real negros. Aqui, o primeiro Alerta de Bom Senso: O Ministério da Cidadania Adverte – “Não estou fazendo QUALQUER afirmação de caráter racista. Longe de mim, de verdade, discriminar quem quer que seja, com base em qualquer coisa, seja cor da pele, credo, nacionalidade ou outra – Peço aos desavisados ou leitores “de superfície” que releiam o que escrevi!“.

Já o ótimo The Great, que tem por subtítulo “uma história (quase sempre) verdadeira sobre Catarina da Rússia“, retrata o amante da Czarina como sendo um baixinho fogoso, mas estéril, mulato, o Conde Vorosnki. Legal… É uma releitura, digamos… Não só isso, havia também nobres de origem oriental e até meio indígena, diria eu…

Entendo o aspecto da releitura dos episódios históricos, entendo perfeitamente a ironia ou mesmo o humor. Exemplos abundam, como Graham Chapman, de Monty Python interpretando Brian Cohen em a Vida de Brian. Um inglês branquelo, de olhos verdes no papel de um para-messias confundido com Jesus, já que nascera no mesmo dia – o nome já é uma bela piada, de cara… Brian, judeu levantino, sobrenome Cohen – ou “sacerdote”.

Ou ainda – e pior – uma Elizabeth Taylor, branca, de olhos liláses, no papel de Cleópatra, com um Julio Cesar igualmente branco, louro de olhos azuis, interpretado por um Richard Burton com basta cabeleira, quando Cesar era (quase) careca e romano (moreno, nariz reto, grande, cabelo preto)… São épocas diferentes, objetivos diferentes – do humor à estética ocidental mal aplicada, pura e simplesmente.

O caso aqui, bem como casos como a recente briga para saber quem interpretaria a nova Cleópatra – no caso, Gal Gadot, israelense, morena e esguia (o que já é um avanço étnico sobre Liz Taylor, diga-se). As críticas choveram à escolha de Gadot, “por não ser de origem egípcia”, mas israelense. A piada aqui é que tampouco Cleópatra era egípcia, mas Macedônica, pois que descendente de Ptolomeu, general de Alexandre, o Grande, e que ficou com o Egito quando da morte do patrão, como espólio de guerra.

Mas voltando ao tema central – seja por humor, seja por politicalha ou doutrinação, vamos perdendo a acuidade histórica por conta de imbecilidades sem fim. Shakespeare está proibido em alguns lugares, nos EUA. Abraham Lincoln está a ponto de ser “cancelado”, assim como Thomas Jefferson e outros dos “pais fundadores” da democracia americana. A razão? Tinham escravos, num tempo em que isso não era nem ilegal e nem incomum.

Por aqui, o escravagista Zumbi dos Palmares ainda reina supremo como figura de proa do movimento negro, a despeito de ter sido, ele mesmo, dono de escravos. A história, como a conhecemos, vai sendo reescritas a golpes de foice politicamente correta. Seja por imbecilidade, desconhecimento histórico ou simples desejo de apagar algo (que ocorreu, para o bem ou para o mal), vamos vendo as novas gerações incapazes de ver o que aconteceu da forma como aconteceu, independentemente de aprovarmos ou não.

A Reforma Protestante é um fato histórico, goste-se dela ou não. Católicos não a aprovarão, evangélicos sim, mas independentemente de qualquer opinião, foi um fato, e está aí. Papas tiveram dezenas de filhos, reis foram estupradores, e mesmo o quase “santo” Martin Luther King, pastor batista, com todos os seus feitos em prol dos Direitos Civis nos EUA, era chegado num sexo pago, fora de casa, e, dizem, em algumas substâncias ilícitas.

Ora, não é, nem deveria ser papel do historiador, tentar fazer da história algo palatável à sua preferência. Dos talvez 10 mil anos de vida do homo sapiens sobre a terra, 9,8 mil tenham-se passado sob regimes de escravidão, como coisa comum e corrente. Do antigo Egito até quase no século XX, houve escravos no mundo sob legalidade.

Criticar a Inglaterra por ter tido escravos, e fomentado o tráfico, é fácil. Difícil é reconhecer que William Wilberforce, junto com Willian Pitt e John Newton, conseguiram acabar com o tráfico negreiro no Reino Unido, o que logo depois foi seguido (não sem brigas) pelo resto do mundo ocidental.

O que hoje é um absurdo, há pouco mais de 100 anos era realidade legal. A escravidão ainda existe, na prática, em muitos lugares. A história que está sendo feita hoje deve retratar a triste realidade das mulheres do leste europeu, escravas sexuais de máfias do oeste da Europa, como uma tragédia, de forma correta e científica – como ocorreu! Vi essa realidade com meus próprios olhos na República Moldova, em casas-lares que nossa missão teve que erguer e manter, para abrigar os órfãos de mães vivas, as lindas moldovas, que eram cooptadas como “modelos” na Itália, Espanha e outros países, para acabarem como prostitutas e ter o passaporte preso e mortas, em caso de gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis.

Por que cancelar Shakespeare? Por que cancelar Monteiro Lobato? Qual é a dificuldade de entender que eram simplesmente outros tempos, e que, aprendendo com eles, eliminamos diversos comportamentos absurdos? Qual a dificuldade de entender que conhecendo o passado com precisão talvez não venhamos a ser presas de comportamentos parecidos?

Será que achar que as Cleópatras eram louras de olhos liláses, ou que havia um Conde Voronski mulato no tempo da Czarina Catarina, a Grande, ou ainda que Monteiro Lobato era um maldito racista, pois que a Sinhá Nastácia não tirava férias, nos torna livres das práticas que vemos registradas ali?

O dito é que “a história é escrita pelos vencedores“. Heródoto, o pai da história, se remexeria no túmulo, creio. História deve ser mantida a todo custo, e retratar o que aconteceu, com tanta precisão quanto possível. Claro que há ângulos diferentes da mesma história – talvez por isso Deus tenha nos legado não somente um, mas quatro Evangelhos, cada um com um enfoque diferente, um do ladinho do outro, pra vermos que há formas diferentes – e não necessariamente conflitantes ou erradas – de encarar um fato observado.

Não nos cabe raspar fotografias para retirar delas nossos desafetos. Não tem honra, muito menos honestidade histórica, o sujeito ou sujeita que apaga seus posts, por terem se tornado inconvenientes à sua atual narrativa. Melhor seria dizer “eu estava errado”, “eu acreditava errado” ou ainda “eu me arrependo”, e deixar lá o maldito (ou bendito) registro do que um dia pensamos e postamos. Apagar posts, raspar fotos, ou ainda quebrar estátuas de reis anteriores são exemplos, antes de qualquer coisa, de medo. Sim, o medo de que algo venha a assombrar nossa vida atual ou atrapalhe algum plano que temos. A mim me parece que se tenho esse tipo de medo, tenho alguma intenção menos digna na cabeça.

Deixemos os cancelamentos de personalidades, ou a quebra de estátuas, raspagem de fotos e re-inscrição de textos para os medrosos e para quem tem o que esconder ou enganar. Não vamos permitir, não podemos permitir, que a acuidade histórica, que a história como ciência, seja eliminada de nossa vida.

Metacelebridades

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No início dos anos 2000, fomos, minha esposa e eu, e nossos filhos bem pequenos, à Porto Alegre, na casa de uns queridos amigos de décadas. Eles tinham (têm) três filhas que são minhas sobrinhas postiças, a quem amo muito. Lá, meu filho mais velho, Thomas, é indagado por elas se ele “gostava da Xuxa”. Ele com uns 4 anos, faz cara de paisagem e pergunta “quem é Xuxa”?

A reação das meninas até hoje é lembrada com risadas aqui em casa. “Que chique!!!! Ele não sabe quem é a Xuxa!!!”. Elas tinham sido criadas na geração em que toda menina tinha que se vestir de “Paquita” ou “Xuxinha”, num misto de Cindi Lauper com Madonna, consagrados pela loura apresentadora da Globo.

Até hoje, com meus filhos já na faixa de 20 e poucos, nos deparamos com celebridades que desconhecemos solenemente. Sem falar das celebridades que todo mundo de bom senso adora ignorar, como o cara que imita foca, a outra com uns peitos enormes e funks pavorosos, temos as metacelebridades, para imitar um conceito filosófico recente, que usa meta pra tudo (metacapitalista, metanarrativas, etc).

Eu acho que usaria o termo Metacelebridades a pessoas que se tornaram conhecidas, se chamam celebridades, mas não as vemos como tal, talvez pelo simples fato de que ser “célebre” signifique mais do que os consagrados termos como “afamado”, “conhecido”. Penso que talvez, etimologicamente, deveria estar mais ligado a “celebrado”, ou “louvado por feitos” ou coisa que o valha.

Portanto, “metacelebridade” talvez possa ser um termo que (espero que eu seja o primeiro a defini-lo) signifique o que realmente o cara que imita foca ou a funkeira gorda, ou o narigudo apresentador de TV sejam: pessoas conhecidas de muita gente, e que tenham pouca celebridade, de fato, ou seja, alguém que tenha algo a me oferecer, a ponto que eu possa “enaltece-la”.

Celebração se liga(va) a coisas solenes – um culto, uma missa, o Natal, o Eid, o Ano Novo Chinês, e por aí vai. Celebrado significa lembrado em posição de destaque (o que deve fazer sentido na cabeça de quem acha legal o narigudo ou o barbudo político, etc). Hoje, celebra-se por razões que talvez não se devesse fazer.

Ao ascender a um “estrelato”, em termos, a metacelebridade assume imediatamente a posição de opinar sobre tudo. De lançamento de foguetes até a epidemia de Covid.

Isso é normal, afinal, opinião é como… não vou completar pelo bem dos leitores. Vocês devem conhecer o dito popular – não é por ter (opinião) que você precisa dar. A metacelebridade tem 1 milhão de seguidores. Isso, por si só, é um feito. Seja imitando foca ou cantando Caneta Azul, o fato é que uma multidão de pessoas se dispôs a “curtir” algo, e seguir uma pessoa. A metacelebridade, do alto da multidão de pessoas dispostas a ouvir quase qualquer coisa que falem ou façam, sente que pode opinar, e influenciar, essa multidão em qualquer aspecto da vida e do “saber”.

O que não é normal não é que a vaidade da metacelebridade suba à cabeça e que ela fale ou faça o que não deva ou tenha condições para tal. O que não é normal é que alguém seja incensado, e, de fato, celebrizado, pela grande mídia, que deveria agir como curadoria da sociedade.

Xuxa veio a nós nua (literalmente às vezes) e crua, sem qualquer curadoria. Ao longo de sua carreira nos brindou com uma infinidade de pérolas. Cheguei a buscar algumas na internet, mas os pouparei da agrura. O rapaz da foca também, bem como o narigudo da TV não merecem também qualquer diferenciação de tratamento, dadas as platitudes.

Não sou saudosista, não acho que só meia dúzia de pessoas têm o que dizer. Muita gente tem, e muita gente me surpreende pela fineza de raciocínio e a beleza da pluma. Um planeta com mais de 7 bilhões de pessoas certamente tem milhões com pensamentos que valem à pena celebrizar. Não sou, tampouco, purista a ponto de me remeter somente aos clássicos – aliás, minhas críticas a alguns deles, como Nietzsche ou Freud são muitas.

O que um mundo de metacelebridades clama é por um pouco de curadoria. Que a imprensa e a intelligentsia voltem a ler, refletir sobre, e criticar para nós, mortais, dando pelo menos uma aparência de maior ordem no caos dos zilhões de palavras jogadas ao vento todos os dias (como essas…).

Livros

Numa cena de Indiana Jones e a Última Cruzada, o personagem de Harrison Ford pergunta à também arqueóloga e colaboradora dos nazistas, a loura alemã Dra. Elsa Schneider: “Por que, ao invés vez de queimar livros, vocês não experimentam lê-los?“.

Bela pergunta… e que vem se repetindo desde que a Igreja Católica criou o Index Librorum Prohibitorum, em 1559, pelo Papa Paulo IV – somente revogado, pasmem, em 1966, pelo Papa Paulo VI.

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Era o auge da contra-reforma, e o objetivo era o de banir textos que atentassem contra os dogmas da Igreja. Alguns personagens de destaque foram “agraciados” com uma menção no tal Index, como Rousseau, Descartes, Galileu, & Cia. Isso não foi exclusividade dos católicos. Luteranos e Calvinistas, o próprio Calvino à frente, também proibiram, ou tentaram proibir, o acesso das pessoas ao que eles julgavam inadequado. Acho que nós, batistas, fomos os menos afeitos a isso, o que nos deu a alcunha de “Livres Pensadores”, naquela época. A fé se adquire livremente, pelo exame de tudo (como disse o Apóstolo Paulo em I Tessalonicences, 5:21 – “Julgai todas as coisas, retende o que é bom“.

A síntese de toda a censura pode ser condensada numa palavra: MEDO. Lideranças católicas, protestantes, muçulmanas, e outras, tinha medo de que seus fiéis se “perdessem” nas firulas e intricácias de pensamento de alguns textos, e com isso, se afastassem da influência de seus líderes.

Vivi a vida toda no meio de Livros… eu os amo com paixão. Dediquei boa parte da minha vida a colecioná-los e lê-los. Não deixo entrar na minha estante nada que eu não tenha lido, usado em pesquisas, ou ambos. Tenho um Livro na cabeceira que nunca deixo sair, a Bíblia (na verdade uma coleção de livros).

Ao longo dos últimos anos passei a usar o Kindle, que me dá uma baita velocidade de leitura, mas me tira muito da retenção de detalhes, da capacidade de rabiscar (não sou muito fã, mas faço) mas me dá a possibilidade de ler da hora que acordo à hora que caio de sono, às vezes de madrugada. Estou pensando seriamente em reduzir drasticamente meu uso do Kindle – mas terei que aumentar minhas estantes, e a patroa é capaz de me jogar pra fora de casa…

Livros são tesouros. Mesmo os ruins. Afinal, de que servem apenas os bons conselhos, se os não temos os maus conselhos para fazer o tão necessário contraste “claroscuro” que nos dá capacidade de enxergar a realidade?

Por isso um texto de Madeleine Lackso, hoje, na Gazeta do Povo, me chamou atenção. Dê uma pausa, por favor, e leia, no link https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/madeleine-lacsko/movimento-quer-proibir-todos-os-livros-porque-nao-sao-politicamente-corretos/ e depois volte.

Voltou? Pois bem, minhas considerações vão na direção exatamente do MEDO. A tal hashtag “#DisruptTexts” foi criada por uns professores americanos que entendem que existe a necessidade de “purgar” as mentes e corações dos jovens de textos que eles acham inadequados. O argumento não é feito com relação à falácia de um texto ou em como ele pode “disruptar” um dogma ou ideologia. Diz respeito tão somente ao que consideram “politicamente incorreto”. Ou seja, querem informar ao leitor por que ele não deve ler Shakespeare, ou Homero, como fala a autora do artigo.

O conceito de “Espírito do Tempo”, conhecido em todas as línguas (Esprit du Temp, Zeitgeist, e trololós) foi cunhado exatamente porque há séculos o homem se depara com a leitura de textos que se baseiam em realidades diferentes das suas. Ao advertir, ou chamar o leitor para atentar para o Zeitgeist, quem escreve ou fala nos diz: “era assim que se pensava naquele tempo”…

Os romanos achavam abjeta a prática do sexo homossexual dos gregos, e chamavam o homossexualismo de “Vício Grego” (aqui, eu, eu mesmo, peço que invoquem o Zeitgeist e não me apedrejem – ainda). No entanto, os romanos de alta classe mandavam seus filhos para serem instruídos aos pés dos grandes filósofos gregos da época. Fica claro que, há mais de 2 mil anos, os romanos já conseguiam entender o conceito de Zeitgeist contido nos clássicos da literatura grega, e “perdoar” (Sic!) Homero, Ésquilo & Cia.

O próprio Shakespeare conseguiu escrever livros que o remetiam a tempos anteriores ao dele próprio, retirando a lição de vida, o entretenimento e a beleza de dentro do Zeitgeist, sem que fosse necessário purgar ou “disruptar” o que quer que fosse.

Essa nossa sociedade não consegue entender que a Cabana do Pai Tomás representa o espírito de uma época. Tom Sawyer e Huckeberry Finn, clássicos da minha infância, são considerados inadequados para que nossos filhos os leiam. Há alguém, de fora da cultura, de fora do entendimento do passar do tempo, que está nos dizendo o que ler, no que acreditar, como nos comportar, como falar. Estamos assistindo passivamente a destruição da cultura, da filosofia, e até da ciência.

Não se discute com uma equação. Ponto final. Isso foi o que aprendi. Não mais, aparentemente. Uma equação nos “faz sentir” mal ou bem. Portanto, se a realidade não se adapta ao que eu penso, dane-se a realidade. Dane-se a razão, dane-se o bom senso, viva a fogueira de livros, tocada a Readers` Digest dos anos 60, 70, 80 (hoje impossíveis de serem lidos sem o crivo dos “iluminados” do novo Index Librorum Prohibitorum.

Nunca poderia imaginar que o fim dos tempos (sim, creio que estamos perto dele) poderia acontecer não pelas mãos de um tirano de bigodinho ridículo ou um penteado mais ridículo ainda e olhinhos puxados, mas pelas mãos de professores teoricamente encarregados de nos esclarecer e ensinar a pensar.

Para quem ama livros, perdê-los é como viver escondido por ter-se recusado a receber a marca da besta.

Amen and Awomen

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Um pastor metodista, Emanuel Cleaver, foi convidado para orar na abertura do 117a. legislatura de congresso norte-americano. O tal reverendo terminou a oração dizendo “Amen and Awomen” (em Inglês soaria como “Ahomem e Amulher“). Gargalhadas à parte, o fato reflete o “Ésprit des Temps“, uma desgraceira idiotizante que se instalou na sociedade mundial, EUA na frente. É, como diria Fernando Lyra, a “vanguarda do atraso“… Amém, todo mundo sabe ou deveria, significa “Assim seja”. Nada mais do que isso, em hebraico.

Vou deixar em ingles mesmo porque é engraçado… “Back in the 60s this joke made the rounds: “Why do we say ‘amen’ and not ‘awomen‘?” The reply: “Because it comes at the end of a hymn, not a her. A piada é quase intraduzível e não tem graça alguma em Português, mas é muito legal assim mesmo… mas ERA uma piada…

Em tempos passados expressões como “meus povos e minhas povas“, “everybodies e everycabras“, e mais recentemente “presidenta“, “Amigues“, entre outras pérolas, ou eram, de cara, piadas e motivo de muita risada, ou foram objeto de ridículo até por quem nem estudou tanto assim. “Povo de Sucupira…” como diria Odorico Paraguassú… um desses dias vamos acabar achando que saudar a mandioca faz sentido…

Gente sem ter o que fazer já até teorizou que “Amen” derivaria de “Amen-Rá” (ou Amun-Rá, divindade egípcia – não confundir com o terrível personagem de quadrinhos Moon-Rá, dos Thundercats…). Mas ninguém ainda tinha duvidado da masculinidade do “pobre” Amém.

O reverendo não ficou satisfeito em orar ao Deus Único – que de uma ou outra forma, é o Deus dos “povos do livro” (Judeus, Cristãos e Muçulmanos) que representa a fé de uns 95% do congresso. Inventou na hora, provavelmente, uma inclusividade que chegou até a deuses pagãos. Só faltou incluir o Deus dos sem-deus, os ateus.

De novo, gargalhadas à parte, é uma tragédia intelectual que um cara que se formou em teologia, numa importante denominação cristã cujos princípios foram deixados por John Wesley (do qual meu nome – que odeio – deriva) tenha falado tamanha asneira. O fato é que os “progressistas” vão quebrando com as tradições e a cultura de um povo – pra não falar da fé, mesma – aos pouquinhos. Colocar um monge budista pra orar no congresso americano não ia pegar bem agora, de cara. Mas começar com um tresloucado qualquer, disposto a aparecer à custa da fé que deveria representar, vai quebrando algo muito caro aos americanos de forma paulatina. Fica “lindo”, “inclusivo”, uma beleza aos ouvidos de alguns, e não tão cacofônico aos ouvidos de quem se espantaria com a temperatura da proverbial água no balde do sapo.

Barbaridade, diriam os gaúchos. Barbaridade mesmo – coisa de bárbaro roendo o Império pelas beiradas, impulsionados pela sede de destruir o que está lá. Podem ter certeza de que vai dar certo, se Jesus Cristo não retornar primeiro – no que creio firmemente. Ocorre que, assim como em 473 DC, o resultado costuma ser uma “Idade das Trevas” de mil anos.

Estamos pagando pra ver. Estão reescrevendo o significado das palavras na nossa cara, à força, e sem o auxílio luxuoso do povão, que é quem sanciona as mudanças, em última instância. Se pagamos pra ver, vamos acabar vendo, ou não, por estarmos mortos, nós que ainda achamos que a língua importa.

O próprio bafo

macro photography of person wrapped with clear plastic bag
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Se tem uma coisa irritante em toda essa pandemia, não é o medo do vírus, não é o lockdown, não é a falta de restaurante aberto pra ir nem a falta dos amigos, que não podem nos visitar. É o bafo! Pior. É o NOSSO próprio bafo. Represado dentro das miseráveis máscaras, sentimos o que dantes não nos incomodava.

Bafo é algo que normalmente só irrita o alheio. Bafo é como chatura. O chato, ou o bafudo, nem se dá conta. No caso do bafo a culpa é da glândula pituitária, que “satura” e a gente nem percebe mais. O chato é igual. Eu como chato de galocha sei disso: a gente tá mais preocupado com o que nós mesmos achamos e pensamos que saímos distribuindo nossa “expertise” a torto e a direito, sem perguntar se o outro gosta ou não do que estamos falando. Adoramos ouvir o som da própria voz.

A chatura é o bafo da alma. O bafo é a chatura da boca. Mas qual é a do bafo? Sabe bem quem usa máscara. Tem que cobrir a boca e o nariz. É como aquele gesto de bafejar na mão antes de um encontro, pra ver se a moça que vamos beijar não vai desmaiar como resultado do nosso mau hálito. Coisa de tempos em que não havia Listerine. Comia-se pasta de dente e olha lá. A máscara institucionalizou a estética do hálito. Estética é algo que não costuma ser relacionada com bafo, nem com coisas do nariz, mas creia-me: depois da Covid, o próprio bafo se tornou uma questão de sobrevivência. Tem gente que não liga, que põe a máscara, sente aquele “gás mortal” entrando de volta pelas narinas e em 5 minutos já não sente mais… e segue pela vida, bafejando e sendo bafejado.

Cubro a boca e o nariz porque me mandaram cobrir. Não me convenceram totalmente de que é realmente necessário, mas faço em respeito ao meu vizinho, meus semelhantes. Isso teve o saudável efeito colateral de me informar que (e quando) estou bafudo. Dia desses me peguei em oração – “cuida da alma que o corpo já era“… Que bafo! E tratei de caçar o enxágue bucal. Aline, a patroa, não gosta de criticar o bafo alheio, mas eu peço pra ela fazer um certo controle de qualidade. Ela faz sob protesto, mas faz. De vez em quando ela fala “tá com um pouquinho de bafo” – e eu sei que estou matando urubu em pleno voo – ou estaria, não fosse a máscara.

Já a chatura, essa não tem muito jeito. Não tem uma máscara de cobrir a cara que tenha o condão de fazer a chatura voltar na nossa cara. Quem dera! Seria um aliado fantástico pra não perder amigos, negócios ou se envolver em discussões tolas. Outro dia, eu e o filho de um grande amigo expulsamos da sala de jantar o resto dos convivas, só pelo caminho que certa discussão pegou. Era “papo cabeça”. Chatura na veia! O bafo da nossa chatura afastou o povo. Não demos a mínima – como todo chato que se preza – estávamos curtindo o bafo um do outro, e nem ligamos pra quem se afastou. Coisa de chato profissional.

Estou certo de que a Covid, então, teve esse efeito colateral positivo – a redução do bafo (acho que reduziu-se o bafo percebido, claro, mas certamente o “real” também). Tem gente que nunca se importou com o próprio bafo, já que não a incomodava, mas deve estar roxa de vergonha agora, ao lembrar de momentos de cochichos e conversas próximas que de repente afastavam o outro… Só restava um fingimento do tipo “ora veja você!“… “não diga!” e um menear de cabeça pra trás, pra longe do jato de vento fedorento diante de nós.

Peço a Deus por uma Covid da alma – entendam-me – não quero um vírus pra alma (tem gente que é literal e não interpreta texto muito bem…): falo de algo que devolva na nossa cara o odor fétido da nossa chatice – aliás, chatice, chatura, chateza, chateação… leiam como quiserem (não sejam chatos vocês também!). Quisera eu receber na cara uma lambada de chatice fedorenta de volta, cada vez que começasse a chatear o alheio.

Chato assumido que sou, embora com a melhor das intenções, descobri que um bom disfarce pra chatura é o humor. Você disfarça sua vontade de jogar indiscriminadamente pros outros suas ideias, exatamente como o chato. Mas sob forma de humor se torna um pouco mais palatável (ou cheirável). Humor é o Listerine do chato.

Argentina e o Aborto

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Não era minha intenção escrever nada hoje. Não iria tampouco fazer uma retrospectiva de 2020, já que escrevo para mim mesmo e para os meus (amigos, parentes, etc) e não para nenhum grande público. Quem quiser ler, leia, quem quiser malhar, malhe (sem ofensas, mas no raciocínio – afinal é possível discordar de quase qualquer coisa) mas esses escritos são para mim mesmo.

Não posso deixar de comentar para mim mesmo e para minha posteridade sobre o insano ato da Argentina em legalizar o aborto, de forma praticamente irrestrita. Bom, isso é praxe em muitos lugares, e países ditos civilizados matam seus bebês não-nascidos de forma quase indiscriminada. Um massacre e uma hipocrisia sem fim. Em alguns desses países, como a Holanda, Bélgica e Canadá, se você abandonar um cachorro na rua ou maltratar um gato, você vai preso. Mas matar uma criança pode. O “meu corpo, minhas regras” impera – sem que seja dada à criança não-nascida o direito de dizer a mesma coisa.

argentina aborto
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Mas o que me chamou a atenção não foi nada disso. A foto acima é o retrato que quero discutir (comigo mesmo, com quem ler). Veja quem quiser a atitude das mulheres da foto e quem é representado ali. O que me chama a atenção é a alegria incontida dessas militantes. Quase todas sem muita pinta de que gostariam algum dia de ter, nutrir e criar como gente de bem um ser humano que escapasse do cataclisma do aborto. Na era da pílula e dos contraceptivos, será que vale lutar pelo direito de matar inocentes?

Esses são movimentos de esquerda, saudados pelo El País (Espanha) como “Argentina legaliza o aborto e se põe na vanguarda dos direitos sociais na América Latina“. (https://brasil.elpais.com/internacional/2020-12-29/votacao-historica-no-senado-de-projeto-para-legalizar-aborto-na-argentina.html). Vanguarda dos direitos sociais. Pois é… é assim que a mídia trata o assassinato. Bem, para quem aprova o que a mídia atual aprova, isso não é nada estranho.

Como disse a reportagem da Gazeta do Povo, o movimento pró-aborto se traveste de “saúde pública”. Um rolo compressor passou por cima da vontade da maioria dos argentinos (conheço o país pelas trocentas viagens que fiz para lá a serviço) e a mesma narrativa será aplicada aqui no Brasil pelos mesmíssimos mobilizadores.

É com uma tristeza incontida que eu vejo isso. Eu tive 3 filhos, dois dos quais ainda estão comigo, e um está na posse do Senhor Deus. Lutei por 12 anos pela saúde do meu “Piá”, como se diz aqui em Curitiba. Fizemos, minha esposa e eu, o que pudemos, e oramos em família pela cura dele até o dia 04 de Agosto de 2015, quando Deus houve por bem leva-lo. NÃO me conformo que as pessoas tratem a vida de modo tão “light”. NÃO me conformo que as pessoas imaginem que alguém como a foto que encabeça esse artigo, essa vida iniciante, não tenha sentimentos, não sinta dor, não tenha direito a existir. Lutei por algo que alguns já jogaram fora algumas vezes na vida, desprezando numa privada qualquer, numa clínica qualquer. NÃO consigo achar normal. Meu corpo, minhas regras, claro. O corpo do ser dentro de mim, as regras dele.

O triste é ver fila de gente querendo adotar uma criança, e as pessoas desprezando isso. Talvez apelar para a ganância das pessoas desse resultado – quem sabe uma lei permitindo que a mulher que não abortar uma criança tenha o direito de “vende-la”. Parece horrível, e é. Mas do ponto de vista daquele serzinho em formação, será a maior bênção. Será a vida mesma. Ora, melhor que a “parideira” venda a criança e faça uns trocados do que jogar no lixo de uma clínica qualquer algo criado por Deus.

O paradoxal é que diante da possibilidade de escolher livremente – sem pressões ou campanhas de mídia – os argentinos certamente, na minha opinião, haveriam de escolher a vida, e não o aborto. Os brasileiros fariam o mesmo. Ocorre que se trata de agenda de “colonização moral”. Criar um fait accompli, e esperar que a sociedade bovinamente aceite isso. Tudo está indo nesse sentido, na agenda da esquerda – aborto, poligamia, proibição dos pais disciplinarem seus filhos, restrições ou mesmo criminalização de práticas religiosas ou objetos religiosos, escolas com partido, tudo vai na direção de criar uma tremenda onda de maldade que avassalará a sociedade, solapando tudo, como um tsunami de más intenções que, se não detido, gerará o caos que propiciará a um pequeno grupo, uma Nomenklatura, a formação dos novos Politburos, que acabarão com o resto das liberdades individuais.

O grande problema é que nós, cristãos, gente que acorda cedo, trabalha duro, cria empregos, gera riqueza, vai à igreja, paga impostos, respeita contratos, nós, os otários, ficamos calados diante disso tudo, vendo nossos potenciais filhos e netos exterminados no Holomodor, um Shoah de proporções diluvianas, sem que falemos nada. Nem um pio…

Deus permita que tenhamos força de nos expressar, deixando de lado o medo de nos expor, invadir redações de jornais – como profissionais, não na marra – e mudar a sina desse mundo tenebroso.

Frases

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Frases são pílulas. Poucas palavras, bem arrumadinhas, mais ou menos pensadas, podem ter um impacto devastador ou abençoador. Frases contém em poucas palavras muitos conceitos, que podem destruir ou construir.

O problema com as frases é que elas são pequenas, compactas e potentes como uma injeção intravenosa, ou uma pílula potente. Podem matar ou curar. Frases são o recurso tanto do pensador, sábio, ou do incendiário, destruidor. Mas frases nunca são o recurso do “morno”, do cara do meio da fila, do mais ou menos. Frases nos levam a “completar as lacunas” com nossas próprias ideias, de onde quer que elas venham.

Uma frase é um gancho. Nos dá “pêga” como se dizia antes da reforma ortográfica (Sic!) e nos leva numa ou noutra direção. Frases são anzóis, que nos fisgam, ou não, como diria Caetano…

Frases Sabedoria

Algumas frases contém muita sabedoria em poucas palavras ou linhas:

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. ”

Paulo, o Apóstolo, em I Coríntios 13:1

Frases de sabedoria teriam mesmo que começar com uma citação da bíblia. Esta é uma daquelas frases que ninguém, de qualquer religião (ou até sem ela), cultura ou língua poderia dizer que não é preciosa, se é que a pessoa tenha algo de moral e razão na cabeça. Essa é daquelas que marcam e que servem a tantos momentos, e nos ajudam e dão norte na vida. Ter amor é fundamental, e com amor é possível extrair significado da vida.

Consideramos estas verdades como autoevidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade.

Os “Pais Fundadores” no Preâmbulo da Declaração de Independência dos EUA

Apesar de haver um grande movimento contra a base mesma do pensamento que ordenou e conduziu a Revolução Americana, não dá para não se embasbacar com conceitos como por exemplo, o direito à busca da felicidade.

Quem faz errado, faz duas vezes…”

Armindo Constantino Montechiari, meu avô materno

“Seu Careca” como era chamado, tinha pouquíssima educação e lia muito porque lia a Bíblia sempre. Quase que exclusivamente Ela. Essa sua citação persegue a nós, nesta família Montechiari, de uma forma terrível. Sempre é a mesma coisa: fazemos algo “provisório” ou “matado” ou com preguiça, apenas e tão somente para nos deparar com a cara rosada do Velho Careca a nos dizer “eu te disse… quem faz errado…”…

Frases Nonsense

Existem frases que não significam nada, ou muito pouco. Algumas delas são clássicos que estão no imaginário popular como “pérolas de sabedoria”. Vou citar somente uma, sabendo que vou apanhar bastante por citá-la, por ser a predileta de muita gente. Essa frase voltou à tona no Facebook recentemente:

“Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativou”

Antoine de Saint-Éxupery in Pequeno Príncipe

Não sei se vocês são como eu, que paro e penso no que raios algo realmente significa. Essa frase me chama atenção por não me dizer muita coisa do ponto de vista prático. Eu sempre fico de frente pra essas frases-esfinge (decifra-me eu te devoro) e me pergunto – o que o cara quis dizer com isso? Ora, sim. Por que eu me torno responsável? Que tipo de “cativeiro” eu provoquei? Uma amizade imorredoura? Se sim, por que me tornei responsável pelo bem estar ou qualquer outro aspecto da vida de alguém que desejou, voluntariamente, ser meu amigo para sempre?

Tenho pessoas que se dizem meus melhores amigos. Algumas dizem isso há anos e acredito piamente. Outras disseram isso enquanto estavam tirando o máximo de proveito de minha amizade – a que dediquei a ela – e rapando o tacho das coisas que podia obter de mim, em nome dessa amizade. Então alguém me responda, de forma cabal: o QUE o estimado Pètit-Prince quis dizer. Estou escravizado por alguém ter se escravizado (cativado) a mim? Não sei.

Este tipo de frase é bastante difundida, e soa bem. Às vezes só isso. Mas estou aberto a ser introduzido aos augustos mistérios de frases similares.

Frases Veneno

Existem frases, contudo, que são como pílulas de veneno. Quem reconhece o veneno fica possesso de raiva, sabendo que muitos engolirão as frases sem fazer qualquer análise crítica delas. Alguns exemplos vão parecer chocar ou querer parecer politicamente carregadas, mas tentarei não ser tão abertamente conservador (o que sou).

“Não basta saber ler que ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”

Paulo Freire – Aqui uma frase muito cara ao coração de professores, principalmente de esquerda. Qual é a relação entre o aprendizado (neste caso, em idade tenra) do bê-a-bá com o contexto social, o lucro com a uva, ou se Eva só viu a uva ou se vendeu a uva? Que razão existe por trás dessa frase sem sentido algum, exceto o estímulo a que o educador fuja de seu compromisso básico com o bê-a-bá, em si uma tarefa coberta de honra e de glória, para dedicar-se a encher a cabeça dos pequenos com considerações que deveriam ser feitas para pessoas com condições de percebê-las?

Frases Piada

Ainda outras frases parecem piada, mas têm um fundo de verdade extraordinário. Essas são tantas e tão legais que não tem como não citar umas duas.

“De onde menos se espera… é de onde não sai nada, mesmo”

Aparício Torelly, o “Barão de Itararé”.

O genial jornalista e escritor me sai com essa aí. O genial é que é absolutamente correta, na maioria das vezes: pode ter certeza. Olhou para uma coisa e acha que não vale um tostão furado, normalmente não vale mesmo… É válida para “intelectuais”, para alguns cientistas, mas aplica-se com maior validade a políticos e juízes…

A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los em todos os lados, diagnosticá-los incorretamente e aplicar as piores soluções.

Groucho Marx

Taí um que eu admiro! Igual a esse ainda vai demorar a nascer. Groucho era um gênio por encapsular em poucas palavras o que achamos, e ser muito correto sobre o tema. No caso acima, de fato ninguém como um político para achar problema onde não existe, diagnosticar incorretamente e aplicar as piores soluções possíveis! É incrível como passam o dia “devarde” (como dizem os paranaenses) caçando um problema que não existe pra dar uma solução que ninguém quer, que não resolve nada e que vai certamente tornar a vida do cidadão pior, mais penosa ou mais cara.

Em síntese, frases, essas pílulas, são venenos, sabedoria, ironia, idiotice ou gargalhada enlatada para consumo rápido. A cultura dos memes de hoje em dia criou uma situação em que quase qualquer um é um frasista, e o resultado é uma diarreia de conceitos mal usados, e uma prisão de ventre de ideias verdadeiras…

Fico com o humor…